O que se sabe
sobre a variante arcturus da Covid-19, detectada no Brasil
Cepa já documentada em 33 países
infectou, em São Paulo, idoso de 75 anos, acamado, com comorbidades e esquema
vacinal completo — inclusive, com a dose bivalente da Pfizer
Por Redação Galileu
02/05/2023 10h31 Atualizado há 2 dias
Um caso da variante XBB.1.16do coronavírus, conhecida também como arcturus, foi detectado pela primeira vez em São Paulo, segundo confirmou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta segunda-feira (1), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
A cepa infectou um homem de 75 anos, morador da capital paulista, acamado e com comorbidades, segundo comunicado da SMS. O idoso não tem histórico de viagem recente e estava vacinado completamente contra a Covid-19, inclusive, com a dose da Pfizer bivalente.
O paciente apresentou sintomas gripais e febre persistente no dia 7 de abril, sendo encaminhado para atendimento em um hospital privado da cidade. O caso foi notificado na última sexta-feira (28).
O idoso foi infectado mesmo com esquema vacinal completo, mas não apresentou piora, tendo alta médica na última quinta-feira (27). A SMS reforça a importância da vacinação para evitar casos graves —inclusive com a Pfizer bivalente.
Até o momento, na capital, foram aplicadas 1.248.675 doses deste imunizante, disponível para alguns grupos em um primeiro momento, como pessoas acima de 50 anos, maiores de 12 anos com imunossupressão ou com comorbidades, indígenas, gestantes, puérperas, entre outros.
O que é a arcturus
A variante foi detectada pela primeira vez em amostra no mês de janeiro e já foi documentada em 33 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Conforme afirma o site The Washington Post, trata-se de uma subvariante da cepa ômicron.
A OMS está monitorando a arcturus como uma “cepa de interesse”, segundo a SMS. Entre os principais sintomas causados pela nova variante estão: irritação nos olhos (parecida com conjuntivite), tosse seca e episódios febris.
Até agora, a arcturus não apresentou gravidade ou aumento no número de casos na cidade de São Paulo. A ramificação da ômicron é particularmente prevalente na Índia, onde provocou um aumento nas infecções e um retorno do uso de máscara em partes do país, segundo o The Washington Post.
A cepa é mais perigosa?
Segundo a OMS, a variante é semelhante à cepa predominante XBB. 1.5, porém, tem uma mutação adicional na proteína spike, que permite a entrada do vírus nas células.
Isso significa que a arcturus pode se espalhar mais depressa, mas ainda não há indicação de que a mesma levará a casos mais graves. "Tomadas em conjunto, as informações disponíveis não sugerem que XBB.1.16 tenha risco adicional à saúde pública em relação a XBB.1.5 e as outras linhagens descendentes de ômicron atualmente em circulação", diz a OMS, em comunicado.
Por outro lado, a organização conta que a variante pode se tornar dominante em alguns países e "causa um aumento na incidência de casos devido à sua vantagem de crescimento e características de escape imunológico".
Conforme conta ao The Washington Post, Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, a arcturus é provavelmente um pouco menos grave do que as cepas anteriores, mas é muito cedo para ter certeza disso.
Segundo explica Hunter, a imunidade nas células T do corpo representa “uma das maiores proteções” e, ainda assim, “não estamos vendo muita evolução nas partes do vírus que as células T realmente atacam”.
“Provavelmente [a cepa] se tornará a variante dominante por um tempo nos EUA, na Europa e na maioria dos países ao redor do mundo, mas não vejo isso causando infecções graves mais do que vimos nas ondas recentes”, disse ele.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/05/o-que-se-sabe-sobre-e-a-variante-arcturus-da-covid-19-detectada-no-brasil.ghtml
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