'Sou celíaco! E agora? Ouvi falar que até na libido
isso interfere!'
Há fundamentos para afirmar que a
doença celíaca não diagnosticada pode prejudicar a vida amorosa de uma pessoa
Por
Regina Racco
15/10/2024 11h18 Atualizado 15/1
Sim, infelizmente você ouviu falar a verdade, mas não é motivo para pânico.
Há fundamentos para afirmar que a doença celíaca não diagnosticada pode prejudicar a vida amorosa de uma pessoa. Isso acontece porque a doença celíaca não tratada impacta a saúde física e emocional de várias maneiras, o que, por consequência, pode afetar os relacionamentos. Aqui está uma pequena lista de como isso acontece:
1. Cansaço e fadiga constante
A inflamação crônica no intestino delgado, causada pelo consumo de glúten em pessoas com doença celíaca não consome, afetando a ingestão de nutrientes essenciais. Isso leva à deficiência de vitaminas e minerais, resultando em cansaço extremo e fadiga. A falta de energia pode dificultar o engajamento emocional e físico em um relacionamento, tornando a pessoa mais propensa a se afastar e relegar para segundo plano suas intenções amorosas.
2. Mudanças no humor
Pessoas com doença celíaca não expostas podem sofrer de irritabilidade, ansiedade, depressão ou alterações de humor devido à má absorção de nutrientes, como o ferro e o magnésio, que são essenciais para o equilíbrio emocional. Essas mudanças podem gerar conflitos no relacionamento, já que o parceiro pode não entender a raiz desses problemas, dificultando a comunicação e a harmonia.
3. Baixa libido
A falta de nutrientes e o impacto do glúten no organismo também podem afetar a libido. A deficiência de vitaminas, como a do complexo B e a vitamina D, que são essenciais para a produção hormonal, pode levar a uma diminuição do desejo sexual. Além disso, o desconforto gastrointestinal frequente, dores abdominais e inchaços podem fazer com que uma pessoa se sinta fisicamente indisposta e menos propensa a se envolver em momentos íntimos com o parceiro. O estresse emocional e psicológico decorrente da convivência com os sintomas da doença celíaca também pode contribuir para a diminuição da libido, criando um ciclo que pode ser difícil de romper. Assim, a baixa libido não impacta apenas a satisfação sexual, mas também pode afetar a conexão emocional entre os parceiros, dificultando a construção de uma vida amorosa saudável.
4. Autoestima e imagem corporal
A doença celíaca não diagnosticada pode causar sintomas físicos desconfortáveis, como inchaço abdominal, perda de peso significativa ou, em alguns casos, ganho de peso. Esses sintomas podem afetar a autoestima, fazendo com que uma pessoa se sinta menos confiante em si mesma, o que pode prejudicar a intimidade e a vida amorosa.
5. Problemas intestinais crônicos
Os sintomas intestinais, como diarreia, constipação ou gases, são comuns em quem tem doença celíaca não tratada. Esses problemas causam constrangimento em situações de intimidade, levando uma pessoa a evitar encontros ou interações amorosas.
6. Fertilidade
A doença celíaca não tratada está associada a problemas de infertilidade, tanto em homens quanto em mulheres. Em casais que desejam ter filhos, essa condição pode gerar estresse e frustração, afetando a relação, por isso a necessidade de um diagnóstico preciso.
7. Impacto emocional
Lidar com uma doença não diagnosticada gera incerteza e frustração, o que pode se refletir nos relacionamentos. Uma pessoa pode sentir que não está “presente” de forma plena na vida amorosa, o que cria barreiras emocionais entre o casal.
Portanto, o diagnóstico e o tratamento adequado da doença celíaca não apenas melhoram a saúde geral da pessoa, mas também podem contribuir para o bem-estar emocional e a vida amorosa, promovendo mais energia, confiança e plenitude.
Não podemos deixar de ressaltar que a doença celíaca é uma condição autoimune que afeta cerca de 1% da população mundial, mas que muitas vezes passa despercebida. Trata-se de uma intolerância permanente ao glúten, proteína presente em cereais como trigo, cevada e centeio. O grande problema é que muitas pessoas convivem com os sintomas durante anos, sem saber que têm uma doença, o que pode levar a complicações sérias e não esqueço que em 2009 quando lancei a primeira edição do meu livro Glúten e Obesidade, a Verdade que Emagrece, fui surpreendida com um grande número de mensagens de pessoas que se descobriram celíacas a partir dos sintomas que eu falo neste livro, buscaram médicos e tiveram finalmente o diagnóstico correto que explicava a série de problemas na saúde, antes não diagnosticados.
E o maior risco está justamente nesta ausência de diagnóstico! A doença celíaca pode se manifestar de várias formas, o que torna sua identificação difícil. Os sintomas mais comuns incluem diarreia crônica, inchaço abdominal, fadiga excessiva, perda de peso inexplicável e até anemia. Contudo, há também casos em que os sinais são mais sutis, como dores nas articulações, erupções aparentes e irritabilidade. Em crianças, o quadro pode se manifestar como atraso no desenvolvimento, infecções recorrentes, anemia, entre outros sintomas.
Há um enorme risco em viver com a doença sem saber. A agressão constante ao intestino delgado, causado pelo consumo de glúten, pode levar à desnutrição, osteoporose, infertilidade, abortos recorrentes e até mesmo ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como linfomas intestinais. Além disso, o sistema imunológico passa a atacar as vilosidades do intestino, responsável por absorver os nutrientes, ou que gera deficiências nutricionais graves. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais graves.
O diagnóstico da doença celíaca pode ser feito por meio de exames de sangue e biópsia do intestino delgado. A detecção precoce faz toda a diferença, pois permite que uma pessoa adeque a sua alimentação e, com isso, melhore a sua qualidade de vida. Infelizmente, muitas pessoas passam anos sofrendo com sintomas sem associação ao glúten, o que retarda o diagnóstico. Se houver suspeita, é essencial procurar um médico e realizar os exames indicados.
Adequação da alimentação
Uma vez confirmada a doença celíaca, a única forma eficaz de tratamento é a adoção de uma dieta isenta de glúten para o resto da vida. Isso pode parecer desafiador no início, mas com o tempo, uma pessoa celíaca aprende a adaptar sua rotina alimentar. O glúten está presente em diversos alimentos comuns, como pães, bolos, massas e biscoitos, além de produtos industrializados que muitas vezes contêm glúten, felizmente no Brasil há a obrigatoriedade de assinalar no rótulo a presença ou não do glúten.
A reeducação alimentar é vital para o bem-estar e para evitar o retorno dos sintomas. Além dos meu livros Glúten e Obesidade, a verdade que emagrece e A Deliciosa Cozinha sem Glúten, disponibilizo o canal http://youtube.com/@semglutennacozinha onde falo de saúde e alimentação. Felizmente, o mercado de produtos sem glúten tem crescido significativamente, oferecendo diversas opções nutritivas. É importante ler os rótulos com atenção e buscar alternativas naturais, como frutas, vegetais, carnes e grãos sem glúten, como arroz, milho, quinoa, amaranto e outros grãos sem glúten.
Outra dica essencial para quem foi diagnosticado com doença celíaca é evitar a contaminação cruzada, que pode ocorrer quando alimentos sem glúten entram em contato com superfícies ou até ingredientes que contenham proteína. Por isso, é fundamental organizar bem a cozinha e garantir que não haja risco de contaminação.
A transição para uma vida sem glúten pode ser desafiadora, mas com o tempo, torna-se uma parte natural do dia a dia. Muitas pessoas relatam uma melhoria significativa na qualidade de vida após aderirem à dieta sem glúten.
Concluindo
A doença celíaca é uma condição que exige atenção e cuidado, principalmente no que diz respeito à alimentação. O diagnóstico precoce pode prevenir problemas de saúde graves, e a adequação alimentar após a confirmação da doença é a chave para uma vida mais saudável. Apesar dos desafios iniciais, viver sem glúten é possível e pode trazer grandes benefícios à saúde. Neste caso, não saber é um enorme risco e saber liberta!
Dicas da Matéria
1. Torne-se um especialista em rótulos Após o diagnóstico, você precisará mudar a forma como faz suas compras. Leia sempre os rótulos dos produtos com atenção, procurando por ingredientes que contenham glúten, como trigo, cevada, centeio e malte. Muitos produtos industrializados contêm glúten "escondido", então busque certificações de "sem glúten".
2. Organize sua cozinha para evitar contaminação cruzada A contaminação cruzada ocorre quando alimentos sem glúten entram em contato com superfícies, utensílios ou ingredientes que contêm glúten. Para evitar isso, tenha preocupações dedicadas exclusivamente ao preparo de refeições sem glúten, como panelas, facas, tábuas e até torradeiras. Separe espaços no armário e na geladeira para seus alimentos, mantendo os isolados de produtos com glúten.
3. Se possível, cozinhe suas próprias refeições A melhor maneira de garantir que sua alimentação seja 100% livre de glúten é preparar suas próprias refeições. Isso dá controle total sobre os ingredientes e a preparação. Explore receitas novas e experimente alternativas naturais sem glúten, como quinoa, arroz, batata, milho e mandioca. Aproveite para se aventurar na culinária, experimentando novas formas de cozinhar de maneira saudável.
4. Tenha sempre lanches sem glúten à mão Leve sempre com você pequenos lanches que você sabe que são seguros, como frutas, barras de cereais sem glúten, oleaginosas... Isso é essencial, principalmente em situações onde encontrar opções sem glúten pode ser difícil, como em viagens, eventos ou mesmo no trabalho. Assim, você evita passar fome e ficar tentado a comer algo não indicado ou até potencialmente perigoso.
5. Após o diagnóstico, converse com amigos e familiares sobre a sua nova realidade. Explique que é uma doença celíaca, a necessidade de uma dieta sem glúten e os riscos de contaminação cruzada. Isso é especialmente importante em almoços familiares ou encontros sociais, para que todos entendam como ajudar e garantir um ambiente seguro para você.
6. Pesquise restaurantes com opções sem glúten Jantar fora de casa pode ser um desafio, mas não impossível. Muitos restaurantes hoje oferecem opções sem glúten. Antes de sair, ligue para o local ou consulte o menu online para verificar se há pratos adequados. Ao chegar, informe sobre sua condição e peça especial cuidado no preparo dos alimentos. Prefira lugares que tenham uma cozinha dedicada para evitar a contaminação cruzada.
7. Reorganizar sua despensa e substituir alimentos Após o diagnóstico, faça uma limpeza geral na sua despensa. Retire todos os produtos que contenham glúten e os substitua por alternativas sem glúten. Isso inclui massas, farinhas, pães e até temperos. Produtos como aveia, por exemplo, só podem ser consumidos se forem certificados como livres de glúten. Ter uma despensa organizada facilita a adaptação à nova dieta e evita o consumo acidental de glúten.
8. Fique atento a medicamentos e cosméticos O glúten não está presente apenas nos alimentos. Muitos medicamentos, vitaminas, suplementos e até cosméticos podem conter traços de glúten. Ao comprar qualquer produto novo, consulte o farmacêutico ou leia a bula para garantir que não há risco. Em caso de dúvida, fale com seu médico ou nutricionista para verificar a segurança do produto.
9. Faça consultas regulares com um nutricionista Um nutricionista especialista em doença celíaca pode ser seu grande aliado. Ele ajudará a garantir que sua dieta seja equilibrada e rica em nutrientes essenciais. Sem glúten, você pode ter deficiência de certas vitaminas e minerais, como ferro, cálcio e vitamina D. O nutricionista pode orientar sobre suplementos e alternativas alimentares que assegurem uma nutrição adequada e não se iluda, qualquer pessoa mesmo com alimentação tradicional, pode sofrer com essas deficiências, portanto não se sinta mal por isso.
10. Cuidado da saúde emocional e mental Receber o diagnóstico de doença celíaca pode ser um choque, e as mudanças alimentares podem gerar estresse ou ansiedade no início. É importante cuidar não só da saúde física, mas também do bem-estar emocional. Procure apoio de grupos de pessoas que vivem com essa condição, compartilhem suas experiências e, se necessário, consulte um terapeuta para ajudar na adaptação, busque ajuda, você não precisa passar por isso sozinho (a)!
Fonte:https://extra.globo.com/blogs/sexo-e-afins/post/2024/10/sou-celiaco-e-agora-ouvi-falar-que-ate-na-libido-isso-interfere.ghtml
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