31/ATLAS, UM PLANETA OU NAVE ALIENÍGENA CHEGA NO PONTO MAIS PRÓXIMO DA TERRA: OS MISTÉRIOS E AS DESCOBERTAS SOBRE O COMETA QUE ESTÁ DE PASSAGEM PELO SISTEMA SOLAR

O cometa 3I/Atlas em imagem de 30 de novembro de 2025 do Telescópio Espacial Hubble

Astrônomos se organizam para fazer mais imagens por telescópio e descobrir mais sobre esse visitante de fora do Sistema Solar

Por 

Rafael Garcia

 — São Paulo

19/12/2025 00h01  Atualizado há 4 dias

A despedida do 3I/Atlas deixa um certo clima de melancolia entre amantes da astronomia, porque ele foi apenas o terceiro objeto de origem interestelar já identificado. Os outros dois foram Oumuamua, um rochedo alongado de cerca de 300 metros descoberto em 2017, e Borisov, um cometa interestelar bastante parecido com um cometa solar, encontrado em 2018. Especialistas acreditam que existe uma boa perspectiva de achar mais desse tipo de visitante no futuro, porém.

O Observatório Vera Rubin, no Chile, que abriga o projeto Legacy Survey of Space and Time (LSST), possui o telescópio com a maior câmera digital do mundo dedicado a fazer uma varredura do céu pelos próximos anos.

Com participação do Brasil, a empreitada é agora a melhor aposta para encontrar esses pedaços de material vindos de outros cantos da galáxia.

— A expectativa é que esse grande levantamento descubra de um a cinco objetos interestelares por ano — diz o astrônomo brasileiro Felipe Ribas, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

— A expectativa é que esse grande levantamento descubra de um a cinco objetos interestelares por ano — diz o astrônomo brasileiro Felipe Ribas, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Um bom sinal é que o próprio 3I/Atlas foi encontrado posteriormente nas primeiras imagens do LSST, datadas de quando o telescópio estava ainda sendo comissionado e testado no meio do ano. Ribas participa da equipe que está analisando essa observações.

Segundo o cientista, a medida que mais objetos interestelares sejam achados, teremos uma ideia melhor sobre se as coisas que enxergamos em volta do nosso Sol são parecidas com aquelas geradas em outras estrelas.

Quem se frustrou com este cometa não ser uma espaçonave ET, pode se entusiasmar com a constatação de que, talvez, o lugar de onde ele veio tenha um planeta parecido com a Terra. O fato de 3I/Atlas ser um cometa meio diferentão é revelador nesse sentido.


— Isso nos diz que, no ambiente em que esse cometa se formou, existe uma composição de elementos e matéria diferente da do Sistema Solar — afirma Ribas. — Sabemos agora que o 3I/Atlas veio de um sistema estelar que é diferente do nosso mas, mesmo assim, formou um cometa parecido com os nossos.


Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2025/12/19/passagem-do-cometa-3iatlas-acende-expectativa-entre-astronomos-por-novos-encontros-interestelares.ghtml

O telescópio Hubble capturou esta imagem do 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o cometa estava a 446 milhões de quilômetros da Terra. Imagem mostra alguns riscos de cor branca ou azul clara num fundo escuro.

Crédito,NASA, ESA, David Jewitt (UCLA) e Joseph DePasquale (STScI)

Legenda da foto,O telescópio Hubble capturou esta imagem do 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o cometa estava a 446 milhões de quilômetros da Terra

3I/Atlas chega no ponto mais próximo da Terra: os mistérios e as descobertas sobre o cometa que está de passagem pelo Sistema Solar

    • Author,André Biernath
    • Role,Da BBC News Brasil em Londres
  • Tempo de leitura: 6 min

As notícias sobre a descoberta do 3I/Atlas, um cometa "estrangeiro", que veio de fora do Sistema Solar, viajaram numa velocidade comparável à do próprio objeto interestelar.

E, junto com as informações divulgadas a partir de julho de 2025, surgiram também especulações e alegações que fogem do consenso de especialistas da área: algumas versavam sobre o risco desse cometa se chocar com a Terra; outras sugeriam que ele seria, na verdade, uma nave alienígena.

Na próxima sexta-feira (19/12), o 3I/Atlas estará no ponto mais perto de nosso planeta — embora, como você entenderá ao longo da reportagem, falar em proximidade aqui seja praticamente um exagero.

Mas essa posição dele permitirá que alguns telescópios e outros equipamentos avançados capturem imagens e façam medições valiosas sobre esse cometa — o que, por sua vez, pode nos ajudar a entender um pouco melhor como sistemas planetares diferentes do nosso foram formados.

Mas o que já sabemos sobre o 3I/Atlas? E quais mistérios ainda carecem de esclarecimentos? Entenda a seguir como esse objeto que veio de lugares muito distantes pode trazer respostas valiosas.

O que é o 3I/Atlas?

O astrônomo Jorge Marcio Carvano, do Observatório Nacional, explica que cometas são objetos feitos de gelo e poeira que se formaram em regiões periféricas dos sistemas planetares.

Mas o que torna o 3I/Atlas tão especial? O ponto é que a vasta maioria dos cometas observados pelos cientistas nos últimos séculos se originaram dentro do Sistema Solar.

O 3I/Atlas é apenas o terceiro objeto interestelar, que vem de fora de nossa "vizinhança" formada por Sol, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, etc., a ser captado pelos observatórios, laboratórios e centros de pesquisas das agências espaciais e das universidades.

Os outros dois são o Oumuamua, descoberto em 2017, e o Borisov, em 2019.

E isso abre uma janela de oportunidade única: entender como outros sistemas planetários, diferentes do nosso, nasceram.

"Os cometas são feitos de grãos de poeira com gelo que não chegaram muito próximo do Sol em nenhum ponto da sua formação. Então esse material fica preservado", contextualiza Carvano.

"Quando a gente observa os cometas, conseguimos estudar o que aconteceu no início da formação do Sistema Solar, para entender como foram os processos que geraram a Terra e os outros planetas", complementa o especialista.

É possível que esses objetos também estejam relacionados à origem da água na Terra — algumas evidências sugerem que parte da água disponível no nosso planeta tenha vindo de asteroides ou cometas.

"Além disso, esses objetos tendem a ser ricos em material orgânico, o que abre a possibilidade de eles terem alguma relação com o aparecimento da vida no Sistema Solar", acrescenta Carvano.

No caso específico do 3I/Atlas, isso tudo ganha outra proporção, como mencionado anteriormente.

"Como ele vem de outro local, há possibilidade de entender essas questões numa escala maior, a partir de outras estrelas e da formação de outros sistemas planetários", diz o astrônomo.

Imagem em preto e branco de diversos objetos claros num fundo escuro

Crédito,Atlas, Universidade do Havaí e Nasa

Legenda da foto,Esta imagem mostra a primeira observação do cometa 3I/Atlas, em 1º de julho de 2025. Um telescópio localizado no Chile foi o primeiro a relatar que o cometa se originou no espaço interestelar

Respostas no ritmo da Ciência

Vale ponderar, no entanto, que todo esse conhecimento vai demorar a ganhar forma.

Isso porque é necessário capturar as imagens, fazer todas as medições, para aí sim começar as análises e interpretações dos dados — algo que pode levar meses ou até anos.

Uma data-chave para esse esforço é o dia 19 de dezembro, data em que o 3I/Atlas atingirá o ponto mais próximo em relação à Terra — algo em torno de 270 milhões de quilômetros, ou quase duas vezes a distância do nosso planeta até o Sol.

Isso permitirá que diferentes equipamentos, como o telescópio Hubble, realizem observações e captem detalhes do 3I/Atlas.

Para ter ideia, até estimativas que parecem mais simples podem ser bem complicadas de fazer quando falamos em distâncias estelares.

É o caso, por exemplo, de saber o tamanho desse cometa: inicialmente, agências como a Nasa afirmavam que o 3I/Atlas deveria ter algo entre 300 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro.

"Algumas observações e modelos recentes sugerem que esse cometa tem um tamanho menor, algo como 600 a 800 metros de diâmetro", informa Carvano.

Essa conta é dificultada porque, conforme viaja pelo espaço e se aproxima do Sol, o objeto é rodeado por uma grande nuvem de gás e poeira.

Lembra que o cometa é formado por gelo? Ao chegar perto de uma estrela, o calor e a radiação dão início a um processo de sublimação, ou seja, de conversão do gelo em gás.

E, junto com a liberação de substâncias em estado gasoso, o cometa também perde parte da poeira que estava encapsulada em seu interior.

É justamente isso que forma aquele rastro, ou a chamada "cauda do cometa" — que, no caso do 3I/Atlas, foi alvo de uma controvérsia.

Ilustração de um cometa

Crédito,Getty Images

Legenda da foto,Geralmente, os cometas têm uma cauda que vai na direção contrária ao Sol

Cometa ou nave alienígena?

Isso porque esse objeto interestelar apresentou em algumas ocasiões um comportamento um tanto diferente na liberação de gases e poeira.

Carvano explica que, geralmente, pela ação da radiação e dos ventos solares, as caudas dos cometas se formam e são "sopradas" na direção contrária ao Sol.

No entanto, foi observado que o 3I/Atlas também fazia essa liberação de gases e poeira na direção do Sol, como se fosse uma "cauda reversa" — ou um "topete".

E essa evidência ajudou a dar fôlego a algumas teorias que sugerem que o 3I/Atlas seria, na verdade, uma nave alienígena.

Mas tal alegação é descartada pelo consenso dos cientistas que fazem pesquisas nessa área da astronomia.

Numa coletiva de imprensa realizada em novembro, Amit Kshatriya, um dos representantes da Nasa, falou diretamente sobre esse debate, que ele classificou como um "rumor".

"Acho importante falarmos sobre isso [as origens do 3I/Atlas]. Esse objeto é um cometa. Ele tem a aparência e comportamento de um cometa. E todas as evidências apontam para que ele seja um cometa", comentou ele.

Carvano acrescenta que é esperado que um objeto que se originou fora do Sistema Solar tenha comportamentos e padrões um pouco diferentes ao que estamos acostumados.

"Mesmo essa questão da cauda na direção do Sol, nós já observamos isso em cometas do próprio Sistema Solar", exemplifica ele.

"O 3I/Atlas é um objeto que vem de fora do Sistema Solar, a gente já esperava que ele tivesse uma composição diferente da média", complementa o especialista.

Entre notícias e boatos, Carvano acredita que novos objetos interestelares que estejam de passagem pelas nossas vizinhanças da Via Láctea sejam encontrados ao longo dos próximos anos.

"Nós agora temos telescópios melhores e conseguimos analisar os dados de maneira mais eficiente, o que facilita a descoberta desse tipo de objeto", observa ele.

"Vivemos uma época bastante excitante para o estudo dos cometas", constata o astrônomo.

Quando foi descoberto, o 3I/Atlas viajava a uma velocidade de 221 mil km/h — e sua trajetória indica que essa será a primeira — e única — vez que ele passará "perto" do planeta Terra.

Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/articles/cgqzkx0120xo

Cauda invertida: entenda característica detectada em cometa interestelar 3I/Atlas que provocou teorias alienígenas

Astrônomos se organizam para fazer mais imagens por telescópio e descobrir mais sobre esse visitante de fora do Sistema Solar, que terá hoje sua aproximação máxima da Terra

Por 

Rafael Garcia

 — São Paulo

19/12/2025 00h01  Atualizado há 3 dias

O objeto astronômico que mais causou furor em 2025, o 3I/Atlas, terá sua aproximação máxima da Terra nesta sexta-feira e, em seguida, começa a ir embora do Sistema Solar, para sempre. Nesta última semana da visita, astrônomos se organizam para observá-lo e tentar descobrir algo mais sobre sua origem. O rumor que mais fez o 3I/Atlas atrair atenção do público porém, já se provou equivocado: ele não é uma espaçonave alienígena, e sim um cometa.

Quando o objeto foi detectado, em julho, o pouco que se sabia dele é que tinha origem interestelar. Em outras palavras, por sua trajetória, era possível saber que não estava orbitando o Sol, e tinha se originado em um outro sistema estelar, não no Sistema Solar.

Mas o 3I/Atlas tinha uma característica estranha quando chegou ao Sistema Solar. Quando foi detectado em julho, perto da órbita de Júpiter, sua cauda estava apontando mais ou menos na direção do Sol. Isso é atípico para um cometa comum, que normalmente tem a cauda apontando para o outo lado.

A cauda se forma quando o vento solar (partículas eletricamente carregadas emanadas pelo Sol) 'sopra' os gases da atmosfera do cometa na direção oposta. Por isso só ficou claro que o 3I/Atlas era mesmo um cometa quando ele se aproximou mais do Sol e uma cauda convencional se formou.


Astrônomos fizeram então uma primeira análise por espectrometria (decomposição da luz) e observaram que o 3I/Atlas tinha uma composição metálica um pouco diferente da de um cometa comum. Isso gerou especulação de que se tratava de um artefato tecnológico, mas à medida que ele se aproximava, ficava mais claro que era mesmo um cometa, ainda que não totalmente comum.

— No geral, ele é mais semelhante do que diferente — afirma Cyrielle Opitom, astrônoma da Universidade de Edinburgo, envolvida em vários estudos sobre o 3I/Atlas. — Ele se comporta de maneira muito parecida com um cometa do nosso próprio Sistema Solar, com sua dispersão de gases, sua atmosfera ao redor e sua cauda. O que há é uma pequena diferença em sua composição.

O visitante interestelar, apontam observações preliminares, é muito rico em dióxido de carbono, algo visto em poucos cometas conhecidos, além de ter uma proporção diferente de ferro e níquel (com pequeno excesso deste segundo metal)


Origem tecnológica extraterrestre?

Essa anomalia não chega a ser totalmente inédita no Sistema Solar, mas foi o suficiente para o astrofísico Abraham Loeb, da Universidade Harvard, ter lançado ele próprio em julho a hipótese sobre o objeto em questão ter origem tecnológica extraterrestre.

No estudo mais recente do cientista, porém, ele aparenta já não se preocupar com essa possibilidade. O trabalho é dedicado a entender o processo de formação da cauda do objeto, já tratado cometa. A palavra "alien" não é reutilizada na pesquisa.


Loeb e outros cientistas acreditam que a "anti-cauda" do cometa interestelar apareceu quando ele estava muito distante ainda, e só sua face mais próxima do Sol estava quente o suficiente para sublimar. Com esse material descolando do cometa só em seu lado iluminado, ele começa a ser ejetado na forma de grãos de gelo ainda grandes demais para serem arrastadas pelo vento solar. Só quando a radiação solar derreteu esses "floquinhos de neve" cometários é que a cauda convencional do cometa teria começado a se formar.

Os trabalhos mais recentes sobre 3I/Atlas, incluindo os de Loeb e os de Opitom, estão todos sendo divulgados como "pré-prints", estudos ainda sem revisão independente, porque cientistas querem interagir logo enquanto o objeto ainda está no Sistema Solar. Uma vez que essas análises passem pela peneira da revisão, será mais fácil saber quais têm chances melhores de estarem corretos.


As observações mais precisas sobre o 3I/Atlas, porém, não estão ainda descritas nos estudos.

Sondas espaciais da Nasa na órbita de Marte já fizeram imagens quando o 3I/Atlas passou perto do planeta vermelho, e existe uma esperança remota de que a sonda Juno, na órbita de Júpiter, possa capturar alguma coisa também. tenham sido feitas.

A cientista está envolvida tanto na análise de imagens do Telescópio Espacial James Webb, da Nasa, quanto nas do Very Large Telescope (VLT), o maior do mundo, construído pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile.

— Essa é uma oportunidade única para estudar de muito perto um pedaço de material formado em torno de outra estrela — diz Opitom. — Os outros métodos para fazer isso dependem de observar coisas muito, muito distantes, e são mesmo difíceis.

Não foi com esses supertelescópios, porém, que o 3I/Atlas foi encontrado. Quem o achou foi o projeto Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (Atlas), também da Nasa, que tem um telescópio menor no Chile dedicado a varrer o céu e achar astros em risco de colisão com a Terra. Não é o caso do 3I/Atlas, que passará a 270 milhões de quilômetros de nós e se afastará para sempre.

Sondas espaciais da Nasa na órbita de Marte já fizeram imagens quando o 3I/Atlas passou perto do planeta vermelho, e existe uma esperança remota de que a sonda Juno, na órbita de Júpiter, possa capturar alguma coisa também.

Futuros visitantes

A despedida desse cometa deixa um certo clima de melancolia entre amantes da astronomia, porque ele foi apenas o terceiro objeto de origem interestelar já identificado. Os outros dois foram Oumuamua, um rochedo alongado de cerca de 300 metros descoberto em 2017, e Borisov, um cometa interestelar bastante parecido com um cometa solar, encontrado em 2018.

Especialistas acreditam que existe uma boa perspectiva de achar mais desse tipo de visitante no futuro, porém. O Observatório Vera Rubin, no Chile, que abriga o projeto Legacy Survey of Space and Time (LSST), possui o telescópio com a maior câmera digital do mundo dedicado a fazer uma varredura do céu pelos próximos anos.


Com participação do Brasil, a empreitada é agora a melhor aposta para encontrar esses pedaços de material vindos de outros cantos da galáxia.

— A expectativa é que esse grande levantamento descubra de um a cinco objetos interestelares por ano — diz o astrônomo brasileiro Felipe Ribas, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Um bom sinal é que o próprio 3I/Atlas foi encontrado posteriormente nas primeiras imagens do LSST, datadas de quando o telescópio estava ainda sendo comissionado e testado no meio do ano. Ribas participa da equipe que está analisando essa observações.

Segundo o cientista, a medida que mais objetos interestelares sejam achados, teremos uma ideia melhor sobre se as coisas que enxergamos em volta do nosso Sol são parecidas com aquelas geradas em outras estrelas.

Quem se frustrou com este cometa não ser uma espaçonave ET, pode se entusiasmar com a constatação de que, talvez, o lugar de onde ele veio tenha um planeta parecido com a Terra. O fato de 3I/Atlas ser um cometa meio diferentão é revelador nesse sentido.

— Isso nos diz que, no ambiente em que esse cometa se formou, existe uma composição de elementos e matéria diferente da do Sistema Solar — afirma Ribas. — Sabemos agora que o 3I/Atlas veio de um sistema estelar que é diferente do nosso mas, mesmo assim, formou um cometa parecido com os nossos.


Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2025/12/19/cauda-invertida-entenda-caracteristica-estranha-detectada-em-cometa-interestelar-3iatlas-que-provocou-teorias-alienigenas.ghtml



Cometa interestelar 3I/ATLAS emite brilho esverdeado em novas imagens.


Cometa interestelar 3I/ATLAS emite brilho esverdeado em novas imagens

Telescópio capturou o cometa depois que ele reapareceu de trás do Sol em sua trajetória para fora do Sistema Solar

Por O Globo — Rio de Janeiro

13/12/2025 15h06  Atualizado há 4 dias

O Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica e Infravermelha da Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF NOIRLab) divulgou, nesta sexta-feira, novas imagens capturadas pelo telescópio Gemini North, em Maunakea, no Havaí, que mostram o cometa 3I/ATLAS emitindo um brilho esverdeado. O cometa é o terceiro objeto interestelar a entrar no Sistema Solar depois de 'Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019).

Segundo os pesquisadores responsáveis pela divulgação, as novas observações revelam como o cometa mudou após fazer sua maior aproximação ao Sol. Após emergir de trás do astro, o 3I/ATLAS reapareceu no céu próximo a Zaniah, um sistema estelar triplo localizado na constelação de Virgem.



Em imagens anteriores do cometa, ele aparentava ter uma coloração avermelhada. Já na nova imagem, ele apresenta um brilho esverdeado tênue.

Cometa interestelar 3I/ATLAS emite brilho esverdeado em novas imagens — Foto: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/B. Bolin
Cometa interestelar 3I/ATLAS emite brilho esverdeado em novas imagens — Foto: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/B. Bolin

De acordo com os cientistas, isso ocorre devido à luz emitida por gases na coma (atmosfera difusa de gás e poeira que envolve seu núcleo) do cometa que evaporam à medida que ele se aquece, incluindo o carbono diatômico (C₂), uma molécula altamente reativa formada por dois átomos de carbono que emite luz em comprimentos de onda verdes.

O que ainda não se sabe, explicam, é como o cometa irá se comportar à medida que se afasta da vizinhança do Sol e esfria. Muitos cometas apresentam uma reação tardia ao calor solar devido ao tempo que ele leva para penetrar no seu interior. Esse atraso pode ativar a evaporação de novos compostos químicos ou desencadear uma explosão do cometa.

Trajetória do cometa interestelar 3I/ATLAS através do nosso sistema solar — Foto: NASA/JPL-Caltech
Trajetória do cometa interestelar 3I/ATLAS através do nosso sistema solar — Foto: NASA/JPL-Caltech

As observações foram realizadas como parte de uma iniciativa de divulgação pública organizada pelo NOIRLab em colaboração com o Shadow the Scientists, um projeto criado para conectar o público a cientistas e promover a participação em experimentos científicos autênticos, como experiências de observação astronômica com telescópios de classe mundial.

O programa científico foi liderado por Bryce Bolin, pesquisador da Eureka Scientific.


Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2025/12/13/cometa-interestelar-3iatlas-emite-brilho-esverdeado-em-novas-imagens.ghtml

 

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