ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL-BRASIL: ÁGUA INVADIU 301 MIL CASAS EM CIDADES E 7,8 MIL EM ÁREA RURAL

 Vista de uma casa inundada em Rio do Sul, Santa Catarina, Brasil

Enchentes no Rio Grande do Sul: água invadiu 301mil casas em cidades e 7,8 mil em área rural

Pesquisador da UFRGS chegou ao número cruzando a mancha da inundação calculada e os dados do Censo de 2022

Por 

Daniel Gullino

 — Brasília

19/05/2024 04h30  Atualizado há 8 horas

As enchentes no Rio Grande do Sul causaram forte impacto tanto nas cidades quanto nas áreas rurais, segundo estudos obtidos pelo GLOBO. Na região hidrográfica do Lago Guaíba, a estimativa é de que tenham sido afetados com algum nível de inundação 301.738 domicílios em 125 municípios. Já em propriedades rurais de todo o estado, foram 7.854 locais inundados em 58 municípios.


Os dados relacionados às cidades foram coletados por Iporã Possantti, engenheiro ambiental e hidrólogo, doutorando no Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), junto com um grupo de mais de 50 pesquisadores dedicados ao tema.


Áreas mais afetadas — Foto: Reprodução
Áreas mais afetadas — Foto: Reprodução

O instituto chegou ao número cruzando a mancha da inundação calculada e os dados do Censo de 2022. Não foi analisado o nível de água em cada imóvel. Os números estão sendo atualizados periodicamente.

Canoas é mais afetada

De acordo com dados atualizados até a última sexta-feira, os municípios mais afetados com as enchentes foram Porto Alegre (85 mil domicílios), São Leopoldo (38 mil) e Canoas (65,9 mil). Em número de pessoas, a estima é de 632 mil atingidas por alagamentos.

O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), relatou ao GLOBO na semana passada que o município “virou um grande lago”, principalmente na parte Oeste. Foram recebidos 66 mil pedidos de resgate. Até o momento, a cidade conta com 97 abrigos para atender às vítimas da enchente. Das 27 unidades básicas de saúde, o prefeito diz ter perdido 19. Das quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), só sobrou uma intocada.


Fonte:https://oglobo.globo.com/brasil/sos-rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/19/enchentes-no-rio-grande-do-sul-agua-invadiu-301mil-casas-em-cidades-e-78-mil-em-area-rural.ghtml


Já em Porto Alegre, 46 dos 81 bairros tiveram alagamentos de alguma proporção, de acordo com levantamento feito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade.

Em São Leopoldo, o prefeito Ary Vanazzi (PT) relatou que 18 escolas e 16 postos de saúde ficaram “debaixo d’água”. Vanazzi também viu a própria casa ficar quase completamente submersa após o temporal.

Já o estudo sobre as propriedades rurais foi elaborado pelo Terra Analytics e pela R.Torsiano Consultoria Agrária, Ambiental e Fundiária. Os dados mostram que 6.475 (82,4%) dos imóveis afetados foram classificados como pequenos. Propriedades médias somaram 11,4% dos imóveis atingidos, e as grandes representam 6%.

Para Richard Torsiano, diretor executivo do Terra Analytics e responsável por coordenar o estudo, os dados indicam que, mesmo quando água baixar, o governo terá que ajudar os produtores a recuperar sua capacidade produtiva.

— A gente obviamente sabe que em todo o território o número de pequenas propriedades vai ser maior, pela concentração de terras, mas é impactante o volume. Mais de seis mil imóveis, desse total de 7.800, e a área inundada algo muito chocante, quase 50% desses imóveis — afirma Torsiano. — O governo tem que investir muito em um processo de apoio, focado em recuperar a capacidade produtiva.

Arroz e soja

Nas propriedades pequenas, 48% da área ficou inundada. Esse percentual é de 45% nas médias e de 30% nas grandes. Esses locais produzem, principalmente, arroz e soja.

Quando é analisada a área total atingida pelos alagamentos, quase metade (49%) é de grandes propriedades, enquanto 28% é de pequenas e 21% de médias. A classificação do tamanho dos imóveis seguiu os padrões oficiais: pequenas propriedades têm até quatro módulos fiscais, as médias têm entre quatro e 15 e a grande são maiores do que 15. A medida de um módulo fiscal depende de cada município, e o valor é definido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).


Fonte:https://oglobo.globo.com/brasil/sos-rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/19/enchentes-no-rio-grande-do-sul-agua-invadiu-301mil-casas-em-cidades-e-78-mil-em-area-rural.ghtml

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