"AVATAR 3": COMO A EQUIPE DE JAMES CAMERON CRIOU O FANTÁSTICO MUNDO DO NOVO FILME "FOGO E CINZAS" E ONDE ENCONTRAR NA VIDA REAL OS CENÁRIOS DE "A CAMINHO DA ÀGUA"

 


“Avatar 3”: como a equipe de James Cameron criou o fantástico mundo no novo filme “Fogo e Cinzas”

O co-designer de produção do filme explica como organismos da vida real – em especial do ecossistema marinho – serviram de inspiração para o mundo de Pandora.

Por Melissa Hobson

Publicado 21 de dez. de 2025, 11:00 BRT

Uma cena do filme "Avatar – Fogo e Cinzas" que mostra as novas criaturas feitas especialmente para esta trama – o Medusóide.

Foto de Divulgação/20th Century Studios

Não é segredo que o fantástico mundo de Pandora, criado pelo célebre cineasta e explorador da National Geographic James Cameron, reflete nosso planeta Terra imagina seus habitantes em uma relação mais harmoniosa com o meio ambiente. E com o lançamento do filme “Avatar: Fogo e Cinzas”, da Disney, nos cinemas do mundo todo a partir de 19 de dezembro, os espectadores conhecerão uma emocionante variedade de novos clãs e animais. (A Disney é a empresa controladora de National Geographic.)

Uma criatura intrigante no filme também funciona como meio de transporte usado por um novo clã chamado Wind Traders. O ser parecido com um dirigível — conhecido como Medusoid — voa pelo céu, com suas asas translúcidas abertas, enquanto transporta seus preciosos passageiros.

“É basicamente como um navio pirata pendurado em uma água-viva gigante”, diz Dylan Cole, co-designer de produção do filme que ajudou a criar essa forma de vida peculiar.

Embora as criaturas desses filmes sejam fictícias, o processo de dar vida a elas está mais próximo da ciência do que você imagina. Veja como os artistas por trás do filme criaram as criaturas bizarras, e muitas vezes bioluminescentes, do mundo de Pandora, em “Avatar”.

Cena do terceiro filme da franquia de "Avatar": a natureza é a grande inspiração para os ...

Cena do terceiro filme da franquia de "Avatar": a natureza é a grande inspiração para os ecossistemas da franquia criada por James Cameron. 

Foto de Divulgação/20th Century Studios

O processo de construção de um novo mundo em “Avatar”

As figuras centrais em “Avatar” são uma espécie alienígena chamada Na'vi, que tem uma relação profunda com o mundo natural. Elas costumam formar laços estreitos com as criaturas ao seu redor — sendo o Medusoid uma das mais novas do filme.

Como parte da equipe que dá vida a essas ideias, Cole pega as sementes das ideias do diretor Cameron e as ajuda a florescer em criações totalmente formadas. Cameron às vezes “tem uma visão embaçada”, diz Cole. “É nosso trabalho colocá-la em foco.”

No início, a equipe muitas vezes não sabe exatamente o que está buscando. “É como fazer um retrato de um dos filhos dele sem nunca tê-los conhecido”, diz ele. A intuição os guia até o produto final.

Felizmente, a natureza oferece a melhor inspiraçãoCopiar o mundo natural é “uma estratégia que funciona há muito tempo”, diz Leif Ristroph, físico experimental da Universidade de Nova York, que não participou do filme, mas costuma basear suas pesquisas em organismos vivos. “Você pode olhar para a natureza para expandir os tipos de soluções com as quais poderia sonhar.”

Embora “Avatar” seja uma ficção científicaos designers tentam ver o mundo dentro dele como um lugar real, pegando trechos da Terra e reimaginando-os ou recontextualizando-os. “É muito arrogante pensar, em um esboço feito em uma tarde, que poderíamos fazer melhor do que milhões de anos de natureza”, diz Cole.

Nos filmes, a equipe quer que tudo pareça o mais realista possível, o que significa buscar inspiração em organismos reais interessantes e peculiares que possam emprestar atributos às suas criaturas. Criar designs baseados em pesquisas é importante para Cameron, um aventureiro intrépido, e não é surpreendente que muitos dos animais de Pandora sejam influenciados pela vida marinha — afinal, Cameron já visitou o ponto mais profundo do oceano.



Acima:

Os esboços que ajudaram a equipe de produção a dar vida ao Medusóide.

Abaixo:

Mais desenhos do Medusóide, novo animal da história de "Avatar 3".

fotos de Disney, Lightstorm Entertainment

 




No filme, o Medusóide (visto acima) e outras criaturas são fortemente influenciados pela natureza e pela vida selvagem.

Foto de DisneyLightstorm Entertainment


Criando o Medusóide, uma das grandes novidades de “Avatar 3

Medusóide é uma água-viva bioluminescente de 150 metros que produz gás hidrogênio para flutuar e tem tentáculos pendentes para se alimentar, semelhantes aos da caravela-portuguesa. Como seu objetivo no filme é transportar as gôndolas do Clã Tlalim — os Comerciantes do Vento — pelo céu, os designers deram ao Medusóide velas em forma de gravata borboleta para que o clã pudesse controlá-lo.

Para controlar o Medusóide, os Tlalim prendem cordas às veias de suas velas. Sabendo que os Na'vi — os povos de Pandora — considerariam cruel perfurar o corpo de um animal, Cole incorporou nódulos naturais semelhantes a espinhos nas velas para prender o Medusóide.

O Medusóide é rebocado pelo raio-vento, semelhante a um animal marinho. “Basicamente, pegamos a ideia de uma lula e demos a ela um corpo com bolsa de gás”, diz Cole. “Ela tem aquele manto fino singular ao redor do corpo que se move em um movimento sinusoidal [semelhante a uma onda].”

Novas maneiras de voar mostradas em “Avatar” 

De todas as criaturas que poderiam inspirar o Medusoid voadoras águas-vivas podem parecer uma escolha estranha, já que elas flutuam com a correnteza, sem ter muito controle sobre onde vão parar. Embora as aves sejam uma inspiração mais óbvia para o voo, muitas criaturas marinhas voam à sua maneira, diz Ristroph. Líquidos e gases são fluidos, portanto seguem as mesmas regras da física. 

Confundir natação e voo permite que você observe uma criatura nadando e se pergunte: ‘essa mesma estratégia ou uma estratégia semelhante pode ser usada para voar?’”

Na água, você pode diminuir o efeito da gravidade ajustando a flutuabilidade, então fazer algo “voar” debaixo d'água “é realmente um passo em direção ao voo no ar”, diz Ristroph.

Como parte de sua própria pesquisa, Ristroph criou uma máquina voadora que imitava o movimento de uma água-viva para gerar sustentação — e funcionou. “Ela tem algumas propriedades de estabilidade, o que significa que a aeronave não tomba tão facilmente”, diz ele.

As ideias iniciais dos pesquisadores são frequentemente limitadas pelo que é possível no mundo real. As experiências científicas são “fortemente restringidas pela gravidade, pela física e pela matemática envolvida”, diz Ristroph. “Temos essas belas grades de proteção.”

Mas Cole tem suas próprias proteções para garantir que os espectadores se conectem com a história. “Não podemos ser muito estranhos”, diz ele, “porque você precisa se identificar com isso”. Se os personagens parecerem muito “diferentes”, as pessoas não conseguirão acreditar em suas vidas, lutas e sucessos, e o filme simplesmente não funcionará.

Além de garantir que as pessoas gostem do filme, Cole espera que a empatia pelo mundo mítico de Pandora possa ter um impacto no mundo real. Grande parte de Pandora é inspirada em ecossistemas, criaturas e comunidades reais do nosso próprio planeta, e os designers desejam que suas representações inspirem uma admiração pela natureza em geral.

Ao se apaixonarem por Pandora, eles estão, por sua vez, se apaixonando pela Terra”, diz ele, “e se interessando pelo nosso mundo e pela conservação do nosso meio ambiente”.

Fonte:https://www.nationalgeographicbrasil.com/cultura/2025/12/avatar-3-como-a-equipe-de-james-cameron-criou-o-fantastico-mundo-no-novo-filme-fogo-e-cinzas

Onde encontrar na vida real os cenários de "Avatar: O Caminho da Água"

Sendo a maior das Ilhas Cook, Rarotonga oferece uma visão íntima de uma antiga cultura marítima – e, em muitos aspectos, lembra o mundo fictício da sequência de Avatar.

 Por Carrie Miller, Chris Taylor

Publicado 20 de dez. de 2022, 10:17 BRT


Mergulhar no oceano é como viajar para outro planeta. Por isso, não é surpresa que o cineasta James Cameron, um ávido mergulhador e explorador residente da National Geographic Society, o tenha usado como pano de fundo para sua nova aventura de ficção científica, Avatar: O Caminho da Água.

“Tive esse caso de amor com o oceano a minha vida toda”, disse à National Geographic, acrescentando que o cenário do filme é “uma celebração de nossos recifes”.

Cameron trabalhou em estreita colaboração com o departamento de arte do filme, pesquisando sobre as culturas polinésias como inspiração para as espécies marítimas apresentadas no filme. Rarotonga, a maior das 15 ilhas que compõem as Ilhas Cook, no Pacífico Sul, é um mundo aquático polinésio da vida real onde os viajantes podem mergulhar.

A exploradora da National Geographic e bióloga marinha Jessica Cramp faz um mergulho livre entre peixes ...

A exploradora da National Geographic e bióloga marinha Jessica Cramp faz um mergulho livre entre peixes albacoras da espécie Mulloidichthys vanicolensis nas lagoas de Rarotonga. A ilha é a base do Sharks Pacific, um projeto de conservação que ela fundou para proteger os tubarões, as pessoas e lugares dos quais eles dependem.

Foto de Andy Mann Nat Geo Image Collection

Assim como os personagens do filme, os habitantes das Ilhas Cook sempre foram um povo viajante, realizando jornadas ambiciosas em mar aberto séculos à frente de outras culturas. “Os vikings deveriam ser chamados de polinésios do norte; nossos ancestrais eram tão bons quanto”, declarou um orgulhoso morador das Ilhas Cook.

No século 5 d.C., os moradores da ilha partiram em 20 enormes vaka (canoas de viagem) através de uma abertura no recife que circundava o lado leste de Rarotonga em busca de novas terras e novos começos. Nunca mais se teve notícia de 10 dessas canoas. Sabe-se que uma chegou à Ilha de Páscoa, outra ao Arquipélago da Sociedade, uma voltou para o ponto de partida e sete chegaram à Nova Zelândia, onde muitos acreditam que estabeleceram as bases da cultura Māori.

Nesta foto de 1930, habitantes das Ilhas Cook remam em uma vaka pelas águas cristalinas de ...

Nesta foto de 1930, habitantes das Ilhas Cook remam em uma vaka pelas águas cristalinas de Rarotonga.

Foto de Bettmann Archive Getty Images

Atualmente, quem viaja para Rarotonga encontra um oásis verde azulado que abriga alguns dos locais mais transparentes do mundo para mergulho. No entanto, existem desafios, principalmente decorrentes da potencial mineração em alto-mar dentro do Parque Marinho Marae Moana.

Em terra firme, os habitantes das Ilhas Cook têm uma atitude descomplicada. Um anel viário de aproximadamente 32 quilômetros impossibilita que alguém fique perdido (os letreiros dos ônibus simplesmente indicam “sentido horário” ou “sentido anti-horário”). Caminhadas sob as estrelas e programas culturais reveladores completam a miríade de experiências nessa animada ilha. Veja alguns passeios.

Mergulho

Mergulhar em Rarotonga é espetacular, com paisagens subaquáticas que parecem ter saído de um conto de fadas dos irmãos Grimm: florestas encantadas de gigantescas formações de corais rígidos, em forma de cogumelos, que são ao mesmo tempo misteriosas e hipnotizantes. A maioria dos mergulhos é realizada de barco no recife que circunda a ilha.

Nga Tipa é uma das florestas lendárias, um labirinto de canais que serpenteiam os porites, um tipo de coral de pedras que se parece com cogumelos em brotamento. Este é um mergulho fácil, de cerca de 15 metros de profundidade, com muita vida marinha (peixes pomacantídeos da espécie Centropyge flavissima e Centropyge loricula, Nemateleotris magnifica e tubarões-galha-branca-de-recife) em busca de proteção sob as saliências de coral.

Coral Gardens é parecido, mas com formações de coral que contornam trincheiras de areia. Essas trincheiras são as preferidas dos tubarões-galha-branca; também avistamos uma pesada moreia da espécie Gymnothorax flavimarginatus.

Existem mais de 30 locais de mergulho ao redor da ilha, e cada lado da ilha tem suas próprias características, desde uma boa cobertura de corais até lagoas rasas e declives acentuados. O recife desce até cerca de 30 metros antes de entrar no mar aberto, e esses declives oferecem oportunidades para avistar espécies de peixes como os pomacantídeos das espécies Genicanthus spinus e Centropyge boylei.

Passagens como Tupapa e Avana cortam o recife. Há também rios de areia visitados por tartarugas, tubarões, muitos peixes-borboleta (das espécies Chaetodon aurigaChaetodon meyeri e Chaetodon unimaculatus) e cardumes de arraias.

As condições propícias (água transparente e morna) fazem de Rarotonga um bom local para novos mergulhadores, enquanto a visibilidade excepcional e abundância de luz natural tornam a ilha ideal para fotografia subaquática. A maioria das empresas de mergulho oferece cursos que, de preferência, devem ser reservados com antecedência.

Um toque de tradição

Rarotonga é singular entre a maioria das pequenas ilhas, pois os visitantes participam das idas e vindas da vida cotidiana, em vez de ficarem enfurnados em um resort.

O sol nasce sobre a Praia Muri de Rarotonga. Além de fazer excelentes mergulhos, os turistas ...

O sol nasce sobre a Praia Muri de Rarotonga. Além de fazer excelentes mergulhos, os turistas podem caminhar pelas montanhas exuberantes da ilha.

Foto de Didier Marti Getty Images

As experiências culturais são uma ótima maneira de se envolver com Rarotonga. Te Vara Nui oferece um passeio com quatro horas de duração pelo histórico vilarejo, incluindo um jantar e um show coreografado sobre a água, que pode ser assistido em cadeiras ou de uma plataforma em forma de ferradura que circunda o lago.

O Museu de Iniciativa Cultural das Ilhas Cook – Te Ara tem exposições fascinantes sobre a história, navegação, assentamento e saúde dos recifes das Ilhas Cook. Também é uma incubadora de negócios culturais sustentáveis que apoia os moradores que fabricam, desenvolvem e vendem produtos no local.

Moradores locais apresentam uma dança tradicional no Mercado Punanga Nui, que abre todos os sábados de ...

Moradores locais apresentam uma dança tradicional no Mercado Punanga Nui, que abre todos os sábados de manhã em Rarotonga.

Foto de Frank Heuer Laif, Redux

trilha que atravessa a ilha é uma caminhada extenuante de quase seis quilômetros de subida até a crista da ilha, que tem uma elevação de cerca de 400 metros. O caminho segue por uma trilha antiga, passando por troncos ondulados de figueiras-de-bengala, cujas raízes são excelentes pontos de apoio na trilha de argila escorregadia.

O pináculo é a base da montanha denominada Agulha, que tem quase 400 metros de altitude e representa um “ponto de energia” para o povo polinésio, com vistas de quase 360 graus no seu topo. A caminhada termina na Cachoeira de Wigmore, o local perfeito para nadar.

Se a sua estadia cair em um fim de semana, não deixe de visitar o Mercado Cultural de Punanga Nui, o ponto de encontro nas manhãs de sábado. Localizado à beira-mar próximo a Avarua, o principal município e capital de Rarotonga, fica repleto de turistas em busca de presentes para dar de lembrança, moradores locais que fazem compras e vendedores que estão mais interessados em colocar o papo em dia do que em aumentar suas vendas.

Em uma encruzilhada

Em 2017, foi fundado o Marae Moana, um parque marinho multiuso com cerca de 1,9 milhão de quilômetros quadrados nas Ilhas Cook. Abrange a Zona Econômica Exclusiva do país e proíbe a pesca industrial (com palangreiros e traineiras) em um raio de aproximadamente 92 quilômetros de cada ilha. No entanto, ainda é necessário mais trabalho de zoneamento no parque.

A mineração em alto-mar dentro do parque permanece um assunto controverso. Ambientalistas querem uma moratória de 10 anos na mineração do fundo do mar para coletar dados de referência e conduzir pesquisas suficientes para entender quaisquer possíveis impactos ambientais. Os cientistas estão preocupados com o fato de sabermos muito pouco sobre as profundezas do oceano e como ele sustenta a vida tanto acima quanto abaixo da água. E de sabermos menos ainda sobre os impactos da mineração.

O governo das Ilhas Cook, no entanto, atualmente está interessado na mineração exploratória, pois acredita que isso poderia diversificar os fluxos de receita do país e contribuir para a energia limpa.

Equilibrar proteção com desenvolvimento sustentável é uma tarefa difícil. Nas Ilhas Cook, cuja área total é de pouco mais de 240 quilômetros quadrados, o oceano circundante é um valioso recurso para a população local, e a saúde das águas desempenhará um papel significativo no futuro das ilhas.

Esta história foi adaptada do livro A Diver's Guide to the World: Remarkable Dive Travel Destinations Above and Beneath the Surface (Guia para Mergulhadores pelo Mundo: Destinos de Mergulho Surpreendentes Acima e Abaixo da Superfície, em tradução livre) da National Geographic, de autoria de Carrie Miller e Chris Taylor. O projeto deles, Beneath the Surface Media, usa narrativas e viagens de mergulho para incentivar a conservação ambiental por meio da exploração. Siga-os no Instagram.

A The Walt Disney Company é sócia majoritária da National Geographic Partners. Assista ao evento do filme em uma experiência em 3D. Avatar: O Caminho da Água atualmente está em exibição apenas nos cinemas.


Fonte:https://www.nationalgeographicbrasil.com/viagem/2022/12/onde-encontrar-na-vida-real-os-cenarios-de-avatar-o-caminho-da-agua







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