JAPÃO QUER TRANSFORMAR ROTA DOS 88 TEMPLOS EM SEU CAMINHO DE SANTIAGO

 

Um peregrino percorre um trecho da Rota dos 88 templos da isa de Shikoku
Um peregrino percorre um trecho da Rota dos 88 templos da isa de ShikokuAGE

Japão quer transformar Rota dos 88 Templos em seu Caminho de Santiago

País usa a rota europeia como exemplo para a exploração turística de peregrinação

ALICIA GONZÁLEZ

07 SEPT 2015 - 14:19 BRT

 

Agora que o melhor uísque de malte do mundo perdeu seu aroma escocês e tem selo nipônico, o Japão também quer ter – e explorar – seu próprio Caminho de Santiago. O presidente da Junta da Galícia (governo regional na Espanha), Alberto Núñez Feijoó, e o governador de Kagawa, Keizo Hamada, assinaram na última semana, em Santiago de Compostela, um protocolo de cooperação com a finalidade de promover o caminho de Shikoku, também conhecido como Rota dos 88 Templos, levando esse percurso a ser reconhecido como Patrimônio da Humanidade. Para tanto, os japoneses se dispõem a “aprender com a longa e abundante experiência do Caminho do Santiago”.

O Japão já tem uma rota de peregrinação reconhecida pela Unesco como tal. Trata-se do Caminho de Kumano, uma rota inter-religiosa, budista e xintoísta, irmanada com o Caminho de Santiago e que percorre várias províncias do sudeste japonês. Kumano é uma remota região montanhosa ao sul de Kyoto, ocupando a metade meridional da península de Kii. Segundo especialistas, essa região está na origem da espiritualidade japonesa.


Já a Rota dos 88 Templos, que as autoridades japonesas agora querem promover, fica na ilha de Shikoku, também no sudeste japonês, e se liga ao Caminho de Kumano em Koyasan, milenar cidade monástica situada no topo do monte Koya. O trajeto entre Shikoku e Henro foi percorrido no século IX pelo monge Kukai, numa viagem espiritual que culminou com a fundação da comunidade de budismo esotérico Shingon. Segundo dados oficiais japoneses, cerca de 500.000 peregrinos percorrem a cada ano esse circuito com pouco mais de 1.200 quilômetros, que, diferentemente da rota que leva a Santiago de Compostela, não tem ramais nem um começo e fim, por ser circular. O costume é percorrê-lo no sentido horário.


Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/02/internacional/1441190436_603827.html#?rel=listaapoyo


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