O que é Samsara?
A palavra samsāra é um substantivo abstrato derivado da raiz sr (mover-se), com o prefixo sam, que significa "volvendo em ciclos" ou "ciclo", e abrange o ciclo de nascimento, morte e renascimento, que é o conceito vêdico da existência terrena.
Que significa a
palavra samsara?
A palavra samsara é um substantivo abstrato derivado da
raiz sṛ (mover-se), com o prefixo sam, que
significa “volvendo em ciclos” ou “ciclo“, e abrange o ciclo de
nascimento, morte e renascimento, que é o conceito védico da existência
terrena.
É dito nos Vedas que as ações produzem dois tipos de resultados não
visíveis ou de efeito retardado: pūṇya, o resultado de boas ações,
e pāpa, o resultado de más ações, designados, às vezes, como mérito
e demérito, respectivamente.
Uma vez que o ser humano tem o livre-arbítrio, e ele mesmo se considera
como aquele que pratica a ação, foi-lhe dado o direito de escolha e, por
consegüinte, a respectiva responsabilidade.
Dessa forma, mérito e demérito são armazenados em uma “conta-corrente”
invisível em conformidade com as ações praticadas.
Após a morte, os resultados de nossas ações, anteriormente não visíveis,
manifestam-se no nascimento seguinte, quando se é submetido a agradáveis
experiências que consomem os méritos acumulados, assim como às desagradáveis,
que exaurem os deméritos.
Nesse novo nascimento, temos novamente o livre-arbítrio, que mais uma
vez acumula mérito e demérito, causando eventualmente um outro renascimento.
Então, fica claro que se está preso à armadilha de um ciclo sem fim de
nascimentos e renascimentos – a roda do saṁsāra.
Dessa descrição, poderia parecer que a libertação do saṁsāra seria
somente alcançada pelo não acúmulo de mérito e demérito, fontes geradoras de um
outro nascimento; e que isso, por sua vez, só seria conseguido pela
não-realização de boas ou más ações.
Que tipo de vida teríamos se nenhuma ação fosse praticada? De fato,
parece que não é possível evitar-se a ação, porque constantemente um anseio de
aprimoramento nos compele a agir.
Não há então uma maneira pela qual se possa desistir de todas as ações,
de modo a evitar-se mérito e demérito e o resultante nascimento?
O mesmo Veda que fala do samsara diz: “sim, existe uma
maneira”. Reconhecendo-me como sujeito, que é não-objectificável, sem forma, e
ilimitada Consciência, vendo que somente Eu, Consciência, existo, e que toda a
criação não está de mim separada, visualizo Unidade a despeito da aparente
dualidade.
Percebo que não existe uma segunda coisa aparte de mim, sobre a qual, ou
com a qual, eu possa levar a cabo uma ação. Assim, em verdade, não posso ser
aquele que pratica a ação.
Quando isso é reconhecido, o mérito e demérito constantes da
“conta-corrente” do agente da ação desaparecem junto com o papel de agente da
ação, exatamente como quando uma pessoa acorda, com o personagem do sonho
extinguindo-se, junto com o mérito e demérito criados nesse sonho.
Dessa forma, pelo Conhecimento atinge-se a Liberação do ciclo do samsara.
Fonte:https://www.yoga.pro.br/o-que-e-o-samsara-uma-aula-de-gloria-arieira/
O samsara e os riscos do samadhi
A palavra saṃsāra até serve de nome para um perfume francês. Esta palavra define a sede por, ou a caçada de, experiências. Define a ideia de ir atrás de uma experiência, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma... Buscar experiências nesta vida, buscar experiências depois da morte, buscar experiências noutras dimensões, onde for. Buscar experiências.
A palavra saṃsāra até serve de nome para um perfume francês. Esta palavra define a sede por, ou a caçada de, experiências. Define a ideia de ir atrás de uma experiência, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma… Buscar experiências nesta vida, buscar experiências depois da morte, buscar experiências noutras dimensões, onde for. Buscar experiências.
Sair do saṃsāra é parar de buscar experiências, ou parar de buscar a felicidade nelas. É também parar de ser afetado por memórias do passado daquelas que nos imobilizam, como complexos, culpas e outros. Até mesmo um macaco, se dotado de uma mente humana, irá sofrer.
Porém, como os macacos e outros animais não são dotados desse tipo de mente característica dos humanos, eles simplesmente vivem suas vidas sem sofrer com nada que não seja satisfazer suas necessidades essenciais. Cavalos não precisam ir ao cabeleireiro. Macacos não usam jeans. Noutras palavras, eles não têm complexos nem problemas de autojulgamento.
Eles buscam as experiências, programados pelos instintos e a genêtica. O paradoxo da condicionamento humana é que, mesmo dotados do livre arbítrio, que é o que nos diferencia dos demais animais, não sabemos bem ao certo o que fazer com ele. Embora nos incomode a imperfeição, ela faz parte das nossas vidas.
A vida de saṃsāra é uma vida, assim, de experiências incessantes, onde tentamos caçar novas experiências que acreditamos serem boas, e procuramos fugir das experiências que percebemos como negativas ou indesejáveis. Assim, fazemos planos, buscamos realizar metas e objetivos. Nem sempre nossos planos e projetos dão certo. Às vezes as coisas funcionam como o esperamos, mas às vezes as nossas expectativas não são preenchidas.
A pergunta é se existe alguma experiência que seja perfeita, mas tão perfeita e que nos ajude a parar com essa roda do saṃsāra, que nos ajude a deixar de buscar a felicidade nas experiências. Essa experiência deveria ser uma experiência infinita, ilimitada, onde o experienciador, a experiência e o ato de experienciar não tivessem nenhuma diferença. Chamemos esta experiência de nirvikalpa samādhi [samādhi sobre a ausência de construções mentais].
Essa experiência, por outro lado, não poderia nem deveria ter um fim, pois o que define as experiências é justamente que elas começam, acontecem e terminam. Porém, a experiência de que estamos falando deveria ser infinita. Na hipótese de você ter uma experiência de nirvikalpa samādhi, e retornar dela, você veria as coisas diferentes? Veria as pessoas de maneira diferente?
Ora, acontece que o samādhi é apenas uma experiência com início, meio e fim e que, depois que ela termina, a pessoa que teve essa experiência reconhece que o saṃsāra continua. Portanto, o samådhi não resolve o problema.
Há pérolas de plástico hoje em dia. Parecem reais, mas são falsas. Da mesma maneira, há promessas no mundo da espiritualidade que são falsas, como essas pérolas. Tal experiência, simplesmente não existe. Se ela fosse real, não poderia ser subjetiva. É assim que as pessoas são enganadas, pois elas precisam se agarrar a alguma coisa, precisam acreditar numa solução mágica.
O que motiva a pessoa a buscar experiências? O que a impulsiona? Qual é a força motivadora? Um problema existencial: o problema da pessoas que vive, e quer viver, através de experiências. Sem experiências, ela acredita que não há vida. E, a solução para elas parece ser a busca de um tipo de experiência apenas: as prazerosas.
Assim, o apego às experiências prazerosas é o que nos leva a agir no mundo. Desta maneira, a pessoa se torna uma manipuladora do mundo, justamente para ter essas experiências, para atraí-las para si. O problema é que a inteira Humanidade está buscando fazer o mesmo, e é assim que o mundo funciona.
Essa é a razão pela qual buscamos esse tipo de promessa, para sair de vez desta montanha russa. Assim, as pessoas compram essas passagens para o paraíso, ou por causa da sedução de viver no céu, ou pelo medo do inferno, ou por qualquer outro motivo. Não vamos discutir aqui o ilógico e absurdo dessas promessas. Porém é certo que muita gente engole essas aboborinhas.
Assim, temos as promessas das religiões atuais, e as promessas de pessoas que também tentam nos iludir com promessas da espiritualidade nova era. No meio dessa variedade de ofertas, como você faz para se esquivar e encontrar algo que realmente preste? Conhecer uma coisa como errada nos permite conhecer todos os erros similares. Devemos ser capazes de ver esses erros.
Isto não significa que devamos ficar o tempo todo julgando os demais ou o que eles fazem, mas manter o espírito crítico afiado para, como dizemos anteriormente, não engolir uma abobrinha inadvertidamente. Não precisamos descartar todas as crenças, mas podemos sim ver qual é a base delas e apreciar, mesmo quando não temos elementos para verificá-las, se fazem sentido à luz do contexto em que são feitas.
Assim, há dois tipos de crença: uma delas, iremos chamar de confiança. A outra, de crença mesmo. Você é mais do que você acredita ser. Digamos que isso seja verdadeiro. Você precisa de confiança nesta afirmação, enquanto não consegue verificá-lá por seus próprios meios.
Digamos que você queira aprender a adivinhar o futuro. Você busca um curso na internet, encontra, se inscreve e aguarda a hora do curso começar. Até esse ponto, é tudo uma questão de confiança. Aqui, no estudo de Vedānta, é a mesma coisa. O que nós propomos aqui não é uma crença não verificável, mas uma confiança verificável.
Como quando você aí atravessar a rua e aguarda o semáforo ficar verde para si. Você tem a confiança de que esse é o momento para atravessar, e que enquanto você vê o verde, os carros do outro lado do cruzamento estarao vendo o vermelho e irão parar.
Viver é uma questão de confiança, portanto. Você respira ar, na expectativa de que o que você respira seja mesmo ar. Se você pudesse ver os microorganismos que entram no seu nariz, não ia querer respirar mais. Além dos nossos meios de conhecimento, tudo é uma questão de crença. Você não deveria descartar as crenças, mas examiná-las.
Om tat sat.
Tradução de Pedro Kupfer.
Swāmi Dayānanda Saraswatī (1930-2015) ensinou a sabedoria tradicional do Vedanta por cinco décadas, na Índia e em todo o mundo. Seu sucesso como professor é evidente no sucesso dos seus alunos: mais de 100 deles são agora Swāmis, altamente respeitados como estudiosos e professores.
Dentro da comunidade hindu, ele trabalhou para criar harmonia, fundando o Hindu Dharma Acharya Sabha, onde chefes de diferentes seitas podem se reunir para aprender uns com os outros.
Na comunidade religiosa maior, ele também fez grandes progressos em direção à cooperação, convocando o primeiro Congresso Mundial para a Preservação da Diversidade Religiosa.
No entanto, o trabalho de Swāmi Dayānanda não se limitou à comunidade religiosa. Ele é o fundador e um membro executivo ativo do All India Movement (AIM) for Seva.
Desde 2000, a AIM vem trazendo assistência médica, educação, alimentação e infraestrutura para as pessoas que vivem nas áreas mais remotas da Índia.
Havendo crescido em uma pequena vila rural, ele próprio entendeu os desafios particulares de acessar a ajuda enfrentada por pessoas de fora das cidades. Hoje, o AIM for Seva estima ter ajudado mais de dois milhões de pessoas necessitadas em todo o território indiano.
Essa montanha russa chamada samsara
A maior montanha russa que se possa imaginar foi montada num parque de diversões. Feita de metal consistente, bem arquitetada, com altos níveis e descidas bruscas, sua grandiosidade é percebida ao longe pelo público que se aproxima e que não consegue esperar para experimentá-la.
A maior montanha russa que se possa imaginar foi montada em um parque de diversões. Feita de metal consistente, perfeitamente bem arquitetada, com altos desníveis e descidas bruscas, sua grandiosidade é percebida ao longe pelo público que se aproxima e que não consegue esperar mais nenhum minuto para experimentá-la.
Outros, nem perto querem passar, pois sentem medo e acham que os que se predispõe a suportar seus altos e baixos são no mínimo fora do normal. Filas enormes se formam e finalmente aqueles que muito esperaram se acomodam em carros velozes que seguem continuamente pelo trilho dessa grande montanha russa cujo nome é samsara.
A respiração começa a mudar, os carros saem em um único impulso e rapidamente se aproximam do topo, provocando alegria e certa euforia àqueles que a este nível chegam. Gritos contumazes e expressões diversas são emitidas e aqueles que antes estavam lá em cima, subitamente são levados para baixo onde as sensações e emoções já não são mais as mesmas de quando lá em cima estavam.
Levados a uma traiçoeira curva, alguns se sentem mal, pois preferiam ainda estar lá em cima, bem no alto, onde se sentiam mais felizes e seguros. Os carros passam por um túnel escuro e para infelicidade de outros, nada está bem, pois a escuridão amedronta e traz uma tremenda e temida insegurança.
Porém, sem que esperem, a luz se faz presente no final do túnel e as sensações começam a mudar, muito mais ainda quando o carro que os leva novamente se põe a subir, subir novamente até o topo, chegando ao nível mais alto daquela desafiadora montanha russa que se chama samsara.
A vista lá de cima é ampla e maravilhosa, a euforia, a confiança e a alegria retornam, mas em alguns vem acompanhadas pela ilusão, orgulho, egoísmo e daquela sensação de ser a pessoa mais importante do mundo. O carro para por um breve momento, lá em cima mesmo, a adrenalina está a toda e o Ser se sente pleno e renascido. Há uma curva e de repente todos descem por um curva inesperada no trilho!
E, se isso já não bastasse, mais à frente surge um enganoso loop que, por um ínfimo momento, traz uma nova e leve sensação de estar de volta ao topo. Mas, para o desespero dos incautos o carro cai para um dos lados e continua caindo, caindo…
A velocidade parece querer diminuir, o que não poderia jamais acontecer em um momento como aquele, pois estar no mais alto é o que importa. E, para acabar com a festa, aquele carro que correu pelo samsara e que trouxe tantas e contraditórias sensações e emoções, ora agradáveis, ora desagradáveis, retorna para o mesmo ponto de partida.
Algumas pessoas, cambaleantes, abandonam a atração, outros mais entusiasmados retornam à fila para repetirem tudo de novo e outros que se sentem desconcertados não pensam jamais em retornar e pela frente encontram um palhaço, que em risos repete seguidamente: “É inevitável, é inevitável, é inevitável…”.
E a montanha russa, chamada samsara, continua a correr, repetindo os mesmos movimentos, de altos e baixos, de baixos e altos, girando no mesmo eixo, no mesmo círculo para retornar ao mesmo ponto, levando mais e mais seres que experimentam essas altas e baixas sensações e emoções procurando satisfazer todos seus mais íntimos desejos.
Desejos que se repetem, desejos que são superados e novos desejos que vem e que novamente se vão em um círculo constante e interminável de ações e reações, de causa e efeito, de karmas.
Muitos nem ao menos sabem o significado do que na verdade é samsara. Mas, analisando a etimologia da palavra sânscrita, temos que samsara que dizer “fluxo incessante”, de mortes e de renascimentos. Outro nome para essa peculiar situação que chamamos vida encarnada é kalachakra, a roda das reencarnações, da morte e do renascimento incessante, presente nos ensinamentos do budismo e do hinduísmo.
Aqueles que vivem exclusivamente para a realização dos desejos e das intermináveis sensações que ora resultam em dor, ora em prazer, pelo simples fato de se predisporem a experimentar o samsara, devem saber que, para dissipar a ignorância que permeia a identificação com o ego, existe felizmente o autoconhecimento.
O conhecimento que traz maior clareza e sabedoria ao Ser, para que, então, de uma forma equânime possamos lidar com as oscilações inevitavelmente trazidas pela roda do samsara.
Observar com cuidado as oscilações da mente, sair do automático, ter a consciência que um estado mental nasce, existe e depois cessa, dando lugar a um outro estado mental que também surge nasce, existe e cessa, contribui para que ao longo do tempo possamos diminuir os efeitos indesejados dessa roda que gira sem parar.
E, somente assim, pouco a pouco, as emoções destrutivas, limitações e karmas serão eliminados, despertando a consciência para momentos de clareza e compreensão de tudo o que o samsara nos apresenta.
E se porventura, você ainda estiver pelo parque de diversões e decidir experimentar as sensações de outra montanha russa, talvez no final poderá deixá-la se sentindo perfeitamente pleno e liberto de qualquer oscilação trazida pelos seus altos e baixos.
Harih Om!
Humberto é professor de Yoga em Campinas.
Mantém o excelente blog Yoga em Voga.
Ego e Saṁsāra
Segundo os Mestres do Yoga, é a mente que, bloqueada ou impura, ou agitada, ou distorcida, ou com tudo isso junto, nos impede de comungar com o Infinito, e nos encadeia ao finito; nega-nos a Eternidade, mergulhando-nos no reino da duração; frustra-nos a Liberdade do Nirvana, e nos prende à engrenagem de samsára (a roda dos renascimentos).
Saṁsāra
Segundo os Mestres do Yoga, é a mente que, bloqueada ou impura, ou agitada, ou distorcida, ou com tudo isso junto, nos impede de comungar com o Infinito, e nos encadeia ao finito.
Nega-nos a Eternidade, mergulhando-nos no reino da duração; frustra-nos a Liberdade do Nirvana, e nos prende à engrenagem de saṁsāra (a roda dos renascimentos).
É essa mente, tão normal, que, feito olhos cegos e ouvidos surdos, nos amarra no cipoal da ilusão, e assim é que perdemos nossa identidade-unidade com o Ser, e já não podemos dizer Eu Sou.
A mente, que, na escuridão, não pode ver Eu Sou, assume a identificação com o mortal e indigente, e afirma “eu sou Fulano”. É assim que nasce o egoísmo. Nasce gerado, portanto, pela ignorância (cegueira, ilusão). É o ego, portanto, um usurpador de Eu Sou.
Assumindo o trono, o grande embusteiro toma conta de toda nossa vida, ficando Eu Sou (o Ser) no exílio, em seu exílio celeste e bem-aventurado. Mas fora de nosso alcance.
Enquanto durar o reinado do usurpador, Eu Sou não será conhecido por nós. Ficamos, assim, nós, na prisão do ego, reino da angústia e da morte. Eu Sou não sente angústia e não morre.
É perene e absolutamente feliz e vivo. Eu Sou tem apenas um adversário: essa nefasta convicção de sermos um determinado Fulano. O sem-angústia e sem-morte, em sua Glória, é a própria Vida, o Amor-Uno.
Firmado no trono usurpado, o ego (ou eu), em sua horizontalidade, experiencia o mundo, o mundo das formas, dos nomes, o mundo do tempo e do espaço.
Em sua crônica miopia, valoriza seres e coisas pelos critérios opostos: da gratificação e do padecimento. Tudo o que o agrada é desejado e se torna objeto de apego.
Tudo o que o desagrada é rechaçado e detestado. Para ter aquilo de que gosta ou para afastar ou destruir aquilo de que não gosta, o eu lança mão da violência. Quando consegue a realização de seus propósitos, exulta e festeja. Quando não, se abate e adoece (neurotiza-se).
O eu é muito frágil e muito vulnerável, embora arrogante e reivindicante. É vulnerável na medida em que o mundo que o cerca nem sempre concede aquilo a que ele se apega, e, por outro lado, com relativa freqüência, impõe-lhe aquilo a que tem aversão.
A constatação dessa vulnerabilidade gera uma enorme variedade de fobias. Assim, o eu horizontal, esse Fulano, que insistimos em ser, é uma presa da angústia, isto é, de toda forma de sofrimento, palpável ou imaginário, presente, passado ou futuro.
De tudo aquilo que o ego mais gosta, o existir, o viver, o sobreviver e o continuar está em primeiro lugar. O que mais detesta, logicamente, é a morte.
Sua angústia se agrava quando se lembra de que aquilo que mais deseja é impossível. Angustia-se sabendo da inevitabilidade das adversidades e da morte.
Aliás, é o ser humano, entre seus irmãos mais próximos, os animais, o único que tem a angustiante certeza de sua própria morte. Tanatofobia (1) é o nome erudito para o medo da morte. Patañjali, no Yogasūtra, chama-o de abhiniveśa.
Freud encontrou dois instintos básicos na alma humana: eros e thanatos, isto é, o instinto do sexo-vida (libido) e o instinto da morte. Deixemos eros para outros estudos. Falemos agora de thanatos.
O saṁsāra do suicida
Os suicidas seriam então pessoas que teriam anulado a repressão que normalmente exercemos contra a natural tendência à autodestruição, tendência essa que, inconscientemente, faz parte de nossa natureza.
Teriam, portanto, os suicidas permitido que o “instinto de morte” se cumprisse.
Com todo respeito que a genialidade de Freud merece, lembraríamos somente que ele tratou, observou e estudou neuróticos, e, a partir daí, se achou autorizado a estender a todas as pessoas suas conclusões.
Que sabia ele sobre a mente de um santo, de um yogi, ou de uma pessoa apenas mentalmente sadia?
Um suicida é movido pelo instinto de morrer ou se autodestrói por ter a evidência da impossibilidade de preencher seus desejos, de saciar suas paixões, de manter a posse dos objetos e de seus apegos normais, diante de sua impotência para destruir seres, objetos e idéias que obsessivamente o incomoda e ameaça?
Não teria o suicida procurado, no ignoto, um lenitivo ou uma solução para distanciar o que detesta? Não seria o suicídio uma tentativa (adianto e digo logo, frustradora) de fuga?
O que há em nós é exatamente o oposto do “instinto de morrer”: um eu mortal, estupidamente pretendendo se imortalizar, com uma invencível sede de existir, que o Budismo chama de tanha, e o Yoga, abhinivesha.
O que em realidade há em nós é um instinto forte para evitar thanatos. Desculpem-me Freud e Marcuse.
Tanha (a sede de existir) e abhiniveśa (o medo de morrer) são a mesma coisa, o mesmo instinto essencial, que expressa uma lei universal, a “lei do sobreviva”, ou a “lei do continue”. O ego pessoal tem muito apego a seu trono usurpado, o trono de Eu Sou. Ele é o grande adversário (2) de Eu Sou.
Supondo que vive, anseia e luta por continuar, por sobreviver. Em sua batalha de sobrevivência, genialmente lança mão dos mecanismos e truques mais sutis e luciferinos para vencer todas as diligências que a alma, já escutando o clamor de Deus (Eu Sou), tenta, no sentido de se libertar.
A libertação é inatingível enquanto um diabólico “eu sou Fulano” for vivendo à custa de bem engendradas manobras. Fazendo justiça a Freud, declaro que disso ele entendeu muito (3).
A manobra mais sutil, mais ignota e, por isso mesmo, a mais difícil de ser por nós vencida é a manobra da divisão (cisão, fragmentação, conflito, separação). A palavra grega diábolos significa “aquilo ou aquele que divide”. Em português deu origem ao vocábulo diabo.
Todos nós somos um sistema, isto é, um conjunto de componentes que, não obstante individuais, nada valem, se não fizerem parte do conjunto, interagindo com outras partes e mesmo com o todo.
Nosso fígado, por exemplo, é um pequeno sistema formado de células. Em conjunto com os demais órgãos, forma um sistema bem maior, que é o nosso organismo.
Nosso organismo, nossa mente, nosso componente energético e outros componentes ainda mais sutis formam o grande sistema que é o homem, ainda hoje “este desconhecido”.
Ninguém ignora que discórdia, “desligação”, desunião, disjunção e desintegração são funestos a qualquer sistema, pois enfraquecem, esvaziam e levam à própria extinção.
Não é errado dizer que são diabólicos ou satânicos. Isso vale para os muitos sistemas: homem, sociedade, natureza…
Tudo que, em sentido oposto, promova concórdia, religação (re-ligare ou religião), união, junção e integração é benéfico, pois fortalece e acrescenta vida a qualquer sistema.
Yoga deriva do radical sânscrito yuj, que veio a dar origem em português a palavras como juntar, conjugar e jungir, todas no sentido de unir, integrar, religar, unificar…
Ignorando o Ser, e já não podendo dizer Eu Sou, padecemos a mais dramática e infernal divisão-separação, que diabolicamente nos aliena, nos enferma, nos ilude, nos distrai e nos distrói, nos condenando à angústia e gerando pathos. A isso eu chamaria de pecado mortal.
Presas de saṁsāra
Presas de saṁsāra, somos pobres existências exiladas da gloriosa abundância da Essência; estamos condenados a nascer para morrer e morrer para nascer, numa sucessão dramática, que parece não cessar…
A morte é a lei de saṁsāra. É a condenação que “eu sou Fulano” carrega, como pesada e inalienável cruz. É a maior fonte de angústia universal.
Não é a carência, a falência, a insuficiência, a frustração, a repressão do élan erótico, da ânsia ou impulso sexual, conforme algumas escolas defendem.
Pressentir um indesejável, mas inevitável fim, é trágico e angustiante para um “eu sou Fulano”, que obsessivamente quer continuar existindo, embora insatisfeito por não poder ter o que deseja gozar e não poder evitar o que o faz sofrer.
A previsão da morte apavora porque acreditamos que seja o fim daquilo que nos motiva com maior intensidade: o continuar existindo.
Apavora-nos por supormos ser uma imersão sem retorno, no vazio, no nada, no escuro, no desconhecido.
Apavora-nos porque a vemos como desagradável despojamento do que acreditamos possuir: coisas, poderes, ideais, riquezas, pessoas “amadas” (?!)… Amendronta-nos por impor distâncias e ausências definitivas.
O verdadeiro Yoga, o verdadeiro Cristianismo, o verdadeiro Budismo e o verdadeiro Vedānta são a Verdade, a “Verdade que liberta” a alma em evolução (jīva) da tirania da morte, pois que nos leva à própria Vida.
A Vida é imortal, mas ainda está longe daqueles que existem no “vale da sombra e da morte” (saṁsāra). Quem nos pode salvar da opressão e da morte, do reino luciferino de “eu sou Fulano”, senão Aquele que claramente declarou: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida“?!
O Cristo – Eu Sou (Ham Sa) – é o Caminho que leva à Verdade, Verdade que é Vida Imanente, que nos liberta das garras da morte, dos vínculos angustiantes de saṁsāra.
Cristo é Superação
As cartas que você vai ler no capítulo Thanatos do meu livro Superação tratam da morte: cartas a quem vai morrer, isto é, na expectiva da morte, vítima de enfermidades irreversíveis e fatais; cartas a parentes angustiados com a próxima separação aparentemente definitivamente de seres amados ou dos quais ainda dependem.
Não são açucaradas e piegas cartas de consolação. São cartas visando a esclarecer, e, assim, a encorajar.
Já vão tantos milênios de horror à morte que faz parecer impossível defender a tese de que thanatos não é adversário (4), mas é útil, necessário, e mais: tem poesia e beleza.
Sim, a “irmã Morte”, conforme São Franscisco de Assis chamava, é uma das expressões, ainda mal compreendidas, da misericórdia de Deus. Não dói. Não destrói. Não pode, portanto, angustiar aqueles que avançam no Caminho, na Verdade e vivem na Vida.
(1) Thanatos é o deus da morte, na mitologia grega. Na hindu, é Yama.
(2) O grande adversário (Satã ou Sitaná) é aquilo que, impondo sua existência, como que mata a Essência.
O Cristo disse a Pedro, quando este desejou preservar Jesus (a existência) em detrimento do Cristo (a Essência): “Para trás de mim, Satanás! És para mim pedra de tropeço, porque não tens os pensamentos de Deus, mas os dos homens” (Mateus, 16:23).
(3) São “recursos” ou artimanhas usadas pelo eu, existência a pretender se perpetuar e dominar: (a) repressão; (b) sublimação; (c) racionalização; (d) projeção e (e) regressão.
Os mesmo truques que Freud denunciou como “dinamismos” para resolver incompatibilidades entre a natureza primitiva animalóide (o Id) e as exigências do que ele chamava de realidade.
(4) O “eu sou Fulano” é o verdadeiro adversário.
॥ हरिः ॐ ॥
Extraído do livro Superação.
Digitado por Cristiano Bezerra.
Leia aqui mais textos deste brilhante autor.
Visite aqui o site do Professor Hermógenes.
Saiba mais sobre como viver no saṁsāra aqui.
॥ हरिः ॐ ॥
José Hermógenes
Fonte:https://www.yoga.pro.br/
Samsara
Por
Ajaan Thanissaro
Samsara tem o sentido literal de “perambulação.” Muitas pessoas pensam que esse é o nome Budista para o lugar em que vivemos no momento – o lugar que abandonamos quando vamos para nibbana. Mas nos textos Budistas mais antigos samsara é a resposta, não para a pergunta, “Onde nós estamos?” mas para a pergunta, “O que estamos fazendo?” Ao invés de um lugar, é um processo: a tendência de ficar criando mundos e depois se mudando para dentro deles. À medida que um mundo se desintegra, você cria um outro e lá se instala. Ao mesmo tempo, você dá de cara com outras pessoas que também estão criando os seus próprios mundos.
O jogo e a criatividade desse processo pode algumas vezes ser prazeroso. Na verdade, isso seria perfeitamente inócuo se não causasse tanto sofrimento. Os mundos que criamos insistem em desmoronar e nos matar. Mudar para um novo mundo requer esforço: não somente as dores e riscos do nascimento, mas também os severos golpes – mentais e físicos – que resultam ao passar da infância para a maioridade repetidas vezes. O Buda certa vez perguntou aos seus monges, “O que vocês acham que é maior: a água nos grandes oceanos ou as lágrimas que vocês derramaram nessa perambulação?” A resposta dele: as lágrimas. Pense nisso na próxima vez que estiver mirando o oceano ou brincando nas suas ondas.
Além de criar sofrimento para nós mesmos, os mundos que criamos se alimentam dos mundos dos outros, da mesma forma como o deles se alimenta do nosso. Em alguns casos essa alimentação pode ser prazerosa e benéfica para ambos, mas mesmo nesse caso essa situação terá um fim. De modo mais típico, ela irá causar dano a pelo menos uma das partes na relação, com freqüência a ambas. Quando você pensa em todo o sofrimento incorrido para manter apenas uma pessoa vestida, alimentada, abrigada e saudável – o sofrimento tanto daqueles que têm que pagar por essas necessidades, bem como daqueles que labutam ou morrem na sua produção – você verá o quão explorador pode ser mesmo o mais rudimentar processo de construção de mundos.
É por isso que o Buda tentou encontrar o caminho para parar essa ‘samsar-ização’. E uma vez que ele o encontrou, ele encorajou outros a seguí-lo também. Porque a ‘samsar-ização’ é algo que cada um de nós faz e cada um tem que parar isso por si mesmo. Se samsara fosse um lugar, poderia parecer egoísta que uma pessoa buscasse a escapatória, deixando os outros para trás. Mas quando você compreende que é um processo, não há de modo algum nada de egoísta em dar-lhe um fim. É o mesmo que abandonar um vício ou um hábito abusivo. Quando você aprende as habilidades necessárias para parar de criar os seus próprios mundos de sofrimento, você poderá compartir essas habilidades com os outros para que eles possam parar de criar os deles. Ao mesmo tempo, você nunca mais terá que se alimentar dos mundos dos outros, portanto, você estará reduzindo o fardo deles também.
É verdade que o Buda comparava a prática de parar o samsara ao ato de ir de um lugar ao outro: desta margem de um rio para a outra margem. Mas os trechos nos quais ele faz essa comparação, com freqüência concluem com um paradoxo: a outra margem não possui um “aqui,” nem um “ali,” nem um “no meio.” Sob essa perspectiva, é óbvio que os parâmetros de tempo e espaço do samsara não se referem ao contexto preexistente no qual perambulamos. Eles são o resultado da nossa perambulação.
Para alguém viciado em construir mundos, a ausência de parâmetros conhecidos soa perturbadora. Mas se você estiver cansado de criar sofrimento incessante e desnecessário, talvez queira tentar algo novo. Afinal, você vai sempre poder recomeçar a construir se a falta de “aqui” ou “ali” resultar maçante. Mas dentre aqueles que aprenderam como romper esse hábito, ninguém se sentiu mais tentado a ‘samsar-izar’ outra vez.
Fonte:https://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/samsara.php
Samsara Dividido por Zero
Por
Ajaan Thanissaro
O objetivo da prática Budista, nibbana, se diz que é completamente desprovido de causa e exatamente nisso existe um paradoxo. Se o objetivo é desprovido de causa, como pode um caminho de prática - que é causal por natureza - produzi-lo? Essa é uma questão antiga. O Milinda-pañha, um conjunto de diálogos composto no início da era cristã, relata uma conversa entre o rei Milinda e um monge, Nagasena, no qual o rei pergunta a Nagasena exatamente sobre isso. Nagasena responde com uma analogia. O caminho da prática não causa nibbana, ele diz. Ele simplesmente o leva até lá - tal como um caminho para uma montanha não faz com que a montanha exista. Ele somente o leva até lá.
A resposta de Nagasena, embora muito apropriada, na verdade não solucionou o caso dentro da tradição Budista. Ao longo dos anos muitas escolas de meditação têm ensinado que as fabricações mentais somente atrapalham o atingimento de um objetivo que é desprovido de causas e não é fabricado. Somente através do não fazer absolutamente nada, e dessa forma não fabricando nada na mente, eles dizem, o não fabricado surgirá.
Esse entendimento é baseado numa compreensão bastante simplista do que é a realidade fabricada, vendo a causalidade como linear e totalmente previsível: X causa Y que causa Z e assim por diante, sem nenhum efeito dando uma volta para condicionar as suas causas e sem nenhuma possibilidade de usar a causalidade para escapar da teia causal. Uma das muitas coisas que o Buda descobriu no seu processo de iluminação foi de que a causalidade não é linear. A experiência no presente é moldada tanto por ações no presente como por ações do passado. As ações no presente moldam o presente e o futuro. Os resultados de ações do passado e do presente interagem continuamente. Assim existe sempre espaço para adicionar novos elementos ao sistema, o que abre espaço para o livre arbítrio. Existe também espaço para a infinidade de processos de 'feedback' que fazem com que as experiências sejam tão profundamente complexas e que são descritas de maneira tão intrigante na teoria do caos. A realidade não se assemelha a uma simples linha ou círculo. Ela se assemelha mais às trajetórias bizarras criadas por uma estranha força de atração ou um conjunto de Mandelbrot.[1]
Como existem muitas similaridades entre a teoria do caos e as explicações Budistas acerca da causalidade, parece legítimo explorar essas similaridades, para ver como a teoria do caos pode ajudar a esclarecer como um caminho de prática causal pode conduzir a um objetivo que é desprovido de causa. Isso não equivale a igualar o Budismo à teoria do caos ou de engajar-se em uma pseudo ciência. É simplesmente uma busca de semelhanças para esclarecer um aparente conflito nos ensinamentos do Buda.
E assim sucede que uma das descobertas da matemática não linear - que é a base da teoria do caos - esclarece justamente esse assunto. No século 19, o matemático francês Jules-Henri Poincaré descobriu que em todos os sistemas físicos complexos existem pontos que ele chamou de ressonâncias. Se as forças que governam um sistema são descritas por equações matemáticas, as ressonâncias são os pontos em que as equações se cruzam de tal forma que um dos membros é dividido por zero. Isto, é claro, produz um resultado indefinido, o que significa que se um objeto dentro do sistema se desgarrasse para um ponto de ressonância, ele não mais seria definido pela estrutura causal que determina o sistema. Ele estaria livre.
Na prática é muito raro que um objeto encontre um ponto de ressonância. As equações que descrevem os pontos que se encontram imediatamente ao redor de uma ressonância tendem a desviar qualquer objeto que se aproxima, de entrar na ressonância, a menos que o objeto se encontre em uma trajetória precisa em direção ao núcleo da ressonância. No entanto, não é necessária muita complexidade para criar ressonâncias - Poincaré as descobriu enquanto calculava as interações gravitacionais entre três corpos: a terra, o sol e a lua - e quanto mais complexo for o sistema, maior o número de ressonâncias e maior a probabilidade de que objetos irão se desgarrar na sua direção. Não é surpresa, que meteoros em uma escala maior e eléctrons em uma escala menor, ocasionalmente se percam em uma ressonância num campo gravitacional ou elétrico e assim alcancem a liberdade da completa imprevisibilidade. Essa é a razão porque o seu computador ocasionalmente trava sem ter uma razão aparente e porque a mesma coisa pode um dia acontecer com as batidas do seu coração.
Se formos aplicar esta analogia ao caminho Budista, o sistema no qual estamos é samsara, o ciclo de renascimentos. As suas ressonâncias seriam aquilo que os textos chamam de "não fabricado", a abertura em direção ao nibbana que não é sujeito a causas. A parede de forças opostas ao redor das ressonâncias corresponderiam ao sofrimento, estresse e o apego. Permitir que você seja repelido pelo sofrimento ou desviado pelo apego, não importando quão sutis sejam, seria o mesmo que aproximar-se de uma ressonância para então ser desviado para uma outra parte do sistema. Mas focar diretamente na análise do sofrimento e do apego e desmontar as suas causas, seria como estar em uma trajetória direta para a ressonância para encontrar a completa, indefinível liberdade.
Isto, é claro, é uma simples analogia. Mas é uma analogia proveitosa para mostrar que não existe nada de ilógico em ativamente perseguir o controle sobre os processos de fabricações mentais e da causalidade com o objetivo de ir além da causa e efeito. Ao mesmo tempo, dá uma dica de porque um caminho de total inércia não conduziria ao não fabricado. Se você simplesmente sentar-se quieto dentro do sistema de causalidade, você nunca irá chegar próximo das ressonâncias onde o não fabricado está. Você ficará flutuando no samsara. Mas se você toma como objetivo o sofrimento e o apego e trabalha para desmantelá-los, você será capaz de romper a barreira depois da qual o momento presente será dividido por zero na mente.
Notas:
[1] Matemático francês, pioneiro da teoria do caos.
Fonte:https://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/samsara_zero.php
[Vídeo] 6 Reinos do Samsara, 10 Estágios de Meditação / Six Realms Of Samsara, 10 Stages Of Meditation
Vídeo sobre os reinos do Samsara e os estágios de meditação.
on [Vídeo] 6 Reinos do Samsara, 10 Estágios de Meditação / Six Realms Of Samsara, 10 Stages Of Meditation