YOKO ONO HOMENAGEIA OS 81 ANOS DE JOHN LENNON
Yoko Ono (88 anos), não poderia deixar o aniversário de John Lennon passar em brancas nuvens. Lennon, que completaria 81 anos no último dia 9, ganhou uma homenagem carinhosa da artista plástica em suas redes sociais. "Eu era uma pessoa muito solitária antes de conhecê-lo. Quando conheci John, comecei a me abrir um pouco por meio do amor e essa foi a melhor coisa que já me aconteceu. Nunca conheci ninguém que pudesse me entender como John". Além do texto, Yoko também exibiu uma imagem em preto e branco rara do casal em um momento romântico se beijando.
Aqui, a gente relembra a bonita e doce "You Are Here" do incrível álbum Mind Games. Mais uma das tantas que Lennon escreveu para sua musa. VIVA JOHN LENNON!
Aqui, a gente relembra a bonita e doce "You Are Here" do incrível álbum Mind Games. Mais uma das tantas que Lennon escreveu para sua musa. VIVA JOHN LENNON!
From liverpool to tokyo
Too away to go
From distant lands one woman one man
Let the four winds blow
Three thousand miles over of the ocean
Three thousand light years from the land of the rising sun
Love has opened my eyes
Love has blown right through
Wherever you are (wherever you are), you are here (you are here)
Wherever you are (wherever you are), you are here (you are here)
Three thousand miles over of the ocean
Three thousand light years from the land of surprising sun
Well, now, east is east and west is west
The twain shall meet
East is west and west is east
Let it be complete
Three thousand miles over of the ocean
Three thousand light years from the land of the morning star
sábado, 9 de outubro de 2021
HAPPY BIRTHDAY JOHN LENNON - 81 ANOS
Existem algumas datas que são impossíveis de esquecer: uma é 9 de outubro, outra é 8 de dezembro. A primeira porque foi o dia do nascimento de John Lennon, que, se vivo estivesse, estaria completando hoje 81 anos. A segunda, porque foi o dia da sua morte, que, este ano completa 41 anos. Há quarenta e um anos, John completava 40 anos e seu filho com Yoko Ono, Sean, cinco. Estava feliz com o disco novo e a real possibilidade de voltar a um mundo que um dia já lhe pertenceu. Fico aqui imaginando como a história poderia ser diferente se, naquela terrível noite, os tiros não tivessem sido disparados contra ele ou mesmo que se o tivessem acertado, ele tivesse sobrevivido... ou ainda se não houvesse tiro algum e um tal de Chapman nunca tivesse existido. Como John Lennon estaria hoje completando 81 anos? Estaria louco? Estaria careta? Que tipo de som estaria criando? Os Beatles teriam se reunido outras vezes? Mas é tolice pensar no que não existe e não é possível. Por isso, nesses 81 anos de John Lennon, a gente aproveita para relembrar um texto bem bacana - sobre os últimos meses de Lennon até o lançamento de Double Fantasy. Happy Birthday Johnny! VIVA JOHN LENNON!
1980 marcou um importante fim e ainda mais importante começo para John Lennon. Ele estava cansado, doente e exausto de viver doente e exausto. Ele empregou seus últimos fiapos de determinação para começar o processo de desintoxicação, a frio dessa vez. Sem ajuda de metadona, de morfina, de rituais xamânicos, sem recaídas, sem voltar atrás. Aos 39 anos, seu corpo parecia o de um mendigo nova-iorquino desnutrido. Magro, com as costelas aparentes, barba e cabelos esparsos, o que lhe restava de musculatura estava flácido, desprovido de tônus sobre os ossos. Nos últimos cinco anos Lennon havia desenvolvido uma enorme aversão por si mesmo. Sabia que havia chegado ao fundo do poço, numa crise de identidade de cinco anos. O autoproclamado "marido e dono de casa" estava sofrendo o mal-estar do isolamento e do tédio, idênticos às reclamações das donas de casa suburbanas.
O que aconteceu a John foi a mesma coisa que aconteceu a Elvis Presley, Howard Hughes e muitos outros ricos reclusos e autoindulgentes: Lennon havia simplesmente se recusado a pagar o preço para permanecer vivo, o tributo feito em termos de envolvimento, responsabilidade e esforço, encontrando em Yoko Ono alguém disposto a lhe poupar o fardo da existência. John havia se afastado da realidade de seus próprios negócios. Yoko, ou "Mamãe", como ele a chamava, o aconselhou a não se ocupar mais de novas músicas. O tédio estava em vigor havia mais de cinco anos e os frutos de seu trabalho estavam apodrecendo. Não importa quão inquieto ele se tornara, ela continuava advertindo-o de que se tentasse cortejar as musas iria sofrer um fracasso humilhante, Esse longo silêncio estava prestes a acabar.
Quando John e Yoko voltaram de sua terceira viagem anual ao Japão, fizeram um pacto de se livrarem do vício da heroína. John, prometendo conseguir isso buscou técnicas de isolamento meditativo. Usou um tanque de privação sensorial: uma grande caixa negra no formato de um caixão cheia de uma solução salina morna. Flutuando por até meia hora, sem som e na escuridão total, experimentava uma sensação parecida com a de quando estava drogado, isolado em seu quarto por dias, imergiu em suas questões favoritas, relacionadas ao misticismo e às civilizações antigas. Como literatura inspiradora, releu os relatos de aventuras Kon Tiki, de Thor Heyerdal e do famoso navegador Sir Francis Chichester. Tocado por essas fábulas de autoconfiança e suficiência, encontrou a coragem para começar a confrontar seus demônios. Estava pronto para voltar à tona.
Yoko Ono evitou confrontar sua dependência de heroína e permaneceu uma junkie "funcional". Administrando a fortuna de 150 milhões de dólares do casal, havia investido no mercado imobiliário e comprado mansões na costa de Palm Beach, na Flórida, e em Long Island. John era dono de dois haras no rio Potomac e de uma fazenda em Catskills onde nunca poria os pés, além de urna fazenda de gado leiteiro no estado de Nova York avaliada em vários milhões de dólares. Sua propriedade favorita, escolhida por Yoko, era a casa em Cold Spring Harbor, em Nova York, chamada de Cannon Hill. Foi nessa mansão de 14 quartos, de frente para o mar, que ele se isolou no início da primavera.
A proximidade com o mar sempre o inspirava a fantasiar sobre viagens e ele mandou seu assistente Fred Seaman comprar um barco a motor para que ele pudesse passear pela baía. John ganhou confiança e destreza na pequena embarcação. Encontrando nova satisfação em estar na água, comprou também um pequeno veleiro, o Isis. Ele e Fred aprenderam a navegá-lo, tomando aulas com Tyier Coneys, um marinheiro veterano. Começou a desejar "a coisa certa", dizendo a Fred como gostaria de velejar pelo Atlântico até o Tâmisa em Londres em vez de ir de limusine para o aeroporto de Heathrow. A ideia de velejar de volta para a Inglaterra se transformou em obsessão. Yoko disse que não fosse para a Inglaterra, mas para o sudeste, até as Bermudas. Em 4 de junho de 1980, John embarcou em um pequeno avião com seu instrutor de vela Tyler Coneys e voou para Newport Rhode Island para pegar seu veleiro fretado, a escuna de 13 metros Megan Jayne, capitaneada por Hank Beard. Outros dois primos de Tyler Coneys formavam o restante da tripulação. Seguindo para o mar aberto, sozinho no meio de estranhos, John estava assumindo o tipo de risco que passou toda a vida evitando. Ao mesmo tempo, realizava urna de suas fantasias infantis mais queridas: ir para o mar, como seu pai e seu avô. Com pouco conhecimento de navegação, John ocupou a cozinha do navio. A purificação emocional de uma nova aventura trabalhava sua alma e a adrenalina fresca corria em suas veias, provocando um novo e inesperado humor.
Inevitavelmente, em se tratando do Triângulo das Bermudas, o barco passou por uma forte tempestade, Um a um, os membros da tripulação ficaram enjoados e incapacitados. Na condição de único tripulante a não vomitar, o capitão ordenou que John ficasse no leme por quatro horas. Lutando para manter o curso, amarrado a uma corda enquanto o deque se inclinava e balançava, primeiro ficou aterrorizado com a visão do mar lançando seu peso e força extraordinários. A água que corria pelo convés era alarmante. John estava sozinho no leme, batendo de frente com ondas de seis metros de altura. Mas o barco manteve seu curso e, depois dos primeiros quinze minutos de puro terror, ele sentiu aumentar sua coragem. Era como estar no palco. Primeiro você entra em pânico e está prestes a vomitar, mas depois começa a fazer o que sabe fazer, esquece todos os medos e começa a ter prazer com a coisa toda. Enquanto o mar crescia diante dele, Lennon gritava de volta, cantava canções de marinheiros que ouvira na voz do pai em Liverpool. Havia vencido sua tempestade perfeita e chegado ao outro lado com a bazófia de um marinheiro para descansar no sol tropical de Hamilton Terrace, nas Bermudas. Fred Seaman estava emocionado ao se juntar a ele na ilha caribenha. Depois de mais de um ano vendo seu herói viver como um homem apanhado por urna doença devastadora, testemunhava o renascimento do verdadeiro, velho e bom John Lennon.
Instruído a encontrar um refúgio criativo para John viver e trabalhar, Seaman logo descobriu Fairylands Undercliff: uma vila à beira-mar, isolada em um trecho estreito de terra. Durante o entardecer John fumava no pátio enquanto ouvia o álbum “Burnin” de Bob Marley. Depois de tocar Hallelujah Time sem parar durante meia hora, explicou a Fred que finalmente havia entendido o motivo de ter ficado tão obcecado com a canção por tanto tempo: era a frase sobre "não ter muito tempo para viver". Era exatamente como se sentia. Imediatamente começou a improvisar sobre a frase do álbum de Marley. Fred ligou o gravador enquanto John tocava sua versão pirata da música que iria se chamar "Living on Borrowed Time". Satisfeito, acendeu um cigarro de maconha e começou a descrever para Fred, de maneira arrebatada, sua ideia de um grande álbum, A gravação seria repleta dos sons sensuais, importados da Jamaica.
Os planos de John acabaram na manhã seguinte, quando descreveu sua visão a Yoko Ono por telefone. Yoko Ono brigou para tê-lo de volta. Sem o conhecimento de John, havia decidido que sua obsessão em controlar os negócios familiares havia acabado e anunciou a seus bajuladores que voltaria a produzir arte e "eventos" musicais. Ela já tinha um monte de canções para gravar e estava determinada a transformá-las em um álbum de sucesso. A experiência havia lhe ensinado que um álbum solo seria o fim da estrada. Se produzisse seu próprio álbum, John faria a mesma coisa, E o dela ficaria nas prateleiras das lojas enquanto o dele evaporaria rapidamente. A solução foi o conceito de "the heart play": um diálogo entre amantes casados. Diante dessa ideia, John foi impelido a um apuro imediato: se rejeitasse o conceito, rejeitaria o mito de John e Yoko. Se adotasse a proposta, daria adeus à orientação de seus temas caribenhos. Depois de uma maratona de telefonemas e brigas iradas cara a cara, John foi persuadido a abandonar sua ideia de um álbum de reggae com uma pitada de tango em favor de um outro no qual duas pessoas, empregando idiomas musicais discordantes, cantavam alternadamente, falando de coisas diferentes.
John continuou nas Bermudas por cinco meses compondo e trabalhando, incapaz de achar Yoko Ono por telefone por vários dias, escreveu a melhor peça do que viria a ser o álbum “Double Fantasy”: "I'm Losing You". Depois da temporada nos trópicos, ele voltou para Nova York planejando ir direto ao estúdio de gravações. Começou a organizar ensaios e a juntar uma banda. Instruiu Jack Douglas, seu produtor, a contratar novos músicos. Depois de passar anos com os mesmos companheiros de palco, que frequentemente tomavam liberdade com drogas e bebidas durante as sessões, John tentava evitar o caminho sinuoso e festivo que caracterizava seus rituais de gravações anteriores. Ele queria poder usar o chicote, tirando tudo o que quisesse dos músicos" sem ter que se preocupar em pisar no ego de "amigos". O objetivo de Lennon era fazer as coisas de forma simples e eficiente. Se ele tivesse que fazer mais do que cinco ou seis tentativas para cantar uma música, se enchia e seguia para a próxima. Esse estilo de gravação vigoroso e direto impressionou os músicos, muitos deles veteranos acostumados a passar dias sobre uma única faixa.
Por mais genialidade e confiança que aparentasse, Lennon tinha graves receios após a semana inicial no estúdio. Achava que seu material e voz estavam enferrujados e abaixo do padrão. Nesse momento de vulnerabilidade, Yoko Ono revelou sua exigência por 50% das canções do novo disco. Enfurecido, Lennon explodiu: "Se é isso o que você quer, então não haverá um álbum". Passou os dois dias seguintes trancado em seu quarto, comunicando-se com a mulher apenas através de bilhetes passados debaixo da porta.
Jack Douglas havia previsto o que estava por vir semanas antes de John voltar. Em um encontro pré-produção, Yoko Ono lhe dera um monte de fitas com as músicas "dela" para o álbum. "Não diga nada ao John", instruiu. Gravar Yoko Ono foi uma dor de cabeça para Douglas. Para que ele conseguisse uma nota decente em cada sílaba que ela cantava, obrigou Yoko Ono a fazer tomadas intermináveis. E nunca ficou plenamente satisfeito com o resultado.
Em duas semanas John gravou 22 faixas, material para dois álbuns. Ele voltou a assumir uma posição mais relaxada, permitindo a si mesmo tragos liberais de uma garrafa de uísque escondida. O ex-vegetariano também descobriu os prazeres dos whoppers do Burger’s King e dos pedaços oleosos da pizza de Nova York. Quando Yoko Ono finalmente ia para casa, deixando-o para trás, ele enviava alguém em busca de cocaína e todos ficavam felizes.
A maior parte da gravação e mixagem de Double Fantasy estava completa na festa de aniversário conjunta de Sean e John Lennon, celebrada em 13 de outubro para coincidir com o lançamento, no dia seguinte, do primeiro single do álbum: “Starting Over”. O single imediatamente foi parar no topo das 20 mais da Billboard e o lado B, "Kiss, Kiss, Kiss", de Yoko Ono, foi bem recebido nas danceterias gays e clubes noturnos da cidade. Double Fantasy era saudado corno um evento no mundo da música. A manipulação experiente de Yoko Ono da mídia rendeu montes de publicidade gratuita. As agências de notícias estavam estalando com o conteúdo de itens inseridos por seus agentes de publicidade. Sem poupar despesas, ela contratou um esquadrão de aviões para escrever uma mensagem de parabéns para John e Sean no céu sobre o Central Park.
THE BEATLES - MR. MOONLIGHT - 1964 ✶✶✶✶
MISTERRRRRRRRRRR Moonlight! John berra no começo com toda a força e expressão que sua laringe podia prover. Ele faz o vocal principal da faixa (e não poderia ser de outra forma), com Paul harmonizando em alguns momentos. McCarney também toca um órgão Hammond que soa em alguns momentos como algo saído de "O Fantasma da Ópera". Ringo marca o ritmo com um bongô, enquanto George acrescenta a batida oca de um antigo tambor africano. "Mr Moonlight" foi gravada pelos Beatles entre agosto e outubro de 1964 e lançada no álbum Beatles for Sale, em dezembro do mesmo ano. É a sexta música do lado 1 do álbum, o quarto na discografia oficial da banda. "Mr Moonlight" fazia parte do repertório dos Beatles nos tempos de Hamburgo, e, quando precisaram de material para preencher o álbum (Beatle For Sale) a tempo do Natal, resolveram gravá-la.
"Mr Moonlight" foi escrita por Roy Lee Johnson. A primeira gravação conhecida foi do pianista de blues Piano Red, gravando como Dr. Feelgood and the Interns. Foi lançada como lado B de 'Dr. Feelgood', um pequeno hit de R&B em 1962. Os Beatles tentaram gravar "Mr Moonlight" duas vezes no estúdio em 1964. A primeira vez foi em 14 de agosto, quando eles gravaram quatro tomadas - a última delas foi por um tempo considerada a melhor.
O Anthology 1 traz os takes 1 e 4. O primeiro quebrou quase imediatamente; o 4 estava completo e contou com um solo frenético de guitarra de George Harrison. Os Beatles refizeram a música em 18 de outubro. Mais uma vez, eles gravaram quatro tomadas, as duas últimas com o solo de órgão Hammond, um tanto berrante de Paul McCartney. Apesar do vocal estridente e arrojado de John Lennon, 'Moonlight' é considerada por muitos fãs dos Beatles como uma das músicas menos bem-sucedidas em seu catálogo e uma das mais fracas do álbum.
"Mr Moonlight" foi gravada no estúdio da EMI em Abbey Road nos dias 14 de agosto e 18 de outubro de 1964. Foi produzida por George Martin e teve Norman Smith como engenheiro. Aparece nos álbuns Beatles For Sale, Beatles '65 e Anthology 1. John Lennon arrasa nos vocais e toca guitarra; Paul McCartney faz backing vocals, toca baixo e órgão Hammond; George Harrison também faz backing vocals, toca guitarra e um tambor africano; e Ringo Starr toca percussão.
Alguns a acham estranha e deslocada. Para mim, depois de mais de 45 anos ouvindo o disco, não consigo imaginá-lo sem "Mr Moonlight". E só o berro de John Lennon no começo da música já faz o disco valer a pena.
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
LIZZIE BRAVO - ATRAVÉS DO UNIVERSO - 1951 / 2021
A carioca Elizabeth Villas Boas Bravo (27 de maio de 1951 – 4 de outubro de 2021) foi muito mais do que uma garota que amou os Beatles, em especial John Lennon. Até porque ela foi a única garota brasileira que gravou com os Beatles, em proeza realizada quando tinha 17 anos. No dia desse feito histórico, 4 de fevereiro de 1968, Elizabeth já era Lizzie – nome que adotara em 1965 ao ouvir Lennon cantar Dizzy Miss Lizzy (Larry Williams, 1958) no quinto álbum dos Beatles, Help! (1965) – e estava há quase um ano em Londres, onde chegara em 17 de fevereiro de 1967.
Foram tantos dias à porta do estúdio Abbey Road que, naquele mítico dia 4, domingo de frio em Londres, Lizzie estava dentro do prédio que abrigava o estúdio ao lado de outras poucas Beatlemaníacas, quando Paul McCartney apareceu e perguntou se alguma delas sustentava nota aguda.
Lizzie sustentava a tal nota e foi assim que, juntamente com a amiga inglesa Gayleen Pease, fez um dos vocais que encorparam a gravação de Across the universe (John Lennon e Paul McCartney, 1968), música inicialmente arquivada pelos Beatles que somente ganhou o mundo quase dois anos após o registro original ao ser apresentada no álbum coletivo beneficente No one's gonna change our world, editado em 12 dezembro de 1969. Na discografia dos Beatles, a versão de Across the universe com Lizzie aparece nas coletâneas Rarities (1978) e Past masters (1988).
Lizzie cantou com John, com Paul e se eternizou na história da música pop pela aventura narrada em detalhes no livro Do Rio a Abbey Road (2015), esgotado em 2017 e com ampliada segunda edição produzida neste ano de 2021, além de ainda inédita edição em inglês. Só que essa edição em inglês será lançada sem a presença física da autora. Lizzie Bravo atravessou o universo na noite de 4 de outubro. Morreu em casa, aos 70 anos, vítima de problemas cardíacos, dos quais se recuperava após internação em hospital do Rio de Janeiro.
Cantora e fotógrafa, Lizzie Bravo teve a glória de gravar com os Beatles, mas é justo dimensionar corretamente a atuação da artista na música brasileira no momento em que Lizzie sai de cena. Vocalista requisitada para os estúdios de gravação, Lizzie Bravo tem a voz perpetuada em discos da nata da MPB. Alceu Valença, Alcione, Caetano Veloso, Djavan, Egberto Gismonti, Elba Ramalho, Ivan Lins, Joyce Moreno (de quem era amiga e comadre), Maria Bethânia, Maria Creuza, Milton Nascimento, Roberto Carlos e Zé Ramalho são alguns entre inúmeros cantores que fizeram discos com o vocal de Lizzie Bravo. Casada de 1970 a 1972 com o cantor e compositor Zé Rodrix (1947 – 2009), com quem teve uma filha, a também cantora Marya Bravo, Lizzie foi a “esperança de óculos” poetizada na letra da canção hippie "Casa no campo" (Tavito e Zé Rodrix, 1971).
Como fotógrafa, Lizzie registrou parte da história da MPB em imagens que foram parar nas contracapas e encartes de álbuns de Joyce Moreno e Tavito (1948 – 2019). Ao atravessar o universo, Lizzie Bravo deixa saudades em quem conviveu com a eterna garota que nunca deixou de amar os Beatles. Uma curiosidade: Certa vez, George Harrison lhe ofereceu carona, e ela, intimidada, disse não. Quando os Beatles se separaram, George gravou, no álbum triplo All Things Must Pass, uma canção composta para Lizzie e suas amigas – aquelas garotas que davam plantão na porta de Abbey Road. “Apple Scruffs”.
Nesses treze anos do Baú do Edu, Lizzie Bravo em alguns momentos, nos brindou com alguns comentários. Na postagem THE BEATLES - ACROSS THE UNIVERSE de 2 de setembro de 2010, ela disse: “Muito obrigada por postar esse disco, Edu! Eu não tenho mais vitrola (sou velha mesmo, chamo toca-discos de vitrola...) e fiquei curiosa pra ouvir de novo as outras músicas. Fui a Londres em outubro a convite da BBC, gravaram uma entrevista com Gayleen e eu - a primeira em 42 anos! Um amigo colocou no Youtube. Parabéns pelo blog!”. Parabéns a você, Lizzie. E muito obrigado.
Cantora e fotógrafa, Lizzie Bravo teve a glória de gravar com os Beatles, mas é justo dimensionar corretamente a atuação da artista na música brasileira no momento em que Lizzie sai de cena. Vocalista requisitada para os estúdios de gravação, Lizzie Bravo tem a voz perpetuada em discos da nata da MPB. Alceu Valença, Alcione, Caetano Veloso, Djavan, Egberto Gismonti, Elba Ramalho, Ivan Lins, Joyce Moreno (de quem era amiga e comadre), Maria Bethânia, Maria Creuza, Milton Nascimento, Roberto Carlos e Zé Ramalho são alguns entre inúmeros cantores que fizeram discos com o vocal de Lizzie Bravo. Casada de 1970 a 1972 com o cantor e compositor Zé Rodrix (1947 – 2009), com quem teve uma filha, a também cantora Marya Bravo, Lizzie foi a “esperança de óculos” poetizada na letra da canção hippie "Casa no campo" (Tavito e Zé Rodrix, 1971).
Como fotógrafa, Lizzie registrou parte da história da MPB em imagens que foram parar nas contracapas e encartes de álbuns de Joyce Moreno e Tavito (1948 – 2019). Ao atravessar o universo, Lizzie Bravo deixa saudades em quem conviveu com a eterna garota que nunca deixou de amar os Beatles. Uma curiosidade: Certa vez, George Harrison lhe ofereceu carona, e ela, intimidada, disse não. Quando os Beatles se separaram, George gravou, no álbum triplo All Things Must Pass, uma canção composta para Lizzie e suas amigas – aquelas garotas que davam plantão na porta de Abbey Road. “Apple Scruffs”.
Nesses treze anos do Baú do Edu, Lizzie Bravo em alguns momentos, nos brindou com alguns comentários. Na postagem THE BEATLES - ACROSS THE UNIVERSE de 2 de setembro de 2010, ela disse: “Muito obrigada por postar esse disco, Edu! Eu não tenho mais vitrola (sou velha mesmo, chamo toca-discos de vitrola...) e fiquei curiosa pra ouvir de novo as outras músicas. Fui a Londres em outubro a convite da BBC, gravaram uma entrevista com Gayleen e eu - a primeira em 42 anos! Um amigo colocou no Youtube. Parabéns pelo blog!”. Parabéns a você, Lizzie. E muito obrigado.
PAUL McCARTNEY ESCONDENDO A MACONHA😉
Paul McCartney, eterno baixista e vocalista dos Beatles, revelou que precisa esconder as plantações de maconha que cultiva há pelo menos 20 anos em sua fazenda em Peasmarsh, sudeste da Inglaterra, para que os adolescentes não as roubem. "Gosto de cultivar coisas como trigo-vermelho, centeio e peras", disse Paul McCartney em entrevista ao Daily Mirror
O ex-Beatle continuou: "Começamos a cultivar Cannabis e o engraçado é que o governo impõe que você faça isso em um local escondido, porque os adolescentes entram e roubam". Em sua fazenda, o músico de 79 anos planta cânhamo; uma espécie de cannabis conhecida por conter baixo teor de THC (tetra-hidrocanabiodiol), que é usualmente usada para produção de medicamentos, óleos, cosméticos, tintas e até mesmo roupas e detergentes. Paul McCartney também explicou na entrevista que as plantações de sua fazendo são 100% orgânicas. "É tudo orgânico. Me tornei orgânico há mais de 20 anos. "Quando comprei a fazenda, havia alguns campos onde os rapazes da fazenda me diziam: 'Não há minhocas nesses campos. Não há vida, porque tudo o que fizeram foi colocar pesticidas e, em seguida, colocar fertilizante'. Eu pensei: 'OK, isso é um desafio, vamos nos tornar orgânicos".
Voltando ao assunto sobre a maconha, em 2015, o artista revelou que havia parado de consumir a maconha para "não dar mau exemplo" aos seus filhos e netos, segundo confessou em entrevista ao jornal The Daily Mirror. O ex-Beatle chegou a ser preso no Japão no início de 1980 por posse da danada. "Já não uso mais. Por quê? A verdade é que não quero dar um mau exemplo para meus filhos e netos. Agora é uma questão de paternidade", declarou. "Ao invés de fumar um baseado, agora tomo uma taça de vinho ou uma boa margarita. A última vez que fumei foi há muito tempo", assegurou. De acordo com Paul, foi o cantor americano Bob Dylan que 'apresentou' a maconha aos Beatles em agosto de 1964.
O ex-Beatle continuou: "Começamos a cultivar Cannabis e o engraçado é que o governo impõe que você faça isso em um local escondido, porque os adolescentes entram e roubam". Em sua fazenda, o músico de 79 anos planta cânhamo; uma espécie de cannabis conhecida por conter baixo teor de THC (tetra-hidrocanabiodiol), que é usualmente usada para produção de medicamentos, óleos, cosméticos, tintas e até mesmo roupas e detergentes. Paul McCartney também explicou na entrevista que as plantações de sua fazendo são 100% orgânicas. "É tudo orgânico. Me tornei orgânico há mais de 20 anos. "Quando comprei a fazenda, havia alguns campos onde os rapazes da fazenda me diziam: 'Não há minhocas nesses campos. Não há vida, porque tudo o que fizeram foi colocar pesticidas e, em seguida, colocar fertilizante'. Eu pensei: 'OK, isso é um desafio, vamos nos tornar orgânicos".
Voltando ao assunto sobre a maconha, em 2015, o artista revelou que havia parado de consumir a maconha para "não dar mau exemplo" aos seus filhos e netos, segundo confessou em entrevista ao jornal The Daily Mirror. O ex-Beatle chegou a ser preso no Japão no início de 1980 por posse da danada. "Já não uso mais. Por quê? A verdade é que não quero dar um mau exemplo para meus filhos e netos. Agora é uma questão de paternidade", declarou. "Ao invés de fumar um baseado, agora tomo uma taça de vinho ou uma boa margarita. A última vez que fumei foi há muito tempo", assegurou. De acordo com Paul, foi o cantor americano Bob Dylan que 'apresentou' a maconha aos Beatles em agosto de 1964.
Não deixe de conferir a postagem PAUL McCARTNEY E A DANADA DA MACONHA publicada aqui em 3 de outubro de 2012.
quarta-feira, 6 de outubro de 2021
THE BEATLES - A HARD DAY'S NIGHT - YOU KNOW I FEEL ALRIGHT! ✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰✰
Esse vídeo é superlegal! Mostra todas as cenas musicais do filme incluindo "A Hard Day's Night" (abertura), "I Should Have Know Better" (cena do trem), "I Wanna Be Your Man", "Don't Bother Me" e "All My Loving" (cena da boate), "If I Fell" (estúdio de TV), "Can't Buy Me Love" (no campo de beisebol), "And I Love Her" (estúdio), "I'm Happy Just to Dance with You" (estúdio), "Can't Buy Me Love" (de novo, correndo da polícia), "Tell Me Why", "If I Fell" e "I Should Have Known Better" (medley, cena do auditório), emendando com "She Loves You", e encerra com "A Hard Day's Night" (novamente - cena do helicóptero e créditos de encerramento). E tudo em alta resolução. Absolutamente sensacional! Às vezes, eu amo a internet.
terça-feira, 5 de outubro de 2021
THE BEATLES - THE END ✶✶✶✶✶
"The End" é uma música dos Beatles, lançada no álbum Abbey Road. Foi iniciada em 23 de julho de 1969 com o nome provisório de "Ending". Tem 2 min e 19 s (dois minutos e dezenove segundos) de duração e originalmente era para ser a última música do álbum, não fosse a inclusão "acidental" de Her Majesty. É iniciada com o refrão "Oh, yeah! Alright! Are you gonna be in my dreams tonight?", em seguida vem um solo de bateria de Ringo Starr que dura 16 segundos - o único em todas as músicas gravadas pelos Beatles. Em seguida, Paul McCartney, George Harrison e John Lennon, nesta ordem, revezam-se em solos de guitarra, em três blocos. Então entra um suave piano e o refrão com o epitáfio "And in the end, the love you take is equal to the love you make", entrando em seguida uma orquestra e encerrando a canção. Apesar da grande participação de George Harrison e Ringo Starr, a música é creditada somente à dupla Lennon e McCartney.
Não deixe de conferir de jeito nenhum a super mega postagem THE BEATLES - THE END - SENSACIONAL!!!***** publicada em 26 de setembro de 2019.
ॐ GEORGE HARRISON - EXTRA TEXTURE - 1975
Extra Texture (Read All About It) foi o sexto álbum de George Harrison, lançado em setembro de 1975. Também foi o último álbum de Harrison pelo seu contrato com a Apple Records e EMI, pronto para embarcar em seu próprio selo, Dark Horse Records. Inicialmente, o álbum foi distribuído pela A & M Records. Uma vez que George se permitiu um tempo necessário para descansar após os acontecimentos de 1974 e ocupou-se com outros projetos da Dark Horse, ele finalmente começou a gravar o seu álbum que era puramente uma obrigação de contrato - a maior parte foi cortado na A & M Studios em Los Angeles, no verão de 1975. Entre os músicos que ele usou para gravar o Extra Texture (Read All About It) estavam Jim Keltner na bateria, Leon Russell no piano, e um jovem David Foster - então contratado da Dark Horse Records, com uma banda chamada Atitudes - que forneceu três arranjos de cordas e teclados. Os diferentes baixistas aparecem em quase todas as faixas, e incluem Klaus Voormann, Carl Radle, Paul Stallworth, Willie Weeks, e Harrison tocando baixo sintetizado.
Especialmente para o álbum, Harrison completou "You", uma canção que ele tinha a intenção de que Ronnie Spector gravasse, e que não foi além do que uma música sem vocais em 1971. Posteriormente, tornou-se um hit no Top 20 nos Estados Unidos, e alcançou # 38 no Reino Unido. "This Guitar (Can't Keep From Crying)"- uma espécie de continuação lírica de "While My Guitar Gently Weeps" - foi o último lançamento da Apple Records até que a gravadora fosse revivida na década de 1990. Como primeiro single "Ooh Baby (You Know That I Love You)" foi uma homenagem a Smokey Robinson. Lançado com uma capa laranja de espessura e textura áspera (daí o título), Extra Texture (Read All About It) foi melhor recebido do que o álbum Dark Horse (1974) pela crítica, embora ainda considerado abaixo do gosto do público em geral. Harrison viria a designar o álbum como seu pior. Pudera. Extra Texture alcançou a posição # 8 nos Estados Unidos - o seu último álbum Top 10 por 12 anos - e foi ouro, alcançando # 16 no Reino Unido.
Em um dos lados do encarte, aparece uma foto de George sorrindo em tons de azul e sobre ele a palavra "OHNOTHIMAGEN". Isso nada mais é que o próprio George brincando com ele mesmo: "Oh not him again" - "Oh não ele de novo!".
PAUL McCARTNEY - MY VALENTINE 💗💗💗💗💗
“My Valentine” é uma das duas faixas originais do álbum "pop standards" de Paul McCartney DE 2012, Kisses On The Bottom - tributo do ex-Beatle a alguns grandes compositores da era de ouro do jazz. A belíssima peça foi escrita por Paul em fevereiro de 2011 para sua terceira esposa, Nancy Shevell. “My Valentine” foi composta enquanto o casal estava de férias no norte da África. No estúdio, contou com uma participação de Eric Clapton na guitarra, que também tocou na música “Get Yourself Another Fool”, do mesmo álbum. Paul McCartney cantou "My Valentine" para sua noiva em seu casamento em 9 de outubro de 2011. A faixa básica foi gravada no Avatar Studios em Nova York, com a guitarra de Clapton e a orquestra no Abbey Road Studios em Londres. O arranjo rítmico foi de Diana Krall. Kisses on the Bottom foi o controverso e criticado décimo quinto álbum de estúdio de Paul McCartney, lançado em 7 de fevereiro de 2012 - “My Valentine” foi, sem dúvida, o melhor momento do álbum e o mais elogiado pela crítica. Da gravação original participaram Paul McCartney: vocais; Diana Krall: piano; Eric Clapton: guitarra; John Pizzarelli: guitarra; Robert Hurst: baixo; Karriem Riggins: bateria, e a Orquestra Sinfônica de Londres foi conduzida pelo maestro Alan Broadbent. Mesmo apesar das críticas, Kisses On The Bottom ganhou o Grammy de 2013 como Melhor Álbum Vocal Pop Tradicional. Foi o 17º prêmio Grammy de Paul McCartney.
domingo, 3 de outubro de 2021
sábado, 2 de outubro de 2021
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
09 • 09 • 09 - THE BEATLES ROCKBAND 😃😃😃😃😃
Há um pouco mais de 12 anos, o dia 09 • 09 • 09 foi um dia para entrar para a história do mundo dos fãs dos Beatles. Nesse dia, finalmente os Beatles chegaram ao século XXI. E em grande estilo. Todos os seus álbuns de carreira foram relançados de forma espetacular depois de uma gigantesca campanha de marketing que deixaria Brian Epstein orgulhoso. Todos os álbuns foram remasterizados e disponibilizados em versões mono e estéreo, em boxes ou edições avulsas. No mesmo dia, também foi lançado um incrível videogame “The Beatles Rockband” – um sucesso sem precedentes nesse universo.
The Beatles (The Original Studio Recordings), é uma coleção que compreende todas as gravações remasterizadas dos Beatles. O set foi lançado em 9 de setembro de 2009, junto com os companheiros The Beatles in Mono e “The Beatles Rockband”, o videogame. O projeto de remasterização para as versões mono e estéreo foi liderado pelos engenheiros de estúdio sênior da EMI, Allan Rouse e Guy Massey. A caixa estéreo também possui um DVD que contém todos os curtas-metragens que estão nos CDs no formato QuickTime. Esta foi a segunda coleção de box set completo de gravações originais dos Beatles depois de The Beatles Box Set (1988). Embora as vendas tenham sido contabilizadas como 1 unidade para cada box vendido no formato mono e estéreo, o total de vendas individuais ultrapassou os 30 milhões de cada uma das caixinhas. The Beatles (The Original Studio Recordings) recebeu o Prêmio Grammy de Melhor Álbum Histórico no 53º Grammy. Os boxes sets foram lançados em vinil em 2012.
“The Beatles Rockband” é um jogo de videogame desenvolvido pela Harmonix. O jogo tem 45 músicas dos Beatles, desde o primeiro álbum, Please Please Me, até o último, Let it Be. O jogo também conta com três álbuns completos para download e mais uma música avulsa, All You Need is Love. Os álbuns são Rubber Soul, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e Abbey Road. “The Beatles Rockband” ainda tem materiais inéditos, como fotos e vídeos nunca antes divulgados. A presença de Paul McCartney e Ringo Starr no palco da E3 de 2009 marcou o lançamento oficial do jogo. Este foi lançado no dia 9 de setembro de 2009, não sendo a data por acaso (09/09/09 John Lennon era fascinado pelo número nove), e nesse mesmo dia também foram lançadas as caixinhas com todos os discos de estúdio remasterizados. “The Beatles Rockband” foi lançado para Playstation 3, Xbox 360 e Wii.
Aqui a gente relembra algumas das principais resenhas sobre esses fantásticos lançamentos.
Feliz Dia Mundial do Beatles! B. Frusciante – Cifraclub
09/09/09 é o Dia Mundial dos Beatles! Demorou 22 anos, desde que os 13 álbuns de carreira dos Beatles foram digitalizados para CD, para que as músicas da banda mais importante do rock ganhassem um tratamento de som adequado. Com o lançamento repaginado da obra-completa, junto ao game Rock Band do grupo inglês, o emblemático 09/09/09 (quarta-feira da semana que vem) se transforma no Dia Mundial dos Beatles. A gravadora EMI fez uma apresentação em São Paulo do que virá no pacote de lançamentos. Cada um dos discos de carreira trará um mini-documentário, de cerca de cinco minutos, sobre a obra. Além, claro, das músicas remasterizadas. Remasterização que, na prática, é um bônus de valor duvidoso, se contar a grande massa. Foi preciso um pout pourri de trechos das músicas originais e a versão nova na sequência para que fizesse sentido na demonstração. Nesse formato, foi possível notar mais claramente instrumentos enterrados ou não tão claros nas possibilidades tecnológicas da época das gravações originais. O resultado da equação foi como se passassem um pano na poeira do tempo e os elementos fossem melhor organizados na prateleira da canção. Dado que a maioria das pessoas ouve hoje música em aparelhos como celular, computador, MP3 players, com recursos limitadíssimos de qualidade de som, fica um lançamento para os amantes de música que fazem parte do bloco ouvido treinado + qualidade de equipamento para audição. Isso não minimiza a importância histórica do relançamento. Na arqueologia pop qualquer descoberta nova de acorde de George Harrison e John Lennon, linha vocal ou de baixo de Paul McCartney, rufar de Ringo Starr, enquanto conjunto, tem importância inestimável. Haverá duas opções do produto. Por aqui, os CDs serão lançados individualmente, a um preço aproximado de R$ 30 cada. Os fãs poderão, no entando, adquirir uma das duas versões importadas de box. A caixa Estéreo traz os 13 álbuns remasterizados com faixa enhanced de mini-documentários (mais o disco "Past Masters") e um DVD com todos os mini-documentários reunidos. Custará cerca de R$ 800. Já a caixa Mono virá com os CDs embalados como mini réplicas de LPs (capa dupla) em edição limitada e em versões mono originais remasterizadas de 11 dos 13 álbuns, sendo um batizado "The Beatles Mono Masters" (com todas as faixas mono que apareceram em singles, EPs ou que não estiveram nos 13 originais). Custará cerca de R$ 950.
No mesmo dia 9 de setembro será lançado o "Beatles Rock Band", jogo que simula a execução de 45 músicas da banda. No game, é possível escolher entre guitarra, baixo, bateria e vocal, ou chamar amigos para cada um assumir um posto, e a performance acompanha a história do grupo - dá pra tocar em um dos famosos cenários por onde a banda passou, como o teto da gravadora Apple, em Londres, ou mesmo em estúdio.O jogo funcionará para três consoles: Xbox 360, Nintendo Wii e Playstation 3. É possível até adquirir réplicas dos equipamentos utilizados pela banda, como a guitarra Rickenbacker 325 de John ou o baixo Hofner de Paul.
Felipe Machado – Estadão
Hoje marca o início de uma nova onda (mais uma) de Beatlemania. É que nesta data cabalística, 9/9/09 (number nine, number nine…), além do relançamento pela gravadora EMI dos 13 discos dos Beatles em versões remasterizadas, chega às lojas o videogame que permite dividir o palco e ‘tocar’ junto com os quatro músicos de Liverpool. Os ‘novos’ discos estão bem legais, com projeto gráfico vintage, qualidade de som mais fiel ao que foi gravado no estúdio e alguns arquivinhos em vídeo que recriam a atmosfera no lendário estúdio Abbey Road. Já o game é legal, tudo bem, mas como todos os jogos do gênero é uma bela besteira. Seria bem mais interessante para um garoto gastar tempo aprendendo a tocar um instrumento de verdade em vez de simular isso na frente de uma TV. É apenas uma opinião, mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que toda essa história me deixou com uma pulga atrás da orelha (nossa, que expressão velha) e me fez questionar: por que, depois de tantos anos, os Beatles ainda continuam a fascinar as pessoas dessa maneira? A primeira coisa que me veio à cabeça foi o lado cultural, a influência que eles exerceram na sociedade com o seu modo de se vestir, seus cortes de cabelo. Só isso já seria gigantesco, mas tinha que haver algo a mais. A música, claro. As canções dos Beatles não são apenas tão maravilhosas quanto qualquer obra composta por Mozart ou Beethoven, como também foram, são e serão para sempre a trilha sonora de milhões de amores, sonhos, vidas. Mas não foram apenas a influência no comportamento e as músicas: os Beatles são uma metáfora da vida. A química entre John, Paul, George e Ringo é uma daquelas coisas inexplicáveis que acontecem apenas uma vez na eternidade. Além do talento e do carisma, cada um deles revelou-se profeticamente como arquétipo: John é a rebeldia; Paul, o amor; George, a espiritualidade; Ringo, a graça. Somos uma mistura das personas dos quatro Beatles, com intensidades e porcentagens diferentes. Às vezes, nos comportamos diante de determinada situação com uma paixão ingênua à la Paul; às vezes somos mais descompromissados, mais leves, mais Ringo. A carreira dos Beatles também contribui para a criação desse mito, justamente porque a curta trajetória deles se confunde com a própria existência humana. Por meio de sua obra genial, acompanhamos a transformação de garotos em homens, a substituição do coletivo pelo individual, o fortalecimento do ego. Ao olhar para uma foto dos Beatles, descubro que eles não são apenas os Beatles: eles são todos nós.
Hoje marca o início de uma nova onda (mais uma) de Beatlemania. É que nesta data cabalística, 9/9/09 (number nine, number nine…), além do relançamento pela gravadora EMI dos 13 discos dos Beatles em versões remasterizadas, chega às lojas o videogame que permite dividir o palco e ‘tocar’ junto com os quatro músicos de Liverpool. Os ‘novos’ discos estão bem legais, com projeto gráfico vintage, qualidade de som mais fiel ao que foi gravado no estúdio e alguns arquivinhos em vídeo que recriam a atmosfera no lendário estúdio Abbey Road. Já o game é legal, tudo bem, mas como todos os jogos do gênero é uma bela besteira. Seria bem mais interessante para um garoto gastar tempo aprendendo a tocar um instrumento de verdade em vez de simular isso na frente de uma TV. É apenas uma opinião, mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que toda essa história me deixou com uma pulga atrás da orelha (nossa, que expressão velha) e me fez questionar: por que, depois de tantos anos, os Beatles ainda continuam a fascinar as pessoas dessa maneira? A primeira coisa que me veio à cabeça foi o lado cultural, a influência que eles exerceram na sociedade com o seu modo de se vestir, seus cortes de cabelo. Só isso já seria gigantesco, mas tinha que haver algo a mais. A música, claro. As canções dos Beatles não são apenas tão maravilhosas quanto qualquer obra composta por Mozart ou Beethoven, como também foram, são e serão para sempre a trilha sonora de milhões de amores, sonhos, vidas. Mas não foram apenas a influência no comportamento e as músicas: os Beatles são uma metáfora da vida. A química entre John, Paul, George e Ringo é uma daquelas coisas inexplicáveis que acontecem apenas uma vez na eternidade. Além do talento e do carisma, cada um deles revelou-se profeticamente como arquétipo: John é a rebeldia; Paul, o amor; George, a espiritualidade; Ringo, a graça. Somos uma mistura das personas dos quatro Beatles, com intensidades e porcentagens diferentes. Às vezes, nos comportamos diante de determinada situação com uma paixão ingênua à la Paul; às vezes somos mais descompromissados, mais leves, mais Ringo. A carreira dos Beatles também contribui para a criação desse mito, justamente porque a curta trajetória deles se confunde com a própria existência humana. Por meio de sua obra genial, acompanhamos a transformação de garotos em homens, a substituição do coletivo pelo individual, o fortalecimento do ego. Ao olhar para uma foto dos Beatles, descubro que eles não são apenas os Beatles: eles são todos nós.
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