'TARIFAÇO' DE TRUMP CONTRA CANADÁ, MÉXICO E CHINA JÁ MOSTRA IMPACTOS NOS MERCADOS INTERNACIONAIS E AQUI NO BRASIL.ENTENDA
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O presidente americano Donald Trump assina ordens executivas no Salão Oval — Foto: Bonnie Cash / Bloomberg 'Tarifaço' de Trump contra Canadá, México e China já mostra impactos nos mercados internacionais e aqui no Brasil. Entenda Por Míriam Leitão03/02/2025 09h32 Atualizado há 2 semanas Os mercados amanheceram em queda forte, na Europa e os futuros dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, às 6h30m a S&P registrava queda de 1,5%, a Dow Jones recuava 1,29%, a Nasdaq caía 1,81% e o índice europeu estava negativo em 1,40%. A queda afeta, especialmente, ações das empresas automobilísticas, já que grande parte dos carros comprados nos Estados Unidos são montados no México e no Canadá. Mesmo a Tesla, de Elon Musk, atual secretário do governo Trump, ainda que monte seus modelos elétricos em solo americano, precisa de peças oriundas do Canadá e da China. O mercado havia pagado para ver, achando que o presidente Donald Trump não colocaria em prática o "tarifaço" que tinha ameaçado implementar durante a campanha. Mas ele anunciou no sábado. Nesta terça-feira, dia 4, entram em vigor a taxação de 25% sobre as importações oriundas de Canadá e México, e de 10% contra a China. Durante a campanha, Trump chegou a falar em tarifas de até 60% contra a China, mas implementou um percentual mais baixo ao gigante asiático, sendo bem mais contundente contra os seus dois principais vizinhos e parceiros, com os quais tem um acordo comercial, o USMCA, que substituiu o Nafta, em 2020, desconsiderado pela nova política tarifária.Um dos efeitos imediatos da ameaça de guerra comercial é a valorização do dólar. Analistas apostam que a moeda americana subirá hoje, depois das quedas das últimas semanas. Isso complica a economia brasileira, que trava uma batalha contra a inflação. Apesar dos EUA terem superávit na relação comercial com o Brasil, isso não exclui os riscos de que sejamos atingidos pelo "tarifaço" americano. Trump já citou que as tarifas brasileiras são altas, o que é um fato. Independentemente da mudança na tarifa, o Brasil é atingido indiretamente com a desaceleração do crescimento mundial, diante desse ambiente de guerra comercial. Nesse momento, no entanto, o principal canal de contaminação da economia brasileira será o dólar, que já abriu em alta nesta segunda-feira.É importante lembrar que, na semana passada, o Fed (banco central americano) encerrou o ciclo de queda de juros. O novo cenário pode levar até a alta na taxa americana no futuro, o que empurra os juros globais para cima. Neste domingo, Trump admitiu em sua rede social que o aumento das tarifas de importação pode provocar alguma "dor", mas garantiu que "o preço valerá à pena". A dor econômica, no entanto, pode ser maior do que o presidente Trump faz parecer. Inflação, desemprego e até recessão são alguns dos efeitos que podem ser sentidos pelos americanos como reflexo da política protecionista do novo governo.Haverá respostas à ofensiva americana. O Canadá já disse que vai retaliar. O México foi mais cauteloso, a presidente Claudia Sheinbaum disse que quer conversar com o governo americano. A China anunciou "contramedidas correspondentes", sem dar mais informações sobre o que será feito. O que está certo é que os três países alvo do tarifaço já disseram que vão recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). A reação, no entanto, não esperou uma decisão da OMC. A instituição multilateral, que vem sendo esvaziada nos últimos anos, neste momento tem um problema extra: a falta de indicação dos representantes americanos para compor o tribunal que julga esses temas.A questão é que o caminho da retaliação é sem fim, e os precedentes históricos mostram que o resultado desse tipo de política é a recessão. O que é preocupante para os Estados Unidos, claro, mas também para todo o mundo. A economia americana é muito grande, e tudo que acontece por lá afeta todos os outros países. Fonte:https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2025/02/tarifaco-de-trump-contra-canada-mexico-e-china-ja-mostra-impactos-nos-mercados-internacionais-e-aqui-no-brasil-entenda.ghtml
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