ITÁLIA DE TREM: UM GUIA DE VIAGEM ENTRE MILÃO, FLORENÇA E ROMA

 

Florença, uma das cidades mais incríveis da Itália (Foto: Divulgação)

Florença é uma das cidades mais visitadas da Itália, tendo recebido quase 15 milhões de turistas em 2019, último dado oficial realizado antes da pandemia pela Luggage Hero (Foto: Divulgação)

  • POR JULIANA BENETTI
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Poucos lugares no mundo possuem um apelo emocional tão forte quanto a Itália. Seja por um contexto ficcional – consequência de tantas novelas, filmessérieslivros que possuem algum elo com o país –, seja por sua gastronomia, que faz parte do cotidiano dos brasileiros há tantas gerações, seja pela história em si, que desde muito cedo aprendemos na escola. Independente da razão, a Itália é o sonho de muita gente.

Neste verão 2022 (hemisfério norte), a Casa e Jardim desembarcou no país que une tantas atividades no mesmo lugar, com pessoas e costumes que, muitas vezes, assemelham-se aos nossos, e outras parecem tão distantes. A nossa viagem começou por Milão, com uma parada – obrigatória – em Florença, e foi finalizada em Roma. Tudo de trem!

Milão

Capital da moda e do design italiano, Milão é uma das cidades mais cosmopolitas da Itália, unindo de forma bastante harmônica estilo, modernidade e história. Além, é claro, de boa gastronomia. Se você pensa em colocá-la no seu roteiro, sugerimos alguns dos pontos que não podem faltar:

Duomo di Milano, a catedral
Principal cartão postal da cidade, a Duomo di Milano pode ser o seu primeiro passeio em Milão. Grandiosa e tida como uma das igrejas mais bonitas da Europa, sua arquitetura gótica nos faz viajar no tempo. Linda por fora, enorme por dentro, e constantemente em processo de restauração, levou 600 anos para ser finalizada. O valor é entre 7 e 20 euros. 

Duomo di Milano, a principal catedral da cidade (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

Duomo di Milano, a principal catedral da cidade (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

Galleria Vittorio Emanuele
A Galleria Vittorio Emanuele fica, literalmente, ao lado da catedral Duomo di Milano, e é considerada o primeiro shopping – conceito de centro de compras – do mundo. O local é lindíssimo, com minuciosidades por todos os lados, principalmente no chão de mármore. Ali ficam grandes marcas de luxo e restaurantes consagrados. A entrada é livre.

Santa Maria delle Grazie
Essa poderia ser apenas mais uma igreja se não fosse pelo seguinte motivo: o mural A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Verdadeiros sobreviventes, igreja e pintura conseguiram se manter em pé mesmo com as invasões napoleônicas, bombardeios na Segunda Guerra Mundial, falta de conservação e outros fatores. O valor é 15 euros. 

Aviso importante: é necessário comprar os ingressos com um bom tempo de antecedência, pois as entradas esgotam muito rápido.

A igreja Santa Maria delle Grazie, em Milão (Foto: Reprodução / Divulgação)

A igreja Santa Maria delle Grazie, em Milão (Foto: Reprodução / Divulgação)

Pinacoteca di Brera + bairro Brera
O principal museu de Milão fica localizado em um dos bairros mais legais da cidade. Complementando-se reciprocamente, Brera sempre foi o bairro dos artistas, da boemia, com muito restaurantes, bares e cafés. Isso porque a Pinacoteca e a Academia de Belas Artes são localizadas ali. Na verdade, pinacoteca e escola são, de fato, unidos, e durante a visita é fácil perceber essa interligação. O valor é 15 euros. 

Outros passeios que podem entrar na sua lista:
Castelo Sforzeco e seus museus;
Parque Sempione;
Canais de Navigli;
Piazza Affari.

Onde ficar
Ao unir arte clássica com moderna, colagens e afrescos, o VIK Milano pode ser o seu melhor amigo em Milão, além de uma "casa longe de casa". Integrado, literalmente, com a Galleria Vittorio Emanuele, é possível tomar café da manhã vendo os corredores daquele espaço magnífico. Por ser tão bem localizado, o tempo de deslocamento pela cidade se otimiza bastante.

Hall de entrada na Galleria VIK Milano (Foto: Reprodução / @vgalleriavikmilano - Andrea Vetrano)

Hall de entrada na Galleria VIK Milano (Foto: Reprodução / @vgalleriavikmilano / Andrea Vetrano)

A vista de alguns dos quartos do VIK Milano é essa: a Galleria Vittorio Emanuele (Foto: Reprodução / @galleriavikmilano - Mickey Thao)

A vista de alguns dos quartos do VIK Milano é essa: a Galleria Vittorio Emanuele (Foto: Reprodução / @galleriavikmilano / Mickey Thao)

Florença

No coração na Toscana e sendo o berço do Renascimento, movimento artístico que consagrou Leonardo da Vinci, MichelangeloSandro BotticelliCaravaggio, Florença traz um sentimento muito forte de: cheguei na Itália.

A Itália dos contos, filmes, livros, séries, com ruas apertadas, muitas gelaterias (o gelato nasce em Florença), pequenos restaurantes, obras e artistas por todos os lados. Abaixo, separamos alguns dos principais pontos turísticos de lá:

Galleria Degli Uffizi
Considerado o museu mais importante da cidade, o Uffizi, como é cordialmente chamado, é parada obrigatória para quem visita Florença. Com algumas das maiores obras do renascimento, essa é a casa de A Primavera e O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli; Medusa, de Caravaggio; Madonna do Pintassilgo, de Rafael, e outras pinturas importantes que já existem em nosso imaginário. O valor é 20 euros.

Galleria dell’Academia
Diferente do Uffizi, a Galleria dell’Academia não é um museu muito grande, podendo ser feito tranquilamente em menos de duas horas. Entretanto, aqui está uma das figuras mais icônicas do mundo das artes: o David de Michelangelo. Com um pouco mais de 5 m de altura, e detalhes extremamente minuciosos, como a lapidação de veias, a obra é extraordinária e vale muito sua visita. O valor é 12 euros. 

David, uma das principais obras de Michelangelo (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

"David", uma das principais obras de Michelangelo (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

Piazzale Michelangelo
Localizada no topo de Florença e possuindo uma vista panorâmica da cidade, a praça que homenageia Michelangelo é o lugar ideal para assistir ao pôr do sol e admirar a natureza toscana, que se mistura com seus edifícios tão antigos. O local é um ponto de encontro de turistas do mundo inteiro, que fazem desse happy hour a céu aberto um verdadeiro acontecimento. A entrada é livre.

Vista de Florença da Piazzale Michelangelo (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

Vista de Florença da Piazzale Michelangelo durante o pôr do sol (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

All'antico Vinaio
Apesar de ser um local para comer, o All'antico Vinaio é um ponto turístico obrigatório. Considerado um dos melhores restaurantes do mundo na categoria street food, o local é especialista em schiacciata, sanduíche típico da Toscana, que se assemelha com a focaccia. Com recheios a base de frios, pasta de pistachequeijos e rúcula, a iguaria vale o tempo de espera na fila – sempre longa. O valor do sanduíche, em média, é de 10 euros. 

Schiacciata de mortadela com pasta de pistache, creme de ricota e rúcula, um sanduíche típico da Toscana (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

Schiacciata de mortadela com pasta de pistache, creme de ricota e rúcula, um sanduíche típico da Toscana (Foto: Arquivo pessoal / Juliana Benetti)

Outros passeios que podem entrar na sua lista:
Catedral Santa Maria del Fiore;
Basílica de São Lourenço;
Mercado Central de Florença;
Ponte Vecchio;
Palazzo di Vecchio;
Palazzo Pitti.

Onde ficar
Um lugar como Florença pede uma hospedagem a sua altura, que faça jus a energia indescritível dessa cidade que há tantos séculos respira beleza, arte, luz... Renascimento. Localizado na Piazza dela Repubblica, há poucos minutos de caminhada dos principais pontos turísticos, está o grandioso Savoy Hotel, um lugar tão clássico e acolhedor quanto a própria Florença.

Fachada do Hotel Savoy, em Florença (Foto: Divulgação)

Fachada do Hotel Savoy, em Florença (Foto: Divulgação)

Espaço com varanda em uma das suítes do Hotel Savoy (Foto: Divulgação)

Espaço com varanda em uma das suítes do Hotel Savoy (Foto: Divulgação)

Roma

Existem alguns lugares que nos passam uma leve sensação de não haver mais necessidade de introdução, como Roma. Entretanto, independente do que já foi dito, escrito, falado e imaginado, sobre essa cidade que segue de pé após milênios, acreditamos que a capital da Itália, e de um dos maiores impérios que o mundo já viu, ainda merece muitos roteiros, contextos e informações.

Porque a nossa viagem se finalizou no que já foi o centro do planeta e após tanto tempo ela se mantém firme, com uma rede de fast food há poucos metros de distância do Coliseu, e isso, por si só, já é estranhamente mágico. Listamos aqui apenas quatro lugares de uma cidade que é um mundo de possibilidades.

Coliseu + Fórum Romano + Monte Palatino
É difícil começar um roteiro de Roma sem colocar logo no começo a ida ao Coliseu, Fórum Romano e Monte Palatino (os três ficam um ao lado do outro, complementando-se). O primeiro mencionado é o mais impactante de todos, com tamanho quase de um estádio de futebol. Ainda que em muitos momentos vemos “apenas ruínas”, é extraordinário pensar que elas estão ali, após tanto tempo. O calor integrado para os três lugares é 20 euros. 

Coliseu (Foto: Reprodução/Lonely Planet)

Inaugura em 72 d.C, o Coliseu possui quase 50 metros de altura, e no seu apogeu reunia mais de 50 mil pessoas (Foto: Reprodução / Lonely Planet)

Museu do Vaticano
No principal museu da cidade está também um dos maiores símbolos da Itália: a Capela Sistina. Ainda que a maioria das pessoas esteja ali para ver as pinturas no teto de Michelangelo, o local possui muitas obras de arte de todos os lugares do mundo, com setores que vão de arte egípcia até a contemporânea. Vale lembrar que é proibido fotografar dentro da capela. O valor é 21 euros. 

Fontana di Trevi
A disputa entre o ponto turístico mais concorrido de Roma é difícil, mas podemos dizer que a Fontana di Trevi é realmente tão emblemática quanto se pode esperar. Cenário de filmes icônicos, como La Dolce Vita e Three Coins in the Fountain, o monumento aquático foi inaugurado em 1762 e faz parte da fachada do Palazzo Poli, podendo não ser tão perceptível em fotos.

Por conta da tradição de jogoar moedas dentro da fonte em busca da sorte, é retirado aproximadamente € 3 mil por dia, o que significa mais de € 1 milhão anualmente (os valores não são precisos). Todo esse dinheiro é destino a ações de caridade. A entrada é livre. 

Fontana di Trevi (Foto: Divulgação)

Fontana di Trevi serviu de cenário de filmes icônicos como o La Dolce Vita, mencionado em texto, e também produções para adolescentes, como Lizzie Mcguire (Foto: Divulgação)

Piazza Spagna
Localizada a 700 metros da Fontana di Trevi, uma caminhada leve de apenas 10 minutos, está localiza a escadaria mais famosa de Roma, como muitos gostam de dizer. A Praça da Espanha (nome em português para o lugar) é rodeada de lojas de luxo e possui uma segunda fonte, menor que a mais famosa, também muito bonita. No topo da longa escadaria está a Igreja de Tinità dei Mon. Outro lugar instagramável da cidade bastante concorrido. A entrada é livre.

Piazza di Spagna (Foto: Divulgação)

Piazza di Spagna se tornou um outro ponto bastante disputado na cidade (Foto: Divulgação)

Outros passeios que podem entrar na sua lista:
Panteão;
Piazza Navona;
Monumento a Vítor Emanuel II da Itália;
Villa D'Este;
Galeria Nacional de Arte Moderna e Contemporânea.

Onde ficar
Muitos detalhes precisam ser pensados antes de escolher em qual lugar ficar hospedado. Para um tipo de viagem onde o hotel em si seja uma atração, o que significa ficar bastante tempo nele, não faz muita diferença a sua localização. Entretanto, para uma viagem ativa por uma cidade como Roma, estar bem localizado pode mudar tudo, e esse é o caso do Hotel de la Ville.

Ele é localizado praticamente na Piazza Spagna, significando uma proximidade muito grande com os principais pontos turísticos. Além disso, uma cidade como Roma é incrível, mas também cansativa, e as acomodações cinco estrelas do hotel te renovarão noite após noite, permitindo uma passagem inesquecível por esse lugar com decoração impecáv el.

Hall de entrada magnífico do Hotel de la Ville, Rome (Foto: Reprodução / @hoteldelavillerome)

Hall de entrada magnífico do Hotel de la Ville, Rome (Foto: Reprodução / @hoteldelavillerome)

Mais detalhes do Hotel de la Ville, Rome (Foto: Reprodução / @hoteldelavillerome)

Mais detalhes do Hotel de la Ville, Rome (Foto: Reprodução / @hoteldelavillerome)

A Itália de trem

Não necessariamente viajar de trem pela Europa é sempre a melhor solução, mas para quem está passeando internamente apenas por um país, como foi este caso, com certeza é. Aeroportos demandam muito mais tempo do turista e estão sempre propensos a “darem problemas”, principalmente durante a alta temporada.

Os trens de alta velocidade fazem grandes distâncias em poucas horas e você não precisa chegar com muito tempo de antecedência no local. Agora, atenção: raríssimas vezes existe atrasos. Média de valor de Milão para Florença e Florença para Roma: 35 euros, o trecho.

Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Comida/Reportagens/Viagem/noticia/2022/08/italia-de-trem-um-guia-de-viagem-entre-milao-florenca-e-roma.html


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