Pense em interfaces que permitem interação. Há uma década, quem imaginaria que poderíamos comprar uma passagem de avião simplesmente conversando com uma tela? Atualmente já existem chatbots que são capazes de comparar e recomendar as melhores possibilidades de passagens de avião e enviar e-mail marketing automatizado exclusivamente com as ofertas que serão mais chamativas para cada cliente, dado as buscas que ele fez no site e as interações que ele teve no chat.
Um relatório elaborado pela empresa Tratica estima que até 2025 serão gerados aproximadamente US$36.8 bilhões de receita através de inteligência artificial.
Fonte:https://www.profissionaisti.com.br/4-formas-que-a-inteligencia-artificial-vai-mudar-o-marketing-digital/
Apesar de a IA ser uma realidade, ainda estamos longe de usar toda a sua potência. Ela será muitas coisas no futuro presente, mas sua principal função – ao ouvir tudo o que ouvi no segundo dia do Web Summit - é democratizar os dados para todos na empresa. Isso será transformador, porque hoje ainda temos silos de dados isolados e com um tempo de análise que, muitas vezes, não responde à necessidade presente da rapidez que precisamos para agir.
Sem dúvida, a IA irá mudar o ritmo do marketing, e poderemos ser mais preditivos ao descobrirmos muitas coisas ainda. Se pararmos para pensar, nós somos os responsáveis por treinarmos os algoritmos. E, além de todos os diversos sinais que deixamos, nossas rotinas permitem que eles sejam mais humanos, o que representa a nossa necessidade de evoluirmos - e muito - da humanidade para a humanização. Esse último ponto me fez refletir bastante.
Se a palavra humanidade representa o somatório dos seres humanos, e humanização significa dar uma condição em que possamos representar o ser humano como um ser único e complexo, aqui está o nosso maior desafio. Não se trata apenas de coletar tudo que há no ambiente digital e trazer inputs, mas, sim, fazer uso desses inputs para algo singular. Diante deste cenário, teremos o próximo novo talento a surgir no nosso mercado.
Mais que analistas de dados, vamos precisar de skills que consigam interpretar tudo isso e que possibilitem a transformação em ações autênticas para as marcas. Se o ato de personalizar não representa mais a diferenciação, precisamos olhar para esse novo ambiente que se abre. As conversas entre as marcas e a audiência precisam ser mais relevantes e intimistas, e as marcas vão precisar criar conteúdos cada vez mais autênticos. E, por consequência, teremos um dos grandes impactos para destacarmos e fazermos melhor uso da tecnologia que se apresenta.
Se uma marca ainda olha números genéricos de consumidor, ainda se preocupa com cookies e não consegue identificar a jornada inteira, sofrerá grandes perdas de relevância. É preciso correr contra o tempo e fazer uso da tecnologia para conhecer melhor e conversar melhor. O momento pede que as marcas parem, revejam e encontrem o seu valor único, para decidirem o que querem comunicar a fim de criarem uma narrativa que as diferencie e seja capaz de influenciar as pessoas. Não se trata mais de ser always on, evoluímos para always relevant and always authentic.
Não importa mais apenas as respostas na base de dados, o mais importante agora é entender quais as perguntas queremos fazer, seja com IA ou com outros mecanismos de coleta de dados.
A única certeza é que a relevância construída irá unir marcas e pessoas. E - aqui falo diretamente com os amigos do marketing - precisamos rapidamente escalar a IA dentro das empresas e dos nossos parceiros. Quem não estiver minimamente familiarizado com suas possibilidades sofrerá grandes perdas.
A boa notícia é que está tudo disponível - o que é uma péssima notícia também, já que não podemos ter mais desculpa.
*Gláucia Montanha é CEO da Artplan SP
Fonte:https://epocanegocios.globo.com/especiais/web-summit/colunas/coluna/2023/05/ia-qual-a-sua-desculpa-para-nao-humanizar-seus-dados.ghtml
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