TEMPLOS, CIDADES E MONUMENTOS: CONHEÇA OS DEZ SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS MAIS IMPRESSIONANTES NO MUNDO

 Templos, cidades e monumentos: conheça os dez sítios arqueológicos mais imprescindíveis no mundo

Templos, cidades e monumentos: conheça os dez sítios arqueológicos mais impressionantes no mundo

Cada um deles faz parte de tempos e processos únicos na história da humanidade

 

Por La Nacion, O Globo — Buenos Aires

26/08/2024 04h01  Atualizado há 4 dias

As geografias, as origens e as civilizações por trás de cada um desses 10 locais icônicos variam amplamente, mas há algo em comum entre eles: cada um é uma manifestação do talento humano em arquitetura e ornamentação. Mais do que apenas destinos turísticos, esses espaços são marcos históricos que representam momentos-chave da antiguidade, e proveem o contexto de como essas civilizações viviam, pensavam e se desenvolveram.


Conhecer esses sítios arqueológicos é como embarcar em uma viagem no tempo, onde cada ruína conta uma história de glória, decadência e também resiliência. Veja abaixo:

1. Acrópole, Grécia: uma majestosa cidadela sobre uma colina

Sobre um monte rochoso em Atenas ergue-se o monumento arquitetônico mais importante da história do espírito clássico: a Acrópole. O responsável por ela foi Péricles, o célebre magistrado, general e político nascido em 495 a.C., que contou com a ajuda de seu protegido Fídias, um brilhante escultor – além de muitos outros artistas notáveis – para reconstruir o antigo complexo que se tornou o principal exemplo do primeiro classicismo.

Turistas em frente às ruínas do Partenon, na Acrópole de Atenas, Grécia — Foto: Aris Messinis / AFP
Turistas em frente às ruínas do Partenon, na Acrópole de Atenas, Grécia — Foto: Aris Messinis / AFP

O Partenon, com suas 50 imponentes colunas dóricas (muitas delas destruídas) que circundam o edifício e culminam em frontões na parte superior, representa o paradigma da Acrópole e é sua imagem mais famosa. Sua assimetria dá a sensação de perfeição, enquanto em seu interior se erguia uma estátua de ouro de 12 metros da deusa Atena.

Ruínas em Acrópole, na Grécia — Foto: Freepik
Ruínas em Acrópole, na Grécia — Foto: Freepik

Os templos de Erecteion e Atena, os propileus (entradas com enormes colunas que dão acesso a diferentes recintos) e o Teatro de Dionísio são algumas das glórias para admirar. Uma ressalva: tente evitar as multidões na alta temporada, e uma sugestão: a vista noturna iluminada. Ao descer, é imperdível a visita ao Museu da Acrópole.

O Paternon, templo dedicado à deusa Atena, na Grécia — Foto: Creative Commons
O Paternon, templo dedicado à deusa Atena, na Grécia — Foto: Creative Commons

2. Angkor Wat, Camboja: o complexo de templos hinduístas mais bem conservados

Originalmente dedicado ao deus hindu Vishnu, Angkor Wat é talvez o maior edifício místico já construído na história e uma das zonas arqueológicas mais importantes do Sudeste Asiático, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1992.

Casal em visita ao complexo de Angkor Wat, considerada a maior estrutura religiosa do mundo — Foto: Thomas Cristofoletti/The New York Times
Casal em visita ao complexo de Angkor Wat, considerada a maior estrutura religiosa do mundo — Foto: Thomas Cristofoletti/The New York Times

É impressionante! Ocupa 162,6 hectares com uma torre central de 65 metros de altura e o fosso que a rodeia tem 200 metros de largura por 5 quilômetros de perímetro, com uma profundidade de 4 metros. É tão emblemático que sua silhueta ocupa o centro da bandeira cambojana. Erguido a cerca de 5,5 quilômetros da cidade balneária de Siem Reap, no norte, foi o centro do apogeu do reino Khmer entre os séculos IX e XV.

Casal em visita ao templo de Angkor Wat, no Camboja: à espera de turistas — Foto: Thomas Cristofoletti/The New York Times
Casal em visita ao templo de Angkor Wat, no Camboja: à espera de turistas — Foto: Thomas Cristofoletti/The New York Times

Em meio a uma vasta extensão de selva, erguem-se uma série de edifícios de pedra assombrosos e complexos, destacando-se também o templo de Bayon, com torres ornamentadas com o rosto de Buda em todos os quatro lados, em Angkor Thom, a cerca de 3 quilômetros de distância. É necessário dedicar dois dias ao local… e fazê-lo na estação seca (de novembro a abril).

3. Stonehenge, Inglaterra: monumentos pré-históricos que são um mistério

A pacata campina da planície de Salisbury (Wiltshire), no sul da Inglaterra, a cerca de 130 quilômetros de Londres, é interrompida por fantásticos blocos de pedra dispostos em círculo, com dintéis como se fossem portais, erguidos durante o Neolítico e a Idade do Bronze, com datas prováveis entre 3100 a.C. e 2000 a.C.

Stonehenge, na Inglaterra — Foto: Eduardo Maia / O Globo
Stonehenge, na Inglaterra — Foto: Eduardo Maia / O Globo

Há várias conjecturas: templos ou calendário ou locais de cura. Além disso, não se entende muito bem como foram erguidos, embora se presuma que tenha sido com sistemas de rolos. E é pouco explicável a forma como transportaram as pedras galesas e as locais de arenito.

Turistas observam pôr do sol em Stonehenge no dia de solstício de inverno — Foto: "Antiquity"/divulgação
Turistas observam pôr do sol em Stonehenge no dia de solstício de inverno — Foto: "Antiquity"/divulgação

Proclamado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o mistério também envolve pouco mais de cinquenta túmulos da elite social localizados em cavernas distribuídas, onde a disposição das pedras se vincula ao nascer e ao pôr do sol nos solstícios de verão e inverno. Curiosidade: na noite de 20 para 21 de junho, pessoas que acreditam que é um centro energético se reúnem ali para receber os primeiros raios de sol na chamada Pedra do Calcanhar.

4. Machu Picchu, Peru: a fortaleza do poderoso império inca

É uma das arquiteturas mais refinadas feitas em pedra, pelo polimento e pela engenharia aplicada… e isso, a 2.430 metros acima do nível do mar, em meio à floresta tropical de montanha, nas alturas do vale do rio Urubamba, ao norte de Cusco, de onde se viaja para Aguas Calientes (agora rebatizada de “Machu Picchu Pueblo”) para tomar o ônibus que sobe até a deslumbrante cidadela.

Vista das ruínas incas de Machu Picchu, nos de Cusco, no Peru — Foto: Mariana Suarez / AFP
Vista das ruínas incas de Machu Picchu, nos de Cusco, no Peru — Foto: Mariana Suarez / AFP

Lhamas, alpacas e vicunhas passeiam pelas verdes terraças escalonadas feitas com rampas e muralhas que sustentam 172 esplêndidas construções.

Machu Picchu, no Peru — Foto: Márcia Foletto
Machu Picchu, no Peru — Foto: Márcia Foletto

Fundada por Pachacuti Inca Yupanqui por volta de 1450 d.C., no auge chegou a ter mil habitantes, quando era fortaleza, refúgio da nobreza e local de cerimônia até o colapso imperial. Foi abandonada e esquecida até que em 1911 o explorador americano Hiram Bingham tornou pública sua existência. Este Patrimônio Mundial recebe turistas de todo o mundo com alta demanda, por isso, maio e outubro são os melhores meses devido à baixa probabilidade de chuvas (ideal para trekking) e menos visitantes.

5. Agrigento, Itália: magnífica presença grega na costa da Sicília

A 2 quilômetros da cidade de Agrigento (no sul da Sicília), ergue-se o Vale dos Templos, um dos principais sítios arqueológicos do planeta, localizado em uma crista rochosa, um local que não justifica o nome “Vale”. Está rodeado pela planície onde colonos vindos de Rodes e Creta edificaram em 581 a.C. a antiga Akragas, um dos enclaves mediterrâneos da chamada Magna Grécia que posteriormente caíram nas mãos dos romanos.

Sítio arqueológico em Agrigento, na Sicília, sul da Itália — Foto: Reprodução / cdavinci / pixabay
Sítio arqueológico em Agrigento, na Sicília, sul da Itália — Foto: Reprodução / cdavinci / pixabay

Zeus Olímpico, que seria o maior templo dórico já construído (56 x 120 metros), Concórdia e Hera (ambos com 6 colunas por 13) e Héracles (próximo à entrada do complexo) são alguns dos edifícios mais fabulosos espalhados por cerca de 1.300 hectares e que, graças às restaurações, se conservam muito bem. Houve outros valiosos, mas foram muito afetados pelo tempo e pelo clima, como Dióscuros, Asclépio e Hefesto.

É necessário, no mínimo, meio dia para percorrer o local, e convém chegar cedo nos ônibus que chegam ao estacionamento localizado no meio dos setores oriental e ocidental.

6. Caverna de Altamira, Espanha: excepcional arte rupestre do paleolítico na Cantábria

Diz-se que este grandioso testemunho artístico, situado na localidade cantábrica de Santillana del Mar, Patrimônio da Humanidade, zelosamente guardado e preservado, foi habitado no paleolítico há cerca de 36.500 anos e durante cerca de 22.000 anos, por isso é um tesouro da história da beleza.

Detalhe de pinturas rupestres na caverna de Altamira, na Espanha — Foto: AFP PHOTO/ESTEBAN COBO
Detalhe de pinturas rupestres na caverna de Altamira, na Espanha — Foto: AFP PHOTO/ESTEBAN COBO

A Caverna de Altamira, com 270 metros de extensão e traçado irregular, contém imagens de cervos, javalis, bisões, cavalos... pintados em tons ocres e vermelhos contornados de preto. Foi descoberta por acaso por um morador local em 1868, mas foi o proprietário dessas terras – um entusiasta da arqueologia – que a explorou em 1875 acompanhado por sua pequena filha. Dizem que foi ela quem iluminou o teto, revelando a existência de animais pintados.

Caverna de Altamira, na Espanha — Foto: Reprodução
Caverna de Altamira, na Espanha — Foto: Reprodução

Como de 2002 a 2014 esteve fechada e atualmente o regime de visitas é muito controlado (apenas 5 pessoas por semana de acordo com uma lista de espera e com vestuário especial), o visitante percorre uma réplica meticulosa feita com procedimentos pictográficos semelhantes, dentro da chamada Neocaverna do Museu de Altamira. Parece pouco animador, mas é maravilhoso.

7. Tikal, Guatemala: a mostra de esplendor da civilização maia

A reabertura do Templo da Serpente Bicéfala (chamado Templo IV), de 65 metros de altura, no Parque Nacional de Tikal, na Guatemala, reavivou o interesse dos visitantes por ser o mais elevado santuário maia do período clássico e de onde se têm as melhores vistas da selva, onde emergem as construções entre as frondosas árvores de cedro e mogno, entre outras espécies.

Templo da Serpente Bicéfala (chamado Templo IV), de 65 metros de altura, no Parque Nacional de Tikal, na Guatemala — Foto: Reprodução
Templo da Serpente Bicéfala (chamado Templo IV), de 65 metros de altura, no Parque Nacional de Tikal, na Guatemala — Foto: Reprodução

Foi ocupada por cerca de 1.500 anos, entre 600 a.C. e 900 d.C., séculos nos quais desempenhou um papel proeminente na vida social e política das terras baixas do império. Os templos piramidais escalonados e os palácios são feitos de pedra calcária e decorados com esculturas e molduras com formas geométricas, glifos e iconografia religiosa.

Templo da Serpente Bicéfala (chamado Templo IV), de 65 metros de altura, no Parque Nacional de Tikal, na Guatemala, — Foto: Reprodução
Templo da Serpente Bicéfala (chamado Templo IV), de 65 metros de altura, no Parque Nacional de Tikal, na Guatemala, — Foto: Reprodução

Os construtores se inspiraram nas culturas mesoamericanas anteriores, especialmente a olmeca e a teotihuacana. Outros templos notáveis incluem o Templo I (Templo do Grande Jaguar), o Templo II (Templo das Máscaras) e o Templo V (com 58 metros de altura). Cada pirâmide tinha uma função religiosa, por isso se acredita que os maias chamavam Tikal de “Lugar de Vozes”.

8. Petra, Jordânia: o “tesouro” da cultura nabateia

Esplêndido é o monumental conjunto arqueológico de Petra, na Jordânia, a cerca de 250 quilômetros de Amã, a capital, considerado a principal cidade do reino nabateu, que floresceu há cerca de 2.000 anos com um extraordinário desenvolvimento artístico.

Turista em frente à construção conhecida como Al Khazneh ('O Tesouro') em Petra, na Jordânia — Foto: Khalil Mazraawi / AFP
Turista em frente à construção conhecida como Al Khazneh ('O Tesouro') em Petra, na Jordânia — Foto: Khalil Mazraawi / AFP

O principal edifício é o Al Khazneh, popularmente chamado “O Tesouro”, uma fachada de mármore rosa-acinzentado talhada na pedra do canyon rochoso que parece mágico. Para chegar a esse portento da humanidade, Patrimônio Mundial da Unesco, é necessário atravessar um vale estreito e sinuoso, chamado Siq, que tem 1,2 quilômetros de comprimento, ladeado por íngremes falésias de 80 metros de altura. Sua beleza foi imortalizada no filme "Indiana Jones e a Última Cruzada".

Conhecida como 'Cidade Rosa', Petra é um dos maiores atrativos turísticos da Jordânia, no Oriente Médio — Foto: Khalil Mazraawi / AFP
Conhecida como 'Cidade Rosa', Petra é um dos maiores atrativos turísticos da Jordânia, no Oriente Médio — Foto: Khalil Mazraawi / AFP

O sítio abrange 264 quilômetros quadrados de área, entre montanhas, túneis, pátios, ruas e escadas e, em seu apogeu, abrigava 25 mil habitantes. As visitas são realizadas em passeios de dois dias, mas há também excursões de um dia para quem vai de Amã ou de Aqaba (na fronteira com Israel), que só incluem a visita ao templo mais famoso, que fica no fundo de um vale.

9. Pirâmides de Gizé, Egito: a única maravilha do mundo antigo que ainda existe

No perímetro de Gizé, uma região de desertos, próxima à margem ocidental do Nilo, em frente ao Cairo, as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos foram erigidas com pedras de mais de 2 toneladas cada uma. Essas pirâmides são as únicas construções da lista de 7 Maravilhas do Mundo Antigo que chegaram aos nossos dias, como grande exemplo da arquitetura funerária do Antigo Egito.

Pirâmides existem há milhares de anos, mas ‘enigma’ pode ter sido desvendado agora — Foto: Laura Antunes / Agência O Globo
Pirâmides existem há milhares de anos, mas ‘enigma’ pode ter sido desvendado agora — Foto: Laura Antunes / Agência O Globo

A mais antiga e famosa de todas as pirâmides é a Grande Pirâmide de Gizé, feita de blocos de calcário e granito, considerada um “milagre” técnico para a época, pois possui um alinhamento quase perfeito em relação aos pontos cardeais. Sua construção, que levou 20 anos, foi finalizada por volta de 2570 a.C. Durante 4.000 anos foi a estrutura mais alta do planeta.

Pirâmides de Gizé, no Egito — Foto: Marcin Chuć por Pixabay
Pirâmides de Gizé, no Egito — Foto: Marcin Chuć por Pixabay

A partir de 1990, uma série de achados no local permitiu encontrar evidências de túmulos e objetos como ânforas de vinho, tijolos de adobe e fogueiras, confirmando que quem construiu as pirâmides foram artesãos que trabalharam sob a proteção e o comando do faraó. As pirâmides formam o ápice da chamada necrópole de Gizé, onde há tumbas, como a do vizir Hemiunu (responsável pela construção da Grande Pirâmide), assim como a Esfinge.

10. Cidade Proibida, China: a herança da grandeza da dinastia Ming

O complexo de 980 edifícios dentro de uma superfície de 720 mil metros quadrados, todos eles organizados de maneira simétrica em torno do eixo central norte-sul e delimitados por um fosso de 3,4 quilômetros de comprimento, ergueu-se em Pequim sob as ordens do imperador Yongle, da dinastia Ming, e foi a residência imperial até 1911.

Cidade Proibida: ponto de interesse para brasileiros que conhecem a China — Foto: Qilai Shen
Cidade Proibida: ponto de interesse para brasileiros que conhecem a China — Foto: Qilai Shen

Hoje, mais de um século depois, pode-se visitar o chamado Museu do Palácio, que guarda cerca de 1,9 milhão de peças de cerâmica, caligrafias e objetos da coleção dos antigos imperadores. Ali, grandes salões com telhados inclinados e o Salão da Harmonia Suprema, de 40 metros de altura, foram palcos de grandes acontecimentos do Império do Centro. Os jardins imperiais também são uma maravilha.

Cidade Proibida (Pequim, China) — Foto: AFP
Cidade Proibida (Pequim, China) — Foto: AFP

A Cidade Proibida foi construída em um período recorde: apenas 14 anos entre 1406 e 1420. Durante esse tempo, 1 milhão de trabalhadores comuns e cerca de 100.000 artesãos participaram do projeto. E aqui está uma dica que poucos conhecem: desde o outono de 2022, pode-se fazer a visita noturna à Cidade Proibida nas noites de sexta-feira e sábado.

 

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