A CRUELDADE DO SISTEMA DE CASTAS NA ÍNDIA

Alguns murmuradores poderão dizer que, com esse artigo, estou tentando me aproveitar da visibilidade de uma novela. Não nego que a novela Caminho das Índias trouxe ao conhecimento do grande público elementos de uma cultura um pouco distante. E trouxe questionamentos e polêmicas, principalmente. Uma delas é a relacionada ao sistema de castas da Índia.
O sistema de castas é um mecanismo de estratificação social dos membros da sociedade hindu. É baseado na crença milenar hinduísta de que as pessoas nascem com destino e posição determinadas na sociedade. Nas castas nascem e nelas devem permanecer, para que se cumpra o dharma (a Justiça) e se apague o karma, ou os “nós” que o prendem na Roda de Samsara (encarnações no plano físico). Então, não há possibilidade de progresso e ascensão social por esforços próprios. É tirada a esperança aos miseráveis e desfavorecidos, como também a possibilidade aos mais ricos de ajudarem aos mais pobres também, por sofrerem intimidação de suas castas e ameaça de expulsão, o que equivale à exclusão da sociedade.
Estima-se que as castas tenham surgido com a invasão dos Árias à Índia. Os árias eram tribos indo-européias que conquistaram a Índia há alguns milhares de anos. O sistema de castas, propriamente dito, teria surgido por volta de 850 a.C., e as primeiras  referências documentais datam do  período entre 600 a.C. e 250 a.C. Se apresentou como uma forma de segregar os invasores árias (de pele branca, indou-europeus) dos nativos indianos, chamados de dasas (ou escravos, de pele escura). Poderia mesmo comparar o sistema de castas hindu ao de um apartheid, mas com muito mais poder, pois se fundamenta em tradições religiosas antiquíssimas, milenares. E todos sabem como o povo hindu é religioso e tradicional. Se trocarmos em miúdos, até na Índia os europeus mandam, e há muito mais tempo…
As castas são tidas como criadas de partes do corpo de Brahma, o deus supremo do hinduísmo. Temos no alto da hierarquia os Brâmanes (sacerdotes, religiosos e sábios), que representam a boca de Brahma. Originados dos braços, termos os Shátrias (governantes, dignitários e militares). As pernas de Brahma teriam gerado os Vaysias (comerciantes e artesãos), e dos pés teriam saído os Sudras (agricultores e servidores pobres). E da poeira sob os pés de Brahma, começaram a existir (subsistir seria o certo) os Dalits (os “intocáveis”), que era a parte da criação de Brahma que é subestimada como nem sendo humana.
Apesar de todas as manifestações de órgãos humanitários, ao longo da história recente, tendo como ícone pelo fim da discriminação de castas o grande Mahatma Ghandi, o povo, inclusive os marginalizados Dalits, são muito apegados às suas tradições religiosas, mesmo que tais tradições tenham sido trazidas por povos não-indianos. Preferem se resignar aos maus tratos de toda a sociedade do que correr o risco de, por exemplo, reencarnarem em uma árvore ou animal. Nem mesmo com a Constituição de 1947, logo após a independência da Grã-Bretanha, houve significativo avanço nos direitos dos Dalits excluídos da Índia. Muito pelo contrário: a resistência manifestada pelo povo em defesa das tradições, tão excessivamente rígida, criou um clima de maior tensão ainda contra os Dalits.
As escrituras védicas (livros sagrados dos hindus) contém os preceitos básicos para os membros de cada casta. O membro de uma casta já nasce sabendo o que pode comer, o que pode vestir, qual profissão pode seguir e com quem pode se casar. Não há como escapar às rédeas das castas. A filha de um comerciante que se atreva a desdenhar o noivo que lhe foi destinado (muitas vezes, desde a infância) pode ser expulsa de sua casta, o que equivale a se tornar uma dalit.

E como vivem os dalits??

Segundo a tradição hinduísta, os dalits são a sujeira da sociedade, impuros por natureza (talvez uma segregação velada pela cor da pele dos escravos). Eles são a escória segundo a religião. Até mesmo os próprios dalits nutrem essa crença e toleram os ultrajes e crimes cometidos em nome da tradição. Segundo eles, a esperança é de que, suportando os ultrajes e impropérios contra eles, pacientemente, poderão, numa próxima encarnação, merecer nascer numa casta mais elevada.
Os dalits não podem comer o mesmo tipo de alimento dos membros de outras castas, e devem se alimentar em louças quebradas. Suas vestes são as herdadas dos cadáveres ou de outros dalits.
Não podem beber água da mesma fonte ou corrente dos outros, pois poderiam poluí-la. Só podem se casar com dalits, obviamente. Não podem tocar em ninguém de outra casta, nem mesmo a sua sombra pode “tocar” a sombra de outra pessoa.
Não devem estudar. Não podem entrar em lugar algum onde esteja um membro de outra casta nem em templos onde haja um religioso (brâmane). Na prática, isso os impede de praticar a fé, pois sempre, em todos os templos, há um religioso em serviço.
Como profissão, lhes são reservados os serviços considerados impuros, indignos e degradantes: lida com cadáveres (humanos e animais), limpeza de fossas e esgotos, varredura de ruas e acessos exteriores, coleta de lixo de todos os tipos. Resumindo: são tratados como lixo e devem ser mantidos em lugares próprios para o lixo, para o que é descartável, sujo e imundo. Vivem nas fossas e esgotos, pois são considerados a merda da sociedade, para os quais um “puro” não deve olhar, dos quais deve-se manter distância, em local seguro, dos quais precisam se esconder.
Vários crimes são praticados e tolerados pelas autoridades, em nome dos costumes. Mulheres dalits são estupradas e depois queimadas vivas, por serem elas tidas por culpadas do próprio estupro. Em casos de calamidades públicas, como nas enchentes das monções, que anualmente castigam a Índia, os dalits não recebem qualquer ajuda, e isso é encorajado pela população. Hipocritamente, dizem que isso é por caridade, para que morram e tenham seus sofrimentos, ou karma, abreviados.
Este é um depoimento de um cidadão indiano ao National Geographic:
“Girdharilal Maurya acumula pecados. Tem um mau karma: por que outra razão teria nascido numa casta intocável se não fosse para pagar pelas vidas passadas? Reparem, ele é um curtidor de peles: segundo o direito hindu, os trabalhadores dos curtumes tornam-se impuros, e as outras pessoas devem evitá-los e ultrajá-los. A sua indecorosa prosperidade é um pecado. Quem este intocável pensa que é para comprar um pequeno lote de terreno nos arredores da aldeia? Ainda por cima, atreveu-se a reclamar junto da polícia e das outras autoridades, exigindo servir-se do novo poço. Teve o que merecem os intocáveis: uma noite, quando Girdharilal saiu da cidade, 8 homens da casta superior ‘rajput’ foram à sua casa, derrubaram as vedações, roubaram o trator, espancaram a mulher e a filha e queimaram a casa.”
Em outro caso, recentemente, em junho de 2006, um repórter da revista Capricho publicou uma entrevista com um intocável. O entrevistado revelou que seu irmão, por ter invadido o quintal de um vizinho de casta Vaysia, foi castigado, sendo amarrado a uma árvore junto com seu pai: depois de uma tremenda surra, toda sua família foi obrigada a assistir as punições, enquanto o jovem era lentamente devorado por formigas selvagens.
Na prática, o Governo indiano se recusa a apurar e punir casos corriqueiros como esses, pois, como mostra um censo, 80% da população ainda apóia e pratica os preceitos para as castas, inclusive os dalits. Com a condescendência dos próprios dalits, fica difícil haver qualquer mudança. Afinal, essa maioria constitui o contingente que vota. E sabem como são os políticos, não sabem?? Apenas de olho nos votos, e não no poder transformador que têm em mãos, capazes de legislarem que são para o bem-estar do povo.
Falamos apenas das principais castas, mas estima-se que haja em torno de 6.400 castas, entre grupos rurais e regionais, cada qual com suas regras e rigores.
E nós, hem?! E nós, e eu também, que ponho o dedo na ferida do fanatismo cristão, muitas vezes, tenho que admitir que o fanatismo cultural hindu, incrustado por idéias discriminatórias, até nas camadas mais empobrecidas, todas cristalizadas na mente de toda uma sociedade por milhares de anos, é uma barbárie, um sofrimento coletivo. Imagino a quantidade de gente nas castas que gostaria de se solidarizar e interagir com gente de outras castas e ajudar o povo dalit e não o faz pelos rigores das tradições, pela intimidação dos senhores de casta. Quanta gente gostaria de se libertar de tais crenças recalcadas e retrógradas, mas não o conseguem, pela força que as idéias religiosas exercem sobre suas mentes!!
Reflitamos então!! Nada de inflexibilidade!! Nada de intolerância!! Devemos praticar a solidariedade e olhar no rosto do próximo sempre como nosso igual.
Namastê!! O Divino em mim saúda o Divino em você!! Fonte:http://ebraelshaddai.wordpress.com/ O nefasto sistemas de castas da Índia teve sua origem em torno de 850 aC, embora as opiniões dos especialistas a respeito da data exata do seu estabelecimento estejam divididas. Sabe-se que surgiu com os árias, e a partir daí começou a se desenvolver e se enraizar na cultura do país... Um sistema que perpetua a crença na superioridade racial de determinadas "classes" de seres humanos sobre outras. - A aceitação da opressão de certas castas “nobres” sobre a maioria sofredora. - Este é o código sócio-religioso conhecido como "Sistema de Castas", fundamental no hinduísmo e que influencia toda a estrutura da sociedade na Índia. Apesar de a discriminação em função das castas, hoje, ser proibida pela constituição indiana, o sistema continua sendo observado, na prática, por mais de 80% da população do país, segundo sensos recentes. Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os árias são descendentes dos povos brancos de famílias indoeuropéias. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos hindus, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 aC. Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, seus hábitos alimentares, o tipo de vestuário e etc., o que leva à formação de uma sociedade estática. Em outras palavras, não há como escapar, é simplesmente impossível, a alguém que tenha nascido numa situação de vida miserável, trabalhar para melhorar essas condições. Não pode haver aspiração ao crescimento ou ao progresso, seja profissional, social ou mesmo espiritual, e nem de espécie alguma.
Trabalhadores "dalits" - os párias da sociedade hindu
O sistema subjuga as castas mais baixas, principalmente as mulheres. É comum ver mulheres e crianças, mesmo as menores, trabalhando pesado em regime de trabalhos forçados, na construção civil, em limpeza de fossas, cemitérios, curtumes e todo tipo de trabalho considerado indigno ou degradante. Tudo porque nasceram na casta errada. Embora a palavra "casta" tenha sido introduzida pelos portugueses por volta do século XV dC, a principal característica do sistema surgiu no final do período védico. Dois termos antigos - "Varna" e "Jati" - são usados na Índia para definir o sistema de castas. "Varna" quer dizer, literalmente "de cor". Por volta de 600 aC, este tornou-se o padrão de classificação da população na Índia. A pele clara dos arianos os distinguia dos primeiros habitantes do país, que tinham a pele escura. O "Varna" é uma divisão social hindu que divide em categorias a sociedade, sendo que originalmente eram apenas quatro: Brâmanes (sacerdotes, religiosos e nobres), os Xátrias (guerreiros), os Vaixias (camponeses e comerciantes) e os Sudras (escravos). À margem dessa estrutura social estão os "párias", os sem casta ou “intocáveis”, hoje chamados "dalits", "haridchans" ou "haryans". Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões no sistema, que não param de se multiplicar. Jati - Existem milhares de diferentes grupos Jatis em toda Índia. Nenhum destes grupos se considera como igual a qualquer outro grupo, mas todos são partes de uma hierarquia local ou regional. Estes não são organizados em qualquer sentido institucional, e tradicionalmente não havia um registro formal do status da casta. Enquanto indivíduos, acham impossível mudar de casta ou subir na escala social, mas alguns grupos por vezes tentaram ganhar reconhecimento das castas mais altas pela adoção das práticas dos Brâmanes, como o vegetarianismo. Muitos costumam ser identificados com atividades particulares e as ocupações costumam ser hereditárias. Os “párias” ou "dalits" (‘sem casta’), são totalmente relegados para fora da sofisticada sociedade hindu, chamados cruelmente de “intocáveis” porque não devem jamais ser tocados pelos membros das castas (isso os contaminaria). Recebem apenas os serviços considerados impuros ou imundos, geralmente associados com os mortos (humanos ou animais) ou com excrementos. Só lhes é permitido lidar com o lixo, com o esgoto, com amontoados de cadáveres e outros empregos que lhe mantém em constante contato com aquilo que o resto da sociedade indiana considera nojento e desagradável. Mas não são apenas as suas ocupações que são consideradas como coisas nojentas e que não devem ser feitas por alguém: os próprios párias são considerados individualmente sujos, e assim não podem manter contato físico com os "limpos" nem com as partes “puras” da sociedade. Vivem isolados. Ninguém pode interferir na sua vida social, pois os intocáveis são os últimos dos últimos, considerados menos que humanos. O membro de uma casta é definido simplesmente pelo nascimento. A crença ferrenha na reencarnação faz com que os hindus acreditem que os méritos conquistados nas vidas passadas é que determinam a casta em que o indivíduo nasce, por isso não há nenhum problema em se agir de acordo com o que consideram a "justiça divina". Não há perdão, não há crescimento espiritual possível nesta vida. Desobediência às regras das castas, tais como a recusa a um casamento arranjado, fazem com que o indivíduo seja desligado da casta em que nasceu. E como ele não pode, em hipótese alguma, fazer parte de uma outra casta, tecnicamente essa pessoa se torna um “sem casta” ou “pária”, que, como visto, é o pior destino imaginável para qualquer cidadão indiano. Em muitos lugares, principalmente no interior, isto pode significar que essa pessoa não poderá continuar a trabalhar e a conviver em sociedade, mas se tornará para o resto da vida uma espécie de lixo humano que é impiedosamente desprezado por todos, de religiosos a agnósticos. A luta de Gandhi após a independência da Índia; a pressão exercida pela ONU e por inúmeros órgãos humanitários internacionais, as muitas leis que foram criadas como tentativas de eliminar ou ao menos amenizar a desumanidade do sistema de castas (ilegal desde 1947), tudo foi inútil diante da tradição firmemente arraigada por milênios, e o sistema subsiste. O sistema de castas é uma das bases do hinduísmo. - A religião se torna, então, um poderoso elemento social disciplinador e apaziguador: resignação é a palavra-chave na postura moral do indivíduo hindu. Para os intocáveis, só é permitido usar as roupas que acham nos corpos dos mortos. Nas suas casas, comem de louças quebradas. Eles sofrem restrições sociais extremas. Não podem rezar no mesmo templo, não podem beber da mesma corrente de água, porque poderiam polui-la. Nenhum intocável pode entrar no templo se houver a presença de alguém de uma casta superior - como os sacerdotes do templo, a casta mais elevada, nunca estão fora, os intocáveis na prática são barrados de entrar em templos ou outros lugares onde se pratica religião. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, quando os tsunamis de Dezembro de 2004 tragaram a costa do Estado indiano de Tamil Nadu, imaginava-se que a tragédia e a morte agiriam como niveladoras sociais. Mas os esforços de reabilitação e o envio de ajuda econômica não conseguiram superar a discriminação sócio-racial que impera na Índia. As vítimas de Tamil Nadu, o Estado indiano mais devastado pelos tsunamis, esperaram ansiosos a ajuda do governo e de agências humanitárias para poderem reconstruir suas vidas, mas os intocáveis não receberam nada por parte das autoridades locais! Oficialmente, dez mil pessoas morreram, por absoluta falta de cuidados, nessa ocasião, e ninguém na Índia considerou isso chocante. "Não existe nenhum caminho até nossa aldeia. Ninguém vem nem procura vir aqui", relatou um “intocável” de um distrito de Tamil Nadu à agência de notícias internacional Interpress - MW Global, na época. Saiba mais a respeito aqui. Recentemente, em Junho de 2006, um repórter da revista Capricho publicou uma entrevista com um intocável. O entrevistado revelou que seu irmão, por ter invadido o quintal de um vizinho de casta Vaixia, foi castigado sendo amarrado numa árvore junto com seu pai: depois de uma tremenda surra, toda sua família foi obrigada a assistir enquanto o jovem era lentamente devorado por formigas selvagens: "Paul Raj passou 21 anos sem ser abraçado por ninguém – nem pela própria família – pela simples razão de ter nascido numa casta que, na Índia, representa a escória da sociedade. Quando ele tinha 8 anos, encontrou seu irmão amarrado a uma árvore, com as pernas cobertas de formigas vermelhas. O garoto estava sendo punido por ter entrado no jardim de um vizinho. Paul estava com o pai, que se ajoelhou e, chorando, começou a pedir clemência. A reação do dono da casa foi bater no pai e manter o castigo. 'A esposa do dono jogava açúcar na perna dele para atrair mais formigas e os filhos dela ficavam rindo em volta. Ficamos ali parados, vendo meu irmão ser comido vivo, sem fazer nada'. A cada 6 meses, ele conseguia encontrar seu pai por meia hora, e escondido. (...) Mas o dia mais emocionante da temporada de Paul em Londres foi quando a chefe do programa de estágio o abraçou. Foi o primeiro abraço que Paul recebeu na vida, e logo de alguém que nem era da sua família (ele e sua noiva Shilpa, por exemplo, apesar de estarem juntos há 6 anos, nunca se beijaram, nem na bochecha). "Quando percebi que estava sendo abraçado, não queria mais largar. Acabei caindo no choro.' - declarou o rapaz...". Revista Capricho (Junho/2006) Isso foi há pouco mais de um ano! Não estamos falando de ocorrências de centenas de anos atrás, mas de coisas que acontecem no presente, hoje, agora. Alguns dados oficiais*: # A cada dia, três mulheres dalits são estrupadas (uma parte é depois queimada até a morte, como se a culpa pelo estupro fosse delas mesmas); # A cada hora, em média, duas casas de dalits são queimadas; # A cada hora, dois dalits são assaltados; # 60 milhões de Dalits são explorados através de trabalhos forçados. # 66% dos dalits são analfabetos; # A taxa de mortalidade infantil dos dalits é perto de 10%; # 57% das crianças dalits de menos de quatro anos de idade estão muito abaixo do peso; # Na Índia de hoje existem 300 milhões de dalits; * Fonte: Organização Internacional Dalit Awakaning. As estimativas atuais apontam que existem em torno de 6.400 castas(!) na Índia de hoje. Cada uma funciona como um grupo separado em função das altas barreiras sociais. Percentualmente, as castas na Índia se classificam da seguinte forma: 1) Castas altas = 15,4% (brâmanes, casta sacerdotal); 2) Castas atrasadas = 56,6%; 3) Dalits = 18,1%; 4) Tribais ou Advasi = 9,5% (tribos suplementares que algumas vezes não são considerados parte da estrutura de castas, mas geralmente são influenciados pelo pensamento de casta); 5) Outros = 0,4% (não são considerados parte do sistema de castas - entre estes estão os cristãos sírios e os refugiados Afegãos, iranianos e outros).
Protesto recente de mulheres da Índia contra o sistema de castas
 
Concretamente, o Estado da Índia ainda se recusa a tomar providências para deter, na prática, com ações efetivas e punição aos frequentes crimes bárbaros e excessos cometidos, a observância do sistema de castas pela sua sociedade. Leia abaixo o depoimento de um cidadão indiano para a National Geographic: "Girdharilal Maurya acumula pecados. Tem um mau karma: por que outra razão teria nascido numa casta intocável se não fosse para pagar pelas vidas passadas? Reparem, ele é um curtidor de peles: segundo o direito hindu, os trabalhadores dos curtumes tornam-se impuros, e as outras pessoas devem evitá-los e ultrajá-los. A sua indecorosa prosperidade é um pecado. Quem este intocável pensa que é para comprar um pequeno lote de terreno nos arredores da aldeia? Ainda por cima, atreveu-se a reclamar junto da polícia e das outras autoridades, exigindo servir-se do novo poço. Teve o que merecem os intocáveis: uma noite, quando Girdharilal saiu da cidade, 8 homens da casta superior 'rajput' foram à sua casa, derrubaram as vedações, roubaram o trator, espancaram a mulher e a filha e queimaram a casa." Saiba mais aqui.
Girdharilal após ter recebido o castigo por ter se atrevido a comprar um pequeno lote de terra
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No "Sistema de Castas" não há compaixão, não há possibilidade de ascensão social nem melhora para o ser humano enquanto indivíduo, de espécie alguma. Não há amor ao próximo, se esse próximo pertencer a uma casta inferior ou se for um "intocável". Acredita-se piamente que os sofredores estejam naquela situação porque merecem aquilo. Além disso, crê-se que eles mesmos terão a oportunidade de conquistar melhores condições numa próxima vida, desde que cumpram bem o seu papel na vida presente. - Em outras palavras, se forem subservientes e aceitarem se submeter a todo tipo de humilhação e sofrimento infligido, sem soltar nenhum gemido. Se aceitarem ver suas filhas sendo estupradas e queimadas vivas. Se aceitarem tudo e se comportarem bem, como bons sacos de lixo que devem ser. Mas o mais triste é que os próprios oprimidos, em sua grande maioria, também acreditam no sistema, e assim, no geral, preferem se submeter a tudo. Um excelente exemplo de como um sitema de crenças equivocado é capaz de levar seres humanos e nações inteiras a comportamentos insanos, à tirania e e à crueldade extrema. Fontes e bibliografia: PEIRANO, Mariza G. S. Dados - Dados, Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro/ Sociedade Brasiliera de Instrução, 1987, p. 359; Portal National Geographic: em http://www.nationalgeographic.pt/articulo_texto_iframe.jsp?id=1212728, acesso em 03/01/2008; Revista Capricho, Acervo Abril. 06/2006; OrePelaÍndia.Com; AmorCósmico.Com. Fonte:http://artedartes.blogspot.com.br/

A invasão dos Árias

Alguns pensam que esta grande guerra descrita no "Mahabharata" é referente à invasão dos povos "árias" procedentes do norte. Certamente, temos que destacar que os esqueletos descobertos nas antiqüíssimas cidades de Harappa e Mohenjo-Daro resultaram altamente radiativos e que estas cidades foram subitamente destruídas. Por outro lado, em alguns lugares da Sibéria, Íraque, Colorado e Mongólia, parecem ser mostradas certas "cicatrizes" atômicas, idênticas às que os testes nucleares atuais estão começando a deixar, produzidas a milhões de anos antes da nossa atual "era nuclear". Manu

Algumas forças que continuam ativas

Em 1947, durante uma expedição levada a cabo no Íraque, no fundo de todos os níveis superiores que foram estimadas em uma idade de 16.000 anos, apareceu uni piso de cristal fundido que somente é parecido ao solo deixado no deserto do Novo México pelas primeiras explosões nucleares feitas pelo homem atual. Assim como a procura no fundo marinho revela vestígios do que pode ser uma civilização atlante pré-histórica, as pesquisas sobre o afundamento da Atlântida nos poderiam aproximar mais a uma explicação do que vem acontecendo no Triângulo das Bermudas. As forças que destruiram as terra habitadas, e hoje submersa sob o mar, poderiam continuar ativas ao cabo de milênios.

Sistema de castas da Índia

O sistema de castas surgiu na Índia com os árias e começou a desenvolver-se por volta de 850 aC. Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os árias são descendentes da maioria dos povos brancos da família indoeuropéia nessa descendência. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado hindu, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C. Define-se casta como um grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas de seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, hábitos alimentares, vestuário, etc., levando à formação de uma sociedade estática. Originalmente, as castas eram apenas quatro: os brâmanes (religiosos e nobres), os xatrias (guerreiros), os vaixias (camponeses e comerciantes) e os sudras (escravos). À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta ou intocáveis, hoje chamados de haridchans ou haryans. Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.

Os Intocáveis

Os intocáveis na sociedade Hindu são aqueles que trabalham com trabalhos indignos, sujos com o morto (animal e/ou humano), amontoados de cadáveres e outros empregos que lhe mantém em constante contato com aquilo que o resto da sociedade indiana considerada nojento e desagradável. Essas ocupações, entretanto, não são consideradas apenas coisas nojentas que não obstante, não devem ser feitas a alguém: eles são considerados individualmente sujos, e assim não podem praticar contato físico com os "não-sujos", as partes mais puras da sociedade. Vivem separados do resto das pessoas. Ninguém pode interferir na sua vida social, pois os intocáveis são os últimos no ranking social - são considerados tão inúteis diante da importância humana que não são considerados parte do sistema de castas. Desde sempre, os párias são condenados aos trabalhos mais degradantes e mal pagos, apesar da luta de Gandhi, após a independência, e de inúmeras leis criadas na tentativa de eliminar ou amenizar os problemas que o sistema de castas acarreta. Todavia, essas leis revelam-se impotentes diante da tradição, e o sistema subsiste. O sistema de castas é a base do hinduísmo. A religião se torna, então, um poderoso elemento social disciplinador e apaziguador: virtude e resignação são as palavras-chave na postura moral do indivíduo. Para os intocáveis, só é permitido usar as roupas que acham no corpo dos mortos. Nas suas casas, comem de louças quebradas. Eles sofrem de restrições sociais extremas. Não podem rezar no mesmo templo, não podem beber da mesma corrente de água. Eles poderiam poluir a água e indiretamente poluir as outras castas que bebessem dali. Nenhum intocável pode entrar no templo se houver a presença de alguém de uma casta superior - como os padres do templo, a casta mais superior, nunca estão fora, os intocáveis na prática são barrados de entrar em templos ou outros lugares onde se pratica a religião. Para se ter uma idéia, quando os tsunamis de dezembro de 2004 tragaram a costa do Estado indiano de Tamil Nadu, a morte agiu como niveladora social. Mas os esforços de reabilitação e o desembolso de ajuda econômica posteriores à tragédia não conseguiram superar a discriminação social que impera na Índia segundo o antigo sistema de castas inconstitucional, mas que existe de fato. As vítimas de Tamil Nadu, o Estado indiano mais devastado pelos tsunamis, esperaram ansiosos a ajuda do governo e de agências humanitárias para poderem reconstruir suas vidas, mas os dalits - ou intocáveis - excluídos do sistema de castas hindu, não a receberam. "Não há um caminho até nossa aldeia. Ninguém sabe que vivemos aqui, e portanto ninguém vem nem procura vir", relata um intocável. Neste distrito com importante população dalit viva a maioria dos 10 mil mortos e razão do maremoto em Tamil Nadu. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rias <sistema de castas da India> OBSERVAÇÕES :  Manu Manu (da raiz verbal homem em sânscrito) na mitologia Hindu é o filho de Svayambhuva, pai e marido de Ila. Na Teosofia os Manus não são homens, mas um coletivo. Eles são considerados os "pais da humanidade". São um nome genérico para os Pitris, os progenitores da humanidade.
Hinduísmo: uma visão geral
O hinduísmo repousa sobre o fundamento espiritual dos Vedas, sendo por isso conhecido como o Dharma Veda, e nos escritos meditativos destes, os Upanishads, bem como nos ensinamentos de muitos gurus que viveram ao longo dos tempos. Muitas correntes de pensamento partem das seis escolas védicas/hindus, das seitas Bhakti e das escolas Tantra Agamicas para dar origem ao oceano hinduísta, a primeira das religiões dhármicas. As seis Astika (aceitando a autoridade dos Vedas), ou escolas filosóficas ortodoxas Hindu são Nyaya, Vaisheshika, Sankhya, Yoga, Purva Mimamsa também denominadas ('Mimamsa'), Uttara Mimamsa e 'Vedanta'). As escolas não Védicas são denominadas Nastika, ou heterodoxas, e referem-se ao budismo, jainismo e Lokayata. As escolas que continuam a influênciar o hinduísmo hoje são Purva Mimamsa, Yoga, e Vedanta.

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