PESSOAS ATIVAS TÊM 50% MENOS RISCO DE MORTE POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES


Exercício reduz o risco de mortalidade para pacientes com doenças cardiovasculares  — Foto: Istock Getty Images


Exercício reduz o risco de mortalidade para pacientes com doenças cardiovasculares — Foto: Istock Getty Images


Pessoas ativas têm 50% menos risco de morte por doenças cardiovasculares


Estudo com 33.576 pacientes com doença coronariana comprova os benefícios do exercício físico para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida. Médico cardiologista explica

Rio de Janeiro


 

Há uma máxima entre os médicos que trabalham e entendem de exercício e esporte: o item número um de qualquer prescrição médica deve ser atividade física! Isso porque é a atividade física que diminui efetivamente a mortalidade em pacientes com ou sem comorbidades. No entanto, sempre há os incrédulos. Para esses, foi publicado em fevereiro deste ano, no Journal of the American College of Cardiology (JACC), um artigo que ratifica a importância da atividade física em detrimento a inatividade em pacientes com doença coronariana.

Sendo assim, pacientes com doença coronariana (DAC) têm um risco aumentado de mortalidade e a atividade física regular é um importante fator de proteção contra doença cardiovascular e morte. Vários mecanismos são responsáveis pelos benefícios da atividade física em pacientes com doenças cardiovasculares, incluindo:

  • Melhora da função endotelial;
  • Efeitos antiateroscleróticos;
  • Efeitos anti-inflamatórios.


Isso não é novidade e há anos vários estudos corroboram esses achados e temos as diretrizes americanas e europeias recomendado o estilo de vida ativo e saudável.

Porém, algumas descobertas nessa revisão sistemática envolvendo 33.576 pacientes com doença coronariana chamam atenção. O artigo apresenta quatro trajetórias dos pacientes: inativo e ativo ao longo do tempo, atividade física aumentada e atividade diminuída com o passar o tempo.

  • O risco de mortalidade foi 50% menor nos pacientes que sempre foram ativos em relação aos inativos;
  • A mortalidade foi 45% menor naqueles que estavam inativos, mas tornaram-se ativos, em relação aos sempre inativos;
  • A mortalidade foi 20% menor naqueles que estavam ativos, mas tornaram-se inativos, em relação aos inativos.

Esses resultados indicam que:

  1. Os pacientes ativos devem ser encorajados a preservar esse estilo de vida após a doença coronariana;
  2. Independentemente dos níveis prévios de atividade física, é particularmente importante que os pacientes aumentem seus níveis de exercícios ao longo do tempo após o diagnóstico de doença coronariana;
  3. Os pacientes que já tiveram infarto ou fizeram angioplastia podem superar anos anteriores de inatividade e obter benefícios de sobrevida semelhantes aos que permaneceram ativos;
  4. No entanto, os benefícios do exercício físico podem ser atenuados ou até mesmo perdidos se a atividade não for mantida.

Os dados apresentados pelo artigo criam uma base de evidências robusta e fornecem novos insights. Chama ainda atenção para algumas implicações importantes na a prática clínica, pois as avaliações funcional e de aptidão física habitual devem fazer parte dos processos de investigação e prognóstico dos pacientes com doenças cardíacas.

Logo, apesar de algumas limitações, o estudo aponta algumas novidades interessantes: a principal delas, e que talvez não seja novidade para os que militam nessa aérea, é que a atividade física é o melhor remédio para qualquer pessoa e a qualquer tempo.


Fonte:https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/post/2022/05/12/pessoas-ativas-tem-50percent-menos-risco-de-morte-por-doencas-cardiovasculares.ghtml



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