O QUE É O BORNOUT? ENTENDA OS ESTÁGIOS E SINTOMAS DESSA SÍNDROME E COMO PREVENIR NO HOME OFFICE

 

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O Brasil é o 2º país no ranking dos mais estressados no trabalho (Foto: Reprodução/Pexel)

O que é burnout? Entenda os estágios e sintomas dessa síndrome

Problema resulta do estresse crônico no trabalho e atinge 32% da população economicamente ativa no Brasil


burnout foi descrito pela primeira vez entre os anos 70 e 80 pelo psicólogo Herbert Freudenberger (1926-1999), mas só entrou para a CID, a lista internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio de 2019  — como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”.

Em geral, o burnout compreende dez estágios. São eles:

1- Dedicação exagerada ao trabalho

Checa os e-mails e mensagens a toda hora; mesmo quando não é convocado, trabalha nos finais de semana, por exemplo. E, sobretudo, se orgulha desse comportamento

2- Descaso pelas necessidades pessoais

Dormir bem ou alimentar-se adequadamente ficam em segundo plano. Em primeiro, está o trabalho

3- Aversão a conflitos

Nessa fase, o portador da síndrome percebe que algo não vai bem, mas prefere não enfrentar o fato. Podem surgir os primeiros sintomas físicos do distúrbio

4- Reinterpretação de valores

Família e amigos, por exemplo, são deixados de lado. A única medida da autoestima passa a ser o trabalho

5- Negação de problemas

Os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes. Os contatos sociais são afastados, em geral, com cinismo e desdém

6- Aversão a exposição e recolhimento

O portador da síndrome evita o diálogo e prioriza e-mails e mensagens, entre outras formas de comunicação à distância

7- Despersonalização

Fase marcada por momentos de confusão mental, onde o paciente às vezes sente que não se reconhece e/ou não controla mais o que diz. As mudanças de comportamento costumam ser evidentes

8- Tristeza intensa

Marcas claras de indiferença, desesperança e exaustão. Tudo parece mais complicado e extenuante

9- Depressão

10- Colapso físico e mental

Sintomas: São os mais variados: de dor de estômago a sinais depressivos; de cefaleia a ansiedade, passando por tontura, tremores, falta de ar, oscilação de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração... Já foram descritos cerca de 130 sintomas associados ao esgotamento profissional

Incidência: A prevalência do burnout varia conforme a categoria profissional. Segundo a ISMA-BR (International Stress Management Association), 32% da população economicamente ativa no Brasil sofre de burnout. Somos o 2º país no ranking dos mais estressados no trabalho. Veja abaixo*:

A tecnologia a serviço da sanidade (Foto: Getty Images)

Quem sofre de burnout ...
...trabalha em média menos cinco horas do que quem não tem a síndrome
...tem 90% mais probabilidade de praticar o presenteísmo
...está mais propenso a sofrer de depressão

A tecnologia a serviço da sanidade - gráfico sobre a síndrome do esgotamento profissional  (Foto: Getty Images)
Fonte:https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2021/01/o-que-e-burnout-entenda-os-estagios-e-sintomas-dessa-sindrome.html
Burnout, cansada, esgotamento profissional (Foto:  PeopleImages via Getty Images)

É importante refletir sobre os agendamentos de videoconferência (Foto: PeopleImages via Getty Images)

A dinâmica do home office pode ser desafiadora - especialmente para aquelas pessoas que estão experimentando pela primeira vez trabalhar 100% do tempo de forma remota e online desde março, por conta da pandemia. Sobretudo para quem tem filhos em idade escolar ou pais e avós idosos. Como evitar que o cansaço excessivo desencadeie a síndrome de burnout? 

É verdade que passar muito tempo em frente às telas, a falta de equilíbrio entre trabalho e lazer e a maratona de videoconferências não ajudam a manter a saúde mental. “A pior parte do trabalho remoto são as reuniões em vídeo. Ficar em frente à câmera passa a ser uma apresentação, como estar num palco por oito horas diárias”, diz Morra Aarons-Mele, palestrante do TED, apresentadora do podcast The Anxious Achiever ("A conquistadora  ansiosa", na tradução literal) para a HBR Presents e fundadora da consultoria Women Online.

É importante refletir sobre os agendamentos de videoconferência. A especialista explica que se submeter a muitas reuniões por vídeo, com a câmera ligada o tempo todo,  pode desencadear ansiedade social. “A chave para gerenciar o trabalho remoto é proteger sua energia”, diz Morra Aarons-Mele. Confira três passos para evitar o burnout no trabalho remoto.

1. Crie rituais para sua rotina

Por mais cansativo que possa ser passar um tempo no trânsito para se deslocar ao trabalho, o trajeto fazia parte de um ritual, um espaço entre a rotina de casa e a do trabalho. Além disso, as pequenas pausas durante o trabalho, como ir tomar um café ou conversar com um colega, também são rituais importantes para proteger a energia, em um breve descanso para logo se colocar no estado mental adequado ao retomar o trabalho.

Em casa, é possível recriar essas pausas e limites, por exemplo, colocando uma música, adequando a iluminação, conversando com um amigo ou dando uma volta no quarteirão em algum momento do dia. Também ajuda manter um ritual de respiração e alongamento antes de se sentar. “O que for preciso para que você possa delimitar a transição entre trabalho e casa”, diz Aarons-Mele.

2. Gerencie seu ritmo, lugar e espaço

Gerenciar o ritmo de trabalho é encontrar um equilíbrio entre as interações que sobrecarregam ou sugam sua energia e aquelas que a recarregam. Por exemplo, criar espaços de descanso ou de atividades energizantes entre uma reunião e outra.

De acordo com a consultora, a apresentadora Oprah Winfrey faz isso, assim como muitos artistas e CEOs. Outra estratégia é organizar a agenda do dia de modo que intercale tarefas mais interativas com atividades introspectivas.

Gerenciar o lugar, mesmo que sua mesa de trabalho esteja na cozinha, significa fazer com que seu canto pelo menos lembre um escritório. E administrar seu espaço diz respeito a encontrar momentos para ficar sozinho, e isso inclui passar um tempo longe de seus filhos -- algo muito importante para evitar o esgotamento.
 

3. Ajude sua equipe no auto-gerenciamento

Gestores têm um papel extra em ajudar sua equipe a também proteger seu ritmo, lugar e espaço. Isso implica coordenar as reuniões com vídeo. Mesmo remotamente, pessoas extrovertidas e muito falantes tendem a dominar a conversa, o que pode se tornar cansativo para os demais. Para que todos possam ser ouvidos, é importante estruturar as reuniões de modo que cada um tenha seu tempo de falar, e minimizando discussões de ideias aleatórias. Por exemplo, é possível pedir que as pessoas escrevam suas ideias antes mesmo de apresentá-las. Dê preferência a chamadas com áudio, em vez de vídeo.

Pesquisas mostram que as pessoas tendem a se comunicar com mais emoção e sutileza usando apenas o áudio. Para reuniões individuais mais complicadas ou instigadoras, a especialista sugere a comunicação assíncrona. E cita uma ideia do autor Robert Glazer: grave uma mensagem de voz ou vídeo no celular explicando sua perspectiva e a envie. Assim a pessoa pode responder e reagir quando for conveniente.

O trabalho remoto veio para ficar. A consultora dá um último conselho: “Não reprise seus antigos hábitos e a antiga cultura da empresa, crie algo melhor”.

Fonte:https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2020/11/tres-praticas-para-evitar-o-burnout-no-home-office.html




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