MAIS DE 10 MIL SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS INDÍGENAS PODEM ESTAR ESCONDIDOS NA AMAZÔNIA
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
A tecnologia de sensoriamento remoto e emissão de faixas de lazer conseguiu identificar identificar 24 sítios arqueológicos indígenas na Amazônia até então não documentados — Foto: Diego Lourenço Gurgel / Divulgação
Mais de 10 mil sítios arqueológicos indígenas podem
estar escondidos na Amazônia
Registros de estudo publicado na
revista Science são evidências de alterações na floresta, como aldeias
fortificadas e estruturas cerimoniais
Por Redação Casa e Jardim
15/10/2023 06h35 Atualizado há 9
horas
Um número entre 10 mil e 23 mil sítios arqueológicos indígenas pré-colombianos estão escondidos sob a densa Floresta Amazônica – é o que estima um estudo publicado recentemente na revista científica Science. A pesquisa, liderada pelos brasileiros Vinicius Peripato e Luiz Aragão, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE), utilizou a tecnologia de sensoriamento remoto e emissão de faixas de lazer conhecida como LiDar (Light Detection and Ranging) para identificar 24 sítios até então não documentados.
Embora já fosse sabido que sociedades indígenas habitavam a bacia amazônica há pelo menos 12 mil anos, era difícil encontrar evidências desta presença no local devido à alta densidade da floresta.
A vantagem em utilizar o LiDar é que o seu sensor permite reconstruir os elementos da superfície em um modelo 3D com um nível extraordinário de detalhes, tornando possível remover digitalmente toda a vegetação e iniciar uma investigação precisa do terreno sob a copa das árvores.
O resultado? A revelação do estilo de vida de sociedades complexas que lá viveram há milhares de anos.
A combinação entre tecnologia de ponta em monitoramento remoto, dados arqueológicos e modelagem estatística avançada levou ao registro de extensos geoglifos e alterações em uma paisagem que corresponde a 0,08% da Amazônia, segundo a varredura inicial.
Realizadas entre 1.500 e 500 anos atrás, estas modificações foram moldando a floresta àquilo que se conhece hoje. Elas incluem aldeias fortificadas, estruturas cerimoniais, assentamentos em topos de montanha e geoglifos.
Outra descoberta foi quanto aos sinais de domesticação de plantas, que sugerem a prática de agrofloresta por parte de algumas sociedades. Isso significa que certas espécies vegetais foram intencionalmente manejadas para estarem mais próximas aos assentamentos, a fim de melhor prover alimentos e recursos.
Alguns exemplos do fenômeno em questão são a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), a macaúba (Acrocomia aculeata), o araticum (Annona montana), a pupunha (Bactris gasipaes) e o açaí (Euterpe oleracea), entre outras.
Comentários
Postar um comentário