CONHEÇA YAYOI KUSAMA, ARTISTA PLÁSTICA MAIS VENDIDA DO MUNDO QUE ESCOLHEU VIVER EM MANICÔMIO

 

Cena do documentário 'Yayoi Kusama: a Rainha das bolinhas'
Cena do documentário 'Yayoi Kusama: a Rainha das bolinhas' Divulgação


Conheça Yayoi Kusama, artista plástica mais vendida no mundo que escolheu viver em manicômio

Japonesa ganhou galeria própria em Inhotim

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

19/07/2023 03h30  Atualizado há 7 horas

 


artista japonesa Yayoi Kusama agora faz parte da 20ª galeria permanente de Inhotim, que o museu a céu aberto de Brumadinho (MG) abriu ao público no domingo, após seguidos adiamentos desde 2020.

Aos 94 anos, Yayoi é a artista viva mais vendida no mundo hoje,e rompeu, nas últimas décadas, as barreiras de galerias e dos museus, chegando ao público em ilustrações de livros ou estampas de coleções, como as assinadas pela Louis Vuitton. Seu estilo é marcado por bolinhas e experiências imersivas. Em 2014, sua obra passou pelo Instituto Tomie Ohtake (SP) e pelo CCBB (RJ e Brasília).

Há 30 anos, a japonesa vive em uma instituição psiquiátrica, diagnosticada com esquizofrenia, e muitos associam seus picos de criatividade à doença. Ela se internou voluntariamente.

Mudança para Nova York

Nascida em 1929, Yayoi não tinha o dom para arte incentivado em casa. Sua mãe era contra a paixão da filha e chegava a retirar os desenhos de suas mãos e a agredi-la para que parasse de pintar. Determinada a seguir o que amava, estudou na Escola de Artes da Cidade de Kyoto durante um tempo.

Então, ela decidiu escrever uma carta para a pintora estadunidense Georgia O'Keeffe, pedindo conselhos profissionais. O'Keeffe respondeu, recomendando que ela fosse até os Estados Unidos. Por volta de 1957, Yayoi Kusama se mudou para Nova York, onde passou a dividir o cenário com artistas consagrados e vanguardistas, como Andy Warhol, Donald Judd e Claes Oldenburg.

Yayoi não era fluente no inglês e conta que enfrentou sexismo e discriminação. No documentário "Kusama - Redes Infinitas" (2018), disponível no Globoplay, ela cita algumas obras do próprio Warhol que teriam sido "inspiradas" em suas criações. No filme, ela ainda diz que seu trabalho teria sido copiado por artistas homens mais conhecidos. Além de Warhol e Oldenburg, ela cita Lucas Samaras, que montou um ambiente espelhado pouco tempo após ela criar a primeira versão do que viria a ser o seu Quarto do Espelho Infinito.

Depois da exposição de Lucas Samaras, a saúde mental de Yayoi ficou prejudicada e ela entrou em depressão. Voltou ao Japão e teve seu trabalho redescoberto e reconhecido ao longo dos anos.

Yayoi representou o Japão na Bienal de Veneza em 1993 e fala abertamente sobre sua saúde mental. Como os grandes temas de suas obras são a repetição de figuras, a acumulação e o surrealismo, ela mesma afirma que as criações se tornaram uma válvula de escape para seus dilemas internos.


Fonte:https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/noticia/2023/07/19/conheca-yayoi-kusama-artista-plastica-mais-vendida-no-mundo-que-escolheu-viver-em-manicomio.ghtml



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