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China pede
‘consenso urgente’ entre avanço da inteligência artificial e segurança global
Premier chinês afirma que IA não pode
ser monopolizada por poucos países e destaca riscos éticos e geopolíticos
Por
AFP
— Xangai
26/07/2025 06h30 Atualizado há 3
meses
Ao discursar na cerimônia de abertura, Li destacou a importância da governança internacional e do desenvolvimento de tecnologias de código aberto. Ele também anunciou a criação de um órgão de cooperação internacional focado em IA.
— Os riscos e desafios trazidos pela inteligência artificial têm chamado bastante atenção (…) Encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento e segurança exige, urgentemente, mais consenso de toda a sociedade — afirmou o premier.
Li destacou ainda que a China “promoverá ativamente” o avanço da IA em plataformas abertas e está disposta a compartilhar seus progressos com outras nações, sobretudo as em desenvolvimento.
— Se nos dedicarmos a monopolizar, controlar e bloquear a tecnologia, a inteligência artificial passará a ser algo restrito a poucos países e a poucas empresas — alertou. — Só se respeitarmos os princípios de abertura, compartilhamento e acesso justo à inteligência, mais países e grupos poderão se beneficiar da IA.
O dirigente também mencionou o “fornecimento insuficiente de capacidade computacional e chips” como um dos principais gargalos do setor. A declaração acontece em um contexto de tensão com os Estados Unidos, que nos últimos anos endureceram as restrições à exportação de chips avançados para a China, temendo seu uso em sistemas militares.
Pequim, por sua vez, tornou a IA um dos pilares de sua estratégia de autossuficiência tecnológica e anunciou diversas políticas de incentivo ao setor. Em janeiro, a empresa chinesa DeepSeek apresentou um modelo de IA com desempenho equivalente aos sistemas americanos mais avançados, mesmo com chips menos potentes.
‘Como ter um filhote de tigre como pet’
À medida que a IA passa a integrar quase todas as indústrias, aumentam as preocupações éticas em torno do seu uso — da propagação de desinformação ao impacto sobre o emprego e a eventual perda de controle sobre a tecnologia.
O ganhador do Prêmio Nobel de Física Geoffrey Hinton fez uma analogia durante o WAIC:
— É como ter um filhote de tigre muito fofo como animal de estimação. Para sobreviver, precisamos garantir que conseguiremos treiná-lo para que não nos mate quando crescer — declarou.
Em um vídeo transmitido na cerimônia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a governança da IA será “uma prova decisiva da cooperação internacional”.
A enviada da Presidência francesa para assuntos de IA, Anne Bouverot, também participou do evento e ressaltou “a necessidade urgente” de uma ação global coordenada.
Durante uma cúpula de IA realizada em Paris, em fevereiro, 58 países — incluindo China, França, Índia, União Europeia e Comissão da União Africana — assinaram uma declaração pedindo maior coordenação para a governança da tecnologia. Estados Unidos e Reino Unido, no entanto, se recusaram a assinar o texto, alegando oposição a “regulações excessivas” e defendendo um modelo menos restritivo de desenvolvimento da IA.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/07/26/china-pede-consenso-urgente-entre-avanco-da-inteligencia-artificial-e-seguranca-global.ghtml
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