PAPA FRANCISCO, UM PAPA COMUNISTA: CONSERVADORES DO VATICANO LANÇARAM UM 'PLANO SECRETO' PARA REMOVER O EVANGELISTA DA NOVA ORDEM MUNDIAL


UM PAPA COMUNISTA

Acusação de pauperismo

No livro “A Economia de Francisco – Diagnóstico de um Equívoco”, que o Observador pré-publica, João César das Neves* analisa o pensamento económico do Papa. Há alguma semelhança com o que disse Marx?

*João César das Neves é doutorado em Economia e autor de vários livros e artigos científicos nessa área. É professor na Universidade Católica Portuguesa e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da mesma universidade.

Em jornal online Observador.pt | 13 de março 2016

 

Assinala-se no domingo, 13 de março, o terceiro aniversário da eleição do Papa Francisco. Para marcar a data, o economista João César das Neves escreveu um livro onde reflete sobre o pensamento económico do Papa. Na obra “A Economia de Francisco — Diagnóstico de um Equívoco” o autor clarifica que o “propósito do livro não é fazer uma análise económica das posições do Papa Francisco, discutir a sua validade ou medir o seu impacto na realidade empresarial. O objetivo é unicamente ouvir o Papa Francisco como ele quer ser ouvido”. O livro já chegou às livrarias e, na segunda parte do capítulo 2, que o Observador pré-publica, o autor analisa a relação do Papa com os cânones da Igreja e clarifica a relação entre o marxismo e a doutrina da Igreja.

Trata-se de uma visão socialista?

“O primeiro erro, como vimos, é desqualificar à partida a análise espiritual de Francisco confundindo-a com uma reação emotiva e sentimental. Mas aqueles que a tomam a sério caem depois com frequência num segundo erro: o de confundir a doutrina da Igreja com uma visão ideológica de esquerda.

Já fomos vendo como o Santo Padre responde a isto: ele limita-se a apresentar a doutrina da Igreja. Antes de analisarmos até que ponto esta afirmação é justa, vale a pena inspecionar a resposta de Francisco à acusação.

Como já vimos, ele já enfrentou este tipo de comentários durante o seu período argentino. A reação costumava ser citar um dos seus trechos favoritos, Mateus 25:

«Acontece que – como já disse numa visita à rádio do Santuário de São Cayetano – é um dever compartilhar com os nossos irmãos a alimentação, o vestuário, a saúde, a educação. Alguns podem afirmar: “Mas que grande padre comunista!”. Não, o que digo é puro Evangelho. Porque, atenção, vamos ser julgados por isto. Quando Jesus vier julgar-nos, vai dizer a alguns: “Porque tive fome e deste-Me de comer, tive sede e deste-Me de beber, estava nu e vestiste-Me, estive doente e visitaste-Me”. E perguntar-se-á, então, ao Senhor: “Quando é que fiz isso, porque não me lembro?”. E Ele responderá: “De cada vez que o fizeste a um pobre, a Mim o fizeste. Mas também vai dizer a outros: “Fora daqui, porque tive fome e não Me deram de comer”. E também nos repreenderá pelo pecado de ter vivido deitando as culpas da pobreza aos governantes, quando a responsabilidade, na medida das nossas possibilidades, é de todos».

Assim que foi publicada a Evangelii Gaudium, a mesma acusação explodiu. Temos de dizer, mais uma vez, que o remoque não vem de comentadores sérios e, ainda menos, de cristãos minimamente informados. Esses sabem bem aquilo que as sucessivas encíclicas sociais têm ensinado e que, mesmo se de forma mais contundente, Francisco repete. Na verdade, temos de dizer que esta crítica é relativamente espúria. No entanto, os jornalistas nunca deixam passar uma oportunidade de a referir, embora deixando sempre vaga a origem da atribuição.

Ao princípio, o Papa ainda se dava ao trabalho de explicar demoradamente o erro. Mas faz sempre questão de não cair na jogada dos críticos, afirmando que conhece muitos marxistas bons:

«Alguns trechos da Evangelii Gaudium valeram-lhe acusações dos ultraconservadores americanos. Que efeito tem para um Papa sentir-se definido como “marxista”?

A ideologia marxista está errada. Mas na minha vida conheci muitos marxistas bons como pessoas, e por isso não me sinto ofendido. As palavras que feriram mais foram sobre a economia que “mata”… Na exortação não há nada que não se encontre na doutrina social da Igreja. Não falei de um ponto de vista técnico, procurei apresentar uma fotografia do que acontece».

«Passa por ser um Papa comunista, pauperista, populista. The Economist, que lhe dedicou uma capa, afirma que fala como Lenine. Reconhece-se nestas vestes?

Eu digo só que os comunistas nos roubaram a bandeira. A bandeira dos pobres é cristã. A pobreza é o centro do Evangelho. Os pobres estão no centro do Evangelho. Tomemos Mateus 25, o protocolo segundo o qual nós seremos julgados: tive fome, tive sede, estive preso, estava doente, nu. Ou então vejamos as Bem-Aventuranças, outra bandeira. Os comunistas dizem que tudo isto é comunista. Sim, porque não, vinte séculos depois. Então, quando falam, poderia dizer-lhes: “Mas vós sois cristãos” (risos)».

A repetição contínua torna difícil uma resposta original. Mas num encontro com os jornalistas, à saída de um país comunista, Francisco admitiu que possa haver algum motivo para a confusão, para logo a seguir eliminar esse erro:

«As coisas podem ser explicadas. É possível que alguma explicação tenha dado a impressão de ser um pouquinho mais “esquerdista”, mas seria um erro de explicação. Não. A minha doutrina na Laudato Si’, sobre tudo isso, sobre o imperialismo económico e tudo o mais, é da doutrina social da Igreja».

Padres da Igreja e comunistas

Esta acusação é, portanto, inválida. Aliás, para se defender dela, Bergoglio cita com frequência os Padres dos primeiros séculos. Este argumento aparece já no período argentino:

«Alguns, quando leem coisas da opção preferencial pelos pobres dizem: “Que comunistas, que revolucionários!”. Leiam os Santos Padres. Leiam São Jerónimo, dos séculos II, III, IV, V. Nós nas expressões somos menos selvagens do que eles. Eram duríssimos neste ponto, na opção pelos pobres».

Mais marcante é a explicação que o cardeal dá durante o seu interrogatório diante do tribunal sobre os crimes da ditadura argentina, no qual Bergoglio compareceu como testemunha. Nas perguntas feitas pelo advogado da parte civil, o arcebispo fez questão de explicar demoradamente o sentido da opção preferencial pelos pobres, desde o Evangelho até Medellín, passando pelos Padres, São Lourenço e o Concílio Vaticano II. A pequena história de São Lourenço é mais uma das suas favoritas, citando-a com frequência.

«Rito: Recorda-se de ter ouvido a expressão “padres dos bairros de lata” [curas villeros]?

Bergoglio: Sim.

Rito: O que significa? Em que contexto se dizia?

Bergoglio: Eram os sacerdotes que trabalhavam nos bairros pobres. […]

Rito: Segundo o senhor, isso tem alguma coisa a ver ou inspira-se nalgumas declarações que saíram no Concílio Vaticano II?

Bergoglio: Sim, embora a opção pelos pobres remonte aos primeiros séculos do Cristianismo. Está no próprio Evangelho. Se eu lesse como homilia alguns dos sermões dos primeiros Padres da Igreja, diríeis que a minha homilia era maoísta ou trotskista. A Igreja sempre tem honrado a opção de preferir os pobres. Considerava que os pobres são um tesouro da Igreja. Durante a perseguição do diácono Lourenço, que era o administrador da diocese, quando lhe pediram que levasse todos os tesouros da Igreja […], ele apresentou-se com uma maré de pobres e disse: “São estes os tesouros da Igreja”. Estou a falar dos séculos II e III. A opção pelos pobres vem do Evangelho. Durante o Concílio Vaticano II, reformulou-se a definição de Igreja como povo de Deus, e é a partir daí que este conceito se fortalece; e, na segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín, transformou-se na forte identidade da América Latina».

Nos primeiros tempos da Igreja, os tempos de fome e carestia suscitavam textos muito violentos contra os ricos insensíveis e exploradores. Não admira pois que Jorge Bergoglio use expressões fortes que, no entanto, sabe serem «menos selvagens» do que as de São Basílio Magno, Santo Ambrósio de Milão ou São João Crisóstomo, entre outros

O Papa tem indiscutivelmente razão. Nos primeiros tempos da Igreja, os tempos de fome e carestia suscitavam textos muito violentos contra os ricos insensíveis e exploradores. Não admira pois que Jorge Bergoglio use expressões fortes que, no entanto, sabe serem «menos selvagens» do que as de São Basílio Magno (329 – 379), Santo Ambrósio de Milão (340 – 397) ou São João Crisóstomo (349 – 340), entre outros.

Acusação de pauperismo

Para além da ligação aos Padres da Antiguidade, que Francisco assume, existe uma outra referência implícita à história da Igreja nas acusações, mas essa é rejeitada. Na época medieval, sobretudo à volta das ordens mendicantes dos Franciscanos e Dominicanos, surgiram algumas perspetivas qualificadas de «pauperistas» que defendiam a pobreza em si mesma como um valor. Essas teses extremistas, que geraram tanta confusão, foram condenadas pela Igreja.

Numa das entrevistas em que foi confrontado com essa identificação, o Papa referiu o erro, mas, como se pode ver, em vez de se dar ao trabalho de o desmontar, limitou-se a descartá-lo e a referir a doutrina cristã sobre a pobreza:

«O Evangelho condena o culto à riqueza. O pauperismo é uma das interpretações críticas. Na Idade Média havia muitas correntes pauperistas. São Francisco teve a genialidade de colocar o tema da pobreza no caminho evangélico. Jesus disse que não se pode servir a dois senhores, Deus e o dinheiro. E, quando formos julgados no final dos tempos (Mateus, 25), perguntar-nos-ão pela nossa proximidade com a pobreza. A pobreza afasta-nos da idolatria e abre as portas à Providência. Zaqueu entrega a metade das suas riquezas aos pobres. E a quem tem os seus celeiros cheios do seu próprio egoísmo o Senhor, no final, lhe pedirá contas. Creio ter expressado bem o meu pensamento sobre a pobreza na Evangelii Gaudium».

O Papa Francisco está consciente de que a pobreza não é um fim em si mesma. Aliás, em si, a pobreza é um mal. Mas ela torna-se um instrumento útil quando, esvaziando-nos dos bens deste mundo, abre espaço para nos abrirmos a Deus:

«O Senhor ensina-nos qual é o caminho: não é o caminho da pobreza pela pobreza em si. Não! É o caminho da pobreza como instrumento, para que Deus seja Deus, para que Ele seja o único Senhor! Não o ídolo do ouro! Além disso, todos os bens que temos, o Senhor no-los dá para fazer o mundo seguir em frente, para que a humanidade siga em frente, para ajudar, para ajudar os outros».

Assim regressamos ao problema da idolatria, a questão central de que devemos cuidar: amar a Deus «com todo o coração, com toda a alma, com todo o entendimento, e com todas as forças» (cf. Mc 12, 30). Isso implica amar a Deus com todo o nosso dinheiro também. Se o dinheiro ocupa algo do nosso coração, da nossa alma, do nosso entendimento ou das nossas forças, violamos o mandamento e existe idolatria.

É pois evidente que aqueles que acusam o Papa de pauperismo ignoram a verdadeira posição da Igreja. Esses, aliás, ficam sempre anónimos, por falta de substância da sua posição.

Marxismo e doutrina da Igreja

Para terminar o tratamento desta crítica, é conveniente considerar brevemente as relações entre a doutrina da Igreja e o marxismo. De facto, uma das manifestações mais claras do mal-entendido que este livro pretende combater está precisamente nesta identificação das posições papais com ideologias de esquerda. Já sabemos que o Papa considera que a identificação resulta da ignorância, aliás dos dois lados: «Certamente quem fez esse comentário não conhece a doutrina social da Igreja e, no fundo, não conhece assim tão bem sequer o marxismo».

Os discípulos do carpinteiro de Nazaré têm afirmado desde sempre as duas ideias que hoje a doutrina formula como «destino universal dos bens» e «opção preferencial pelos pobres». Isso já acontecia séculos antes de Robespierre e Marx. Como também afirmou Francisco, foram eles que roubaram essa bandeira. Mas, além de muito anteriores ao socialismo de qualquer espécie, estes conceitos da doutrina cristã são em certa medida alheios a essas ideologias. Vale a pena elucidar rapidamente este ponto.

Existe uma diferença enorme entre o conceito de destino universal dos bens e a forma como o marxismo considera a questão da propriedade. No sistema comunista não existe nenhum destino universal, mas apenas a anulação da propriedade individual em nome da propriedade coletiva. Esta distinção não exige grande elaboração, porque foi um dos aspetos mais centrais da condenação do socialismo que a Rerum Novarum e, depois dela, todas as encíclicas sociais fizeram.

Depois de estabelecer que «a propriedade particular e pessoal é, para o Homem, de direito natural» (RN 5), o Papa Leão XIII não só explica claramente porque é que o intervencionismo estatal não é adequado para lidar com este problema, mas também relaciona cuidadosamente este conceito com o destino universal dos bens:

«E não se apele para a providência do Estado, porque o Estado é posterior ao Homem e, antes que ele pudesse formar-se, já o Homem tinha recebido da natureza o direito de viver e proteger a sua existência. Não se oponha também à legitimidade da propriedade particular o facto de que Deus concedeu a Terra a todo o género humano para a gozar, porque Deus não a concedeu aos homens para que a dominassem confusamente todos juntos. Tal não é o sentido dessa verdade. Ela significa, unicamente, que Deus não atribuiu uma parte a nenhum homem em particular, mas quis deixar a limitação das propriedades à indústria humana e às instituições dos povos» (RN 5).

«Aliás, para um comunista, dar esmola significa perpetuar a exploração, adiando a revolta purificadora.»

Quanto à preferência pelos pobres, é importante dizer que o sistema comunista não a conhece. Aliás, Karl Marx desprezava os mendigos como lumpen proletariat. A sua preferência ia para os trabalhadores, que, através da sua exploração, se tornam veículos da revolução libertadora. Esta confusão é ainda hoje muito comum, quando as pessoas se surpreendem por verem marxistas ricos sem praticar esmola. Estão a confundir a caridade cristã com o desejo da revolução libertadora. Aliás, para um comunista, dar esmola significa perpetuar a exploração, adiando a revolta purificadora.

Mais uma vez fica clara a importância do esclarecimento que São João Paulo II fez em 1987 acerca da relação entre a doutrina da Igreja e as ideologias:

«A doutrina social da Igreja não é uma “terceira via” entre capitalismo liberal e coletivismo marxista, nem sequer uma possível alternativa a outras soluções menos radicalmente contrapostas: ela constitui por si mesma uma categoria. Não é tampouco uma ideologia, mas a formulação acurada dos resultados de uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência do Homem, na sociedade e no contexto internacional, à luz da fé e da tradição eclesial. […] Ela pertence, por conseguinte, não ao domínio da ideologia, mas da teologia e especialmente da teologia moral» (SRS 41).

Só quem entende esta explicação pode ler com proveito as afirmações do Papa Francisco sobre economia.”

 

João César das Neves

Fonte: http://fraternitasmovimento.blogspot.com.br/2016/03/o-papa-francisco-e-socialista.html

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h58 - Publicado em 10 jul 2015, 10h19

Bergoglio, o dito papa Francisco, não me representa! Ou: O sangue de Cristo e de 150 milhões de vítimas do comunismo

Sou católico, mas o papa Francisco não me representa. Sei que, em certa medida, a afirmação soa absurda, mas vou fazer o quê? Eu poderia fazer uma graça e dizer que, existindo, como existe, um papa emérito, Bento XVI, tenho a chance de escolher. Mas, evidentemente, isso não contenta. O chefe da Igreja Católica, infelizmente, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h58 - Publicado em 10 jul 2015, 10h19

Fonte:https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/bergoglio-o-dito-papa-francisco-nao-me-representa-ou-o-sangue-de-cristo-e-de-150-milhoes-de-vitimas-do-comunismo/

Seria o papa Francisco comunista?

  • Ed Stourton
  • BBC News

8 junho 2015

 

Críticas do pontífice ao capitalismo dividiram católicos

Ao criticar abertamente o livre mercado, o papa Francisco dividiu os católicos: aqueles mais à esquerda passaram a endeusá-lo, enquanto os representantes da direita o acusam de ser comunista.

A cisão decorre das últimas declarações do pontífice. O líder da Igreja Católica vem fazendo duras críticas ao capitalismo - primeiro como fonte de desigualdade e segundo como uma economia que "mata".

Mas seria o papa um marxista radical?

Ao retornar das comemorações do Dia da Vitória em Moscou, na Rússia, no mês passado, o presidente cubano Raúl Castro parou em Roma para agradecer ao papa Francisco por seu papel em reaproximar Cuba e Estados Unidos. "Se o papa continuar nesse caminho, eu vou voltar a rezar e retornar à Igreja ─ não estou brincando", disse Castro.

Em setembro deste ano, o papa Francisco poderá devolver os elogios ao fazer uma escala em Cuba durante sua viagem aos Estados Unidos, na que pode ser a visita internacional mais difícil de seu pontificado.

 

O apoio de Raúl Castro tende a prejudicar o papa Francisco junto à direita americana, cujos principais integrantes reagiram duramente à reaproximação do presidente Barack Obama com Havana.

"Há muito ceticismo entre os católicos americanos", diz Stephen Moore, economista-chefe do centro de estudos conservador The Heritage Foundation, em Washington.

Moore, que se diz católico, acusa o pontífice de ter "claramente tendências marxistas".

"É inquestionável que ele tem se mostrado bastante cético em relação ao capitalismo e ao livre mercado, e eu acho isso muito preocupante".

O radialista conservador Rush Limbaugh é menos cerimonioso. Ele descreve a exortação apostólica do papa Francisco Evangelii Gaudium ("A Alegria dos Evangelhos") como "puro marxismo".

 

Visões diferentes

 

Os EUA estão longe de ser a nação mais cristã do Ocidente. Há 80 milhões de católicos batizados, e se trata da maior denominação religiosa do país. Muitos de seus integrantes encaram o agora santo João Paulo 2º como um papa-herói porque ele era um valente opositor da Guerra Fria ─ e isso aumenta o sentimento deles de traição em relação a Francisco.

Embora a taxa de aprovação do atual pontífice ainda seja alta, especialmente entre católicos democratas, Francisco tem uma presença polarizada, e a questão "o papa é comunista?" realmente importa.

João Paulo 2º e Francisco vêm de mundos muito diferentes, e isso inevitavelmente influenciou o pensamento dos pontífices em assuntos como economia e justiça social.

O primeiro passou grande parte de sua vida sob regimes totalitários ─ primeiro sob ocupação nazista durante a 2ª Guerra Mundial, depois a dominação soviética e stalinista da Polônia durante a Guerra Fria. Tudo o que ele experimentou como padre e bispo fizeram com que ele visse o comunismo como inimigo.

Em contrapartida, Francisco ─ ou Jorge Bergoglio, seu nome de batismo ─ viveu sob o regime do líder nacionalista argentino, Juan Carlos Perón.

Austen Ivereigh, que escreveu a biografia do papa Francisco e estudou teologia na Argentina, diz que, embora tenha dominado a política argentina, o peronismo é difícil de ser definido em termos políticos convencionais.

"Não é nem de esquerda nem de direita", diz ele. "Mas o peronismo bebe de um tipo de ressurgimento nacionalista na Argentina, nas décadas de 30 e 40, e era muito identificado com a classe operária, acima de tudo, e especialmente com os sindicatos".

Ivereigh acredita que o jovem Bergoglio tenha sido profundamente influenciado pelas ideias peronistas.

Os dois papas também tinham entendimentos muito diferentes da Teologia da Libertação, movimento polêmico baseado na convicção de que os evangelhos exigem a opção preferencial pelos pobres.

João Paulo 2º era um crítico dessa corrente teológica. Em sua opinião, a Teologia da Libertação aproximava os padres e bispos de uma ideologia quase violenta e marxista.

Já Francisco, apesar de ter rejeitado o marxismo, aceitou muitos dos princípios da Teologia da Libertação, expondo o que Ivereigh chama de "versão nacionalista" do movimento, ou a chamada "Teologia do Povo".


'Doutrina Social da Igreja'

No entanto, os escritos econômicos tanto de João Paulo 2º quanto de Francisco também refletem uma tradição intelectual, a Doutrina Social da Igreja - conjunto de orientações reunidas em 1891 em uma encíclica chamada de Rerum Novarum, na qual o papa Leão 13 discorria sobre o "espírito de mudança revolucionária" que então varria a Europa.

Muitos dos ensinamentos são uma clara refutação das ideias comunistas que eram parte dessa mudança, mas também uma crítica de aspectos do capitalismo. Sendo assim, trata-se de uma mistura pouco convencional que não se adequa ao maniqueísmo esquerda-direita que dominaria a política do século seguinte.

Maurice Glasman, economista britânico mais alinhado à esquerda, estudou a Doutrina Social da Igreja em seu PhD. Ele foi atraído pela maneira como a corrente teológica rejeita as ideologias convencionais tanto da direita quanto da esquerda.

"Ela (Doutrina Social da Igreja) realmente se opõe à ideia de que há um Estado ou o mercado", diz ele. "A corrente teológica acredita em incentivar a sociedade ─ o que chama de solidariedade ─ para que possa resistir à dominação dos pobres pelos ricos, mas por meio de sindicatos e associações vocacionais e o que é chamado de subsidiariedade, que é a descentralização do poder".

Glasman diz que a Doutrina Social da Igreja se opõe ao comunismo porque "mantém o direito à propriedade privada" e é "anticoletivista".

Ele tem ainda vivo na memória um episódio em que foi criticado por um economista americano depois de apresentar um trabalho em uma recente conferência no Vaticano sobre a corrente teológica.

"Uma palavra (define) o que você está falando", teria dito o americano a Glasman. "Isso se chama comunismo. Você está tentando interferir nas prerrogativas de administração, você está tentando interferir com o capital, você está tentando interferir nos preços. E isso vem sendo tentado há muito – pela União Soviética".

Durante a discussão que se seguiu às acusações, Glasman ficou maravilhado ao ser apoiado tanto pelo papa quanto pelo arcebispo de Munique, coincidentemente chamado Cardeal Marx.

A interpretação de Francisco da Doutrina Social Católica certamente soa mais radical do que a de seus antecessores. Na Argentina, ele reforçou que os padres devem ver o mundo através dos olhos dos pobres, ao morar entre eles, e trouxe essa abordagem com ele quando chegou a Roma.

Evangelii Gaudium – o documento que enfureceu Rush Limbaugh - argumenta que a desigualdade cria "um estado de pecado social que clama ao céu". O papa Francisco também já disse que o desemprego é o "resultado de uma escolha mundial, de um sistema econômico que levou a uma tragédia, um sistema econômico que tem a seu centro um Deus falso, um Deus falso chamado dinheiro".

Philip Booth, economista católico que trabalha no Institute for Economic Affairs, em Londres, descreve Francisco como um "corporativista" que acredita no Estado provedor e opina que as declarações do papa são "perigosas" porque elas podem "nos levar à política ruim".

Comunista?

 

A resposta para a pergunta no título desta reportagem é "não". Há muitos à esquerda que admiram o papa Francisco, e há muitos à direita que o criticam, mas ele definitivamente não é comunista.

Por outro lado, ele parece gostar de provocar as pessoas. Ele publicará em breve uma encíclica sobre o aquecimento global, e um padre que já teve acesso ao conteúdo disse à BBC que "se algumas pessoas acham que ele (Francisco) é um marxista (agora), espere para ver o que ele diz sobre o meio ambiente".

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150608_papa_comunista_lgb

Para conservadores nos EUA, papa é 'marxista' e 'ambientalista radical'

  • Jaime González
  • Da BBC Mundo em Los Angeles

Assim como em um romance de Dan Brown, os conservadores do Vaticano lançaram um ‘plano secreto’ para remover o evangelista da Nova Ordem Mundial, Papa Francisco, funcionará?

vaticano-conservadores-conspirando-secretamente-para-remover-papa-francisco-nova-ordem-mundo

Um grupo de conservadores do Vaticano aparentemente quer remover seu sucessor anticapitalista, o papa Francisco, na esperança de substituí-lo por um deles.

A intriga nos bastidores do Vaticano está esquentando enquanto os conservadores religiosos estão planejando derrubar o Papa Francisco, me faz pensar em Apocalipse 18, na verdade. Obviamente, esta não é a Igreja que Jesus começou na cruz, mas no que diz respeito à ‘Prostituta da Babilônia’ , ela continua ‘certa na hora’.

“Estando de longe com medo de seu tormento, dizendo: Ai, ai, aquela grande cidade Babilônia , aquela poderosa cidade! pois em uma hora chegou o teu julgamento. Apocalipse 18:10 (KJB)

A Igreja Católica Romana é muito ocupada, faz muitas coisas, algumas das quais são louváveis. Mas uma coisa que eu nunca ouvi sair da boca de um padre romano foram as palavras “você DEVE nascer de novo!” , por que é que? Jesus disse que se uma alma não nascer de novo, “ ela não pode entrar no reino de Deus” . Nascer de novo, não nascer do alto, é o requisito fundamental para a salvação, mas nenhum padre ou papa católico parece saber alguma coisa sobre isso. Alguém deveria dizer aos conservadores do Vaticano que seu esquema provavelmente falhará, o Papa Francisco está construindo a Religião Mundial do Crislam para o vindouro Anticristo. Você não vai removê-lo até que o Diabo termine com ele, e isso é um fato. VOCÊ nasceu de novo?

Conservadores do Vaticano supostamente têm “plano secreto” para remover comunista Papa Francisco

DO GATEWAY PUNDIT: O Daily Telegraph informou no domingo que os adversários conservadores de Francisco no Vaticano têm um “plano secreto” para forçá-lo a renunciar. Este esquema entrou em ação “dias” após a morte de Bento XVI. Os conservadores do Vaticano há muito criticam o apoio de Francisco a fronteiras abertas, comunhão para divorciados recasados ​​e opiniões mais moderadas sobre o aborto e a homossexualidade. O Telegraph observa que eles precisarão de tempo para obter consenso e “enfraquecer” Francisco.

“Os conservadores do Vaticano estão travando um “plano secreto” para colocar o Papa Francisco sob tal estresse que ele renuncie, foi afirmado. A campanha contra o pontífice argentino começou poucos dias após a morte de seu predecessor, Bento XVI”.

“Apesar de afirmar anteriormente que renunciaria se sua saúde piorasse, era altamente improvável que Francisco decidisse renunciar enquanto Bento ainda estivesse vivo para evitar que houvesse três papas morando no Vaticano uma situação sem precedentes que teria envergonhado a Igreja Católica. Igreja.”

“Mas com a morte de Bento XVI em 31 de dezembro, a renúncia agora é uma perspectiva real. Isso abriu caminho para que os conservadores, que se opõem à sua posição em questões que vão desde homossexualidade, aborto, comunhão para divorciados recasados ​​e celibato para padres, comecem a agir contra ele”.

“Há muito tempo eles o consideram muito crítico em relação ao capitalismo e muito liberal em relação à imigração ilegal, com alguns chegando a ridicularizá-lo como um “comunista”.

“O plano secreto será formulado em vários eixos e fases, mas terá um objetivo colocar o pontificado sob tal tensão que Francisco terá que renunciar”, disse um cardeal italiano ao jornal La Stampa no domingo.

“A campanha dependeria do “enfraquecimento progressivo do Santo Padre, bem como de suas escolhas doutrinárias, o que criará um grande descontentamento que pode ser usado contra ele”.

Fonte:https://www.nowtheendbegins.com/

https://clovismoliveira.wordpress.com/2023/01/10/assim-como-em-um-romance-de-dan-brown-os-conservadores-do-vaticano-lancaram-um-plano-secreto-para-remover-o-evangelista-da-nova-ordem-mundial-papa-francisco-funcionara/

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