TIME-LAPSO DE 14 ANOS MOSTRA RAIOS GAMA BRILHANDO EM TODO O CÉU; CONFIRA

 Timelapse de 14 anos dos raios gama espaciais com dados do Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, da Nasa

Time-lapse de 14 anos mostra raios gama brilhando em todo o céu; confira

Vídeo mostra esses raios invisíveis, que são a forma de luz de maior energia do Universo, a partir de dados do Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, da Nasa

Por Redação Galileu

22/12/2023 11h28  Atualizado há 23 horas


Invisíveis aos olhos humanos, os raios gama têm os menores comprimentos de onda e a maior energia de qualquer onda no espectro eletromagnético. A partir de 14 anos de dados do Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, da Nasa, cientistas criaram um filme em time-lapse que mostra esses raios em todo o céu.

Segundo a agência espacial norte-americana, os raios gama "são produzidos pelos objetos mais quentes e energéticos do universo, como estrelas de nêutrons e pulsares, explosões de supernovas e regiões ao redor de buracos negros". No nosso planeta, eles são gerados por explosões nucleares, relâmpagos e por decaimento radioativo.

Divulgado nesta quarta-feira (20), o time-lapse mostra os raios gama com energias acima de 200 milhões de elétrons-volts detectados pelo Telescópio de Área Grande (LAT) do Fermi entre agosto de 2008 e agosto de 2022. Para se ter uma ideia, a luz visível tem energias entre 2 e 3 elétrons-volts.

As cores mais brilhantes no vídeo (abaixo) marcam os locais de fontes de raios gama mais intensas. "Uma das primeiras coisas que chamam a atenção no filme é uma fonte que se move constantemente pela tela. Essa é a nossa estrela, o Sol, cujo movimento aparente reflete o movimento orbital anual da Terra ao redor dele", diz Judy Racusin, Subcientista do Projeto Fermi, que narra o vídeo, em comunicado.

Devido ao impacto de partículas aceleradas conhecidas como raios cósmicos, o LAT detecta, na maioria das vezes, o Sol de modo bem fraco. Quando esses raios atingem o gás da nossa estrela-mãe ou mesmo a luz que ela emite, resultam raios gama. Em alguns momentos, no entanto, o Sol pode se tornar brevemente uma das fontes de raios gama mais brilhantes do céu ao se iluminar com poderosas erupções chamadas de flares solares.

"O brilho intenso e constante dos raios gama da Via Láctea é pontuado por erupções intensas e duradouras de jatos próximos à velocidade da luz alimentados por buracos negros supermassivos nos núcleos de galáxias distantes", afirma Seth Digel, cientista sênior do Laboratório Nacional de Aceleradores do Centro de Aceleração Linear de Stanford (SLAC) em Menlo Park, Califórnia. É ele quem criou as imagens do time-lapse.

Conforme Digel, essas erupções podem se dar em qualquer lugar do céu e aconteceram entre milhões e bilhões de anos atrás. Sua luz está chegando a Fermi enquanto observamos.

No vídeo obtido com o telescópio, o céu aparece em duas visões diferentes, sendo que a retangular traz a Via Láctea no meio. Isso destaca o plano central da nossa galáxia, que brilha em raios gama produzidos por raios cósmicos e está salpicado de muitas outras fontes, incluindo estrelas de nêutrons e remanescentes de supernovas.

Acima e abaixo dessa faixa central está o exterior da nossa galáxia e o universo mais amplo, pontilhado de fontes brilhantes e em rápida mudança. A maioria delas são galáxias distantes, melhor vistas em uma visão diferente centrada nos polos norte e sul da Via Láctea. Cada uma dessas galáxias, chamadas blazares, abriga um buraco negro central com uma massa de um milhão ou mais de Sóis.

Muitas dessas galáxias estão extremamente distantes. É o caso do blazar 4C +21.35, que viaja há 4,6 bilhões de anos, sugerindo que uma explosão vista hoje ocorreu ainda quando nosso Sol e Sistema Solar estavam começando a se formar. Outros blazares brilhantes estão a mais de duas vezes essa distância, fornecendo imagens impressionantes da atividade dos buracos negros ao longo do tempo cósmico.

A visão realça a luminosidade e variabilidade dos jatos desses buracos negros. "As variações nos dizem que algo sobre esses jatos mudou", disse Racusin. "Rotineiramente, observamos essas fontes e alertamos outros telescópios, no espaço e na Terra, quando algo interessante está acontecendo. Temos que ser rápidos para pegar esses flashes antes que desapareçam, e quanto mais observações conseguirmos coletar, melhor poderemos entender esses eventos".


Fonte:https://revistagalileu.globo.com/ciencia/espaco/noticia/2023/12/time-lapse-de-14-anos-mostra-raios-gama-brilhando-em-todo-o-ceu-confira.ghtml

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