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China tirou dos
EUA a liderança em robôs humanoides, diz CEO do Web Summit
Executivo afirma que americanos operam
no passado ao desconsiderar inovações vindas de outros polos. 'Não dá para
ignorar o Sul Global'
Por
— Lisboa
13/11/2025 16h54 Atualizado há 2 dias
A China já superou os Estados Unidos na liderança dos robôs humanoides. É o que afirma Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, maior evento de tecnologia europeu, sobre o atual momento das iniciativas que operam na fronteira tecnológica.
Em entrevista, ele diz que as empresas americanas ainda não estão prontas para demonstrar seus robôs em eventos como as chinesas — a exemplo do dançante da Unitree, que roubou a cena ao transitar pela conferência em Lisboa.
— As empresas americanas de robótica humanoide, que fazem todos aqueles vídeos incríveis, ainda não estão prontas para apresentar seus robôs no piso. Mas as empresas chinesas não têm esse problema — disse ele, ao ser questionado sobre o que mais o surpreendeu no evento.
— Para mim, a liderança em robótica, que antes era dos Estados Unidos, e um pouco da Coreia e do Japão, agora migrou para a China — destacou.
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O executivo espera trazer à capital portuguesa, na próxima edição, ao menos três novas empresas chinesas produtoras de robôs. Especialmente os do tipo "humanoide", disse ele, ao se referir às máquinas que assemelham aos humanos, geralmente programadas para realizar tarefas cotidianas ou operar em fábricas.
Em junho de 2026, a cidade do Rio de Janeiro receberá a quarta edição do Web Summit. Levar o robô da startup chinesa Unitree ao encontro na América Latina está entre os planos, revelou:
— Vamos ver se conseguimos convencê-los. Acho que seria uma ótima oportunidade.
A expectativa do empresário irlandês é que a edição em solo carioca receba ainda mais público internacional, incluindo americanos, centro-americanos, europeus, e, especificamente, mais portugueses — já que há mais brasileiros "do que nunca" em Lisboa, diz ele.
Para Cosgrave, levar inovações chinesas ao Brasil não parece ser um grande desafio. Ele observou que o país vem diversificando seus parceiros de negócios — e estreitando relações com a China, abrindo novos mercados, mesmo com a postura do governo americano de aplicar tarifas comerciais.
Na visão do executivo, as tarifas comerciais prejudicam mais os próprios Estados Unidos por serem contraproducentes. Ele argumentou que as medidas acabando refletindo um viés de superioridade histórica que ainda marca o Ocidente, com a crença de que seus valores e sistemas seriam “melhores”.
Esse olhar, segundo ele, ainda impede que o mundo ocidental aprenda com outros modelos, especialmente o chinês.
A boa notícia, segundo Cosgrave, é que parece ser inevitável uma mudança desta visão diante do peso crescente dos países emergentes.
— Os olhos de quem está no Ocidente estão se abrindo, porque já não dá mais para ignorar os Brics, o Sul Global, a maioria global — disse ele, ao citar o Pix, sistema de pagamentos brasileiro, que chamou a atenção até de Trump. — Veja o Pix. Como é que no Brasil surgiu um sistema de pagamentos revolucionário que foi de zero a mais de 40% de todas as transações em cerca de quatro anos? — questiona.
O fundador do Web Summit afirmou que o futuro da tecnologia pode ser moldado por uma visão mais plural.
— A inovação está vindo de muitos lugares, como o Brasil, mas especialmente da China.
Fonte:https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2025/11/13/china-tirou-dos-eua-a-lideranca-em-robos-humanoides-diz-ceo-do-web-summit.ghtml
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