TUDO SOBRE POR QUE ACONTECEU O TSUNAMI DA ÁSIA EM 2004: A TRAGÉDIA QUE DEIXOU MAIS DE 227 MIL MORTOS COM DEPOIMENTO DE UMA SOBREVIVENTE BRASILEIRA
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Tsunami de
2004: A tragédia que deixou mais de 227 mil mortos na Ásia
Desastre natural começou com
deslocamento de placa tectônica debaixo do Oceano Índico e atingiu países como
Indonésia, Tailândia e Índia
16/02/2024 16h38 Atualizado há 7
meses
Era manhã do dia 26 de dezembro de 2004, e o mundo se preparava para mais uma virada de ano, quando a terra tremeu de forma violenta debaixo do Oceano Índico, 160 quilômetros a oeste da ilha de Sumatra, na Indonésia, no Sudeste Asiático. Uma extensão de 1.200 quilômetros da placa tectônica Indoaustraliana avançou sob a placa Eurásia, causando uma elevação de algo em torno de 20 metros do fundo do mar. O deslocamento gerou um terremoto de 9,1 graus de magnitude, que movimentou bilhões de toneladas de água e desencadeou uma série de ondas na superfície.
O tsunami gerado por essa cadeia de eventos causou destruição em 14 países, devastando cidades inteiras, provocando alterações em paisagens e matando mais de 227 mil pessoas. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), aquela foi a pior tragédia natural já registrada. Foi também o terceiro maior terremoto no planeta desde 1900. O fenômeno liberou energia equivalente a cerca de 1500 bombas atômicas como a que foi jogada pelos EUA sobre Hiroshima, no Japão, em 1945. A mudança de massa e a descarga de energia afetaram até o movimento de rotação da Terra.
Os países banhados pelo Oceano Índico, que não haviam registrado tsunamis na era moderna, não dispunham de sistemas de alerta. Quando o tsunami atingiu a ilha de Sumatra, menos de 30 minutos após o terremoto, pegou toda a população de surpresa. A província de Aceh foi duramente castigada. As ondas destruíram casas, prédios, barcos, hotéis, vegetação e tudo mais que havia na região. Mais de 170 mil pessoas morreram naquela manhã de domingo no norte de Sumatra. Os danos causados deixaram um prejuízo de mais de US$ 10 bilhões, de acordo com o governo da Indonésia.
As ondas do tsunami também causaram destruição na Tailândia e na Malásia, a leste do epicentro. Ao norte, a força do mar atingiu Myanmar e de Bangladesh. A noroeste do tremor, afetou o território da Índia, e a oeste, o Sri Lanka e as ilhas Maldivas.
A Tailândia foi atingida uma hora depois de Sumatra. Em praias famosas como destinos turísticos, a exemplo de Phuket e Phi Phi, resorts foram completamente destruídos, causando a morte de muitos estrangeiros que passavam o fim de ano nesses locais. Muita gente estava na praia quando teve a sua atenção atraída pela movimentação das águas que sempre antecede uma onda gigante: de repente, o mar começou a recuar, abrindo uma várzea repleta de peixes se debatendo na areia. Visitantes foram andando, com suas câmeras, pela área onde antes havia água. Mais de 8 mil morreram no país.
Há 20 anos: veja fotos do tsunami que matou mais de 227 mil pessoas na Ásia
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Desastre natural atingiu países como Indonésia, Tailândia e Índia após deslocamento de placa tectônica no Oceano Índico
A Sri Lanka foi o segundo país com o maior número de mortes causadas pela tragédia. De acordo com estimativas locais, mais de 35 mil pessoas perderam a vida quando o mar avançou sobre cidades e vilas inteiras no litoral. Na Índia, algo em torno de 16 mil foram mortos. O tsunami também foi sentido em outros países, como Mianmar, Maldivas e Malásia, mas as ondas chegaram lá com força muito menor, e menos de cem pessoas morreram em cada um desses territórios.
O terremoto causou enorme impacto ambiental. Danos graves foram observados em ecossistemas como manguezais, recifes, florestas e pântanos costeiros. A biodiversidade animal e vegetal também sofreu perdas. A disseminação de resíduos, produtos químicos industriais e água poluída foram um outro fator de prejuízo ambiental, assim como a destruição de estações de tratamento de água. Mas o principal efeito foi causado pelo envenenamento das fontes de água doce e do solo, com a infiltração de água salgada e pelo depósito de uma camada de sal sobre as terras aráveis.
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