Folhas verdes,
farinha e mamão: 10 alimentos que mais provocam intoxicação alimentar
Os itens incluídos em relatório
americano são responsáveis por mais de cinco mil casos de infecções estomacais,
200 milhões de unidades de recalls e milhares de mortes
Por O Globo — São Paulo
01/04/2023 13h53 Atualizado há um mês
Não lavar bem as frutas e verduras, bem como não cozinhar carnes, frangos e peixes, podem ser prejudiciais para à saúde, pois elas podem conter bactérias e fungos que causam intoxicações alimentares levando a quadros de diarreias, vômitos, náuseas, desidratação, entre outros.
Alimentos que mais provocam intoxicação alimentar
Pesquisadores da Consumer Reports classificaram os alimentos comprados regularmente em supermercados com base em quantos surtos, mortes e doenças eles causaram nos EUA entre 2017 e 2022 e fizeram uma lista com os 10 mais propensos a causar uma intoxicação alimentar nos consumidores.
Os itens incluídos são responsáveis por mais de cinco mil casos de infecções estomacais e 200 milhões de unidades de recalls. Como era de se esperar, as folhas, como a alface e a rúcula são os grandes vilões, porém os pesquisadores afirmam que encontraram algumas surpresas na lista, como cebola e farinha.
“Não estamos dizendo que as pessoas precisam evitar totalmente esses alimentos. Afinal, esses alimentos são geralmente seguros e muitos deles são, de fato, partes importantes de uma dieta saudável”, disse Brian Ronholm, diretor de política alimentar do grupo.
Cerca de 48 milhões de americanos adoecem de salmonela, listeria e E.coli apanhados em alimentos todos os anos. A maioria se recupera por conta própria após alguns dias desagradáveis, mas cerca de 130.000 são hospitalizados e 3.000 morrem anualmente de doenças transmitidas por alimentos.
Crianças menores de cinco anos, idosos e mulheres grávidas correm maior risco porque têm um sistema imunológico mais fraco.
Confira a lista com os 10 alimentos:
Folhas verdes
As folhas, como alface, rúcula e couve, foram responsáveis por 11 mortes e cerca de 4,3 milhões de casos de intoxicação alimentar no período do estudo. O principal motivo por trás disso, segundo os cientistas, é a contaminação do alimento por água de irrigação suja.
As vacas contêm bilhões de bactérias perigosas como E.coli e listeria em seus intestinos. Quando os animais defecam, eles são liberados no solo, onde podem ser levados para o abastecimento de água subterrânea. Essas águas "sujas" podem então ser sugadas por máquinas e usadas para irrigar plantações, pulverizando as bactérias diretamente nas verduras.
A única forma de prevenir essa contaminação humana é lavar bem as folhas após a compra em gandulas de supermercados, deixá-las de molho algumas horas antes do consumo ou até mesmo remover as folhas externas das verduras antes de comê-las.
Queijos
A listeria, doença bacteriana que afeta principalmente crianças, grávidas e idosos, pode ser introduzida acidentalmente em queijos contaminados. Uma vez lá, as bactérias são hábeis em sobreviver em condições frias e úmidas, o que significa que elas florescerão e começarão a se espalhar entre os produtos. Manusear os alimentos ainda ajuda a espalhar entre os alimentos.
Os sintomas da listeriose variam de acordo com o estado de saúde da pessoa contaminada, podendo ser assintomática. No entanto, pacientes com o sistema imunológico fragilizado ou com o estado geral de saúde alterado podem apresentar sintomas entre o 3º e o 60º dia após a contaminação. Os sintomas incluem: febre superior a 38°C, dores musculares, dores de cabeça, perda de apetite, calafrios, vômitos, cansaço, confusão mental e diarreia.
Em casos mais graves, em que a bactéria adentra a corrente sanguínea e chega ao sistema nervoso, o portador pode desenvolver meningite, além de poder causar a morte do bebê em gestantes. A doença termina com 90% das pessoas infectadas no hospital.
Além do queijo, elas também podem ser encontradas em leite não pasteurizado, queijos, verduras, carnes, peixes, frutos do mar defumados e congelados e salsichas.
Carne moída
A carne moída ficou em terceiro lugar na lista de alimentos com maior probabilidade de deixar alguém doente, com duas mortes e 643 doenças relacionadas a ela desde 2017.
Bactérias dentro das entranhas das vacas podem entrar dentro de bifes, por exemplo. Geralmente, ela é encontrada do lado externo dela e é morta durante o cozimento, porém, se não houver um bom preparo da carne antes, ou se não cozinhar o alimento bem, a bactéria pode sobreviver.
Com carnes processadas, as bactérias podem acabar em qualquer lugar. Com a carne moída, o risco de intoxicação é maior, visto que ela é composta de vários animais.
Para evitar doenças, o Consumer Reports disse que a carne moída precisaria ser totalmente cozida para garantir que qualquer bactéria à espreita fosse morta. Eles também sugeriram manter as carnes em sacos dentro da geladeira e ter uma tábua separada para carne e vegetais. E pedem que a carne seja armazenada a 4°C.
Frango e Peru
As aves estão na lista devido a recalls anteriores por contaminação com salmonela. Foram ao todo três mortes em cinco anos. Este microrganismo vive nas entranhas das aves e pode ser transferido entre elas através do contato com excrementos.
Muitas vezes vive entre as aves graças às condições imundas e lotadas em que são criadas e pode contaminar as carcaças enquanto são processadas em uma fábrica.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, a salmonela pode estar presente em até 9,8% das galinhas testadas, 15,4% das partes de frango e 25% do frango moído.
A salmonela pode ser morta quando frango ou peru são aquecidos durante o cozimento. Mas, para limitar ainda mais o risco, a Consumer Reports diz para não lavar nenhuma ave antes de cozinhar, pois isso poderia espalhar a bactéria sobre a pia e contaminar outros alimentos.
Cebola
Adicionadas às refeições para dar um sabor, segundo o relatório, elas estão por trás do maior número de casos de intoxicação alimentar desde 2017 de todos os itens da lista, com cerca de 78 milhões de libras de cebolas tendo que ser recolhidas.
Como as folhas verdes, eles podem ser contaminados com salmonela depois de serem irrigados com água que contém excrementos de pássaros selvagens.
Em 2020 e 2021, dois grandes recalls de cebola vermelha, branca e amarela tiveram que ser acionados devido à contaminação por salmonela. Para evitar a contaminação pela bactéria, os cientistas falam que as pessoas não devem comprá-las machucadas, pois isso pode facilitar a entrada de bactérias no vegetal.
Mamão
Em sétimo lugar na lista estão os mamões. Essas frutas podem ser contaminadas com salmonela por meio de sistemas de irrigação frequentados por aves aquáticas.
Investigações anteriores mostraram que os mamões também podem ser contaminados nas fábricas, sendo lavados em água com pouco cloro, proporcionando uma oportunidade para a propagação da bactéria.
A Consumer Reports disse que é melhor evitar o mamão pré-cortado para limitar o risco de pegar salmonela da fruta.
Pêssego
Os pêssegos ocupam o oitavo lugar na lista de alimentos com maior probabilidade de deixá-lo doente. Segundo os pesquisadores, eles costumam ser cultivados perto de animais, aumentando o risco de bactérias entrarem em suas superfícies.
Uma investigação do FDA em 2020 levou ao recolhimento de 113 milhões de libras de pêssegos depois que foi descoberto que eles foram cultivados em pomares perto de confinamentos para animais.
Os testes da agência revelaram salmonela tanto nos currais dos animais quanto nas frutas do pomar. Eles sugeriram que a bactéria pode ter alcançado as frutas por meio de irrigação.
Assim como o mamão, os especialistas recomendam evitar comprar pêssegos cortados para limitar o risco de infecção.
Melão
Semelhante ao pêssego e ao mamão, no melão também há riscos de bacterias infestarem a fruta na hora do corte, porém, também há riscos durante a preparação da fruta, visto que, elas podem permanecer na pele do lado de fora da fruta
Farinha
Por último, mas não menos importante a farinha. Uma pesquisa de recalls da Consumer Reports descobriu que ela estava ligada a cerca de 22 surtos de E.coli e salmonela desde 2017.
Enquanto o trigo está crescendo no campo, isso pode atingir a superfície do grão por meio de água contaminada ou excrementos de animais. Quando os grãos são moídos em farinha, as bactérias não são mortas, mas acabam fazendo parte da mistura.
Para evitar a contaminação, as pessoas devem evitar consumir massa ou massa caseira crua.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2023/04/folhas-verdes-farinha-e-mamao-10-alimentos-que-mais-provocam-intoxicacao-alimentar.ghtml
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