Solidão
A solidão e o silêncio são dois aspectos de uma experiência, dois lados da mesma moeda. Se alguém quiser experimentar o silêncio se tem que entrar em uma solidão total. Ele está lá.
Nascemos sozinhos, morremos sozinhos. Entre estas duas realidades, criamos mil e uma ilusões de estarmos juntos em todos os tipos de relacionamentos, amigos e inimigos, amores e ódios, nações, raças, religiões. Criamos todos os tipos de alucinações apenas para evitar um fato: que estamos sozinhos. Mas tudo o que fazemos, a verdade não pode ser alterado. É assim, e ao invés de tentar escapar da solidão, o melhor caminho é a alegrar-se nela.
Alegrai-vos na sua própria solidão é isso do que se trata a meditação é. O praticante é aquele que mergulha profundamente na sua solidão, sabendo que nós nascemos sozinhos, nós vamos morrer sozinhos, e, no fundo, estamos vivendo sozinhos. Então por que não experimentar o que a solidão é? É a nossa própria natureza, nosso próprio ser.
Osho
SOLIDÃO E SOLITUDE - OSHO
Osho - Isso não é só com você. A maneira como as crianças são criadas é a causa de toda essa miséria. Nenhuma criança é aceita como ela é. Ela é recompensada quando segue as direções dos pais, dos professores, dos mais velhos. Essas direções podem ir contra a natureza dela porque essas diretivas não foram feitas por ela ou para ela.
Alguém, cinco mil anos passados, fez esses princípios e eles ainda estão sendo utilizados no crescimento das crianças.
Naturalmente, toda criança fica deslocada. Ela não está em seu próprio ser. Ela não é ela mesma; ela é alguém mais. Esse alguém mais é dado a você pela sociedade, pelos outros.
Então quando você está sozinho e não há ninguém a ditar para você, você simplesmente relaxa em sua natureza. Não há nenhuma necessidade de representar coisa alguma porque não há ninguém para ver.
Esse relaxar em sua própria natureza faz você sentir-se culpado. Você está indo contra seus pais, contra os padres, contra a sociedade; e eles lhe disseram que você, por si mesmo, não está certo. Você aceitou isso. Isso se tornou algo condicionado em você.
Tudo que você fizer por si mesmo é sempre condenado e tudo que você fizer seguindo outros é sempre elogiado.
Em sua solidão não há mais ninguém lá. Naturalmente, você não precisa atuar; Você não precisa ser um hipócrita. Você simplesmente relaxa no que você é; sua mente porém, está repleta de entulho dado pelos outros.
Assim quando você está com os outros, os outros ficam ditando para você; e quando você está só, a mente que foi criada pelos outros, faz você sentir-se feio, culpado, mesquinho.
É por isso que as pessoas não gostam de ficar a sós. Elas sempre querem estar com alguém mais, porque com outra pessoa elas não podem relaxar em sua própria natureza.
A presença do outro as mantém tensas. O outro está lá, julgando cada momento, cada ato e cada gesto que você está para fazer.
Então você simplesmente representa um certo ato que lhe foi dito que é certo. Assim sua mente se sente bem: isso está de acordo com o condicionamento. Sua mente fica feliz que você fez bem; você é legal.
A pessoa precisa da multidão. Essa é a razão psicológica porque eles sempre querem pertencer ao Hinduísmo, ao Cristianismo, ao Maometismo, a esse país, àquele país. A essa raça, àquela raça. E se isso não for suficiente, eles criam rotary clubes, lion clubes.
Eles não podem ficar sozinhos. Eles precisam estar continuamente rodeados de pessoas. Só assim eles podem manter a tensão viva, o ato vivo. Na multidão, eles não podem ser eles mesmos.
Sozinho, porque você fica assustado? Ficar sozinho é uma das mais belas experiências. Você não está mais incomodado pelos outros; você não está mais forçando a si mesmo fazer alguma coisa que é esperado. Só, você pode fazer o que você quiser. Você pode sentir o que você quiser. Tudo que você precisa é estar desligado da sua mente.
Sua mente não é sua mente. Sua mente é apenas um agente da multidão a qual você pertence. Ela não está a seu serviço; ela está a serviço da multidão. A multidão colocou um detetive em sua mente que fica lhe forçando, mesmo quando você está sozinho, a agir de acordo com as regras."
Osho em From Death to Deathlessness
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