COP26: MAIS DE 100 LÍDERES GLOBAIS PROMETEM ACABAR COM DESMATAMENTO ATÉ 2030

 

O premier britânico, Boris Johnson (C), posa para foto com outros líderes mundiais na abertura da COP26 em Glasgow, Escócia, 1º de novembro de 2021 (AFP/Alberto Pezzali)

'Gerações futuras não vão nos perdoar se falharmos', diz Boris Johnson na abertura da COP26

 

COP26 - CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou em discurso de abertura que o futuro não vai perdoar essa geração de líderes se o encontro fracassar.

 

Por g1

 

 


O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, abriu nesta segunda-feira (1º) a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) que é crucial para se evitar os efeitos mais desastrosos da mudança climática, um desafio agravado pela incapacidade das grande nações industrializadas de concordar com compromissos mais ambiciosos.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) deve marcar o começo do fim, e o que "gerações futuras não vão nos perdoar se falharmos", disse ele. No seu discurso, Johnson deu ênfase à responsabilidade da iniciativa privada para diminuir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.

A tarefa, segundo ele, é envolver o mercado na "descarbonização".

Discurso de indígena brasileira

Txai Suruí, ativista de 24 anos, fala na abertura da COP26
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Txai Suruí, ativista de 24 anos, fala na abertura da COP26

Apesar do presidente Jair Bolsonaro não ter comparecido presencialmente, uma brasileira fez um discurso logo na abertura do evanto: Txai Suruí, uma ativista de 24 anos.

"Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24, mas meu povo vive na Amazônia há cerca de 6.000 anos. Meu pai, o grande chefe Almir Suruí, me ensinou que nós devemos ouvir as estrelas, a lua, os animais e as árvores. Hoje, o clima está aquecendo, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, e nossas plantas não florescem como antes. A Terra está falando, e ela nos diz que não temos mais tempo", disse ela.

A ativista de 25 continuou: "Precisamos de um diferente caminho, com mudanças globais. Não é em 2030 ou 2050, é agora. Enquanto vocês fecham os olhos para a realidade, os defensores da terra foram assassinados por proteger a terra. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, e nós precisamos estar no centro das decisões sendo tomadas aqui".

No fim, ela afirmou que os povos indígenas têm ideias para adiar o fim do mundo. Que a gente pare com as falsas promessas, discursos vazios e que a gente lute por um futuro sustentável.

Países devem revisar seus planos, diz secretário-geral da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o fracasso em uma conferência sobre o aquecimento global significa que deveriam voltar com promessas aprimoradas a cada ano rapidamente.

"Se os compromissos forem insuficientes ao final desta COP, os países devem revisar seus planos e políticas climáticas nacionais —não a cada cinco anos, (mas) a cada ano e a cada momento", disse Guterres a líderes na cerimônia de abertura da COP26 em Glasgow.

Ele acrescentou que muitas vezes há "um déficit de credibilidade e um superávit de confusão sobre as reduções de emissões e metas líquidas de zero". Ele também disse que as Nações Unidas estavam criando um grupo de especialistas para medir e analisar os compromissos de net zero de atores não-estatais.

Biden: uma gigatonelada de gases de efeito estufa

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o seu país vai cortar emissões de gases que contribuem para o efeito estufa em uma gigatonelada até 2030 —ou seja, um bilhão de toneladas na abertura da COP26.

Os EUA publicaram hoje sua estratégia de longo prazo para alcançar a meta de zero emissões até 2050.

“Há uma oportunidade incrível para todos nós. É um momento de inflexão na história do mundo. Podemos criar um futuro limpo e bons empregos e oportunidades no mundo. Podemos aumentar o padrão de vida no mundo. É uma demanda moral e econômica”, disse ele.

Sem prazo

O encontro na cidade escocesa de Glasgow começa um dia depois de os líderes do G20 se esquivarem de assumir a meta de encerrar as emissões de carbono até 2050, um prazo citado amplamente como necessário para evitar um aquecimento global mais extremo.

COP26: Alto representante do Brasil fala sobre desmatamento
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COP26: Alto representante do Brasil fala sobre desmatamento

Ao invés disso, as conversas em Roma reconheceram a "relevância essencial" de ser deter as emissões "até ou aproximadamente em meados do século", sem estabelecer um cronograma de eliminação gradual do uso de carvão e diluindo as promessas de corte de emissões de metano, um gás de efeito estufa muito mais poderoso do que o dióxido de carbono.

A ativista sueca Greta Thunberg pediu aos seus milhões de seguidores que assinem uma carta aberta acusando os líderes de traição.

"Como cidadãos de todo o planeta, pedimos que vocês se mostrem à altura da emergência climática", tuitou ela. "Não no ano que vem. Não no mês que vem. Agora."

Muitos destes líderes subirão ao palco de Glasgow nesta segunda-feira para defender seus desempenhos, e em alguns casos fazer novas promessas, no início das duas semanas de negociações que o anfitrião Reino Unido está propagandeando como tudo ou nada.

"A humanidade já esgotou seu tempo contra a mudança climática. Estamos a um minuto da meia-noite e precisamos agir agora", dirá o premiê britânico, Boris Johnson, na cerimônia de abertura, de acordo com trechos adiantados de seu discurso.

"Se não formos sérios a respeito da mudança climática hoje, será tarde demais para nossos filhos fazê-lo amanhã."

A discórdia entre alguns dos maiores emissores do mundo sobre como reduzir o uso de carvão, petróleo e gás e ajudar países mais pobres a se adaptarem ao aquecimento global não tornará a tarefa mais fácil.

No G20, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, destacou a China e a Rússia --cujos líderes não foram a Glasgow-- por não apresentarem propostas.

O presidente chinês, Xi Jinping, cujo país é de longe o maior emissor de gases de efeito estufa, falará à COP26 por meio de um comunicado por escrito nesta segunda-feira, e seu colega russo, Vladimir Putin, que preside um dos três maiores produtores mundiais de petróleo, desistiu de participar por videoconferência.


Fonte:https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2021/11/01/cupula-climatica-da-onu-comeca-em-glasgow-sem-bons-pressagios.ghtml


Mais de 100 líderes globais prometem acabar com desmatamento até 2030

Compromisso foi apoiado por países incluindo Brasil, China e Estados Unidos, reunindo nações que representam 86% das florestas do planeta.

 

Por g1

 

Mais de 100 líderes mundiais se comprometeram a interromper e reverter o desmatamento e a degradação de terras até o fim desta década, informou nesta terça-feira (2) o governo do Reino Unido, que preside a COP26 em Glasgow, na Escócia.

O compromisso foi apoiado por países incluindo Brasil, China, Estados Unidos, Indonésia e a República Democrática do Congo, reunindo nações que representam coletivamente mais de 86% das florestas do planeta.

"Mais de 100 líderes, representando mais de 86% das florestas do mundo, se comprometeram a trabalhar juntos para deter e reverter a perda florestal e a degradação da terra até 2030 na Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra", disse, em comunicado, o governo do Reino Unido

 "Teremos a chance de encerrar a longa história da humanidade como conquistadora da natureza, e ao invés disso, nos tornamos seus guardiões", afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que classificou o acordo como inédito, destaca a agência Reuters, embora a data de 2030 estabelecida seja considerada distante demais por ativistas climáticos que exigem ações urgentes para salvar as áreas verdes do planeta.

O premiê declarou que o acordo sobre desmatamento é fundamental para a ambição global de limitar os aumentos da temperatura a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais.

O acordo, no entanto, não prevê punição para países que descumprirem seus termos.

Países prometem reverter desmatamento até o fim da década, e mais ricos vão bancar iniciativa
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Países prometem reverter desmatamento até o fim da década, e mais ricos vão bancar iniciativa

O pacto florestal é o primeiro de dois grandes anúncios programados para esta terça-feira em Glasgow. À tarde, os líderes se preparam para anunciar, segundo a agência AFP, um acordo global para reduzir as emissões de metano nesta década, um gás 80 vezes mais poderoso que o CO2 e cujas fontes, como minas de carvão a céu aberto e gado, têm recebido relativamente pouca atenção.

Recursos para proteção de florestas

O compromisso é acompanhado de um financiamento de quase US$ 20 bilhões em recursos públicos e privados para ações ligadas à preservação das florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas.

Segundo o acordo, 12 países, incluindo o Reino Unido, EUA e Japão, prometeram desembolsar US$ 12 bilhões em recursos públicos entre 2021 e 2025 para ajudar os países em desenvolvimento, inclusive nos esforços para restaurar terras desmatadas e combater incêndios florestais.

Ao investimento público serão adicionados US$ 7,2 bilhões em investimentos privados até 2030.

Os recursos serão distribuído a países em desenvolvimento entre 2021 e 2025. O Brasil deve ser um dos contemplados por causa da importância da Amazônia, segundo a BBC. Indonésia e Congo, que também possuem grandes florestas tropicais, também devem receber volume significativo de recursos.

Dos recursos privados, US$ 3 bilhões irão para a América Latina, por meio de um fundo destinado a garantir que as produções de soja e gado nas regiões da Amazônia, Cerrado e no Chaco sejam livres de desmatamento, destaca a BBC.

O governo britânico informou ainda que mais de 30 instituições financeiras que administram US$ 8,7 trilhões em ativos se comprometem a eliminar o investimento em atividades vinculadas ao desmatamento impulsionado por commodities agrícolas.

As florestas absorvem cerca de 30% das emissões de dióxido de carbono, de acordo com a organização não governamental World Resource Institute (WRI). As florestas capturam as emissões da atmosfera e previnem que elas causem o aquecimento do clima.

Ainda assim, a proteção natural climática está desaparecendo rapidamente. O planeta perdeu 258 mil quilômetros quadrados de floresta em 2020, de acordo com a iniciativa de acompanhamento do desmatamento do WRI, a Global Forest Watch. A área é maior do que o Reino Unido.

Biólogo fala sobre pacto para conter desmatamento até 2030
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Biólogo fala sobre pacto para conter desmatamento até 2030


Fonte:https://g1.globo.com/natureza/cop-26/noticia/2021/11/02/mais-de-100-lideres-globais-prometem-acabar-com-desmatamento-ate-2030.ghtml

 

 

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