As 3 farinhas
sem glúten que melhoram a digestão e fornecem proteínas
Em resposta à tendência crescente de
redução do consumo de farinha de trigo e de opção por alternativas sem glúten,
estudos mostram os benefícios de farinhas, como de amêndoa, alfarroba e aveia
Por La Nacion
31/08/2024 04h31 Atualizado há 7
horas
É um alimento básico e tradicional, cuja origem remonta à zona mediterrânea da Europa. No entanto, na última década, um número crescente de pessoas começou a reduzir ou evitar o consumo dele devido à intolerância ou alergia ao glúten. Assim, a farinha de trigo passou de ser a mais procurada e popular a disputar o pódio com outras alternativas rotuladas como "mais saudáveis e benéficas", como farinha de amêndoas, alfarroba, coco, linhaça ou aveia, entre outras variedades.
Um relatório da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos (NHANES) afirma que cerca de 2,7 milhões de pessoas sem doença celíaca (intolerância ao glúten) começaram a seguir uma dieta sem glúten entre 2009 e 2014. Os autores do estudo sugerem que questões como a percepção pública de que uma dieta sem ele é mais saudável e pode melhorar sintomas gastrointestinais inespecíficos, além da crescente abundância de alternativas sem glúten disponíveis no mercado, são algumas das principais razões para a mudança nos hábitos alimentares.
— Na sociedade, está se compreendendo que há 65% de sobrepeso e obesidade com a forma de comer que aprendemos com nossos avós e pais. Isso leva à necessidade de fazer algo diferente, que contemple mais nutrientes do que consumir alimentos processados que não contribuem para a saúde — afirma Matías Marchetti, nutricionista e autor de livros sobre vida saudável.
A Clínica Mayo indica que, apesar dos supostos benefícios da dieta sem trigo e glúten, ainda é necessária mais pesquisa na área.
Existem outras opções igualmente saborosas, texturizadas ou mais úteis dependendo do tipo de prato que se planeja cozinhar: algumas são sem glúten e incluem uma maior proporção de proteínas, minerais e vitaminas. Por que se limitar a consumir uma única variedade quando há tantas disponíveis?
Os três 'A's: farinhas de alfarroba, amêndoas e aveia
O aumento no consumo de farinhas alternativas se deve, em primeira instância, ao retorno da dieta keto, caracterizada por ser baixa em carboidratos. E, por outro lado, à grande quantidade de pessoas que estão sendo diagnosticadas com intolerância ao glúten, segundo a nutricionista Valentina Martínez.
Ao mesmo tempo, Marchetti destaca que os substitutos do trigo não são mágicos. Para notar resultados e aproveitar suas propriedades, é necessário um balanço energético e de nutrientes ao longo do dia.
— Há algumas opções que até são mais calóricas, o que pode se tornar um problema quando essa energia não é utilizada e se acumula — acrescenta.
A farinha de aveia é produzida a partir da moagem de aveia integral e confere aos produtos assados mais sabor e textura do que a tradicional farinha de trigo. Além disso, é uma verdadeira bomba de nutrientes devido à riqueza em magnésio e zinco, além de vitaminas B1, B6, biotina e ácido fólico. "Tem um alto conteúdo de fibra que favorece a digestão e, especificamente, um tipo de fibra solúvel chamada betaglucano, que pode ajudar a reduzir o colesterol LDL 'ruim', bem como os níveis de açúcar no sangue e insulina”, descreve o estudo “Efeitos redutores do colesterol do β-glucano de aveia: uma metanálise de ensaios controlados aleatórios”.
Martínez alerta que é contraindicada para algumas pessoas com doença celíaca, pois podem ser intolerantes à proteína da aveia. "Na Argentina, é muito difícil conseguir aveia sem glúten devido ao risco de contaminação durante a colheita ou o processamento”, explica. Ele também informa que, em comparação com a de trigo, a aveia aporta mais proteína e que, por ter mais fibra, melhora os problemas relacionados à constipação.
A farinha de alfarroba não só é uma alternativa à farinha com glúten, mas ao chocolate, devido ao sabor e consistência semelhantes. Faz parte do Código Alimentar Argentino, pois é considerada um alimento natural com uma composição nutricional e energética importante. A Associação Argentina de Nutrição destaca que 100 gramas de farinha de alfarroba fornecem 220 calorias, 48,8 gramas de carboidratos, 4,6 gramas de proteínas de origem vegetal e 40 gramas de fibra. Além disso, ressalta que não contém colesterol e seu índice de gorduras totais é muito baixo.
Foi a preocupação com o meio ambiente que inspirou Anello a buscar alternativas para gerar um negócio de impacto positivo que considerasse receitas saudáveis para as pessoas e para a natureza. A ideia central é colocar o mercado a serviço da regeneração dos ecossistemas e, neste caso específico, o cultivo da alfarroba.
— Nosso objetivo é melhorar o mundo por meio de uma alimentação que nutra as pessoas, regenere a Terra e enriqueça a comunidade — atesta Anello.
A farinha de amêndoas é uma das farinhas sem cereais nem glúten mais comuns, feita com amêndoas moídas e branqueadas. Martínez revela que possui zero carboidratos e é rica em gorduras saudáveis e proteínas. A profissional alerta que, embora seja consumida em pequenas quantidades, fornece uma grande quantidade de calorias.
Além disso, é o substituto mais utilizado para fazer pães e bolos devido ao seu sabor doce. Não é só isso: o site especializado em medicina WebMD informa que contém manganês, que ajuda o corpo a coagular adequadamente o sangue, o que permite a cura após uma lesão e ajuda na decomposição de carboidratos e colesterol. "Por ter um baixo índice glicêmico, é adequada para o consumo de pessoas com diabetes, permitindo controlar seus níveis de açúcar no sangue de maneira mais eficaz”, conclui a publicação.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/08/31/as-3-melhores-farinhas-sem-gluten-que-melhoram-a-digestao-e-fornecem-proteinas.ghtml
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