EM DAVOS, MARINA SILVA, MINISTRA DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL, COBRA REPASSE FINANCEIRO DE US$ 100 BILHÕES DE PAÍSES RICOS PARA PROTEÇÃO AMBIENTAL


Fogo consome terras desmatadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 2020. — Foto: Andre Penner/AP

Fogo consome terras desmatadas por pecuaristas perto de Novo Progresso, no Pará, em 2020. — Foto: Andre Penner/AP

Ministra Marina Silva, no Fórum Econômico Mundial, em Davos

Ministra discutiu papel da sustentabilidade no desenvolvimento - Foto: Secom/PR

Marina Silva reposiciona Brasil nos compromissos globais de combate às mudanças climáticas

 

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima destaca o Brasil, no Fórum Econômico Mundial em Davos, como um "um país que quer ser economicamente próspero, socialmente justo, politicamente democrático, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável"

 

Publicado em 17/01/2023 20h36 Atualizado em 17/01/2023 20h38


A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, proclamou que o Brasil volta a fazer parte dos esforços globais no combate às mudanças climáticas e está plenamente compromissado com a pauta ambiental. "Estamos de volta à agenda internacional para tratarmos das metas ambiciosas voltadas para o clima, mas também para a biodiversidade. A ministra participa da 52ª edição do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, nesta terça-feira (17/01).

"Estamos comprometidos com que o Brasil consiga passar de uma economia de intensa emissão de carbono para uma economia de baixo carbono, discutindo essa transição ecológica e da bioeconomia”, afirmou Marina. Ela lembrou as dificuldades enfrentadas pelo país durante os quatro anos do governo passado e foi enfática ao afirmar que "a agenda ambiental foi completamente desmontada". Todavia, ressaltou a intenção — apresentada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua participação na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (COP 27), realizada no Egito, em novembro do ano passado — de que o Brasil promova a COP 30, prevista para 2025, tendo Belém (PA) como sede.

Marina argumentou que sediar a COP 30 será uma grande oportunidade para o Brasil ressaltar, uma vez mais para o mundo, a importância que o país dá às questões ligadas à agenda ambiental. "Receber a COP 30 na Amazônia é uma demonstração do comprometimento de nosso país e do nosso continente com esse tema tão importante para o mundo e também para dizer que a responsabilidade de preservá-la não é somente nossa”, apontou. 

Nesta terça-feira, Marina Silva e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) participaram de um painel intitulado Brasil: Um Novo Roteiro - Sessão Especial sobre o Brasil, mediado pela chefe da América Latina e membro do Comitê Executivo do Fórum Econômico Mundial, Marisol Argueta de Barillas. A anfitriã demonstrou preocupação em relação aos atentados antidemocráticos de 8 de janeiro e tanto Marina quanto Haddad trataram de tranquilizar a comunidade internacional, ressaltando que a situação no país está sob controle. "O importante é que fomos capazes de responder em apenas poucas horas", destacou a ministra.

Também sublinhou o apoio que o ministro da Fazenda tem dado à sua pasta e frisou a importância da retomada dos fundos para a proteção dos biomas no país. "Já voltamos com o Fundo Amazônia, já voltamos com o plano de combate ao desmatamento, e já estamos recompondo os orçamentos e as equipes do Ministério", contou.

Marina Silva ainda ressaltou a importância da retirada dos recursos recebidos pelos fundos do teto de gastos. "O próprio ministro Haddad nos ajudou na transição a agregar mais R$ 500 milhões para o Ministério do Meio Ambiente e a fazermos com que os fundos de doação não sejam colocados no teto de gastos. Isso já é uma vantagem muito promissora. O Brasil tem compromissos ambiciosos em relação a ser um país que quer ser economicamente próspero, socialmente justo, politicamente democrático, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável", detalhou.

Texto: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima | mais informações: imprensa@mma.gov.br / (61) 2028.1051


Fonte:https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2023/01/marina-silva-reposiciona-brasil-nos-compromissos-globais-de-combate-as-mudancas-climaticas

Em Davos, Marina cobra repasses de US$ 100 bilhões de países ricos para proteção ambiental

Durante o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, ministra do Meio Ambiente disse ainda que negocia doações para o Fundo Amazônia com as fundações do ator Leonardo DiCaprio e do bilionário Jeff Bezos.

Por Roberto Peixoto e Mariana Garcia, g1

17/01/2023 09h43  Atualizado há 7 horas

 

Em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, cobrou nesta terça-feira (17) o compromisso das nações desenvolvidas de repassarem aos países em desenvolvimento US$ 100 bilhões para a proteção ambiental.

Marina fez o apelo durante um painel ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Eles são os representantes do Brasil no encontro anual de lideranças mundiais para discutir questões econômicas globais.

Sobre o Fundo Amazônia, abastecido por países como Noruega e Alemanha, a ministra disse à imprensa, após o evento, que negocia também doações com as fundações do ator Leonardo DiCaprio e do bilionário e fundador da varejista Amazon, Jeff Bezos(Leia mais abaixo.)



Repasses de US$ 100 bilhões


Como parte do Acordo de Paris, fechado em 2015, os países ricos se comprometeram a garantir o financiamento de US$ 100 bilhões por ano, a partir de 2020, para ajudar os mais pobres no enfrentamento das mudanças climáticas.

No entanto, a meta não vem sendo cumprida. Por essa razão, havia uma expectativa de que as negociações da Conferência do Clima da ONU do ano passado, a COP 27, selassem alguma medida imediata. Nenhum avanço, porém, foi visto nesta questão e a promessa segue sem definição.

Nós temos uma boa regulação global, mas faltam os investimentos. Os 100 bilhões [de dólares] que eram o compromisso dos países desenvolvidos ainda não foram aportados. Nós temos que ter um aporte de recursos para ações de mitigação, como também de adaptação.
— Marina Silva, durante o Fórum Econômico Mundial

  • Mitigação se refere aos esforços para reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e, assim, limitar o aquecimento bem abaixo de 2°C.
  • Já adaptação reúne ferramentas e soluções para reduzir os impactos frente à crise climática.

"Nós temos que ter aporte de recursos para ações de mitigação, como também de adaptação", acrescentou a ministra, que cobrou também ações mais efetivas de países ricos, como a redução de emissões de combustíveis fósseis.


Fundo Amazônia


Na entrevista após o painel, Marina revelou estar em contato com instituições e entidades filantrópicas para captar mais recursos para o Fundo Amazônia.

Além das fundações comandadas por Leonardo DiCaprio e Jeff Bezos, as negociações envolvem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Criado há 14 anos para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, o fundo é considerado uma inciativa pioneira na área e foi retomado pelo governo Lula após ficar congelado durante a gestão Bolsonaro.

A fundação do Leonardo DiCaprio está fazendo ações para captar 100 milhões de dólares para o Fundo Amazônia (...). Agora, é claro que a filantropia tem mais agilidade que os acordos com governos.
— Marina Silva, ministra do Meio Ambiente

Atualmente, os recursos do fundo vêm principalmente de doações da Noruega e da Alemanha e repasses da Petrobras.

Protagonismo brasileiro

Ainda no painel, a ministra destacou a importância histórica do Brasil no cenário ambiental, mas ponderou esse protagonismo foi perdido nos últimos 4 anos, o que, na sua visão, "colocou o Brasil em um ponto muito difícil do ponto de vista da agenda ambiental, de direitos humanos e de enfrentamento às desigualdades sociais".

"O Brasil tinha um ciclo de redução do desmatamento, hoje estamos com recordes, com a agenda ambiental totalmente desmontada", afirmou.

Como mostrou o g1, o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 10.267 km², somente de janeiro até o último dia 30 de dezembro de 2022, segundo dados divulgados no começo do ano pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É a pior marca da série histórica anual do Deter, o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real do instituto.

Gado pasta em uma área desmatada da Reserva Extrativista Chico Mendes, em dezembro de 2022, em Xapuri, no Acre. — Foto: AP Foto/Eraldo Peres

Gado pasta em uma área desmatada da Reserva Extrativista Chico Mendes, em dezembro de 2022, em Xapuri, no Acre. — Foto: AP Foto/Eraldo Peres

Em sua fala, a ministra afirmou ainda que preservar a floresta amazônica não é uma responsabilidade apenas brasileira e defendeu uma meta global para reduzir a perda de florestas.

"O Brasil tem compromissos ambiciosos em relação a ser um país que quer ser economicamente próspero, socialmente justo, politicamente democrático, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável", acrescentou.

Na segunda-feira (17), a ministra já havia participado de outro painel de debates em que falou sobre o papel do Brasil nas discussões climáticas. Assista a um trecho abaixo:

"É preciso que a gente lidere pelo exemplo", diz Marina no painel em Davos na segunda-feira (16)
00:00/03:17

"É preciso que a gente lidere pelo exemplo", diz Marina no painel em Davos na segunda-feira (16)

Nesta terça, Marina comentou também os ataques terroristas de bolsonaristas radicais em Brasília no dia 8 de janeiro e disse que a capacidade de resposta do governo federal e de outras instituições em poucas horas demonstra que as instituições brasileiras estão fortalecidas.


Fonte:https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/01/17/em-davos-marina-silva-cobra-repasses-de-100-bilhoes-de-paises-ricos-para-protecao-ambiental.ghtml

Comentários