Mais de 100 líderes globais prometem acabar com desmatamento até
2030
Compromisso foi apoiado por
países incluindo Brasil, China e Estados Unidos, reunindo nações que
representam 86% das florestas do planeta.
Por g1
Mais de 100 líderes mundiais se comprometeram a interromper e reverter o desmatamento e a degradação de terras até o fim desta década, informou nesta terça-feira (2) o governo do Reino Unido, que preside a COP26 em Glasgow, na Escócia.
O compromisso foi apoiado por países incluindo Brasil, China, Estados Unidos, Indonésia e a República Democrática do Congo, reunindo nações que representam coletivamente mais de 86% das florestas do planeta.
"Mais de 100 líderes, representando mais de 86% das florestas do mundo, se comprometeram a trabalhar juntos para deter e reverter a perda florestal e a degradação da terra até 2030 na Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra", disse, em comunicado, o governo do Reino Unido
"Teremos a chance de encerrar a longa história da humanidade como conquistadora da natureza, e ao invés disso, nos tornamos seus guardiões", afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que classificou o acordo como inédito, destaca a agência Reuters, embora a data de 2030 estabelecida seja considerada distante demais por ativistas climáticos que exigem ações urgentes para salvar as áreas verdes do planeta.
O premiê declarou que o acordo sobre desmatamento é fundamental para a ambição global de limitar os aumentos da temperatura a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais.
O acordo, no entanto, não prevê punição para países que descumprirem seus termos.
O pacto florestal é o primeiro de dois grandes anúncios programados para esta terça-feira em Glasgow. À tarde, os líderes se preparam para anunciar, segundo a agência AFP, um acordo global para reduzir as emissões de metano nesta década, um gás 80 vezes mais poderoso que o CO2 e cujas fontes, como minas de carvão a céu aberto e gado, têm recebido relativamente pouca atenção.
Recursos para proteção de florestas
O compromisso é acompanhado de um financiamento de quase US$ 20 bilhões em recursos públicos e privados para ações ligadas à preservação das florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas.
Segundo o acordo, 12 países, incluindo o Reino Unido, EUA e Japão, prometeram desembolsar US$ 12 bilhões em recursos públicos entre 2021 e 2025 para ajudar os países em desenvolvimento, inclusive nos esforços para restaurar terras desmatadas e combater incêndios florestais.
Ao investimento público serão adicionados US$ 7,2 bilhões em investimentos privados até 2030.
Os recursos serão distribuído a países em desenvolvimento entre 2021 e 2025. O Brasil deve ser um dos contemplados por causa da importância da Amazônia, segundo a BBC. Indonésia e Congo, que também possuem grandes florestas tropicais, também devem receber volume significativo de recursos.
Dos recursos privados, US$ 3 bilhões irão para a América Latina, por meio de um fundo destinado a garantir que as produções de soja e gado nas regiões da Amazônia, Cerrado e no Chaco sejam livres de desmatamento, destaca a BBC.
O governo britânico informou ainda que mais de 30 instituições financeiras que administram US$ 8,7 trilhões em ativos se comprometem a eliminar o investimento em atividades vinculadas ao desmatamento impulsionado por commodities agrícolas.
As florestas absorvem cerca de 30% das emissões de dióxido de carbono, de acordo com a organização não governamental World Resource Institute (WRI). As florestas capturam as emissões da atmosfera e previnem que elas causem o aquecimento do clima.
Ainda assim, a proteção natural climática está desaparecendo rapidamente. O planeta perdeu 258 mil quilômetros quadrados de floresta em 2020, de acordo com a iniciativa de acompanhamento do desmatamento do WRI, a Global Forest Watch. A área é maior do que o Reino Unido.
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