OS 4 GRUPOS DE ALIMENTOS ESSENCIAIS PARA MANTER A MEMÓRIA DEPOIS DOS 50 ANOS

 A alimentação tem um impacto importante nas funções cognitivas

Os 4 grupos de alimentos essenciais para manter a memória depois dos 50 anos

A dieta é uma ferramenta essencial para melhorar as habilidades cognitivas no envelhecimento

Por 

Victoria Vera Ziccardi

, Em La Nacion

16/07/2024 13h46  Atualizado há um dia


Sensação de “pensamento lento”, confusão, dificuldade de concentração, esquecimento, nebulosidade e problemas de comunicação. São sintomas característicos de “névoa cerebral” e, segundo especialistas no assunto, podem ser decorrentes de situações temporárias como estresse e tensão. Porém, quando perduram no tempo e se intensificam, podem ser uma patologia da função cognitiva.


Quando não são detectados a tempo e não são tratados, as capacidades cognitivas começam a diminuir. Isto desencadeia o processo de perda de memória de curto e longo prazo.


O verdadeiro dilema que surge com os apagões é que seus sintomas podem ser confundidos com outros tipos de desconforto como: estresse, problemas de tireoide, depressão, diabetes , entre outros. Consequentemente, os pacientes ignoram os “sinais de alerta”, não procuram ajuda profissional e o quadro piora.

Estudos sugerem que os sintomas mencionados estão provavelmente associados à inflamação e ao fluxo sanguíneo no cérebro. Em uma pesquisa publicada na revista científica Frontiers in Neuroscience, cientistas descobriram que a luteolina – um flavonoide antioxidante que serve para proteger a inflamação nos tecidos do corpo humano – pode ajudar a reduzir a presença de apagões mentais, reduzindo a inflamação no cérebro, inibem a atividade dos vírus e reduzem o declínio cognitivo.

O estudo destaca que o flavonoide pode ser essencial para melhorar a saúde do cérebro e que seu consumo é de fácil acesso: a luteolina pode ser encontrada em alimentos naturais como vegetais, nozes e em certas infusões.

Os alimentos essenciais para manter a memória depois dos 50

Ainda não existe um alimento “todo-poderoso” que faça o cérebro se regenerar completamente e evite o declínio cognitivo. Seguindo esta mesma linha, os profissionais de saúde muitas vezes percebem que a melhor estratégia para lidar com o envelhecimento mental é seguir um padrão alimentar saudável e caracterizado pela variedade.

Para a nutricionista Mercedes Engemann, é verdade que a alimentação é um fator-chave que pode melhorar ou deteriorar o funcionamento do cérebro.

— Uma alimentação desequilibrada, rica em ácidos graxos saturados e trans, pobre em vitaminas e minerais, produz radicais livres, moléculas instáveis ​​que às vezes se acumulam nas células e danificam outras moléculas, que acentuam a deterioração cognitiva — destaca.

Em consonância, a neurologista Lucia Zavala destaca que os alimentos não são simplesmente calorias que fornecem energia ao corpo, mas também são informações.

— Eles instruções em tempo real que damos ao corpo e isso é essencial para ter uma vida neurosaudável — explica.

Atualmente, as evidências científicas mostram que os alimentos melhores para o cérebro são – em sua maioria – os mesmos que ajudam a proteger outras partes do corpo como: o coração, os ossos, a pele e o sistema imunológico.

Alimentos fermentados

Alimentos fermentados podem trazer vários benefícios para o cérebro. Esta é a conclusão que aparece no final de uma revisão de 45 estudos intitulada “Explorando alimentos fermentados com efeitos benéficos no cérebro e na função cognitiva”. Foi descoberto que os alimentos fermentados poderiam proteger o cérebro, melhorando a memória e retardando o declínio cognitivo.

São aqueles obtidos a partir do processo de conversão de carboidratos em álcool ou ácidos. Esta atividade de fermentação permite que os alimentos modifiquem seu sabor e aumentem sua vida útil. Alguns exemplos são: iogurte, queijo, pão, kombucha, kefir e vinagre.

Zavala valida isso e acrescenta que os probióticos – microrganismos vivos que proporcionam benefícios à saúde quando consumidos – encontrados em alguns alimentos fermentados ajudam a melhorar a saúde do cérebro, mas também a saúde digestiva.

Folhas verdes

São fonte de folato, uma forma natural de vitamina B9 importante na formação dos glóbulos vermelhos. A pesquisa mostrou que a deficiência de folato pode estar subjacente a certas condições neurológicas; Portanto, aumentar a quantidade da vitamina no organismo tem resultados benéficos no estado cognitivo e é um fator necessário para a produção de neurotransmissores.

— Por serem ricos em antioxidantes, fibras e flavonóides, ativam mecanismos de redução do estresse oxidativo ; Portanto, reduzem a inflamação e a probabilidade de sofrer de problemas cognitivos como demência ou depressão — aponta Zavala.

Além disso, eles têm antioxidantes e vitaminas lipossolúveis que protegem contra o declínio cognitivo.

— Por exemplo, o brócolis possui alta concentração de vitamina K , elemento fundamental para melhorar a concentração e a memória – principalmente em idosos — afirma Engemann.

Cafeína

Num estudo publicado no The Journal of Nutrition, foi constatado que os participantes que tiveram um maior consumo diário de cafeína obtiveram melhores resultados nos testes de funções cognitivas. Os especialistas pediram a um grupo de participantes que estudasse uma série de imagens e depois um grupo tomou um placebo e outro um comprimido de 200 miligramas de cafeína. Como resultado, observaram que os membros do grupo da cafeína conseguiram identificar corretamente as imagens no dia seguinte, ao contrário daqueles que tomaram o placebo.

— Concordo que essas infusões podem melhorar o estado cognitivo e mental, pois são ricas em antioxidantes e flavonóides, o que melhora o funcionamento cognitivo e a memória — analisa Engemann.

Peixe

Peixes gordurosos são fontes de ácidos graxos ômega-3, gorduras insaturadas saudáveis ​​que têm sido associadas a níveis mais baixos de beta-amilóide no sangue, a proteína que forma aglomerados prejudiciais no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer, revela um artigo da Harvard Medical Escola. Desta forma, é recomendado comer peixe pelo menos duas vezes por semana.

Diante da questão de quanto tempo devem ser incorporados à dieta para começar a notar resultados, Zavala garante que quanto mais cedo forem incorporados e a dieta mudar, melhores serão os resultados.

— Nunca é tarde para começar — enfatiza.


Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/07/16/os-4-alimentos-essenciais-para-manter-a-memoria-depois-dos-50.ghtml

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