FIM DO ROMANTISMO? ENTENDA COMO A 'CULTURA DO DESAPEGO' PODE INFLUENCIAR OS RELACIONAMENTOS NA ATUALIDADE

  


Fim do romantismo? Entenda como a 'cultura do desapego' pode influenciar os relacionamentos na atualidade

Um levantamento de um aplicativo de relacionamentos mostrou que ainda há espaço, e até uma certa carência, para o romantismo. Tema será discutido no Saia Justa desta quarta (22)

Por Maria Guimarães, gshow — Rio de Janeiro

22/10/2025 05h04  Atualizado há 4 semanas


 Flores, serenatas, bilhetinhos... Teriam as declarações de amor virado clichês nas relações atuais? Parece que não! Uma pesquisa recente do aplicativo de relacionamentos Bumble mostrou que 52% dos usuários se consideram românticos, mas a maneira de expressar o amor mudou. Isso porque o estudo afirmou que 86% dos solteiros enxergam demonstrações de afeto em gestos simples, como enviar memes ou criar playlists de música.


O resultado da pesquisa, que ouviu 41.294 pessoas, entre 18 e 35 anos, em diferentes regiões do mundo, incluindo o Brasil, revela que a diversidade de ferramentas digitais não muda o desejo das pessoas pelo romance e o encantamento.

Mas afinal, o que faz com que as formas de demonstrar afeto tenham mudado nos relacionamentos? Parte dessas respostas devem surgir no sofá do Saia Justa da quarta-feira (22), com as apresentadoras ElianaBela GilJuliette Erika Januza, que vão debater o tema e provocar reflexões sobre o amor moderno.




Romance x solidão nos tempos modernos — Foto: Unsplash


Também para entender melhor essa equação, e conversar com o psicólogo Luan Paris Feijó, membro da Associação Brasileira de Psicologia,ele explicou que a velocidade das conexões atualmente é uma das mudanças de comportamento que mais contribuíram para a perda do ideal romântico nos relacionamentos.

"A cultura do 'match' tornou os vínculos possivelmente mais imediatos e descartáveis. O amor, na sociedade contemporânea, passou a seguir a lógica do consumo: fácil de acessar, fácil de substituir – o que pode gerar frustração e solidão. As pessoas buscam se proteger da frustração e, com isso, evitam se envolver profundamente", explica.

Mudanças geracionais

Além disso, o psicólogo explica que há uma questão geracional que influencia a maneira como enxergamos os relacionamentos amorosos, especialmente pelo aumento do contato com as mídias digitais.

"As gerações mais jovens cresceram em um contexto de internet e mídias mais disponíveis, com exposição constante, o que influencia a forma como se relacionam. Gerações mais recentes, tendem a valorizar mais a liberdade e o prazer do momento do que a ideia de amor eterno", pondera.

Ele ressalta que isso não significa que pessoas mais jovens amem menos, mas que vivem o amor de modo mais fluido, menos idealizado e mais atento aos limites pessoais. "O romantismo mudou de forma — deixou de ser promessa de permanência e passou a ser expressão de presença. Ou seja, não necessariamente o romantismo mudou, mas existem diferentes formas de expressão do romantismo, e às vezes, há dificuldade de leitura dessas formas de comunicação do amor", diz.


Dicas para o relacionamento


O psicólogo ainda deixa dicas para intensificar as demonstrações de afeto nas relações.

  • O desejo precisa de espaço para crescer — e o excesso de pressa e estímulos pode enfraquecer esse espaço;
  • A comunicação é essencial, mas não apenas para falar: é preciso também escutar o outro, deixar o silêncio e o tempo fazerem parte do vínculo;

"Recuperar um pouco do romantismo talvez signifique justamente isso — voltar a se interessar de verdade pelo outro, com curiosidade, presença e cuidado. Amar, no fim, continua sendo sobre encontro: sujeitos que se permitem sentir, se comunicar e construir juntos, mesmo num momento em que se tenta acelerar tudo", diz.


Fonte: https://gshow.globo.com/comportamento/noticia/fim-do-romantismo-entenda-como-a-cultura-do-desapego-pode-influenciar-os-relacionamentos-na-atualidade.ghtml



 

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