NOSSO LAR-RESUMO DO LIVRO E FILME


NOSSO LAR-RESUMO DO LIVRO E FILME

Autor Espiritual: André Luiz – Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Psicografia: Francisco Cândido Xavier (concluída em 1943)

Conteúdo doutrinário

a. O Autor narra sua experiência após a desencarnação, descrevendo minuciosamente o sofrido estágio no Umbral, detalhando-o também;

b. A seguir, conta a emoção de ter sido socorrido e ser levado para uma cidade espiritual denominada “NOSSO LAR”…

c. A partir daí, o livro abre um leque de informações absolutamente inéditas sobre o Plano Espiritual.

SINOPSE

Após o desencarne, André Luiz despertou em paisagem que, quando não totalmente escura, parecia banhada de luz alvacenta, como que amortalhada em neblina espessa, que os raios do Sol aquecessem de muito longe. Ele narra: “Cabelos eriçados, coração aos saltos, medo terrível senhoreando-me, muita vez gritei como louco, implorei piedade e clamei contra o doloroso desânimo que me subjugava o espírito… Formas diabólicas, rostos alvares, expressões animalescas surgiam, de quando em quando, agravando-me o assombro.”

André Luiz conta que, entre angustiosas considerações, em momento algum o problema religioso surgiu tão profundo aos seus olhos. Os princípios puramente filosóficos, políticos e científicos figuravam-se extremamente secundários para a vida humana. Porém, semelhante análise surgia tardiamente. Conhecera as letras do Velho Testamento e muita vez folheara o Evangelho; entretanto era forçoso reconhecer que nunca procurara as letras sagradas com a luz do coração.

– “Suicida! Suicida! Criminoso! Infame!” – gritos assim cercavam-no de todos os lados. Torturava-o a fome, a sede o escaldava. A barba crescera, a roupa começara a romper-se.

– “Que buscas, infeliz? Aonde vais, suicida?” Tais objurgatórias, incessantemente repetidas, perturbavam-lhe o coração. Por que a pecha de suicida, se fora compelido a abandonar a casa, a família e o doce convívio dos seus?

E quando as energias faltaram de todo, quando André se sentiu absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-se, ele pediu ao Supremo Autor da Natureza que lhe estendesse mãos paternais. Quanto tempo durou a rogativa? Quantas horas consagrou à súplica, de mãos postas, imitando a criança aflita? Ah, é preciso haver sofrido muito, para entender todas as misteriosas belezas da oração; é necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança.

Médico, sempre detestara as religiões, mas agora experimentava necessidade de socorrer-se de alguma delas. Estando já no limite das forças, orou (!). Foi nesse instante que as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, emissário dos Céus. Um velhinho simpáticos sorriu-lhe paternalmente. Com os grandes olhos lúcidos, falou:

– “Coragem, meu filho! O Senhor não desampara.”

Após ver André devidamente socorrido por seus dois ajudantes, esclareceu:

– “Vamos sem demora. Preciso atingir “Nosso Lar” com a presteza possível.”

Frente à grande porta encravada em altos muros, coberto de trepadeiras floridas e graciosas, Clarêncio se deteve e, tateando um ponto na muralha, fez abrir-se as portas de “Nosso Lar”.

Conta André Luiz: “Branda claridade inundava ali todas as coisas. Ao longe, gracioso foco de luz dava a idéia de um pôr do sol em tardes primaveris. À medida que avançávamos, conseguia identificar preciosas construções, situadas em extensos jardins.”

Conduzido a confortável aposento de amplas proporções, esforçou-se por dirigir a palavra aos dois bondosos enfermeiros:

– “Amigos, por quem sois, explicai-me em que novo mundo me encontro… De que estrela me vem, agora, esta luz confortadora e brilhante?”

Um deles afagou a fronte de André, como se fora conhecido pessoal de longo tempo e acentuou:

– “Estamos nas esfera espirituais vizinhas da Terra, e o Sol que nos ilumina, neste momento, é o mesmo que nos vivifica o corpo físico. Aqui, entretanto, nossa percepção visual é muito mais rica. A estrela que o Senhor acendeu para os nossos trabalhos terrestres é mais preciosa é bela que a supomos quando no círculo carnal. Nosso Sol é a divina matriz da vida, e a claridade que irradia provém do Autor da Criação.”

No dia seguinte, após profundo e reparador repouso, André vê abrir-se a porta do quarto e entrar Clarêncio (o simpático velhinho que o socorrera), acompanhado por um simpático desconhecido. Sorridente, apresentou o companheiro: tratava-se de Henrique, do serviço de Assistência Médica da colônia espiritual. Trajado de branco, traços fisionômicos irradiando enorme simpatia, Henrique auscultou-o demoradamente, sorriu e explicou:

– “É de lamentar que tenha vindo pelo suicídio.”

Singular assomo de revolta borbulhou no íntimo de André Luiz:

– “Creio haja engano – asseverou melindrado -, meu regresso do mundo não teve esta causa. Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal…”

– “Sim, esclareceu o médico, demonstrando a mesma serenidade superior -, mas a oclusão radicava-se em causas profundas. Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo.” (…)

O “suicídio inconsciente” que praticou. É lição-alerta imperdível e inédita quanto a essa característica do comportamento da maioria dos encarnados. (comportamentos suicidas)

Tais comportamentos também evidenciam-se em narrativas de outros Espíritos internados no “Nosso Lar” e que têm órbitas vazias (olhos gastos no mal); outros são paralíticos ou não têm as pernas (locomoção fácil em atos criminosos); outros em extrema loucura (por aberrações sexuais). São citados os “germes de perversão da saúde divina”, agregados ao perispírito (!).

A.Luiz “desabafa” com Clarêncio, que o ouve pacientemente. Recorda da esposa e dos filhos: onde e como estarão? Após ouvi-lo, Clarêncio sugere-lhe a auto-reforma de pensamentos e o silêncio das lamentações próprias. Diz-lhe: “No “Nosso Lar” dor significa possibilidade de enriquecer a alma”…

No “Nosso Lar” a natureza apresentava-lhe aspectos melhorados, em relação à Terra: grandes árvores, pomares fartos, jardins deliciosos, cores mais harmônicas. Todos os edifícios com flores à entrada. Lindas aves cruzavam os ares. Entre árvores frondosas, animais domésticos. Lísias explica que há regiões múltiplas, segundo hierarquia moral. A.Luiz pergunta pelos pais, que o antecederam e até agora não o procuraram… Lísias então lhe informa que sua mãe, habitando esferas mais altas, o tem ajudado noite e dia…

A.Luiz visita posteriormente a cidade “Nosso Lar”, indo ao Ministério do Auxílio: largas avenidas, ar puro, muitas pessoas indo e vindo. “Nosso Lar” tem 6 (seis) Ministérios (da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina). Na História de “Nosso Lar” consta que foi fundado por “portugueses distintos”, desencarnados no Brasil, no século XVI.

A.Luiz vai ao grande reservatório de água (!). Viaja no aeróbus. Vê um grande rio: o Rio Azul. É exaltada a importância da água, tão deslembrada dos humanos…

A.Luiz apresenta-se a Clarêncio como voluntário ao serviço. Tem notícia do bônus-hora (ponto relativo a cada hora de serviço). O Ministro, com fraternidade expõe a A.Luiz que pelo seu passado não poderá ser médico em “Nosso Lar” e sim aprendiz.

A.Luiz recebe visita de sua mãe, espírito excelso, que o consola com extremado amor. Vive em esferas mais elevadas. Informa-lhe que o pai está a doze anos em zona de trevas compactas, conseqüência de mau procedimento quando encarnado, com ligações clandestinas e promessas não cumpridas a mulheres, do que resultou amealhar obsessoras vingativas.

É citado que a recordação do passado exige equilíbrio e forçá-la poderá causar desequilíbrio e loucura. E a inconveniência da maioria dos desencarnados terem notícias dos encarnados com os quais se ligavam. Geralmente, ocorrem desequilíbrios.

Estamos em 1939 e temos o impressionante apelo sobre a 2ª Guerra Mundial, então prestes a eclodir… Ouve-se em “Nosso Lar” apelos de uma emissora espiritual, solicitando voluntários à assistência a coletividades terrenas indefesas, que sofrerão os horrores de uma grande guerra.

(coisas da Terra também afetam o mundo espiritual)

A.Luiz vai às “Câmaras de Retificação”, localizadas em pavimentos de pouca luz, onde estão hospitalizados Espíritos necessitados nos primeiros tempos de moradia em “Nosso Lar”. Nas “Câmaras de Retificação” A.Luiz fica impressionado com os quadros de sofrimento dali: “milionários das sensações físicas, transformados em mendigos da alma”. Espontaneamente, num ato de exemplar humildade, André Luiz agarra-se aos petrechos de higiene e lança-se à tarefa com ardor e se transforma em auxiliar da limpeza de vômitos de substância negra e fétida – fluidos venenosos expelidos por Espíritos que se beneficiaram de passes. A.Luiz prontifica-se (sendo aceito) a trabalhar no período noturno nas “Câmaras de Retificação”. Era o auxílio daquele que esquecia a medicina para iniciar a educação de si mesmo, na enfermagem rudimentar. (…)

Lá presencia casos terríveis: A terrível angústia do Espírito Francisco que vê o próprio corpo e julga-o um monstro a atormentá-lo (esse Espírito era excessivamente apegado ao corpo físico e faleceu por desastre, só deixando-o quando, tomado de horror, vê os vermes desfazendo os despojos).

A disputa entre familiares por herança… Triste caso de eutanásia, associada a interesses financeiros de um dos herdeiros.

Há a impressionante narração do Espírito de uma mulher que queria adentrar no “Nosso Lar”, pelos fundos, sendo impedida pelo vigilante-chefe por se tratar de “forte vampiro” (trazia impressos em seu perispírito 58 pontos negros, correspondentes a igual número de abortos que praticara…).

A.Luiz reflete sobre sua vida de chefe de família que pouco edificara no espírito da esposa e filhos.

Encontra-se com antigo conhecido, o qual foi prejudicado por seu pai e por ele próprio, quando encarnados. Arrependido agora lhe pede perdão, num dos mais belos trechos dessa sublime obra literária.

A.Luiz dorme, deixa o “veículo inferior” (perispírito) no leito e sonha. Vai a uma esfera mais elevada e encontra-se com a mãe. É louvado e incentivado o trabalho pelo próximo, com novos esclarecimentos sobre o bônus-hora.

Nas “Câmaras de Retificação” A.Luiz reencontra Elisa, que fora doméstica no seu lar terreno e da qual aproveitou-se irresponsavelmente. Ampara-a agora com extremado cuidado e bondade.

A.Luiz vê pela primeira vez o Governador de “Nosso Lar”. O Governador esclarece aos trabalhadores de “Nosso Lar” os deveres relativos aos problemas criados pela Guerra. Duas mil vozes entoam o hino “Sempre Contigo, Senhor Jesus”. Informa serem necessários 30 mil servidores voluntários, desprendidos, para criar defesas especiais. Cita que em “Nosso Lar” são mais de um milhão de criaturas.

Um ano após iniciar trabalhos A.Luiz sentia imensas saudades do lar terrestre. Sua mãe informa-lhe que breve ela reencarnará, visando amparar o ex-marido, mergulhado em problemas, perseguido por mulheres com as quais não procedeu corretamente. Essas mulheres, no futuro, reencarnarão e a mãe de A.Luiz ser-lhes-á mãe (!). São citadas as “reencarnações compulsórias”.

A.Luiz visita, finalmente, o lar terrestre.

Sentindo-se qual criança, na companhia dos Mentores que lhe patrocinaram o regresso à casa, não contém em si a alegria e o júbilo de retornar aos seus. Adentra a antiga morada, estranhando a decoração e dando por falta de detalhes, como um gracioso retrato da família que adornava a entrada. Ainda assim, feliz e exultante, corre ao encontro de Zélia, sua amada esposa, gritando-lhe sua saudade e seu amor, mas ela não o ouve. Desapontado, abraça-se à ela, mas em vão: Zélia parece completamente indiferente ao seu carinho e ao seu abraço.
Então, ouvindo-a conversar com alguém, descobre-lhe o segundo casamento. André Luiz descreve sua decepção e seu sofrimento: “Outro homem se apossara de meu lar. A esposa me esquecera. A casa não mais me pertencia… Corri ao meu quarto, verificando outro mobiliário, no leito estava um homem de idade madura, evidenciando melindroso estado de saúde… De pronto, tive ímpetos de odiar o intruso com todas as forças, mas já não era eu o mesmo homem de outros tempos… Assentei-me decepcionado e acabrunhado, vendo Zélia entrar no aposento e dele sair, acariciando o enfermo com a ternura que me coubera noutros tempos…”

André recebe a visita de Clarêncio, que, percebendo seu abatimento, lhe diz: “Compreendo suas mágoas e rejubilo-me pela ótima oportunidade deste testemunho… Apenas não posso esquecer que aquela recomendação de Jesus para que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, opera sempre, quando seguida, verdadeiros milagres de felicidade e compreensão, em nossos caminhos.”

André pondera o alcance das palavras de Clarêncio e, sentindo-se realmente renovado, um outro homem, a quem o Senhor havia chamado aos ensinamentos do amor, da fraternidade e do perdão, reflete com mais serenidade: “Afinal de contas, por que condenar o procedimento de Zélia? E se fosse eu o viúvo na Terra? Teria, acaso, suportado a prolongada solidão? Não teria recorrido a mil pretextos para justificar novo casamento? E o pobre enfermo? Por que odiá-lo? Não era também meu irmão na Casa de Nosso Pai? Precisava era, pois, lutar contra o egoísmo feroz…”

De imediato, procura auxiliar a Ernesto, o novo esposo de Zélia, mas sente-se enfraquecido, debilitado, compreendendo então o valor do amor e da amizade, alimentos confortadores absorvidos em Nosso Lar.

Em prece, clama o auxílio de Narcisa, sua grande amiga das Câmaras de Retificação. Juntos dirigem-se à Natureza exuberante, dali retirando os elementos curativos à enfermidade do doente.

Recuperado o enfermo, e restituindo a alegria à antiga morada, André Luiz retorna a Nosso Lar, sentindo-se jubiloso e renovado, feliz pela vitória do bem em si mesmo. Mas ao chegar, imensa surpresa o aguarda: Clarêncio, em companhia de dezenas de amigos, vêm ao seu encontro, saudando-o, generosos e acolhedores. O bondoso velhinho se adianta, e, estendendo-lhe a mão, diz, comovido:
“Até hoje, André, você era meu pupilo na cidade; mas, doravante, em nome da Governadoria, declaro-o cidadão de Nosso Lar.”

Conclusão:

É uma história belíssima e um exemplo dignificante de auto-reforma e de como a evolução espiritual traz intensos e multiplicados momentos felizes para todo aquele que ajuda ao próximo.

André Luiz permaneceu no Umbral por 8 anos, até clamar piedade ao Criador, se arrepender. E na oportunidade do trabalho, foi transformador, abandonou o médico egoísta (homem velho) e conquistou o homem renovado pelo trabalho ao próximo, conquistando um lugar feliz em Nosso Lar.

O livro foi escrito em 1943 e em 2010 transformado em filme, talvez a maior produção do cinema brasileiro. Aconselho enormemente assistir a este filme, pois ele concentra muitos ensinamentos espíritas colocados em prática e é extremamente coerente com a Doutrina Espírita. É bem didático para que possam ser entendidos por todos. Pode ser assistido por praticantes de qualquer religião, pois encerra ensinamentos de amor ao próximo.

Além de descrever com riqueza de detalhes a colônia Nosso Lar e todo seu esplendor como o que poderia ser chamado o Paraíso aqui na Terra.

Fonte:https://portaldaluz.org.br/2021/03/01/nosso-lar-resumo-do-livro-e-filme/

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