O QUE É O AQUECIMENTO GLOBAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

 


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O que é aquecimento global e suas consequências


Aquecimento global é o aumento da temperatura média global na atmosfera e nos oceanos

aquecimento global é o processo de mudança da temperatura média global da atmosfera e dos oceanos. O acúmulo de altas concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera bloqueia o calor emitido pelo Sol e o prende na superfície terrestre, aumentando a temperatura média da Terra.


O mundo está se tornando mais quente. Mas esse é um fenômeno natural da Terra ou decorre da ação humana? Há muita discussão em torno do assunto, mas é sempre bom esclarecer o que é o aquecimento global, processo que o vídeo produzido pela equipe do Portal eCycle explica:

Efeito estufa

Apesar de contribuir para o aquecimento global, o efeito estufa é um processo fundamental para a vida na Terra, pois faz com que o planeta se mantenha em temperaturas habitáveis. Mas o aumento significativo das emissões de gases do efeito estufa associado a fenômenos naturais e ações promovidas pela atividade humana, como o desmatamento de florestas, têm sido determinantes para o desequilíbrio do balanço energético do sistema, causando maior retenção de energia e o aumento do efeito estufa, com o aquecimento da baixa atmosfera e aumento da temperatura média do planeta. O aquecimento global se tornou um dos maiores problemas da Terra, com efeitos que podem ser catastróficos, incluindo efeitos diretos na saúde.

Assim, o aquecimento global é um processo que decorre da intensificação do efeito estufa – a radiação que vem da luz do sol atinge a Terra e é absorvida por gases presentes na atmosfera, os quais passam a emitir de volta para a superfície terrestre radiação infravermelha (calor), aumentando a temperatura do planeta. Os gases que interagem com a radiação solar produzindo radiação infravermelha são chamados de Gases de Efeito Estufa ou GEE.

Entenda melhor o que é o efeito estufa na matéria sobre o tema e no vídeo, produzido em parceria entre a Agência Espacial Brasileira e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais:

Alguns lugares ficarão mais frios

Apesar do nome “aquecimento global“, esse fenômeno, principal causador das mudanças climáticas, é responsável por gerar episódios de frio extremo em algumas regiões. Isso confunde muita gente. Inclusive o presidente Donald Trump, que achou que as temperaturas baixas nos Estados Unidos em 2019 eram prova de que o aquecimento global não existe. O fato é que nenhum evento isolado como esse dos EUA é capaz de provar ou refutar a tese de aquecimento global. Em níveis globais, só é possível aferir hipóteses quando se analisa a história da Terra no tempo geológico, que é muito longo.

O aumento da emissão de gases de efeito estufa aumenta a retenção de energia nos oceanos e na atmosfera, provocando um aumento da intensidade, da frequência e do impacto de eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor.

Circulação termoalina

Um fenômeno que sofre mudanças com o aquecimento global é a circulação termoalina. Essas correntes oceânicas, movidas pelas diferenças de densidades causadas pela presença de sal, são responsáveis por levar calor até certas regiões. Com o aquecimento global e o derretimento das calotas polares, a concentração de sal diminui, o que pode cessar ou desacelerar a circulação termoalina.

A desaceleração da circulação termoalina causada pelo aquecimento global pode explicar a diminuição da temperatura em certas regiões. Embora as temperaturas globais gerais aumentem, a ausência de correntes quentes nas regiões que ocorrem naturalmente resultará em temperaturas mais baixas.

Isso não quer dizer sorte. Em um cenário mais sombrio, uma drástica redução na circulação termoalina pode causar uma queda considerável das temperaturas. Se a desaceleração continuar, a Europa e outras regiões que dependem da circulação termoalina para manter o clima razoavelmente quente e ameno, podem esperar por uma era do gelo. Saiba mais sobre esse tema na matéria:

Estudos sobre o aquecimento global

Se a ação humana não é a única causa do aquecimento global, seu impacto é considerável. Apesar de não haver consenso sobre as causas do aquecimento global, a maior parte da classe científica reconhece a atividade humana como sua principal desencadeadora.

Um estudo feito pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, e publicado na revista Nature, estimou que um aumento no nível do mar poderia ser da ordem de 90 centímetros até o ano de 2100. Isso seria devido ao derretimento de geleiras e da expansão das águas do oceano, causados pelo aumento da temperatura global. O aumento do nível do mar causaria o desaparecimento de ilhas e até de países inteiros, além de prejuízos para cidades litorâneas, causados pelo desaparecimento de áreas mais baixas.

Outro estudo sugere que o aquecimento global pode aumentar o número de erupções vulcânicas. Ao analisarem o último milhão de anos, pesquisadores conseguiram estabelecer uma relação direta entre o aquecimento global e o aumento de atividades vulcânicas. Isso pelo fato de que, com o aumento da quantidade de água nos oceanos causado pelo derretimento, a pressão sobre o solo oceânico aumenta, fazendo com que as chances de erupções aumentem.

Uma pesquisa liderada por Nigel Arnell, diretor do Instituto Walker, da Universidade de Reading, no Reino Unido, demonstra que o estabelecimento de políticas que garantam o aumento de temperatura de até 2°C até o ano de 2100, pode reduzir 65% dos impactos ambientais. A previsão é de que até o fim do século, o aquecimento global conduzirá o planeta a uma temperatura até 4°C mais quente. O Acordo de Paris, estabelecido em dezembro de 2015, tem a meta de limitar o aquecimento global em 2°C até 2100.

Consequências para a saúde da população

As mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global aumentam a intensidade, a frequência e o impacto de eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor. Esses eventos, além de impactarem o ambiente, que inclui a fauna, a flora, a atmosfera, o oceano, o meio geoquímico e geofísico; causam efeitos nocivos à saúde humana, como aumento do risco de suicídio, problemas respiratórios, problemas cardiovasculares, asma, câncer, obesidade, insolação, infertilidade, deficiência nutricional, entre outros. Esse problemas são ainda mais intensos em populações mais pobres, em decorrência de outro fenômeno chamado “gentrificação climática”. 

O que fazer para ajudar a reduzir o aquecimento global

Conscientização e mudanças de atitude são muito importantes quando o assunto envolve aquecimento global e mudanças climáticas. Para contribuir com a diminuição de emissão de gases do efeito estufa, em primeiro lugar, é preciso saber onde estão esses gases.

Reduza o uso de carro

O dióxido de carbono, um dos principais gases do efeito estufa, é encontrado principalmente na queima de combustíveis fósseis como a gasolina, diesel e carvão. Para evitar esse tipo de poluição, a redução do uso deliberado do automóvel é um bom caminho!

Que tal usar bicicleta, transporte público ou coletivo?

Bicicleta
Imagem de Tiffany Nutt no Unsplash

Bicicletas são boas opções para deslocamentos de curta e longa distâncias. Além disso, caronas e transporte público de qualidade, sobretudo trens e metrô – que utilizam fontes renováveis de energia – são ótimas alternativas. Quando o local é bem próximo, ir a pé também é uma boa saída.

Seja vegano

Prato
Imagem: Anna Pelzer no Unsplash

O uso maciço de fertilizantes nitrogenados na agricultura para a ração do gado também é um forte amplificador do aquecimento global, uma vez que além de exigirem grandes quantidades de energia em sua produção, quando aplicados ao solo, desprendem nitrogênio na atmosfera. O gás, combinado ao oxigênio, dá origem ao óxido nitroso (N2O), um poderoso GEE, cujo potencial de retenção de calor na atmosfera é de ordem 300 vezes superior à do dióxido de carbono (CO2).

Já o metano, GEE cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono na retenção de calor na atmosfera, a ela chega de diversas formas: emanação via vulcões de lama e falhas geológicas, decomposição de resíduos orgânicos, fontes naturais (ex: pântanos), na extração de combustível mineral (a exemplo do gás de folhelho via fraturamento hidráulico extraído do folhelho negro), fermentação entérica de animais (herbívoros, carnívoros e onívoros), bactérias e aquecimento ou combustão de biomassa anaeróbica.

A agropecuária é fortemente uma atividade amplificadora do aquecimento global; isso porque no processo são emitidas quantidades significativas de GEE. Um estudo feito pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, mostrou que reduzir consumo de carne vermelha é mais efetivo contra gases-estufa do que deixar de andar de carro. De acordo com outra pesquisa, da Universidade de Oxford, se todos fossem veganos, oito milhões de mortes anuais seriam evitadas e a poluição diminuiria em dois terços. 

Compostagem é uma boa!

Composto
Imagem de Julietta Watson no Unsplash

Com relação à decomposição de resíduos orgânicos, a biodigestão e a compostagem são consideradas tecnologias mitigadoras por reduzirem as emissões de GEE por tonelada de resíduo tratado; a primeira tem a vantagem de gerar energia como subproduto e a segunda, o adubo natural. 

Quanto menos CFCs, melhor

Embora o consumo de CFCs (clorofluorcarbonetos) tenha sido eliminado no país de forma regulamentar, ainda estão em operação equipamentos de refrigeração e ar-condicionados que operam à base desses gases nocivos. Alternativamente aos CFCs, sob o argumento de serem 50% menos destrutivos à camada de ozônio, surgiram os HCFCs (hidroclorofluorcarbonos). Por outro lado, a nova solução, baseada nos gases chamados fluorados, representa grande contribuição para o aquecimento global. Isso porque essa tecnologia alternativa pode ser milhares de vezes mais prejudicial do que o dióxido de carbono, o que levou a União Européia a pressionar por seu banimento em favor de alternativas naturais não sintéticas, como a amônia ou o próprio dióxido de carbono, que têm altas propriedades de resfriamento.

Por fim, ainda há ações importantes a serem tomadas e que dizem respeito ao caráter político de nossa vida em sociedade. Um cidadão consciente e ambientalmente educado reúne a argumentação e as condições necessárias para, além de tomar as melhores escolhas em relação ao consumo, pressionar governos, empresas e representantes da sociedade a tomarem decisões e posturas mais viáveis socioambientalmente e, consequentemente, combativas ao aquecimento global. Exemplos dessas ações são a capacidade de articulação em sociedade, apoio à representantes que mostram preocupação com mobilidade urbana, com o aquecimento global e com todos outros temas ligado à sustentabilidade.

Fonte:https://www.ecycle.com.br/aquecimento-global/


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