CONHEÇA CAROL TEIXEIRA,A TERAPEUTA TÂNTRICA QUE ATENDE CAMILA PITANGA,LEANDRA LEAL E NARCISA TAMBORINDEGUY

 Carol Teixeira

QUEM É CAROL TEIXEIRA?

Carol Teixeira é uma das principais vozes do tantra na atualidade. É escritora e filósofa, dedicada ao estudo da sexualidade há mais de 13 anos. Além de sua bagagem filosófica, Carol é Mestra Tântrica, dedicada integralmente a resgatar indivíduos de suas repressōes emocionais decorrentes das distorçōes da sociedade patriarcal. Tem como missão empoderar corpos e corações para expandir e conectar. Autora de três livros, entre eles o romance Bitch (editora Record), foi colunista de sexo e comportamento da Revista Vip por 8 anos e teve coluna na Marie Claire. Foi palestrante do TEDx com a polêmica palestra “O Empoderamento precisa passar pela vagina”. Integra a filosofia ocidental e oriental numa abordagem contemporânea de transcendência do dualismo corpo e mente através do empoderamento do individuo , da relação destemida com as emoçōes e da proposta de uma ética madura de pessoas donas de si que se desgarram dos valores patriarcais, compreendendo o estado de Tantra em um corpo que se descobre intrumento para transcendência. Criou seu próprio método chamado Heartchakra Tantra e lidera o famoso curso de empoderamento feminino através do tantra, o “I Love My Pussy”, um potente ritual de cura coletiva no qual trabalha o empoderamento através do orgasmo como reza, do resgate do poder vital, da autoconfiança e da ressignificação da mulher com seu corpo. Também conduz retiros e imersões tântricas em meio à natureza para homens e mulheres que queiram ressignificar a relação com o poder de seus corpos como instrumentos para a transcendência e chegar mais perto do encontro de seus propósitos através da compreensão da potência da sutileza e da vulnerabilidade.

Conheça Carol Teixeira, a terapeuta tântrica que atende Camila Pitanga, Leandra Leal e Narcisa Tamborindeguy

Carol Teixeira

Filósofa, terapeuta tântrica, autora de um romance chamado ‘Bitch’ e no comando de uma websérie sobre a sexualidade feminina, Carol Teixeira tem conquistado cariocas célebres e anônimas fazendo-as gozar em alto e bom som. Por isso, decidimos mandar uma reporter da coluna conhecer de perto esse fenômeno.

Quando a jornalista Renata Izaal ouviu falar das vivências comandadas por Carol  primeira vez, desconfiou: "Como é possível que, depois de tanto discurso empoderado, a gente ainda esteja discutindo a importância de uma sexualidade vivida com verdade?", perguntou-se. "A questão é: não importa o quanto uma mulher usufrua das conquistas do feminismo nem o quanto ela se dedique a viver sua sexualidade com liberdade. Todas nós carregamos no corpo as consequências de um modo de vida pensado e organizado pelos homens e para os homens".

Carol Teixeira em curso com Camila Pitanga e Leandra Leal

No curso, ministrado no Rio há duas semanas, havia em torno de 20 mulheres, com idades, classes sociais, profissões e experiências diferentes. Todas dançaram, choraram, gargalharam e gritaram. "Exorcizamos os nossos medos, perdoamos, escrevemos cartas para as nossas mães (em última análise, as grandes “culpadas” por tudo) e nos emocionamos", recorda Renata que, assim como as demais mulheres, viu uma pessoa do grupo atingir o orgasmo repetidas vezes de forma intensa. 

Narcisa Tamborindeguy e Carol Teixeira

Unindo pensadores ocidentais como Georges Bataille ao tantra, Carol Teixeira tem uma websérie no canal da Hysteria, no Youtube, dá cursos no Rio, em São Paulo e onde mais chamarem. Para ela, o trabalho é uma missão. Uma missão que já levou Camila Pitanga, Leandra Leal, Narcisa Tamborindeguy e centenas de anônimas e famosas a participarem de suas vivências. “É impressionante o nível de insatisfação das mulheres. Precisamos de uma reforma sexual urgente”, diz.

A entrevista completa com a terapeuta e o as impressões pessoais de nossa jornalista com o curso, você confere abaixo.

'Precisamos de uma reforma sexual urgente', diz a filósofa Carol Teixeira

Se você é mulher, diga sinceramente a si mesma quantas vezes já gozou de verdade. Um orgasmo tão profundo, um prazer tão imenso, que toma conta do corpo sem que você nada possa fazer para controlá-lo. Não falo do prazer rápido e superficial dos filmes pornô, mas do tipo de êxtase que fez os franceses denominarem a sensação depois de um orgasmo de la petite mort.

Desculpem a minha indiscrição, mas eu gozo assim. Outras mulheres também. E muitas mais querem chegar lá, como pude perceber ao participar do curso I love my pussy (em tradução literal, “Eu amo a minha boc...”), da filósofa e terapeuta tântrica Carol Teixeira, a mulher que defendeu no TEDx que o empoderamento feminino deve passar pela vagina.

Quando ouvi falar das vivências comandadas por ela pela primeira vez, desconfiei. Como é possível que, depois de tanto discurso empoderado, a gente ainda esteja discutindo a importância de uma sexualidade vivida com verdade? Desconfiei tanto que me inscrevi. E quebrei a cara. A questão é: não importa o quanto uma mulher usufrua das conquistas do feminismo nem o quanto ela se dedique a viver sua sexualidade com liberdade. Todas nós carregamos no corpo as consequências de um modo de vida pensado e organizado pelos homens e para os homens.

No curso, ministrado no Rio há duas semanas, éramos em torno de 20 mulheres, com idades, classes sociais, profissões e experiências diferentes. Falamos, ouvimos, dançamos, choramos, gargalhamos e gritamos. Exorcizamos os nossos medos, perdoamos, escrevemos cartas para as nossas mães (em última análise, as grandes “culpadas” por tudo) e nos emocionamos. Aprendemos a olhar, a tocar com sutileza e a massagear. Vimos uma mesma mulher atingir o orgasmo repetidas vezes de forma intensa. Fomos da catarse à fragilidade emocional para recriarmos a ideia de prazer. E, sim —cada uma em sua intimidade e em seu tempo—, todas gozamos. Foi libertador.

Unindo pensadores ocidentais como Georges Bataille ao tantra, a gaúcha de 39 anos tem uma websérie no canal da Hysteria, no Youtube, dá cursos no Rio, em São Paulo e onde mais chamarem. Para ela, o trabalho é uma missão. Uma missão que já levou Camila Pitanga, Leandra Leal, Narcisa Tamborindeguy e centenas de anônimas e famosas a participarem de suas vivências. “É impressionante o nível de insatisfação das mulheres. Precisamos de uma reforma sexual urgente”, diz.

(Por Renata Izaal)

Como uma filósofa foi parar no tantra?

Sempre me apeguei às palavras para explicar o mundo e a mim mesma. Há seis anos, descobri o tantra, e mudei a relação com a minha sexualidade e com o meu corpo. Entendi a importância do sentir. Mas a mudança se deu, há dois anos, quando minha mãe morreu. Diante daquela dor, só me restou sentir. Nenhuma filosofia cabia ali. Resolvi, então, trazer o tantra para o meu trabalho e fazer as pessoas sentirem sem que precisassem passar por uma tragédia. Encontrei um equilíbrio: a base vivencial é tântrica, mas trago noções da filosofia ocidental.

A maioria das pessoas associa o tantra ao sexo. O que ele é?

O tantra vai além das massagens ou do sexo. É uma maneira de se relacionar com o mundo sem a mediação da razão, usando o corpo como transcendência.

Como o “I love my pussy" ajuda a alcançar a transcendência?

O corpo traz cicatrizes internas, dores e traumas. Por isso é necessário driblar a razão para acessá-lo e ressignificar certas coisas. Por exemplo, muitas mulheres têm memórias de abuso que não são óbvias para o senso comum. Um sexo feito sem vontade, especialmente se envolve penetração, ou em que a mulher não se sinta respeitada pode ser compreendido como abuso, e isso virá à tona nos processos catárticos que proponho.

Para muitas mulheres, fingir o orgasmo é algo constante. Como sair dessa?

Fomos criadas para sermos um corpo para o outro, uma sexualidade para o outro e aprendemos que a mulher deve servir. Ao longo da História, a mulher foi alienada do próprio corpo. Para reverter esse estado, precisamos entrar em contato com a nossa sexualidade e nos apropriarmos dela. Temos que compreender a força do nosso feminino, não apenas no mundo das ideias, mas também no corpo. Isso acaba sendo um ato revolucionário, político.

De que maneira é político?

No meu trabalho me interessa mais fazer as mulheres entenderem e sentirem a fonte do poder feminino do que discutir os desdobramentos dela. Mas é inevitável que a libertação que acontece ali tenha consequências e se torne um ato político. Sempre digo a elas que a responsabilidade de cada uma é histórica. Quando uma mulher se liberta, interrompe um processo histórico de repressão. É como se ela dissesse: “Pronto, a partir de mim isso não vai mais acontecer”.

Você costuma dizer que a vagina é um portal. Por quê?

No tantra, chamamos a vagina de yoni, palavra em sânscrito que significa portal sagrado ou templo sagrado. Ensinaram as mulheres a odiarem as suas vaginas, a tirarem as mãos dela e fecharem as pernas. Ensinaram que é feia e suja. Meu trabalho é justamente reverter essa ideia. Quero mostrar que a vagina é uma fonte de poder. Pense em quanta energia a mulher deixa de aproveitar quando nega isso e não sabe como despertar sua potência. É minha missão reverter esse quadro.

Se as mulheres não olham para as próprias vaginas, por que o Brasil é um dos recordistas em cirurgias íntimas?

Isso é um reflexo claro da condição servil em que o patriarcado coloca a mulher. De novo, é ela se considerando um corpo para o outro. Acho isso triste.

No curso, você usou a expressão “ditadura da putaria”. O que é isso?

Esse é o falso empoderamento; é estar enclausurada na jaula da liberdade da mulher contemporânea. Tínhamos que passar por isso, mas agora que já sabemos que podemos tudo, precisamos compreender o que realmente queremos. A mulher tem que entender que ela não precisa querer de tudo na cama. Eu as incentivo a identificar o que elas fazem porque querem e o que é performance para o outro.

A maior parte das suas alunas no Rio se identificou como heterossexual. É sempre assim?

A maioria é hétero e bissexual. Acho que é porque o grande problema está no sexo heterossexual mesmo. É impressionante o nível de insatisfação das mulheres. Precisamos de uma reforma sexual urgente. Eu tento fazer minha parte.

O que os homens precisam saber sobre a sexualidade das mulheres, mas não sabem?

Nossa, tanta coisa! Resumidamente, eu diria que os homens precisam primeiro admitir que sabem muito pouco. Depois, compreender e aceitar que a mulher tem um tempo diferente. No tantra, o tempo seguido no sexo heterossexual é o da mulher. Isso porque, na visão tântrica, ela é um ser conectado com os ritmos cósmicos do Sol, da Lua e da Terra. É um ritmo mais lento, mas que vai levar a um prazer maior para todos.

Fonte:https://blogs.oglobo.globo.com/marina-caruso/post/conheca-carol-teixeira-terapeuta-tantrica-que-atende-camila-pitanga-leandra-leal-e-narcisa-tamborindeguy.html

https://blogs.oglobo.globo.com/marina-caruso/post/precisamos-de-uma-reforma-sexual-urgente-diz-filosofa-carol-teixeira.html

CAROL TEIXEIRA: “MUITAS MULHERES TÊM CLAREZA NO DISCURSO DE EMPODERAMENTO, MAS FINGEM ORGASMO”

A filósofa, terapeuta tântrica, escritora e instrutora de yoga e tantra prepara as malas rumo a Bali para escrever um novo livro. Antes, conversou sobre sexo e empoderamento com HT

Publicado em 29/03/2019 | Por Heloisa Tolipan

*Por Karina Kuperman

Ela é militante do orgasmo feminino, referência em sexualidade e terapia tântrica, filósofa, escritora e instrutora de yoga e tantra. Reunindo tantos predicados, não é à toa que Carol Teixeira incomoda. Falamos aqui, na última semana, sobre a queda de sua conta no Instagram e os protestos que a decisão do aplicativo gerou. A comoção foi tamanha que o site HT procurou Carol para uma conversa ainda mais próxima. “A parte bonita da retirada sem sentido do meu Instagram do ar foi ver tantos protestos contra esse ato, tanto no próprio Instagram com a hashtag #voltacarolteixeira, quanto no apoio da imprensa, as matérias sobre o assunto. É bonito ver que mexeu com uma, mexeu com todas, ver que as pessoas não estão mais aceitando qualquer forma de repressão”, diz.

“Minha missão sempre foi libertar as pessoas, essa é a bandeira que sempre levantei, mas sinto que com o tantra tenho levado isso às últimas consequências. Falar de amor e de uma sexualidade feminina que é livre e não está a serviço do patriarcado mexe nas estruturas que estão muito arraigadas, ainda mais quando essa fala vem de uma mulher. É botar a mão na ferida de uma sociedade que nega o corpo ou o coloca a serviço do sistema”, continua.

Carol Teixeira é instrutora de yoga e tantra (Foto: Divulgação)

Toda repercussão tem motivo (mais do que) justificável. O discurso de Carol fala de empoderamento, relação da mulher com o próprio corpo e por aí vai. “Eu tento fazer a mulher ir além dos discursos do empoderamento e sentir esse empoderamento no corpo, acho que isso é urgente. Porque muitas têm essa clareza no discurso mas entre quatro paredes fingem orgasmo, por exemplo, ou não conseguem sair de um relacionamento abusivo. Nos privaram do contato com nosso corpo na civilização ocidental. No momento em que entramos em contato com o corpo de forma livre estamos indo contra todo um histórico de repressão e violência contra a mulher. É uma responsabilidade histórica: no momento em que você se liberta você está interrompendo um processo, está liberando toda sua linhagem feminina. Se entender como um corpo para si e não para o outro é a maior das resistências”, explicou ela, que já recuperou sua conta nas redes. “Meu Instagram já voltou, felizmente. Não tive resposta direta deles, mas sei que responderam ao ‘O Globo’ alegando um ‘erro’”.

Carol Teixeira (Foto: Luiza Ferraz)

E por que será que o prazer feminino ainda é um tabu? “Porque as pessoas têm medo dele. Talvez, por isso, o prazer feminino tenha sido uma das sensações mais negligenciadas na história. Uma mulher consciente de seu poder – esse poder que vem da apropriação do próprio corpo e da própria sexualidade – é uma usina de energia e de segurança. Por isso, as sociedades vivem batendo cabeça tentando lidar com esse poder do corpo feminino: em algumas com burcas ou mutilação, em outras sociedades, há uma superexposição”, disse.

E Carol sempre se interessou pelo assunto. “Sempre tive um interesse antropológico na sexualidade, até na minha vida pessoal. Quando me formei em Filosofia meu trabalho de conclusão de curso era ‘A sexualidade como afirmação de vida’. Desde lá tive programa de rádio sobre sexo, fui colunista de sexo e comportamento da ‘Vip’ por oito anos, tive blog sobre o assunto, escrevi livro sobre o tema, acabei me tornando também terapeuta tântrica, tenho programa na internet e atualmente assino coluna na ‘Marie Claire’ sobre sexualidade. Ou seja, é o assunto da minha vida. Sempre digo que sexualidade é muito mais que sexualidade. Se apropriar do corpo e da própria energia sexual afeta todas as áreas da vida de uma pessoa”.

Carol Teixeira (Foto: Divulgação)

Com tanta propriedade para falar do assunto, que conselho Carol daria para uma mulher que ainda não é tão bem resolvida sexualmente?  “Eu diria para ela vir para minha imersão chamada ‘I love my pussy’, que eu vou mudar a vida dela. Mas posso dar uma dica muito simples para começar esse processo: olhe para a própria vagina da forma como um tântrico olha, considerando um portal sagrado, fonte de vida e de poder. Yoni (vagina em sânscrito) significa ‘templo sagrado’. Nós aprendemos que nossa vagina é tudo, menos algo sagrado. Então, o primeiro passo é honrar seu corpo a partir desse centro de poder, ressignificar esse olhar. A partir daí, se masturbar com essa consciência de respeito pelo próprio corpo, de que ela merece esse prazer e de que a aceitação desse prazer/poder vai potencializar todas as áreas da vida”, ensinou ela, que aproveitou para explicar detalhadamente o tantra.

“É uma filosofia matriarcal e sensorial que considera o corpo um instrumento para a transcendência. Tantra é a descoberta da essência de amor que todos temos quando aceitamos o estado de vulnerabilidade, quando nos desfazemos das couraças e traumas que travam nossa energia e nossa vida. Quando você acessa esse estado de liberdade no corpo, quando você reconhece e autoriza essa energia, ela impulsiona todas as áreas da sua vida. Sua relação com você mesmo, com o outro e com a natureza muda completamente. Tantra é muito mais do que sexo, é uma forma de se relacionar com o mundo”.

Carol Teixeira (Foto: Divulgação)

Em tempo: depois de ‘Bitch’, vem aí um novo livro de Carol. “Quero finalizar meu novo livro, vou passar todo o mês de agosto em Bali, na Indonésia, sozinha para escrever e ficar bem calma, praticando yoga, focando um pouco em mim e no meu autoconhecimento. Vou abordar bem o tema da sexualidade e do tantra, contar um pouco da minha trajetória profissional, intelectual e pessoal para chegar na filosofia que defendo”. Além disso, ela já tem cursos agendados fora do país. “Tenho o ‘I love my pussy’ em junho em Miami, cursos tântricos em Portugal em setembro e uma longa imersão tântrica na Índia em novembro”.

A escritora Carol Teixeira (Foto: Reprodução/Instagram)

A escritora Carol Teixeira (Foto: Reprodução/Instagram)

Carol Teixeira: "O orgasmo é uma reza"

Em sua estreia como colunista de Marie Claire, a escritora e terapeuta tântrica Carol Teixeira fala da sua relação com o sagrado até conhecer o Tantra, filosofia que dissemina em seus cursos

Há pouco tempo, no momento de partilha ao final de um longo retiro tântrico que conduzi, ouvi de um dos participantes: “Eu era ateu. Agora eu não sei para quem tenho que rezar, mas sei que tenho que rezar para alguém”. Frase bonita, profunda, que me me fez pensar na minha própria relação com o sagrado.

Crescendo na civilização ocidental, o Deus que conheci na infância era o do cristianismo. E eu não me identificava com ele, então sempre falava que não sabia rezar. Mas, olhando em retrospecto, lembro de momentos profundos de conexão com o intangível que eu vivia quando lia um livro que me tocava muito ou quando escrevia. Não conseguia colocar no terreno da linguagem, não conseguia explicar, mas entrava em contato com algo que me comovia, que me fazia sentir a conexão de tudo com tudo, que me lançava em contato com algo que era validado apenas pelo meu sentir. Naquele momento eu pensava, tentando encaixar nas categorias do meu conhecimento: o que é isso? Será a presença do meu pai que morreu? Será Deus? Só mais tarde fui entender que minha primeira relação com o infinito, o uno, o divino (ou seja lá como você quer chamar isso) se deu assim, através da escrita. A arte foi minha primeira reza. Me tornei escritora para seguir acessando esse estado, para me sentir canal.

Mais tarde na vida, lidei com uma forma mais dolorida de me conectar com toda essa metafísica: a morte. Fiquei dois meses me despedindo da pessoa que mais amava, minha mãe. Ela teve um câncer fatal e cada dia que passava era um dia de despedida. Surgia o pensamento constante: despedida para onde, para onde ela ia? O mesmo que surgiu quando vi seu corpo morto: o que era aquilo que estava ali dentro e não está mais, deixando o corpo um mero receptáculo de nada? A alma? O que é alma? Entendendo ou não, eu estava lidando de novo com esse infinito, sentindo a incompreensão em cada pelo do meu corpo arrepiado de dor e incompreensão, tendo minha visão antropocêntrica, racional e cartesiana pisoteada pela natureza e suas leis incompreensíveis. Baixar a cabeça e aceitar apenas sentir foi talvez meu maior contato com o sagrado.

Então conheci o Tantra, essa filosofia comportamental, matriarcal e sensorial que hoje ensino. Ela considera o corpo um instrumento para a transcendência - logo o corpo, tão desconsiderado pela moral socrático-platônico-cristã. Um caminho para entrar em contato com o uno. Nossa energia sexual/vital/criativa tem papel essencial nesse processo de conexão. Logo, o orgasmo sentido nesse estado de presença total seria o ápice dessa ativação. É autorizando essa energia que nos percebemos canal. Lembro do Georges Bataille (pensador francês que eu adoro, que era tântrico e não sabia ) falando que o orgasmo é 'um momento de descontinuidade', um instante em que o ego é dissolvido e você flerta com o incorpóreo, com o sagrado. Por isso os franceses chamam orgasmo de petit mort (pequena morte). Você perde o controle, sua racionalidade se perde, sua energia é tão potencializada que você transborda, entra num estado alterado de consciência, se tornando um canal muito poderoso de conexão com esse infinito.

Por isso que sempre digo: o orgasmo é uma reza. Quando você entende isso, toda sua relação com seu corpo muda, sua relação com seu prazer muda, sua relação com a natureza é potencializada. O Tantra foi o que faltava para eu entender que é tudo feito do mesmo material: o que sinto quando leio ou escrevo um livro, o que senti diante da morte, o arrepio que surge quando vejo uma lua nascendo no mar ou um lindo pôr do sol, o poder de cura que brota em mim quando conduzo minhas vivências tântricas, os orgasmos poderosos que tenho depois que comecei a autorizar toda minha energia vital. É a poesia incompreensível da natureza, é o sagrado se manifestando em toda sua plenitude, eu me conectando com esse algo que não precisa ter nome para que eu me permita sentir.

Sim, temos que rezar para alguém. E que a primeira reza seja sempre para nós mesmas, honrando esse corpo que temos, reverenciando o canal de amor que somos, interrompendo o processo de toda uma história que nos alienou do corpo. Esse corpo é lindo, esse corpo é sagrado, esse corpo é seu.

Fonte:https://revistamarieclaire.globo.com/Blogs/carol-teixeira/noticia/2019/03/carol-teixeira-o-orgasmo-e-uma-reza.html

“É impossível ter uma relação saudável com o feminino se isto não começar pelo relacionamento com a mãe”, afirma Carol Teixeira

Por:  Hebert Neri



Foto: Alle Manzano / MF Press Global

Ao se tornar mãe uma vida se transforma para sempre, mas não apenas a vida daquela mulher, como também de seus filhos. Inegavelmente a relação mais importante para a constituição do ser humano é a relação entre mãe e filho, e apesar de ser uma relação idealizada desde a antiguidade como sagrada, em geral, não é fácil ser mãe nem ser filho.

A terapeuta tântrica e filósofa Carol Teixeira fala sobre a importância do relacionamento com a mãe e de como isto afeta a cada mulher em suas vidas e na expressão de sua feminilidade: “não tem como a gente falar de feminino sem falar da mãe. A primeira relação que temos com feminino é a mãe, então uma relação com a nossa mãe que não está saudável afeta a forma como nos relacionamos com o feminino”.

Para além de toda idealização de um convívio perfeito, Carol Teixeira mostra que é preciso resolver pendências no relacionamento com a mãe para conseguir se relacionar consigo mesma e com o feminino: “uma relação bem desenvolvida com nossas mães não significa necessariamente amar a mãe e achar que ela é perfeita, que tudo está maravilhoso. Mas dada a importância e significado desse relacionamento com a mãe, é preciso resolver os possíveis conflitos que estão atrapalhando a ambas”.

Carol Teixeira é criadora do ‘I Love My Pussy’, que trabalha o empoderamento através do resgate do feminino, da autoconfiança e da ressignificação da relação da mulher com seu corpo: “uma das dinâmicas que eu realizo nos meus cursos é de escrever uma carta para a mãe e falar ali tudo que precisa ser dito, até mesmos coisas que talvez nunca tenham sido colocadas pra fora. Então elas escrevem de um lado da folha esse desabafo e do outro lado a possível resposta da mãe e também aquilo que elas gostariam de ouvir das suas mães. Esse exercício as aproxima de suas mães, cria empatia e no fim das contas, embora não seja o objetivo, muitas acabam entregando essas cartas para as mães e criando uma via de diálogo que talvez elas nunca tenham tido antes, de forma tão aberta. Várias mulheres ressignificaram seu relacionamento com as mães com isso e é muito emocionante. Isso torna a relação com o feminino mais fluida na própria pessoa e abre caminho para a autodescoberta e ressignificação”.

Fonte:https://surgiu.com.br/2019/05/13/e-impossivel-ter-uma-relacao-saudavel-com-o-feminino-se-isto-nao-comecar-pelo-relacionamento-com-a-mae-afirma-carol-teixeira/


Carol Teixeira  (Foto: Luiza Ferraz )

Carol Teixeira (Foto: Luiza Ferraz )

Saiba como impulsionar sua criatividade e energia vital através do tantra

As dicas são fruto de uma parceria da Hysteria com a apresentadora e terapeuta tântrica Carol Teixeira

Atenta à novidade #girlpower! A plataforma Hysteria, responsável por vários conteúdos feministas, acaba de lançar a websérie "Tântrika", abordando temáticas como empoderamento, corpo e prazer. 

A série, que conta com 12 episódios de cinco minutos, tem apresentação da filósofa e terapeuta tântrica Carol Teixeira, e propõem reflexões sobre a visão tântrica em relação ao empoderamento e a sexualidade feminina. Aqui a terapeutra entrega algumas dicas, contextualizadas na série, que garantem impulsionar sua criatividade e energia vital através do tantra: 

1. Escute sua energia 
Durante a masturbação, comece a sentir o trajeto de sua energia sexual. Se pergunte: Ela fica concentrada apenas como um calor na área genital? Ela sobe até seu plexo solar? Quando você goza sente aquela expansão no seu peito, um boost no seu amor próprio ou você só se sente cansada, como se uma energia tivesse escorrido para fora de você? No tantra, o objetivo é levar a energia sexual/criativa (Kundalini) do chakra básico, localizado na região genital, até o topo da cabeça, mas o primeiro passo é você entender como está essa sua energia para depois se apropriar dela e poder conduzi-la. Tudo começa com a escuta do seu corpo. A história te alienou a ele, mas cabe a você tomar esse poder de volta.

2. Coloque uma intenção no orgasmo
Tendo percebido sua energia, quando estiver quase gozando coloque uma intenção, objetivos bem definidos, como a realização de um projeto, um sonho ou algo mais subjetivo como se livrar de alguma emoção indesejada ou atrair algo para seu campo vibracional. Mentalize essa intenção durante a explosão orgástica. O pensador Georges Bataille afirma que o orgasmo é um momento de descontinuidade, no qual temos nosso ego dissolvido e flertamos com o incorpóreo, com o sagrado, com o uno. Não à toa os franceses chamam o orgasmo de petit mort, ou seja, uma pequena morte. É um momento ótimo pra você atrair para si o que deseja, usando essa conexão com o cosmos que é seu orgasmo para potencializar suas intenções. Se você estiver menstruada há mais potência ainda. Lembre do poder do sangue na magia de qualquer ritual.

3. Guarde o seu orgasmo
Método indicado para épocas com grande necessidade de poder criativo, guardar o orgasmo faz com que ao invés de deixá-lo, a energia fique circulando dentro do corpo e dando uma carga extra de criatividade. Caso não esteja acostumada com isso, o ideal é alternar: um orgasmo sim e outro não durante masturbações e relações sexuais - para não gerar muita ansiedade e potencializar sua energia criativa.

Fonte:https://revistaglamour.globo.com/Lifestyle/noticia/2019/01/saiba-como-impulsionar-sua-criatividade-e-energia-vital-atraves-do-tantra.html

Dia do Orgasmo: Carol Teixeira fala sobre a importância do orgasmo no empoderamento feminino

Foto: Assessoria

UM NOVO OLHAR PARA O PRAZER

Tpm 

Carol Teixeira: ”É urgente tomar posse do próprio corpo e ir contra toda a alienação do nosso poder feminino”

BUSCOFEM 13.08.2019

Se você vier me contar um problema, é bem provável que eu te prescreva uma única solução: goze. Acho o orgasmo uma das coisas mais subestimadas da humanidade. No Ocidente, o relegaram a um acontecimento obsceno, quando na verdade ele pode ser fonte de cura e transcendência. Um dos meus pensadores preferidos, Georges Bataille, escreveu que o orgasmo é um momento precioso de descontinuidade do ser: nele, o ego é dissolvido e a pessoa se vê nesse estado de descontinuidade, de conexão com o incorpóreo, com o sagrado. Não à toa, os franceses chamam o orgasmo de petit mort (pequena morte).

Sempre que tenho algum desconforto, busco uma cura no estado orgástico. Para cada fase do meu ciclo menstrual, por exemplo, tento usá-lo de forma a contribuir para aquele momento.

Na TPM, sei que preciso de orgasmos fortes e potentes para distensionar meu corpo e produzir hormônios que sejam um verdadeiro antídoto contra a sensibilidade, o desconforto e a irritação. Então, tento fazer com que minha energia sexual adquira sua potência máxima – que me traz mais bem-estar, alegria e vitalidade.

Quando menstruo não fico muito sexual, mas bem introspectiva, então respeito esse momento do meu corpo e só toco nele com muito cuidado, buscando uma sensação de aconchego, afeto. Massageio minha barriga com óleo de gergelim quente e algumas gotas de óleo essencial de lavanda. O orgasmo nessa fase precisa ser leve.

No período fértil, meu corpo está com a energia máxima, aberto para a troca. Então, busco orgasmos fortes no sexo. Se estou sozinha, uso o orgasmo nessa fase como uma reza, ciente de que, estando no ápice da minha energia, meu corpo funciona como um canal de conexão. Também aproveito esse momento de descontinuidade para mentalizar o que quero para a minha vida e o meu corpo.

Na minha visão tântrica – e na minha experiência –, pensar o orgasmo dessa forma faz todo sentido. Considero esse novo olhar urgente para um empoderamento que vem de dentro para fora, que brota da posse do próprio corpo e vai contra a repressão e a alienação do nosso centro de poder feminino. De um corpo que se entende para si, e não para o outro. E que sabe usar toda sua potência a seu favor.

 

*Por Carol Teixeira, filósofa, escritora e terapeuta tântrica. 

Fonte: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/um-novo-olhar-para-o-prazer-carol-teixeira-buscofem

SEXO TÂNTRICO NÃO É SÓ PARA OS INICIADOS: VEJA DICAS

Muita gente associa sexo tântrico a maratonas intermináveis. Algo só para iniciados, que leva horas e não caberia de jeito nenhum na rotina corrida nossa de todo dia. Mas não é bem assim. Apesar de a pressa não ter lugar nesse tipo de relação, o que a caracteriza mesmo é a busca por aumentar a conexão e a intimidade entre o casal.

– A base do sexo tântrico é o tantra, uma maneira de se relacionar com o mundo. No tantra o corpo é sagrado, é um instrumento para transcendência. Para chegar ao sexo tântrico, é preciso se conectar pelo olhar, pelo cheiro, pela sensibilidade – explica a escritora Carol Teixeira, que escreve sobre sexo há mais de 10 anos e, depois de passar pela capacitação para terapeutas tântricos, agora ministra cursos e palestras sobre o assunto.
A diferença, em resumo, está no durante. Tanto que, como destaca a terapeuta tântrica Lua Menezes, é preciso ficar claro logo de início que o sexo tântrico não segue uma receita simples que termina sempre em orgasmo:

– É importante tirar um pouco o foco do orgasmo e focar na experiência como um todo, capaz de libertar de muitos tabus e traumas. O Tantra é uma grande viagem sensorial, uma viagem de autoconhecimento, a pessoa acaba descobrindo sensações que ela nunca imaginou, e sentindo prazeres até então desconhecidos. O orgasmo não é o objetivo, mas a consequência.
Mesmo assim, há uma justificativa para os orgasmos poderosos alardeados pelos adeptos da prática.

– No sexo ocidental, prestamos muita atenção à performance e a coisas desnecessárias, como beleza, medo de ejaculação precoce, medo de não agradar. Tudo isso desvia nossa atenção e impede que a gente acesse o corpo em sua totalidade. No sexo tântrico, isso não acontece. Você está presente em todos os momentos do ato – diz a terapeuta tântrica Paula Fernanda.
E aí, ficou curiosa? Então, confira as dicas para experimentar o sexo tântrico.

NA PRÁTICA
Confira o passo a passo do sexo tântrico:

RESPIRE EM SINTONIA
Esta é a chave para maioria das técnicas de meditação: ajuda a silenciar a mente e a expandir a sensibilidade do corpo. E também para o sexo tântrico. Respirar junto durante o ato sexual faz com que o casal se sinta ainda mais ligado e íntimo, além de ampliar a capacidade física de sentir, destaca Lua Menezes.

MEXA SEU CORPO
Paula Fernanda afirma que muitas pessoas ficam congeladas durante o sexo, censurando os movimentos corporais. E, quanto menos você se mexe, menos o corpo sente.
_ Quando o movimento parte da área pélvica, o corpo todo se conecta com as genitais e com o prazer. Por isso, solte o seu corpo e sinta a energia que vem do momento e do corpo do seu parceiro ou parceira.

FALE E ESCUTE
O som é uma das formas de explorar o potencial do prazer porque, explica Paula, acalma o coração e as ondas cerebrais e ativa a energia sexual. Mesmo que timidamente no começo, não tenha medo de colocar para fora o que está sentindo.

EXPLORE O CORPO INTEIRO
Livre-se daquele conhecimento prévio de que determinados lugares são os mais importantes na hora de dar e receber prazer:
– Não existem zonas erógenas, o corpo inteiro é erógeno. É muito limitante ficar sempre estimulando os mesmo lugares – afirma Lua.
Paula propõe um exercício para o casal, chamado de meditação da carícia. Primeiro, um toca suavemente o corpo inteiro do parceiro, e quem recebe mantém o foco nas sensações. Depois, é a vez do outro.
– Isso ajuda a se conectar com o aqui e agora e a aprender que o corpo todo merece e sabe receber atenção e amor – afirma.

OLHOS NOS OLHOS
As terapeutas afirmam que olhar nos olhos de seu par é umas das formas mais potentes de se conectar. Carol Teixeira sugere outro exercício:
– Experimente olhar nos olhos do outro por 10 minutos antes do sexo. Sentem-se frente a frente e simplesmente fiquem se olhando nos olhos. Isso acessa um lugar profundo, acessa a vulnerabilidade do outro.

NÃO TENHA PRESSA
Lembre-se que no tantra você não tem um objetivo definido.
– É tudo tão profundo e prazeroso que o orgasmo deixa de ser o principal. Tire o foco da penetração como se tudo que viesse antes fosse apenas um preâmbulo menos importante – explica Carol.
Sem aquela ansiedade pelo final do sexo, você fica disponível para explorar a relação.
– Curta o corpo, se dê tempo, pelo menos umas duas horas de carícias, fale o que você gosta e quer sem esperar que o outro adivinhe – sugere Paula.
Sobre o tempo: não precisa durar hooooras, mas reserve pelo menos uma a duas.

CONHEÇA VOCÊ MESMA
Quanto mais você conhecer o seu corpo e souber do que gosta, mais chances vai ter de sentir prazer com um parceiro ou uma parceira.
– A masturbação consciente é um exercício importante para despertar essa consciência. Quando a gente aprende a se tocar de formas diferentes e mantém a atenção ao que nosso próprio toque nos causa, mais aprendemos sobre nós mesmas e mais temos a compartilhar – afirma Paula.

Fonte: http://revistadonna.clicrbs.com.br/saude/descubra-por-que-o-sexo-tantrico-nao-e-so-para-os-iniciados/

 

Comentários