CIENTISTAS RECONSTITUEM DIGITALMENTE O ROSTO DO FARAÓ RAMSÉS II


O faraó que supostamente perseguiu Moisés e os israelitas na história bíblica do Êxodo nunca é mencionado, mas vários historiadores acreditam que sua representação se assemelha à de Ramsés II
O faraó que supostamente perseguiu Moisés e os israelitas na história bíblica do Êxodo nunca é mencionado, mas vários historiadores acreditam que sua representação se assemelha à de Ramsés II Liverpool John Moores University Face Lab

Por Redação Galileu

 

Cientistas utilizaram técnicas de reconstrução facial e regressão de idade para mostrar como era o faraó egípcio Ramsés II em seu auge, aos 45 anos, e próximo de sua morte, aos 90 anos. Os restos mumificados, bem como um modelo virtual tridimensional de sua cabeça e crânio, serviram de base para a formulação das imagens do rosto do governante.

Faraó do Egito

Os registros históricos atestam que Ramsés II nasceu por volta de 1303 a.C. na família do faraó Seti I e que se tornou comandante do Egito quando seu pai morreu, por volta de 1279 a.C.. Durante seu reinado, ele foi responsável por expandir o império até o norte do Oriente Médio (onde hoje se encontra a Síria) e construir estruturas monumentais pelo território, como o Templo de Karnak. Ele morreu por volta de 1213 a.C..

À revista de radiologia AuntMinnie, Sahar Saleem, pesquisadora líder do projeto na Universidade do Cairo, conta que “trazer o rosto de Ramsés II à vida em sua velhice e quando jovem lembra ao mundo seu status lendário". Caroline Wilkinson, diretora do Face Lab de Liverpool, disse em entrevista ao site Live Science que, para isso, foram removidos digitalmente alguns dos sinais de envelhecimento, a fim de retratar o faraó na meia-idade.

Saleem explica que o modelo foi elaborado por meio de dados de tomografia computadorizada (milhares de raios-x reunidos em uma imagem 3D), já o rosto foi reconstruído com um software de computador utilizado em investigações criminais. Técnicas de imagens geradas por computador (CGI) adicionaram texturas de pele, olhos e cabelos, com base nas características fenotípicas comuns entre os egípcios na época.

Por esses processos, chegou-se à imagem de como o faraó parecia quando morreu. Já para o rejuvenescimento de Ramsés II, foi utilizado um software de regressão de idade para mostrar como era sua aparência décadas antes. Por ser uma imagem gerada em 3D, essa etapa foi a mais desafiadora, aponta Wilkinson.

A especialista de Liverpool destaca que estimar o rosto de alguém a partir do crânio apresenta duas abordagens. Na aproximação facial, modelos são usados para reproduzir um rosto "médio", resultando em vários perfis diferentes. A reconstrução facial é uma tentativa mais detalhada de determinar a aparência do sujeito, nela, padrões anatômicos, medições e análises morfológicas colaboram na construção de um rosto mais preciso. No caso de Ramsés II, a equipe optou pela produção mais fidedigna.

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