Telescópios da Nasa revelam "mão de Deus"
cósmica com detalhes inéditos
Observatório de raios-X Chandra e
telescópio IXPE flagraram nebulosa de vento de pulsar com formato incomum,
formada pelo vento produzido por uma estrela morta
Por Redação Galileu
01/11/2023 10h13 Atualizado há um dia
Os resultados foram publicados em um artigo no periódicoThe Astrophysical Journal. A imagem combina dados do Observatório de raios X Chandra da Nasa e do Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE).
A foto mostra os "ossos" do campo magnético da "mão" enorme, que é, na verdade, uma nebulosa formada pelo vento produzido por um pulsar, que é nada mais do que uma estrela de nêutrons. Ou seja, trata-se de uma estrela colapsada morta que sobrevive através de plumas de partículas de matéria energizada e antimatéria.
O pulsar em questão, chamado PSR B1509-58 foi observado pelo Observatório de raios X Chandra pela primeira vez em 2001. A observação já revelou na época que a nebulosa de vento de pulsar (chamada MSH 15-52), localizada a 16 mil anos-luz da Terra, se assemelha a uma mão humana.
Recentemente, o telescópio IXPE observou MSH 15-52 por cerca de 17 dias — o tempo mais longo que o instrumento olhou para um único objeto desde seu lançamento, em dezembro de 2021.
Segundo explica o líder do estudo, Roger Romani, da Universidade Stanford, os dados do IXPE fornecem o primeiro mapa do campo magnético na "mão gigante". "As partículas carregadas que produzem os raios X viajam ao longo do campo magnético, determinando a forma básica da nebulosa, assim como os ossos fazem na mão de uma pessoa", ele compara, em comunicado.
O IXPE também detectou campos magnéticos semelhantes para as nebulosas de vento de pulsar Vela e Caranguejo, o que indica que podem ser surpreendentemente comuns nesses objetos.
Segundo a Nasa, o telescópio em questão forneceu também informações sobre a polarização de raios X, que é a orientação do campo elétrico, determinada pelo campo magnético da fonte desses raios.
Em grandes regiões da nebulosa de vento de pulsar, a quantidade de polarização atinge o nível máximo esperado. Para atingir essa força, o campo magnético deve ser muito reto e uniforme, o que significa que há pouca turbulência nessas regiões da nebulosa. É o que acontece no final do jato.
Já no início do jato, visto na parte inferior da imagem da "mão", a polarização é baixa, porque essa é uma área turbulenta com campos magnéticos complexos e emaranhados associados à geração de partículas de alta energia.
Isso sugere que as partículas recebem um impulso de energia em regiões turbulentas perto do pulsar na base da "palma", e fluem para áreas onde o campo é uniforme ao longo do "pulso", dos "dedos" e do "polegar".
"Descobrimos a história da vida de partículas superenergéticas e de antimatéria ao redor do pulsar", afirma o coautor da pesquisa, Niccolò Di Lalla. "Isso nos ensina como os pulsares podem atuar como aceleradores de partículas."
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/ciencia/espaco/noticia/2023/11/telescopios-da-nasa-revelam-mao-de-deus-cosmica-com-detalhes-ineditos.ghtml
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