Como vamos cuidar da saúde no futuro
As possibilidades avançaram a ponto de permitir a produção de pele e outros órgãos humanos a partir de células-tronco e adicionar nanorobôs a amostras de sangue para tratamento de pacientes com câncer
O encontro entre a evolução na medicina e na tecnologia produz hoje algo que seria impensável no início do século. Em 2003, o primeiro mapeamento genético humano consumiu US$ 3 bilhões e mais de uma década de um esforço colaborativo mundial. Hoje, qualquer pessoa pode enviar uma amostra de saliva para laboratórios especializados como o americano 23andme e, por um custo próximo a US$ 200, receber um relatório de ancestralidade e de risco genético a determinadas doenças.
As possibilidades avançaram a ponto de permitir a produção de pele e outros órgãos humanos a partir de células-tronco e adicionar nanorobôs a amostras de sangue para tratamento de pacientes com câncer. Os custos ainda dificultam que a inovação de ponta atinja larga escala – porém, mais e mais terapias sofisticadas saem dos laboratórios e se tornam disponíveis.
Além das terapias, uma das principais mudanças que o setor de saúde sofrerá nos próximos anos está na forma de olhar para o paciente. A consultoria internacional PwC aponta para uma mudança estrutural no setor, com a formação de um novo sistema que passará a armazenar informações sobre as pessoas. Fatores como prevenção, bem-estar e nutrição serão tão importantes quanto o tratamento de doenças. “Nessa nova visão integral da saúde, a capacidade de coletar e tratar os dados dos pacientes de modo a trazer insights para os médicos será fundamental”, afirma Bruno Porto, sócio da indústria de saúde da PwC Brasil.
O Grupo Fleury, especializado em medicina diagnóstica, já implantou na empresa 26 projetos em parceria com startups brasileiras e internacionais. Uma delas é a israelense Aidoc, que desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial em tomografias computadorizadas para identificação rápida de embolia pulmonar, que pode levar a pessoa à morte se não houver tratamento imediato. A telemedicina e programas de cuidado virtuais permitem aos médicos monitorar pacientes remotamente usando sensores para rastrear sinais vitais, registros médicos e outras informações pessoais.
O futuro da saúde – Os tratamentos médicos não se limitarão apenas a cuidar de doenças
Um novo olhar sobre os pacientes
Haverá uma convergência dos sistemas de cuidados com a saúde e de cuidados com as doenças
Foco na prevenção
Os investimentos em cuidados com a saúde vão quase triplicar dentro de oito anos (em trilhões de US$)
Mais pesquisa
O setor já exige muito investimento em desenvolvimento – no futuro, essa necessidade será ainda maior
- 93% dos executivos de empresas do setor farmacêutico afirmam que os testes com elementos digitais foram importantes para assegurar o processo de desenvolvimento de suas empresas nos próximos cinco anos
- 91% dos consumidores que usaram atendimento virtual por vídeo durante a pandemia utilizariam o recurso novamente
- 66% estão dispostos a participar de estudos clínicos para o desenvolvimento de novos tratamentos de saúde e vacinas
- US$ 3 bilhões por ano é o valor que as biofarmacêuticas terão que redirecionar para a área de pesquisa e desenvolvimento se quiserem se manter competitivas
- 7,5 milhões de atendimentos foram realizados por telemedicina no Brasil entre janeiro de 2020 e julho de 2021
- 75% dos entrevistados acreditam que até 2035 os cuidados com os pacientes não se limitarão ao tratamento de doenças
- 67% dos entrevistados esperam que o foco em ações preventivas e bem-estar altere significativamente a área de pesquisa e desenvolvimento das empresas
- 66% dos entrevistados participaram de ensaios clínicos remotos
- US$ 3,5 trilhões é o valor total que o mercado global de bem-estar criará em novas oportunidades em áreas como cuidados preventivos e nutrição até 2030
Fontes: Pesquisa sobre o Futuro da Saúde, com 150 executivos seniores do setor de saúde feita em 2021, PwC; Pesquisa Inovação no Setor da Saúde, realizada em 2021 com 10 mil consumidores de dez países, PwC; e Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital
Fonte:https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2022/06/como-vamos-cuidar-da-saude-no-futuro.html
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