O PAPEL DA MULHER NA VISÃO ESPÍRITA


O papel da mulher

 Por Antônio Moris Cury

O eminente e culto professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, o nosso Allan Kardec, em comentário pessoal sobre a questão 202 de O Livro dos Espíritos, a obra fundamental do Espiritismo, afirmou que: “Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens” (75ª edição FEB, 1994, página 135).

Com isso, não deixou margem a qualquer dúvida quanto à necessidade de o Espírito encarnar ora em corpo masculino, ora em corpo feminino, diante das provas pelas quais tem de passar, uma vez que precisa progredir em tudo, razão pela qual a aquisição da experiência em cada novo corpo físico é de considerável importância. Reencarnar, como se sabe, literalmente significa entrar de novo na carne.

Nada obstante ser indiscutível a indispensabilidade de o Espírito estagiar ora em corpo feminil, ora em corpo masculino, com a importante finalidade de avançar na senda do progresso rumo a Deus, cumpre não perder de vista o especial papel do Espírito encarnado como mulher, tal como o registrou Léon Denis: “O papel da mulher é imenso na vida dos povos. Irmã, esposa ou mãe, é a grande consoladora e a carinhosa conselheira. Pelo filho é seu o porvir e prepara o homem futuro. Por isso, as sociedades que a deprimem, deprimem-se a si mesmas. A mulher respeitada, honrada, de entendimento esclarecido, é que faz a família forte e a sociedade grande, moral, unida! (O Problema do Ser, do Destino e da Dor, 23ª edição FEB, 2000, página 178).

Neste passo é importante comparar o texto acima reproduzido com a pergunta 821 de O Livro dos Espíritos“As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?” E a sua resposta: “Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida”.

Por outra parte, parece não haver dúvida que tanto a maternidade quanto a paternidade constituem verdadeira missão, no mínimo porque estão os pais incumbidos inerentemente de formar o caráter dos seus filhos.

Entretanto, não podemos esquecer que à mulher incumbe a realização de tarefas deveras especiais, a começar pela educação de seus filhos, geralmente em parcela maior de tempo – para dizer o mínimo. E como já sabemos, com a veneranda Doutrina Espírita, educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Vale recordar que muitos anos atrás, pelo menos em Curitiba, a cidade onde vivemos, na esmagadora maioria dos casos, à mulher cabia cuidar de seus filhos. Ao homem competia, com o seu trabalho fora de casa, obter recursos suficientes para prover a família. Claro que à mulher restava ainda o ônus de se desincumbir de todos os demais afazeres domésticos. O seu papel era imenso, portanto, e enorme a sua responsabilidade, haja em vista que a ela cabia preparar o homem futuro (seu filho ou seus filhos, no sentido de seres humanos encarnados – homens ou mulheres).

Apesar disso, nem sempre o gigantesco trabalho de que a mulher era encarregada foi devidamente valorizado por terceiros. No entanto, não tem maior importância esta ausência de reconhecimento porquanto “A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las” (frase extraída de texto atribuído ao filósofo grego Aristóteles – 360 anos antes de Cristo).

Os tempos mudaram, os costumes em parte também, e as necessidades aumentaram, ao que se vê, aparentemente, por obra do próprio ser humano encarnado na Terra, que passou a criar outras necessidades, talvez em certa medida decorrentes de excelente publicidade veiculada diariamente, que tantas vezes faz com que a pessoa menos atenta ou menos reflexiva compre o que não precisa com o dinheiro que não tem.

Seja como for, houve mudanças.

As mulheres, em considerável número, passaram a trabalhar dentro e fora de casa, em jornada dupla, com ônus dobrado a toda evidência.

Nem por isso, no entanto, ficaram liberadas de seu compromisso maior: preparar o homem (ser humano) futuro, sobretudo se se considerar que “Deus apropriou a organização de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções maternais e com a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados” (comentário pessoal de Allan Kardec sobre a questão 820 de O Livro dos Espíritos, edição citada, páginas 380 e 381).

Com efeito, como bem esclarecido na obra fundamental do Espiritismo: “Os direitos de homens e mulheres são iguais, as funções não. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos” (questão 822 de O Livro dos Espíritos, editora e edição antes indicadas, pág. 381).

Assim, ter jornada dupla é opção, é escolha, talvez necessidade.

Afinal, somos dotados de livre-arbítrio, que nos permite escolher, decidir, mas que também nos torna responsáveis pela escolha, pela decisão, e naturalmente responsáveis por suas consequências.

Por fim, nestas brevíssimas considerações sobre assunto tão complexo quão extenso, vale a pena repetir, para enfatizar, o que afirmou Léon Denis na última frase do trecho aqui transcrito: “A mulher respeitada, honrada, de entendimento esclarecido, é que faz a família forte e a sociedade grande, moral, unida!”

Fonte:http://www.mundoespirita.com.br/?materia=o-papel-da-mulher

“O papel da mulher é imenso na vida dos povos. Irmã, esposa ou mãe, é a grande consoladora e a carinhosa conselheira. Pelo filho é seu o porvir e prepara o homem futuro. Por isso, as sociedades que a deprimem, deprimem-se a si mesmas. A mulher respeitada, honrada, de entendimento esclarecido, é que faz a família forte e a sociedade grande, moral, unida!”

(Léon Denis – ‘O Problema do Ser, do Destino e da Dor’)

“Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama a si mesmo".

Paulo (Efésios, 5; 28.)

 

A União Espírita Mineira felicita e parabeniza a cada uma das mulheres neste mês de março, em especial na data do dia 8, reconhecendo o quão importante e sublime é o papel delas no seio da humanidade e na senda do progresso social e humano.

Se o espírito imortal não possui sexo, todavia, Deus facultou ao ser humano encarnado as polaridades sexuais masculinas e femininas com o intuito de nos fazer progredir através das diversas experiências no campo dos sentimentos, da razão e da sensibilidade. E, dessa forma, em cumprimento à Lei de Reprodução, permitir que novos irmãos regressem à vida na carne por meio da reencarnação através dos laços parentais com os seus genitores.

Nesse sentido, e desde a geração de uma nova vida encarnada, devemos reconhecer o quão essencial é o papel da mulher, conforme nos diz a questão 821 de O Livro dos Espíritos, trazido a lume por Allan Kardec em 1857: “As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto às deferidas ao homem?” E a resposta: Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida”.

Do nascimento à fase adulta, homem e mulher são o modelo referencial do novo ser reencarnado, que deverá ser educado a aprender novos valores morais, além de trabalhar os já conquistados nas encarnações pretéritas. Por isso, seria ilógico debater quem possui mais responsabilidades ou quais são as mais importantes: se homens ou mulheres?

Seguindo os compromissos para cumprir os desígnios do Pai Maior, cada qual possui responsabilidades proporcionais à sua constituição. Assim, comenta Kardec na questão 820 de O Livro dos Espíritos: “Deus apropriou a organização de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções maternais e com a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados”.

Atualmente, a questão dos direitos das mulheres vem ganhando força e deve ser tratado como questão igualitária ao dos homens. Com efeito, a Espiritualidade Superior responde a Kardec na questão 822 de O Livro dos Espíritos, diferenciando os direitos e funções de cada sexo:

“Os direitos de homens e mulheres são iguais, as funções não. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. Sua escravização marcha de par com a barbaria. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos”.

Assim, fica claro que o respeito, a equiparação de direitos aos dos homens e a compreensão mútua devem ser o ‘fio condutor’ a guiar a humanidade na relação com a mulher. Os sexos variam durante as reencarnações e as posições mudam. Logo, todos estagiamos as mesmas oportunidades e experiências.

Que tenhamos a sensibilidade e o carinho de partilhar de uma caminhada harmoniosa e de compreensão com as mulheres, sabendo que todo dia é dia para se homenageá-las.

Fonte:https://www.uemmg.org.br/noticias/dia-internacional-da-mulher

A mulher na concepção espírita

maio/2015 - Por Christiano Torchi

Por que, historicamente, a mulher vem sendo discriminada em relação ao homem, como se fosse mera coadjuvante deste, um ser inferior, ou menos inteligente?

Algumas metáforas bíblicas, entre elas a da criação da mulher a partir da costela do homem, parecem reforçar esse preconceito absurdo. Não vai longe o tempo em que a Igreja – liderada até os presentes dias pelo clã masculino – colocou em deliberação num Concílio se a mulher tinha ou não alma, pelo fato de que Deus não lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, como teria feito com o homem.1

Em suas raízes etimológicas, a palavra homem designa a espécie humana (mulher ou homem), mas que, talvez por falta de outro termo específico mais adequado, vem sendo utilizada também para representar o gênero masculino, o que leva a algumas confusões de interpretação, pois, dependendo do contexto, ora expressa uma coisa, ora outra.

O Espiritismo, em harmonia com as leis da natureza, projeta luz sobre essa tormentosa questão, esvaziando de uma vez por todas a chamada guerra dos sexos, pois revela que o ser humano é um Espírito encarnado, que ora habita um corpo masculino, ora um corpo feminino.

Essa descoberta nos remete a uma outra interpretação mais coerente da metáfora bíblica: Deus criou o Espírito simples e ignorante que, ao encarnar, toma a forma de mulher ou de homem, conforme as circunstâncias e as necessidades, o qual, no corpo correspondente à sua sexualidade, assume funções diferentes em complementaridade, para que se processe o desenvolvimento antropológico, que permite a evolução intelecto-moral da Humanidade, sem que com isso perca a igualdade essencial de filho de Deus.

Assim, tanto Eva quanto Adão, emblemas dos sexos, têm a mesma origem, pois representam a espécie humana, saídos, simbolicamente, um do outro: o osso da costela sugere a igualdade entre ambos, visto que pertence a uma parte do corpo ao lado, nem inferior nem superior, que protege o coração, símbolo da vida e do sentimento.

O movimento feminista teve seu auge e em alguns momentos perdeu seu foco, quando foi ao duelo, como se homem e mulher fossem cópias um do outro e que tivessem de fazer coisas exatamente iguais.

Passados esses momentos iniciais de reação quase mórbida à opressão masculina, a mulher, entrando no mercado de trabalho e conquistando direitos básicos como o de votar e de ser votada, de ascender nas carreiras profissionais, sem renunciar à vocação que o papel feminino lhe outorga, começou a descobrir que a sua força estava exatamente onde se pensava ser mais frágil:

O papel da mulher é imenso na vida dos povos. Irmã, esposa ou mãe, é a grande consoladora e a carinhosa conselheira. Pelo filho é seu o porvir e prepara o homem futuro. Por isso, as sociedades que a deprimem, deprimem-se a si mesmas. A mulher respeitada, honrada, de entendimento esclarecido, é que faz a família forte e a sociedade grande, moral, unida!2

Os pesquisadores da Medicina de Gênero, ramo que nasceu em meados da década de 90, descobriram, surpresos, que as diferenças fisiológicas entre homens e mulheres vão muito além da aparência dos órgãos reprodutores. Só para exemplificar, o cérebro dos homens é, em média, 15% maior e 10% mais pesado, mas, no cérebro das mulheres, as conexões entre os neurônios são mais numerosas.

Nos últimos vinte anos, as investigações científicas revelaram que homens e mulheres pensam, agem e sentem de modo completamente distinto. Eles e elas enxergam, fazem a digestão, sentem cheiros, respiram e transpiram de forma diferente. O coração deles bate de um jeito e o delas de outro. O pulmão, o sistema imunológico, a audição, o paladar, a pele…3, diferenças que recomendam condutas específicas para cada um, tanto na prevenção como no tratamento de diversos males.

Essas diferenças físicas que influenciam o comportamento psicológico da mulher são indícios de que há um planejamento superior, a respaldar o amor feminino, considerado uma das forças mais respeitáveis na Criação divina.4

Kardec, consolidando os ensinamentos de Jesus, resgatou o valor da mulher sob a luz da revelação espírita, alertando que o princípio da igualdade entre ela e ele está assentado nas leis da Natureza, igualdade essa que é de essência espiritual e não de natureza externa, tendo em vista o papel social que cada um é chamado a desempenhar no processo evolutivo da Humanidade:

Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes oferece provações, deveres especiais e novas oportunidades de adquirir experiência. Aquele que fosse sempre homem só saberia o que sabem os homens.5

Portanto, a desigualdade que existe entre homem e mulher é de funções e não de direitos. A própria legislação brasileira reconhece essa distinção de funções, quando, por exemplo, leva em conta a organização física dos trabalhadores de sexos diferentes, estabelecendo o limite de peso que a mulher deve suportar, em relação ao homem, bem como quando estabelece idade distinta para aposentadoria, em razão do sexo, isso sem falar no período de licença-maternidade, por motivos óbvios.

A maternidade é uma das missões sublimes concedida à mulher, a qual tem grande poder no papel de educadora, pois gera em seu próprio seio e sustenta a infância dos homens do amanhã. Todavia, muitas vezes por falta de autoconhecimento, esse poder ainda é utilizado de forma precária, ou algumas vezes empregado indevidamente.

O fato de se despontar na vida profissional, nos estudos, na ciência ou em qualquer ramo do saber, decorrência natural da liberdade e da dignidade a que também faz jus, não significa que a mulher deva descurar de seu apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas trazidas ao renascimento físico.6

É claro que a emancipação acarreta-lhe maiores responsabilidades, submetendo-a a estafantes jornadas de trabalho, em detrimento dos filhos, fazendo-se indispensável conciliar, com bom senso, suas atividades profissionais com o papel de mãe, pelo que merece o apoio não só de leis que a amparem em suas necessidades específicas, mas também do consorte, no sentido de dividirem responsabilidades comuns ao casal.

Enfim, perante as leis de Deus, não se justifica que o homem ostente privilégios ou falsa superioridade em relação à mulher, como ainda acontece na atualidade. Deus outorgou a ambos a inteligência e a faculdade de progredir: a emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização; sua escravização marcha para a barbárie.7

Ao que parece, a discriminação da mulher repousa principalmente na visão reducionista da vida. O desconhecimento das leis espirituais, especialmente da reencarnação, favorece os abusos cometidos pelo homem, que se prevalece de sua força física e do exercício da razão sem o tempero do sentimento e do amor. Não raro, essa conduta contribui para arrojar a parceira indefesa nos vícios da corrupção moral, entre eles a sensualidade exacerbada e a prática do sexo sem responsabilidade, que muitas vezes descamba para o nefando crime do aborto.

O escritor e poeta francês Victor Hugo (1802-1885) gravou em letras indeléveis um belo poema, que enaltece, em perfeito equilíbrio, os parceiros de evolução, no qual inicia dizendo que o homem é a mais elevada das criaturas, enquanto a mulher é o mais sublime dos ideais, e encerra afirmando que ele está colocado onde termina a Terra e ela onde começa o céu.

A ciência médica, por meio de alguns setores da comunidade científica, bafejada pelos ensinos espíritas, começa a dar seus primeiros passos, no sentido de investigar também os ascendentes espirituais que ditam a marcha da mulher para a realização plena de sua missão na Terra: a de mediadora da vida, função maior do que aquela conferida ao homem, pois é ela quem lhe dá as primeiras noções de vida.8 Ampará-la nessa sublime missão é um dever e também uma missão dos Espíritos temporariamente encarnados no sexo masculino.

 

1. BÍBLIA, N. T. Gênesis. Português. Bíblia sagrada. Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo. São Paulo: Paumape, 1979. 2:7.

2.DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. pt. 2, cap. XIII, As vidas sucessivas. A reencarnação e suas leis, p. 178.

3. A MEDICINA revela a mulher de verdade. Revista VEJA, São Paulo, Abril, n. 1.998, p. 79, mar. 2007.

4. XAVIER, Francisco C. Ação e reação. Pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. cap. 12, Dívida agravada, p. 167.

5. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. q. 202.

6. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. cap. 1, Da mulher, p. 17.

7. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. q. 822-a.

8. Op. cit. q. 821.

Fonte:http://www.mundoespirita.com.br/?materia=a-mulher-na-concepcao-espirita

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