ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS PROVOCAM 57 MIL MORTES POR ANO NO BRASIL: 80% DAS CRIANÇAS BRASILEIRAS CONSOMEM ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS, DIZ ESTUDO

 


Segundo os pesquisadores, de 5 a 29 mil vidas poderiam ser poupadas por ano se a população diminuísse a ingestão de produtos artificiais e industrializados — Foto: Crescer

Segundo os pesquisadores, de 5 a 29 mil vidas poderiam ser poupadas por ano se a população diminuísse a ingestão de produtos artificiais e industrializados — Foto: Crescer

Alimentos ultraprocessados provocam 57 mil mortes por ano no Brasil

Pesquisadores da USP e da Fiocruz estimam que de 5 a 29 mil vidas poderiam ser poupadas por ano se a população diminuísse a ingestão de produtos artificiais e industrializados

Por Crescer online com Agência Brasil

08/11/2022 18h37  Atualizado há 2 meses


 Biscoito recheado, suco de caixinha, salgadinho de pacote, refrigerante, salsicha, nugget, pizza congelada... Todos esses alimentos fazem parte da rotina de muitas famílias, mas, na prática, podem ser mais "perigosos" do que parecem. Um novo estudo brasileiro mostrou que, se consumidos em exagero, esses alimentos podem aumentar o risco de várias doenças não transmissíveis e, consequentemente, o risco de morte.


Em 2019, morreram 541.160 adultos de 30 a 69 anos no Brasil. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estimam que, desse total, pelo menos 57 mil óbitos foram causados, mesmo que indiretamente, pelo consumo de ultraprocessados.

"O consumo de alimentos ultraprocessados ​​representa uma importante causa de morte prematura no Brasil. A redução da ingestão desse tipo de alimento ​​promoveria ganhos substanciais de saúde para a população e deveria ser uma prioridade da política alimentar", escreveram os autores do estudo.

Segundo os pesquisadores, de 5 a 29 mil vidas poderiam ser poupadas por ano se a população diminuísse a ingestão de produtos artificiais e industrializados. Para isso, eles sugerem medidas como aumentar o consumo de alimentos in natura, criar regras para vendas de alimentos em ambientes escolares e de trabalho e implementar um novo esquema de rotulagem de alimentos, por exemplo.

"Nas últimas duas décadas, a ingestão de ultraprocessados da população brasileira tem aumentado continuamente (...), especialmente entre as famílias de baixa renda. O consumo de alimentos e refeições tradicionais integrais, como arroz e feijão no Brasil, vem diminuindo gradativamente, dando lugar aos alimentos ultraprocessados prontos para consumo", disseram.


Fonte:https://revistacrescer.globo.com/criancas/alimentacao/noticia/2022/11/alimentos-ultraprocessados-provocam-57-mil-mortes-por-ano-no-brasil.ghtml


80% das crianças brasileiras de até 5 anos consomem alimentos ultraprocessados, diz estudo

"É preocupante porque são itens ricos em sódio, conservantes e outras substâncias perigosas”, ressalta pesquisador. Veja como mudou a alimentação das crianças durante a pandemia


80% das crianças brasileiras de até 5 anos costumam consumir alimentos ultraprocessados, como biscoitos e refrigerantes. Entre os pequenos com mais de 2 anos, esse número é ainda maior e chega a 93%. Os resultados são de um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Isso mostra que, em geral, a alimentação das crianças no Brasil está distante das recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). É preocupante porque são itens ricos em sódio, conservantes e outras substâncias perigosas”, explica Gilberto Kac, pesquisador e coordenador do estudo.

açúcar (Foto: Thinkstock Photo)

(Foto: Thinkstock Photo)


De acordo com o Ministério da Saúde, 6,4 milhões de crianças estão fora do peso ideal, sendo que 3,1 milhões são obesas. Isso significa que 1 em cada 10 crianças entre 5 e 9 anos são diagnosticadas com obesidade infantil. O sobrepeso está relacionado com excesso de alimentos industrializados, ricos em gordura e açúcar, no dia a dia das crianças. 

Mudanças na pandemia

Diversas crianças apresentaram aumento de peso durante a pandemia. O pediatra e nutrologista, Mauro Fisberg, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em discussão com a Sociedade Brasileira de Pediatria, estima que o aumento relativo de peso nas crianças tenha sido, em média, de 5 a 6 kg.

"O fato de o Brasil não ter realizado Censo nem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) no ano passado tem sido um obstáculo para que tenhamos uma real dimensão do problema, mas é algo que tem sido notado em consultórios e hospitais”, afirma Fisberg. 

Entre as famílias que conseguiram manter sua condição financeira durante o período, os doces, lanches e telas se tornaram uma forma de acalmar as crianças. Enquanto a falta de exercícios físicos e escolas deixaram as crianças mais sedentárias. "Isso levou ao aumento do sedentarismo e do consumo de alimentos altamente calóricos", destacou o especialista.

Do outro lado, aqueles que viram a renda decair e as crianças ficarem sem merenda por conta do fechamento das escolas tiveram de apelar para os produtos mais baratos nas prateleiras do supermercado — o que, em geral, envolve alimentos com maior porcentagem de gordura

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Alimentacao/noticia/2022/04/80-das-criancas-brasileiras-de-ate-consomem-alimentos-ultraprocessados.html


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