EINSTEIN E HAWKING TINHAM RAZÃO? COLISÃO ENTRE BURACOS NEGROS CONFIRMA PREVIS~OES FEITAS HÁ DÉCADAS; ENTENDA
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Einstein e
Hawking tinham razão? Colisão entre buracos negros confirma previsões feitas há
décadas; entenda
Evento GW250114 oferece a observação
mais detalhada de fusões cósmicas e valida teorias clássicas da gravidade
Por O Globo — Washington
28/10/2025 04h02  Atualizado agora
Você já imaginou como seria observar dois buracos negros colidindo no espaço profundo? Foi exatamente isso que astrônomos detectaram em janeiro com o evento GW250114, registrado pelo Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria Laser (LIGO) — o sinal mais claro de ondas gravitacionais já medido. A fusão, que confirmou previsões formuladas há décadas pelos físicos Albert Einstein, Roy Kerr e Stephen Hawking, marcou, assim, um novo capítulo na astronomia das ondas gravitacionais.
O evento foi captado pelos instrumentos do LIGO em Livingston, na Louisiana, e Hanford, em Washington, por meio de ondas gravitacionais — minúsculas ondulações no espaço-tempo geradas pelo choque dos buracos negros.
— Os buracos negros estavam a cerca de 1,1 bilhão de anos-luz de distância e orbitavam um ao outro quase em círculo perfeito — afirmou Maximiliano Isi, professor assistente de astronomia na Universidade de Columbia e astrofísico do Centro de Astrofísica Computacional do Instituto Flatiron, em Nova York.
Teorias clássicas
Cada um dos buracos negros registrados em janeiro tinha cerca de 33 massas solares, e a fusão resultou em um novo buraco negro de 63 massas solares. Segundo Isi, a precisão dos instrumentos atuais permitiu estudar a fusão com detalhes inéditos, revelando sinais que confirmam previsões clássicas sobre a estrutura e o comportamento desses objetos.
O LIGO, que inclui também os instrumentos Virgo, na Itália, e KAGRA, no Japão, detecta variações minúsculas no espaço correspondentes a alterações mil vezes menores do que o raio do núcleo de um átomo. Desde 2015, quando registrou ondas gravitacionais pela primeira vez, o observatório permitiu identificar mais de 300 fusões de buracos negros.
A primeira previsão confirmada remonta a 1963, quando o matemático Roy Kerr sugeriu que buracos negros poderiam ser descritos apenas por dois números: massa e rotação. A análise do sinal revelou dois modos de ressonância (ou overtones), permitindo confirmar que o buraco negro resultante segue precisamente a teoria de Kerr. O segundo marco teórico foi o teorema da área, formulado por Stephen Hawking em 1971, segundo o qual a área total do horizonte de eventos de um buraco negro nunca pode diminuir após uma fusão.
— Conseguimos medir a área dos buracos negros originais e do objeto final, confirmando que a superfície aumentou, exatamente como Hawking previa — detalhou Isi.
Kip Thorne, laureado com o Prêmio Nobel pelo LIGO, comentou que o físico britânico, falecido em 2018, teria ficado encantado com a confirmação.
Especialistas internacionais ressaltam a importância do novo estudo. Emanuele Berti, da Universidade Johns Hopkins, comparou a detecção das ondas a “ouvir uma agulha num palheiro”, destacando que o nível de detalhe da ressonância é sem precedentes. Leor Barack, da Universidade de Southampton, acrescentou que a extração nítida do primeiro harmônico da vibração representa o teste mais preciso já feito de buracos negros.
Para Macarena Lagos, da Universidade Andrés Bello, no Chile, a observação não apenas valida teorias clássicas, mas também abre caminho para futuras detecções ainda mais precisas.
— Estas observações prometem fornecer testes mais rigorosos da nossa compreensão do espaço-tempo e da gravidade — afirmou.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/epoca/noticia/2025/10/28/einstein-e-hawking-tinham-razao-colisao-entre-buracos-negros-confirma-previsoes-feitas-ha-decadas-entenda.ghtml?l
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