CIENTISTAS RECRIAM FACE DE MENINO NEANDERTAL MORTO HÁ MAIS DE 40 MIL ANOS

 

Cientistas da China e da Rússia reconstruíram face de menino neandertal com base em crânio
Cientistas da China e da Rússia reconstruíram face de menino neandertal com base em crânio Jilin University

Cientistas recriam face de menino neandertal morto há mais de 40 mil anos

Restos de criança que morreu aos 8 ou 9 anos de idade foram encontrados em caverna no Uzbequistão e incluem a única caixa craniana asiática preservada completa já registrada

Por Redação Galileu

21/01/2023 10h41  Atualizado há um dia


Utilizando um crânio descoberto em uma caverna no sul do Uzbequistão em 1938, arqueólogos chineses e russos reconstruíram o rosto de um menino neandertal que morreu entre 300 mil e 40 mil anos atrás. O feito foi divulgado pela agência de notícias da China Xinhua no último dia 18 de janeiro.

Os arqueólogos da Universidade de Jilin, na cidade chinesa de Changchun, e da Universidade Estadual de Moscou na Rússia, estimam que o menino tenha sido morto aos 8 ou 9 anos de idade. Os restos da criança estavam na caverna Teshik-Tash, na cordilheira Bajsuntau.

O garoto representa a primeira restauração tridimensional digital de um fóssil de crânio de neandertal e é uma das importantes conquistas do primeiro laboratório conjunto em arqueologia estabelecido em julho de 2022 pela Universidade de Jilin e pela Universidade Estadual de Moscou.

“O resultado não apenas mostra vividamente a morfologia facial de humanos pré-históricos na Eurásia, mas também fornece uma nova maneira de estudar e exibir as características morfológicas dos neandertais e suas adaptações ambientais”, conta Zhang Quanchao, chefe da equipe da Universidade de Jilin, à Xinhua.

Com base nos detalhes que descobriram, o grupo de cientistas recriou a imagem do menino usando tecnologia avançada de restauração em 3D. O crânio do garoto foi reconstruído a partir de aproximadamente 150 fragmentos ósseos.

Crânio do menino neandertal descoberto em 1938 na Caverna Teshik-Tash — Foto: Wikimedia Commons

Crânio do menino neandertal descoberto em 1938 na Caverna Teshik-Tash — Foto: Wikimedia Commons

A equipe fez o upload de uma varredura do fóssil e preencheu as peças que faltavam, permitindo sobrepor músculos digitais, a pele e finalizar com as características faciais do menino. A foto resultante mostra que a criança tinha um nariz afundado e ligeiramente levantado, bem como um par de olhos castanhos.

O garoto havia amadurecido fisicamente o suficiente para exibir características distintivas dos neandertais, como rosto grande e área nasal, crânio longo e baixo, mandíbula sem queixo e sobrancelha em amadurecimento.

A descoberta mostra ainda que esses hominídeos se espalharam para o leste na Ásia Central. "Fósseis de neandertais, um parente extinto dos humanos modernos, foram descobertos pela primeira vez no Vale do Neandertal, na Alemanha, e já foram amplamente distribuídos pela Eurásia", disse Quanchao.

Alexandra P. Buzhilova, diretora do Instituto de Pesquisa e Museu de Antropologia da Universidade Estadual de Moscou, informou ao site Global Times que a criança representa o primeiro fóssil de neandertal descoberto na Ásia e o único crânio asiático completo preservado até agora.

De acordo com o site britânico Daily Mail, a caixa craniana, apelidada de Teshik-Tash 1, foi encontrada em um poço raso dentro da caverna, junto com cinco pares de chifres de íbex- siberiano (um tipo de bode) e esqueletos de pássaros. Isso sugere que o menino foi enterrado ritualmente.


Fonte:https://revistagalileu.globo.com/ciencia/arqueologia/noticia/2023/01/cientistas-recriam-face-de-menino-neandertal-morto-ha-mais-de-40-mil-anos.ghtml



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