Tantra & Relacionamentos
Rotas Tântricas
publicado
por Psalm ANANDA Prem
Um pouco de história sobre a
natureza dos relacionamentos conjugais nas sociedades mundo afora.
Os textos tântricos tradicionais da Índia e do Tibete adotam uma abordagem
muito diferente sobre os relacionamentos, comparando-se aos textos modernos, e
particularmente aos ensinamentos Neo-Tântricos.
O casamento e as relações sexuais extraconjugais foram construídos em um
sistema social muito diferente, para propósitos muito diferentes quando os
textos tântricos tradicionais foram escritos. E, muitas vezes, os textos
escritos codificavam uma tradição oral muito mais antiga e baseada em um
sistema social ainda mais antigo.
Nas sociedades tradicionais, o casamento era um arranjo entre duas famílias,
com o objetivo de criar alianças financeiras e militares e criar a próxima
geração de filhos. Não havia expectativa ou considerações mais direcionadas de
que o casamento fosse emocional ou sexualmente satisfatório para qualquer um
dos parceiros. Em muitos momentos da história, esperava-se que homens e
mulheres tivessem amantes fora do casamento.
Neste sistema societal muitas culturas tinham a premissa de que os homens
podiam manter abertamente concubinas, mas era necessário que as mulheres fossem
mais discretas dado ao machismo que sempre existiu, porém, pouco importa
qualquer colocação aqui sobre machismo superficial ou enraizado. São escolhas
de como agir: abertamente, escancaradamente ou veladamente e mais discretamente
e também escolhas do que priorizar em nossas vidas, usando ou não da
transparência e autenticidade. Se o seu relacionamento com o outro é uma de
suas prioridades, penso que a sua liberdade te prende ao que você coloca sua
atenção. Isso independe de interesses tântricos. São apenas questões
relacionadas ao interesse primordial de um relacionamento social que pode ser
monogâmico ou não. A sociedade é levada em massa por suas crenças reais ou
imaginárias, emraizadas em um "subconsciente coletivo" e seus
objetivos espirituais e materiais.
A chegada dos Moghuls, com seu Islã patriarcal, e depois os Ingleses, com seus
costumes puritanos vitorianos, suprimiram as tradições tântricas, bem como
muitas das expectativas sociais mais liberais em relação aos relacionamentos
extraconjugais. A monogamia rigorosamente aplicada tornou-se a norma em todo o
que hoje é a Índia e o Paquistão, com exceção de certas tribos matriarcais das
montanhas.
Na Índia, o Tantra tradicional sugeriu então a “contratação” de um(a)
parceiro(a) tântrico(a) que não seja de modo algum desejável como um parceiro
romântico. Isso evitaria as dificuldades de desenvolver apegos e emaranhados
materiais com um(a) parceiro(a) tântrico(a). Um membro de casta Intocável
(Dalit ou Pária - vide pirâmide do sistemas de castas indiano), foi
especificamente sugerido em alguns textos antigos à casta Brâmane, criada para
encarar "com nojo" e literalmente para evitar tocar àqueles de casta
destinada à limpeza, por exemplo.
Para entrar em um ritual sexual com alguém que você foi criado para considerar
nojento, é necessário no mínimo um nível muito alto de transfiguração,
dedicação espiritual e amor, tornando aí o relacionamento livre de interesses
enraizados à matéria, considerando então interesses de elevação espiritual, que
na verdade independem de castas, apenas se relacionam à interesses tântricos de
transcendência e expansão da consciência.
O QUE É UM RELACIONAMENTO
TÂNTRICO?
Particularmente,
sempre considero importante mencionar em qualquer artigo que eu escrevo, que
Tantra é uma abordagem espiritual que considera toda a experiência como uma
oportunidade de acessar o Divino, a Consciência Universal, o Eu Expandido ou o
“Anuttara” (a união das energias de Shiva e Shakti) através de nós mesmos e de
nosso corpo e através do intercâmbio fluídico com pessoas.
Nesse contexto, os relacionamentos são simplesmente outra parte da experiência
da vida, outra parte de nós mesmos(as) mas de igual importância no todo. Assim
como comer e beber, viajar, assistir a chuva cair ou ver o pôr do sol, as
experiências com as pessoas nos dão algo sobre o qual meditar. São então, uma
oportunidade de experimentar a nós mesmos como Consciência Imanente e
Atemporal, e não como um ser físico limitado e separado. Através do outro
vivenciamos experiências energéticas únicas, daí a importância dos vários tipos
de relacionamentos em nossas vidas.
Um Relacionamento Tântrico é aquele no qual os participantes interagem de modo
a se comprometerem no apoio às práticas tântricas (não somente práticas
sexuais, mas também). Essas práticas tântricas estabelecem diversos níveis de
intimidade e diversos estágios de intimidades. Quando menciono intimidades
aqui, não estou me referindo ao corpo físico somente e trocas sexuais meramente
carnais.
Qualquer forma de relacionamento pode ser um Relacionamento Tântrico. Não
existe uma receita.
Por exemplo, duas pessoas que se reúnem em um workshop tântrico, um curso ou uma vivência e concordam em
fazer um ritual tântrico juntas estão criando um relacionamento tântrico, mesmo
que se separem após o ritual e nunca mais se comuniquem. O comprometimento é
com o momento presente, sem expectativas de passado e futuro.
Da mesma forma, duas pessoas que são casadas, moram ou não juntas, trabalham
regularmente, criam seus filhos, podem ter um relacionamento tântrico. A forma
externa não é o que torna o relacionamento tântrico. Pessoas em qualquer idade
podem estabelecer relacionamentos tântricos. Sua relação com a família, pode se
desenvolver através de uma base tântrica quando a individualidade do ser em
formação é considerada e priorizada, quando esta formação se dá livremente
colocando as questões de ordem da sexualidade de forma não opressora, sem
relacioná-las a questões promíscuas ou meramente carnais e materiais. Suas
amizades podem se tornar relacionamentos tântricos, com níveis de intimidade
distintos para cada qual. Seu trabalho pode ganhar um olhar tântrico, seja qual
for sua atividade. Porquê? Porque Tantra Não é Sexo (veja o artigo que
escrevi com esse título).
Onde haja uma conexão e um relacionamento interpessoal ou mais, onde cada
indivíduo troca vários níveis de energia, contornos tântricos podem ou não
estar presentes. Só não há tantra no desamor e desafeto.
Tantra é conectar-se com a sua própria energia e conectar-se com a pulsação
cardíaca de cada ser com o qual você se relaciona, em qualquer nível de
intimidade, estando cada interagente deste sistema espiritual comprometido com
seus objetivos e práticas. O comprometimento de cada um é o que trará tônus à
musculatura tântrica para cada um dos nossos relacionamentos.
Tantra & Sexo
Tantra Yoga
- O exercício físico do Amor
Além dessa abordagem da vida em
geral, os relacionamentos, e particularmente os sexuais, podem ser
gratificantes oportunidades para promover nossas práticas tântricas de várias
maneiras porque é através dos relacionamentos mais íntimos que geralmente nós
expomos os nossos bloqueios, inibições e limitações. Podemos descobrir ou
ressuscitar traumas emocionais da infância, problemas sexuais, vícios em sexo
ou amores e apegos doentios através do outro em nossos relacionamentos mais
íntimos que envolvem trocas corporais mais profundas. A eliminação desses
problemas libera energia aprisionada e expande nossa capacidade de fluir
energia através de nossos corpos físico, pânico e emocional.
O medidor mais eficaz usado para determinar onde estamos na nossa jornada
evolutiva é o relacionamento íntimo. É por isso que uma conexão íntima de
qualidade, ou mesmo alguma pluralidade de conexões íntimas de qualidade, nos
faz sentir plenitude. E essa intimidade começa em nós mesmos, e vai além,
engloba os(as) parceiros(as), como acabei de mencionar, a pluralidade de
parcerias que você estiver disposto(a) a cuidar e se responsabilizar também nas
várias esferas do seu sistema de vida.
“ Não importa quão desenvolvido seja o ego, ou quão astuciosa seja a mente, se
você souber usar essa ferramenta de medição em seus relacionamentos nos
diferentes níveis de intimidade que você pode se propor, não há como trapacear:
os lugares internos que precisam ser purificados aparecerão. Através dos nossos
relacionamentos mais íntimos, tomamos consciência do que precisamos mudar em
nós mesmos e desenvolvemos a humildade para fazê-lo.” Sri Prem Baba
Muito Mais Do Que Sexo Tântrico
Os verdadeiros parceiros
tântricos deixam a corrida de ratos da vida normal / econômica em segunda mão.
Eles ainda podem jogar o jogo do dinheiro, mas não são mais escravos de seus
empregos, nem de seus familiares, colegas, expectativas e regras. Eles aprenderam
que desacelerar e relaxar é muito gratificante e enriquecedor. Ser feliz é mais
importante do que ser rico. Estar juntos é mais importante do que tentar deixar
sua marca na história. Isso também se reflete no ato sexual. Obviamente, os
parceiros tântricos também podem fazer sexo meramente carnal, mas na maioria
das vezes o sexo é substituído pelo ato sexual elevado. O Ato sexual então
ganha um tônus muscular tântrico e ganhar tônus muscular se traduz em trabalhar
por nossos relacionamentos.
Conexão Profunda
Um encontro mais lento, íntimo,
corporal, consciente, amoroso e energético. Intimidade, sexualidade e amor se
fundem em uma profunda conexão corpo-mente-alma. Fazer amor não é uma luta ou
uma corrida ao clímax, não. Assim não dá tempo de honrar o divino em seu
cônjuge. E não há começo nem fim. Sim, talvez exista energia sexual quente,
paixão, selvageria, mas desde que leve a um lugar de união profunda. O simples
contato visual imóvel pode ser ainda mais estático, pois é fisicamente
penetrante e muito estimulante.
Descascando a União
A Cura
Relacionamento Tântrico: Confiança
Quando nascemos, somos mais ou
menos inteiros e ilimitados. Não temos concepção de separação. Nós ainda amamos
incondicionais porque tudo é um. Mas logo aprendemos que o mundo é diferente,
muito condicional. Aprendemos que nossos pais / responsáveis estão
satisfeitos com "isso" e nem tudo é tão divertido sempre. Para uma
criança, é impossível julgar os pais, por isso criamos crenças negativas sobre
nós mesmos. É nossa culpa corroendo nossa auto-confiança. Como somos
dependentes dos nossos pais, responsáveis ou tutores quando somos crianças,
aprendemos a nos comportar (e melhorar / mudar) através da visão de mundo que
eles nos passam. Nos machucamos, achamos que somos espertos e nosso ego cria
padrões de comportamento. Aprendemos valores, regras e maneiras de pertencer.
Gradualmente, nosso estado natural de ser é esquecido. Daí a importância dos
pais levarem conceitos tântricos a musculatura mental de seus amados filhos. Aí
entra o Tantra na infância. Quem foi que disse a você que Tantra é só para
adultos? Isso é fragmentar o todo mais uma vez a uma fatia do bolo...Fracionar
é preciso pois se você engolir o bolo todo de uma vez, você não vai sentir seu
sabor por completo e só vai encher a “pança” momentaneamente, comendo, mas não
se nutrindo.
Tantra para crianças pode ser um caminho para o se tratar a ansiedade, a
hiperatividade, o descontrole emocional na mais tenra idade. Não envolve as
práticas ligadas à sexualidade já que a criança não está pronta,
biologicamente, emocionalmente e espiritualmente para estas práticas mas agora
que você já sabe que Tantra é um sistema espiritual complexo, você pode começar
a refletir em como tratar seus pequenos de modo tântrico também. É muito mais
fácil quando o ser aprende desde pequeno, do que ter que corrigir-se depois de
mais velhos. Leva muito menos tempo formar um ser tântrico desde a infância do
que se tornar um ser tântrico depois que tantos vícios já poluíram as nossas
artérias energéticas. Pense nisso. Pense na jornada e no legado que você quer
deixar se você tem filhos.
A criança não tem outra alternativa senão CONFIAR em seus tutores. Então, fica
a sugestão pra você também CONFIAR E ACREDITAR que os caminhos tântricos te
levarão a uma reconstrução de você mesmo(a) em busca de sua melhor versão e
você poderá guiar seus frutos também nesta jornada espiritual.
Criando
Relacionamentos Tântricos Alianças Sem Posses ou Algemas
Um Relacionamento Tântrico é um compromisso significativo, muito mais profundo
que um casamento. Porém as regras que regem esta união não são de ordem
prioritária material como se convencionou os casamentos ocidentais.
Um relacionamento material envolve acordos sobre coisas materiais - dinheiro,
casa, filhos, família extensa e assim por diante. Um relacionamento tântrico
envolve acordos sobre coisas espirituais. Para muitas pessoas, colocar a
prática espiritual no centro de sua vida pode causar uma revolta significativa
nos arranjos materiais, ou no mínimo, sua atitude em relação aos arranjos
materiais. No momento em que você se compromete com um Relacionamento Tântrico,
esse tumulto pode começar.
Elementos-Chave de um Relacionamento Amoroso Tântrico
União em Presença Amorosa
Tantra é o caminho para crescer em Amor e Consciência. O amor é a parte
feminina da dualidade, a Consciência é o masculino. A União Espiritual é o
encontro que objetiva dissolver a dualidade. É combinar, fundir a energia
masculina com a feminina, fundir as duas na unidade. Tecer a malha conjugal e
espiritual.
Conscientemente Juntos. A intimidade começa em VOCÊ Solenemente toque sua
própria alma
Viver uma vida consciente é um verdadeiro desafio. Os parceiros tântricos estão
comprometidos em incentivar e ajudar uns aos outros com isso. Às vezes (na
maioria das vezes) esquecemos de estar cientes. Entramos no piloto automático e
vivemos inconscientemente uma grande parte da nossa vida. Os parceiros
tântricos tendem a fazer muitas chamadas um ao outro para o despertar.
Presença Amorosa
O mesmo vale para viver com o coração aberto. O ego está buscando gratificação,
então todos esquecemos sobre amor e compaixão. Os parceiros tântricos se
apoiam. Colocando novamente o foco no amor. Olhe com amor, aja com carinho,
pense até com amor. Dar e receber em vez de receber e receber. Aceitando e
abraçando tudo o que existe no amor. Lembre-se que toda experiência conjunta
deve ser considerada uma oportunidade de expansão espiritual.
Conexão Espiritual
Um Relacionamento Tântrico é um relacionamento espiritual. É uma conexão entre
duas pessoas, mas não apenas no plano do corpo e da mente, mas também uma
conexão do coração e da alma. O objetivo final é ajudar o(a) parceiro(a) e
ajudar-se mutuamente a alcançar a iluminação e a realização espiritual. Esse
objetivo, no entanto não parece ser tão relevante (para nós), porém o Tantra
nos remete à jornada completa crescendo em amor e consciência, resultando em
felicidade. Portanto, o objetivo real é apenas ser feliz - infinitamente feliz
juntos - aqui e agora.
Experimente os grandes momentos em que o tempo e o espaço desaparecem ...
Compartilhe pensamentos - sentimentos - energia - amor - consciência
Um Relacionamento Tântrico é uma fusão. É um compartilhamento de pensamentos -
sentimentos - energia - amor - consciência. É um tipo de abertura ilimitada. E
ser aberto, sincero, destemido, autêntico, amoroso, acordado não é fácil. É um
processo muito vulnerável. É preciso muita confiança e perseverança. A boa
notícia é que a recompensa é enorme. O Tantra é uma ótima maneira de aprofundar
seu relacionamento, a conexão consigo mesmo(a) e com seu(sua) parceiro(a). Isso
resulta em profunda intimidade e momentos de tremenda felicidade (êxtase,
êxtase, êxtase...êxtase mais uma vez).
Suporte para a jornada
Estar juntos nessa jornada tem a
vantagem de apoio mútuo. Quando um parceiro está inconsciente do que está
acontecendo, o outro parceiro pode entrar e apoiar. Não há nada para consertar,
não há necessidade de mudar nada, no mínimo, seu(sua) parceiro(a). A
possibilidade de deixar seu(sua) parceiro(a) se olhar no espelho é uma grande
ajuda.
Todo mundo tem imenso potencial intrínseco e realizável através da
experiência de práticas tântricas.
Olhando no Espelho
Os Relacionamentos Tântricos tratam de “descascar” as camadas de defesa do ego,
curando as feridas do passado. Primeiro, você atrai um parceiro que mais aciona
seus padrões (ele se parece com “papai” ou “mamãe”). Então você percebe que seu
parceiro é o maior espelho possível para ver seu condicionamento, suas feridas.
Os parceiros tântricos tendem a ser capazes de desencadear e/ou abraçar nossas
dores mais profundas. Primeiro, você se torna consciente disso, depois aprende
a amá-lo e a aceitá-lo, e então pode se curar, deixando de lado o que não
precisa mais.
Relação Tântrica - Shiva e Shakti . Revelando Todo o seu Potencial
Todo mundo tem potencial intrínseco e realizável através da experiência com as
práticas tântricas. Somos limitados por nossa educação, por ensino cultural,
por nosso condicionamento. O Tantra não faz distinção. Você tem incontáveis
potenciais. Qualidades "masculinas" e qualidades
"femininas". Esqueça os rótulos, conte suas bênçãos. Todos estão
disponíveis para você, porque você já veio até aqui para se encontrar com você
mesmo(a). Seu(sua) parceiro(a) só pode espelhar o que já existe: VOCÊ!
Tantra - Um jeito de viver
Um Relacionamento de Amor Maior
Com Você Mesmo(a) e Com o Mundo
Os parceiros tântricos tendem a escolher um estilo de vida tântrico. Nos
relacionamentos, trata-se da jornada e das possíveis lições que podem ser
aprendidas. Portanto, se você quiser ficar rico, alimentar-se através do
condicionamento da indústria de consumo e suas estratégias materialistas, não
se envolva com um tântrico. Se você quer viver uma boa vida e feliz, cheia de
intimidade, conexão e encontros emocionantes (desafiadores), se quer essa
qualidade de riqueza em abundância na sua vida, então procure um parceiro
tântrico.
Jogando o Jogo da Energia. Disfrutando a Polaridade
Acreditamos (espero) que o dia das relações de dependência esteja quase no fim
(?). O macho está fora, o escravo da cozinha não existe mais. Além disso, os
parceiros que vivem totalmente independentes um do outro perdem a melhor
parte da vida. Atração fatal, uma atração picante é causada pela polaridade
entre as energias masculina e feminina. Seja em relações hetero ou homo,
funciona da mesma maneira. Os parceiros tântricos sabem disso e usam isso em
seu proveito. Nada mais delicioso do que uma reunião polarizada com seu
parceiro.
Todas as práticas tântricas têm um propósito comum:
Trazer sua consciência para o momento presente, em seu corpo, na energia que
existe aqui e agora.
Apreciando a Sensação
O Tantra é um caminho espiritual,
MAS MUITO TERRENO E FÍSICO.
ESSA DUALIDADE É INTRÍNSECA JÁ QUE SOMOS SERES MATERIAIS E ESPIRITUAIS.
Viver com prazer é essencial pois a jornada espiritual é realmente desafiadora.
Brincar é preciso. Mas há que se levar essa brincadeira muito a sério. Do ponto
de vista espiritual, todos somos crianças e a criança aprende de modo
prazer os o ebrincando. No Tantra é tudo por prazer, portanto,
conscientemente, é promovido ou so de seus sentido. Apreciar a boa
vida é totalmente bom, por que não? Mas a detecção direta é um pouco diferente
da rotina, a detecção filtrada. A mente sempre diz: “esteve lá, viu, fez” e
depois bloqueia a experiência. Os Relacionamentos Tântricos permanecem frescos
porque você não assume nada. É disso que se trata o sensor direto. Por exemplo,
quando você olha para o seu(sua) parceiro(a), parece que vê essa pessoa pela
primeira vez. Você olha, cheira, sente, ouve, tem um sabor fresco, de novo e de
novo.
Práticas Tântricas Meditações para Amantes
Os Relacionamentos Tântricos estão cheios de práticas tântricas mentais e
corporais.
Sua casa (corpo, mente e espírito) é seu templo e precisa inspirar harmonia,
acolhimento, aconchego e refletir a sua espiritualidade. No Tantra, você cria
este espaço divino, um templo tântrico para sua alma viver. Você pratica
meditações juntos no relacionamento. (Veja também o artigo Tantra Não É Sexo
sobre Meditações Tântricas) . No tantra, tudo é divino! Portanto, a prática
tântrica pode emergir em toda parte! Criatividade é ilimitada. Do olhar atento,
penetrante e demorado ao sexo tântrico. Desde os tempos antigos também existem
meditações tântricas específicas disponíveis. Vamos usar todas as ferramentas
que pudermos nessa prazerosa festa de celebração da vida.
A União Tântrica
Na mitologia de Solana e Satori,
Tantra sugere que a união é alcançada através da fusão de nossos princípios
masculino e feminino - consciência pura e energia pura. A energia do amor é
representada pelo poder divino feminino, conhecido como Shakti. A consciência é
representada pelo poder divino masculino conhecido como Shiva. O casamento de
Shiva e Shakti é considerado a União Divina, um conceito fundamental do Tantra.
Fazer amor é o caminho final (terreno / humano) para uma união tântrica. É por
isso que o sexo está sempre associado ao Tantra. Bem, somos humanos, somos
construídos para isso e energeticamente a forma do físico nem importa. Pense na
união como um círculo. Se você criar um círculo entre o masculino e o feminino,
não há como separar novamente. Não há começo, nem fim, apenas união.
Escolhendo Um Parceiro Tântrico
Dada a importância de um Relacionamento Tântrico, a escolha de um parceiro
adequado é vital.
Na tradição tântrica hinduísta, lá nos primórdios, o guru de alguém sugeriria
perspectivas adequadas e auspiciosas, baseadas em seu desenvolvimento
espiritual, indicações astrológicas e outras adivinhações esotéricas. Na era
moderna poucas pessoas têm um guru ou confiam nele o suficiente para se render
à sua orientação sobre um assunto tão profundamente pessoal e íntimo. Cada um é
seu próprio guru na modernidade.
Bem, muitos podem considerar que é bastante importante que o(a) parceiro(a)
tântrico(a) tenha o mesmo nível de dedicação e conhecimento. Pode-se dizer que
o ideal é que o casal esteja igualmente avançado em suas práticas tântricas,
mas eu também acredito que há benefícios em uma relação tântrica de
"professor(a) / aluno(a)" entre um praticante mais avançado e um
praticante menos avançado. É claro que essa dedicação deve ser à prática
tântrica, mas também à esse Relacionamento Tântrico em particular. Se um(a)
parceiro(a) tratar o Relacionamento Tântrico como algo casual, os resultados da
prática certamente não serão tão profundos como quando ambos estão totalmente
comprometidos.
Esse compromisso não exige que o Relacionamento Tântrico seja monogâmico. De
fato, a monogamia pode introduzir obstáculos à prática tântrica. O
comprometimento em um Relacionamento Tântrico exige uma promessa tão
solene ou mais solene do que os votos do casamento como já disse antes. Os
parceiros tântricos prometem trabalhar juntos para promover suas práticas
tântricas, apesar dos obstáculos cármicos que inevitavelmente surgirão. Os
parceiros tântricos apóiam-se através de purificações físicas, emocionais e mentais,
através de "convulsões" significativas em suas circunstâncias
materiais e através dos processos profundamente perturbadores do despertar
espiritual.
Um compromisso com um Relacionamento Tântrico é o compromisso de enfrentar
esses obstáculos de frente, juntos, e de crescer através deles. Um parceiro
tântrico não "pausa" quando as coisas ficam difíceis. Um parceiro
tântrico mantém o foco no objetivo espiritual e fornece todo o apoio possível
para a jornada.
Um Relacionamento Tântrico não é necessariamente um compromisso ao longo da
vida. Pode demorar cinco minutos, durante um exercício em uma oficina, ou pode
durar muitos meses ou muitos anos. Um Relacionamento Tântrico deve terminar tão
atentamente e com adoração como quando teve início. Os laços cármicos que unem
os dois praticantes no relacionamento devem ser adequadamente liberados com
atitudes de respeito mútuo e amor incondicional.
TIPOS DE RELACIONAMENTOS TÂNTRICOS
Os Relacionamentos Tântricos de Longo Prazo
Símbolo chakra Anahata ou Cardíaco
Um Relacionamento Tântrico tem uma qualidade diferente de um relacionamento
sexual romântico.
Um relacionamento romântico comum geralmente envolve uma grande quantidade de
ego: "minhas necessidades", sempre negociando, comprometendo e até
esmagando o relacionamento que perde a razão de ser e deixa de existir.
Um Relacionamento Tântrico é um compromisso de se relacionar fora do ego, com o
objetivo de atingir o nível mais alto do "Anahata", o chakra do
coração, onde o amor incondicional e o serviço altruísta transcendem os laços
emocionais pessoais e o apego físico ou material.
Quando amamos alguém, geralmente sentimos um forte desejo de nos apressar em
aliviar seu sofrimento. Este é um serviço altruísta importante sem dúvida, mas
está no nível mais baixo do Anahata.
No nível mais alto do Anahata, reconhecemos que em alguns casos o sofrimento
faz parte de um processo de purificação, aprendizado e crescimento, e
"resgatar" alguém nessas circunstâncias é realmente um desserviço.
Esta é uma lição espiritual que às vezes é imposta à pessoas quando elas têm um
ente querido que é viciado em álcool ou drogas, por exemplo.
Em um Relacionamento Tântrico, é importante ter limites muito claros. Estamos
trabalhando em nossa jornada, e nosso(a) parceiro(a) tântrico(a) está
trabalhando na dele(a). Estamos apoiando um ao outro, mas não podemos
dar a(o) nosso(a) parceiro(a) a resposta para a lição que a vida e a
prática tântrica está ensinando. Cada um tem seu aprendizado único e
individualizado, porém compartilhado. Sempre que nos sentimos chamados a
"resgatar" nosso parceiro(a) ou a "consertar" um problema
que ele(a) está tendo, é um chamado ao próprio auto-exame, a fim de erradicar
qualquer sugestão sutil do ego que ainda permaneça em nosso subconsciente.
Ao mesmo tempo, devemos estar abertos ao feedback de nosso(a) parceiro(a)
tântrico(a), seja direto ou indireto, o que pode nos ajudar a ver coisas sobre
nós mesmos e a crescer como pessoas e como praticantes tântricos.
O feedback direto pode ser um comentário que nosso(a) parceiro(a) faz sobre
coisas que fazemos que nos “abrem” ou nos “fecham”, e como recebemos a atitude
do outro positiva ou negativamente.
O feedback indireto pode ocorrer quando nosso(a) parceiro(a) tântrico(a) fica
quieto e retraído, ou fica com raiva e levanta a voz.
É preciso muito discernimento para separar a reação de um(a) parceiro(a) em
seus próprios gatilhos egóicos do feedback sobre o qual precisamos trabalhar.
Na maioria das vezes, os dois fenômenos estão acontecendo ao mesmo tempo.
Podemos ter feito algo que realmente atrapalhou a conexão tântrica, por
exemplo, mas nosso(a) parceiro(a) pode ter reagido com muita força
injustificada a isso, por causa de feridas de abandono não cicatrizadas na
infância, por exemplo. É preciso encher-se de amor, compaixão e compreensão com
relação a nós mesmos e ao próximo. Mas junto, o discernimento e a maturidade
tem que estar nesta balança de atitudes tântricas também.
Cultivar a presença, a consciência e o desapego para discernir entre o que
precisamos responder e o que precisamos criar e manter espaço é um benefício
poderoso que podemos alcançar um Relacionamento Tântrico.
Em um Relacionamento Tântrico, não há espaço para reagir preguiçosamente ao
nosso(a) parceiro(a) tântrico(a) a partir de nossos gatilhos egóicos. Devemos
estar eternamente vigilantes e nos esforçar a responder com discernimento e
consciência a cada momento. Isso por si só já eleva a qualidade de um
relacionamento num nível tântrico e, sem dúvida é algo trabalhoso de se
praticar. Então pergunta-se: você realmente está pronto para ter
Relacionamentos Tântricos em seu sistema de vida? É uma pergunta que você
precisa responder pra si mesmo(a) com muita honestidade e verdade.
Poliamor e Relações Abertas no Tantra
Os textos tântricos tradicionais deixam claro que o Tantra nunca foi atrelado à
normas societárias tradicionais, e o casamento sexualmente exclusivo não foi
exceção ao rompimento do tabu tântrico.
Alguns tântricos renunciaram a todas as formas de responsabilidade material e
se dedicaram ao estudo tântrico e à prática em período integral.
Outros mantinham um estilo de vida tradicional de chefe de família e praticavam
o Tantra em particular.
Os textos sobre o Shivaísmo da Caxemira (veja meu artigo Tantra Não é Sexo -
Os 8 Ramos do Tantra), por exemplo, foram escritos principalmente para chefes
de família que buscavam atingir os altos estados de consciência que acreditavam
ser reservados aos Saddhus e Eremitas.
Os textos tradicionais deixam claro que, se um tântrico mantém relações sexuais
reais como parte das práticas tântricas, o parceiro tântrico não deve ser
marido ou mulher. O parceiro tântrico ideal foi descrito como alguém saudável,
alguém que o tântrico não considerava sexualmente atraente e alguém com quem é
improvável que o tântrico forme um vínculo emocional mundano. As lavadeiras na
Índia, por exemplo, como já citei acima, membros da casta
"intocável", eram consideradas parceiras tântricas ideais para os
homens brâmanes. (Particularmente acho essa idéia um pouco estranha de
compreender e assimilar mas estou aqui em muitos trechos deste artigo apenas
trazendo um pouco da história sobre o tantrismo e suas origens nos vários tipos
de relacionamentos que podemos estabelecer).
Bem, continuando: Os textos tântricos tibetanos contêm muitas histórias de
gurus dizendo a um discípulo que havia chegado a hora de começar a praticar o
tantra sexual e nomeando um parceiro tântrico que seria adequado para ambos.
Tradicionalmente, esse momento só chegaria depois de anos de prática e
preparação dedicadas geralmente ao celibato.
O Neo-Tantra
O Neo-Tantra tem uma visão diferente do poliamor que se concentra em praticar
rituais como parte de um relacionamento de longo prazo, escolhendo parceiros
sexualmente atraentes e trabalhando para manter a atração sexual a longo prazo,
e desenvolvendo relacionamentos muito íntimos emocionalmente. Para os
Neo-Tântricos, o poliamor é uma expansão do amor de um relacionamento para
muitos. Os anexos não são vistos como uma barreira significativa para a
prática, a menos que levem à possessividade e ao ciúme.
A maioria dos ocidentais modernos, o principal público do Neo-Tantra
atualmente, não têm paciência para anos de prática de celibato, seguidos de
rituais sexuais tântricos com alguém que nem acham atraente. Como resultado,
muitos ocidentais perdem de vista qualquer objetivo espiritual de sua prática
tântrica e acabam por concentrar-se em alcançar prazeres materiais neste mundo.
Essa dinâmica contribuiu para a má reputação do Tantra no Ocidente, pois pode
ser vista como uma "cobertura espiritual" para dependência de sexo,
promiscuidade e até abuso de poder.
É importante lembrar que o poliamor é praticado no Tantra como uma maneira de
acessar o amor impessoal e incondicional e transfigurar o parceiro tântrico
como uma emanação do Divino. É uma porta de entrada para estados mais elevados
de consciência, transcendendo nossos impulsos inferiores de possessividade e
hedonismo. Essa proposta não tem teor libertino ou mundano.
Monogamia no Tantra
Enquanto o Tantra tradicional se desenvolveu em um ambiente em que a monogamia
geralmente não era esperada para homens ou mulheres, o Neo-Tantra foi forçado a
lidar com a normalização generalizada da monogamia na cultura da Europa
Ocidental.
A prática tântrica monogâmica no Neo-Tantra é geralmente, embora não
exclusivamente, focada no desenvolvimento do indivíduo, e não na transcendência
da individualidade. Existe uma escola de pensamento de que não é possível
"aprofundar-se", a menos que ambos os parceiros cortem todo contato
sexual com alguém, exceto um com o outro. É verdade que não é possível
"aprofundar" quando um ou ambos os parceiros não se sentem seguros ou
não estão totalmente comprometidos, e é verdade que, para algumas pessoas, uma
promessa de monogamia pode aumentar esse sentimento de segurança, ou esse senso
de compromisso.
Em algum momento, para alcançar a libertação total, ou no momento da
libertação, a necessidade de controlar as ações de nosso parceiro quando não
estamos por perto, a fim de nos sentirmos seguros, simplesmente desaparecerá.
Nesse ponto, seremos livres para escolher se devemos ou não ser monogâmicos, em
vez de precisar de monogamia para nos sentirmos seguros o suficiente para nos
aprofundarmos.
O Celibato no Tantra
O Tantra abraça toda a gama de
experiências humanas e, portanto, abraça o celibato com tanto entusiasmo quanto
qualquer outra prática. O objetivo final do Tantra é exercitar plena atenção,
presença e controle sobre todo o poder das energias das manifestações à medida
que fluem através do praticante, canalizando a energia para o chakra da coroa e
para a liberação ou iluminação ( Kundalini Tantra).
Os períodos de castidade são um importante ponto de auto análise para um
praticante, para avaliar quanto controle ele têm sobre sua energia sexual. O
praticante pode converter a energia sexual em algo mais refinado e usá-la para
capacitar seus chakras superiores.
Períodos de celibato também podem destacar impurezas em torno da sexualidade em
nossos corpos emocionais e mentais. Achamos que não faz sentido interagir
sexualmente com membros desejados se o contato sexual for uma opção?
Sentimos-nos úteis ou inúteis quando não estamos sendo admirados sexualmente?
Temos fantasias sexuais incontroláveis quando somos celibatários? Pratique e
então poderá responder a estás dúvidas por você mesmo(a).
Um tântrico pode empreender um período de celibato (um compromisso com um
determinado curso de ação por um determinado período de tempo), simplesmente
para fortalecer sua força de vontade ou para explorar uma questão específica.
As pessoas nos relacionamentos tântricos podem fazer votos de celibato ao mesmo
tempo, para se apoiarem na exploração do que o celibato tem para ensiná-las.
Mesmo dentro do contexto do celibato, um praticante pode trabalhar com a
energia sexual como um meio de despertar e ativar seu sistema energético. A
prática tântrica sexual sólo pode ser permitida em algumas formas de celibato
tântrico. A energia sexual que é despertada pela prática individual pode ser
canalizada para a abertura de chakras superiores, eliminação de bloqueios e
cura de disfunções físicas e energéticas. As pessoas nos relacionamentos
tântricos podem praticar sozinhos ao mesmo tempo em espaços separados. Elas
também podem explorar maneiras não sexuais de se conectar emocional e
energeticamente.
Os rituais tântricos tradicionais geralmente envolvem um período de castidade
como parte da preparação para um ritual. O ritual tradicional de Maithuna
(ritual tântrico para o sexo), por exemplo, deve ser precedido por sete ou 21
dias de celibato. Os parceiros tântricos se reúnem todos os dias durante o
período de celibato e realizam certas ações juntos, como oferecer flores no
altar e reafirmar suas intenções para o ritual.
Anarquia Relacional no Tantra
Anarquia de relacionamento é a
crença de que os relacionamentos não devem ser vinculados por regras além do
que as pessoas envolvidas concordam mutuamente. Em sua expressão final, o
Tantra não reconhece regras, leis ou tabus; portanto, a anarquia do relacionamento
é muito compatível com os princípios do Tantra que aborda desconstruções dos
moldes tradicionais e condicionados a uma única maneira de se relacionar, tida
como certa ou errada. Neste sentido, para o Tantra, a dualidade é inexistente.
Anarquia relacional não é ausência de estrutura. Pode haver muitos acordos
complexos e de longo prazo negociados entre anarquistas de relacionamento. A
principal característica é que os acordos são feitos entre as pessoas
envolvidas, sem referência a restrições religiosas, leis seculares ou normas
sociais.
Como em qualquer outro estilo de relacionamento, a anarquia relacional pode ser
usada como uma cobertura para o desvio espiritual, egoísmo e abuso. Lucidez e
discriminação ajudarão a identificar essas situações. Se qualquer parte de um
relacionamento na anarquia relacional não concordar livremente com algo que
está acontecendo, não será uma verdadeira anarquia de relacionamento.
Praticando o Tantra em seus
relacionamentos
Praticar o Tantra com o(a)
parceiro(a) romântico(a), seja ele(a) monogâmico(a) ou poliamoroso(a), é uma
das maneiras mais difíceis de praticar o Tantra. Do ponto de vista tântrico, o
risco de se distrair do caminho espiritual é extremamente alto quando temos
apego pelo(a) parceiro(a) tântrico(a), e, portanto, esse não é um caminho
recomendado em nenhuma tradição tântrica. Um tanto quanto complexo aceitar tal
conceito, não acham? Nesse sentido, o que meus estudos trazem até aqui é que
quanto menos romance nós buscarmos em nossos relacionamento conjugais
tântricos, mais próximos de nossos objetivos espirituais poderemos estar. Mas é
exatamente o contrário que a maioria de nós busca ao eleger um parceiro sexual
para trocas tão significativas e íntimas. O romance então é produto do ego! E
sendo produto do ego, para uma elevação espiritual, deve ser pouco considerado,
ou mesmo, desconsiderado totalmente. Às vezes para mim tudo isso parece um
“andar na contra mão” já que quando estamos nos relacionando intimamente com
alguém, o romance é algo natural...Certamente isso se deve a contradição que o
Tantra nos traz ao oferecer ferramentas de desconstrução de padrões, quebra de
paradigmas e tabus. É simples e de tão simples e prático, torna-se complexo. É
sem dúvida uma proposta que nos inspira visualizar inúmeras outras formas de
nos amar e amar nossos(as) parceiros(as), criando caminhos para o amor onde
aparentemente não existem.
Embora praticar o Tantra com um(a) parceiro(a) romântico(a) possa dificultar o
alcance de objetivos espirituais, pode, no entanto, facilitar a obtenção de
objetivos mais materiais, como desapegar-se o suficiente para apoiar um
parceiro enquanto eles passam por uma situação desencadeante ou por um trauma
sexual.
Muitos professores neo-tântricos dão conselhos específicos sobre a aplicação de
técnicas tântricas em um relacionamento.
A Massagem Tântrica (Vide sobre Tantra Não é Sexo) pode melhorar os aspectos
emocionais e sexuais de um relacionamento. A transfiguração é uma maneira
poderosa de transcender os padrões egóicos e de se relacionar de maneira mais
incondicional e amorosa. O controle da ejaculação (Veja Sobre a Técnica do
Orgasmo Múltiplo Masculino) naturalmente converte energia sexual em devoção e
serviço altruísta, o que imediatamente enriquece qualquer relacionamento. Assim
como os vários tipos de orgasmos no corpo feminino (Veja o artigo sobre os 6
tipos de orgasmos no corpo feminino) podem ser medicamentos de cura para de
traumas e bloqueios energéticos.
Um verdadeiro Relacionamento Tântrico exige um alto nível de desapego e um
compromisso de operar a partir do Anahata e demais chakras superiores. O
desapego não implica falta de emoção de fato, o oposto é bastante verdadeiro. O
desapego permite o mais alto nível de amor, compaixão, êxtase, segurança e
vínculo emocional entre os parceiros tântricos. Ainda parece “trick” em sua
mente? Porque é contrário ao que a maioria de nós aprende em nossos sistemas
sociais. Desconstruir um sistema de pensamentos, idéias e crenças limitantes é
sem dúvida um caminho de surpresas a serem reveladas na jornada da elevação
espiritual. Mas, pergunte-se mais uma vez a você mesmo(a): Estou preparado(a)
para me desconstruir e encontrar uma nova versão melhor e mais evoluída de mim
mesmo(a)? Se responder sim a esta complexa pergunta, sugiro então que mergulhe
sem medo no universo tântrico e esteja preparado para enfrentar todos os
desconfortos que virão em seu caminho de re-construção de você com você
mesmo(a) através daqueles com quem você se relaciona livremente ou se impõe
relacionar-se. Tantra é para todos mas, nem todos estão prontos para ele.
Referências Bibliográficas
Tiziana Pontillo; Maria Piera Candotti (2014). Significação sem sinal na Índia
antiga e além. Anthem Press. pp. 48–61 com notas de rodapé. ISBN
978-1-78308-332-9.
Gray, David B. (2016). "Tantra e as tradições tântricas do hinduísmo e
budismo". Oxford Research Encyclopedia of Religion.
Imprensa da Universidade de Oxford. doi: 10.1093 / acrefore /
9780199340378.013.59. Página visitada em 2016-10-15.
Robert Brown (2002). Harper, Katherine Anne; Brown, Robert L. eds. As
raízes do Tantra. Imprensa
da Universidade Estadual de Nova York. ISBN 0-7914-5306-5.
NAMASTÊ
Psalm ANANDA Prem
A2 Terapias Corporais Integrativas
TANTRA TE TRATA!Tantra
trabalha nossa energia vital. Essa energia é a mesma pela qual emanamos de
nossos corações o que sentimos e vibramos. É nossa própria energia sexual
através da qual co-criamos com o universo e geramos vida.
Fonte: https://redemetamorfose.org/artigos/tantra-relacionamentos
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