MODA CIRCULAR: 4 PASSOS PARA VOCÊ FAZER PARTE DESTE MOVIMENTO

 O recommerce Gringa revende bolsas e carteiras de luxo em perfeito estado (Foto: Reprodução Instagram)

O recommerce Gringa revende bolsas e carteiras de luxo em perfeito estado (Foto: Reprodução Instagram @shop.gringa)

Moda circular: 4 passos para você fazer parte deste movimento

Parte da economia circular, o conceito busca estender a vida útil das peças e diminuir o impacto ambiental da moda

Faz quatro meses que a rotina de todo mundo mudou drasticamente. Independentemente do tempo que você passou ou ainda está passando de quarentena, com certeza foi o suficiente para analisar a quantidade de coisas que você acumula dentro de casa e, também, o tanto de lixo que produz diariamente (mais alguém aí chocada com o quão rápido enche a lixeira?).

Essa linha de comprar - usar - jogar fora é observada em muitos setores da nossa vida, a moda é um deles e o modelo fast fashion de consumo tem certa culpa no cartório. O conceito de moda circular surge para quebrar esse comportamento linear e tranformá-lo, cada vez mais, em um círculo, como o nome já anuncia. A pergunta é: como?

Segundo o glossário internacional de moda sustentável da Condé Nast, o design circular se baseia em três princípios: 1. minimizar o desperdício e a poluição; 2. permanecer em uso pelo maior tempo possível; e 3. permitir a regeneração de seus materiais em novos fluxos de recursos, 'fechando o ciclo' na indústria da moda. Reutilizar, reciclar e regenerar os produtos, com a intenção de chegar o mais próximo do lixo zero.

E por que isso é importante? É simples: ao descartar uma roupa que você não usa mais, ela possivelmente vai parar em um aterro sanitário onde será incinerada, como lixo, e essa queima por si só é responsável por uma enorme emissão de gases poluentes na atmosfera. Algumas empresas, inclusive, descartam sobras de tecidos e até roupas que não venderam de coleções passadas! O absurdo é tamanho que alguns países tomaram medidas significativas para impedir esta prática: França criou uma lei que proíbe a destruição de roupas não-vendidas por marcas e, na Dinamarca, as labels que quiserem participar da Copenhagen Fashion Week também terão que comprovar que não fazem uso dessa "solução" em seus acervos.

A Brocki Vintage Thrift Store é uma vintage shop que parece que saiu do Pinterest! (Foto: Reprodução Instagram @brockivintage)

A Brocki Vintage Thrift Store é uma vintage shop que parece que saiu do Pinterest! (Foto: Reprodução Instagram @brockivintage)

Qual a sua parte nisso? Você, quando compra uma roupa e descarta com rapidez, está incentivando uma indústria de produção desenfreada e a poluição que ela gera, afinal, não é só descarte que causa impacto ambiental negativo. Os processos de produção como: lavagem com produtos químicos e todo o uso de energia não renovável de fabricação também entram para conta, dentre muitas outras variáveis.

Pronta para mudar os hábitos e fazer parte da moda circular? Então anote tudo o que você pode fazer para entrar neste ciclo do bem, começando hoje:

1.  COMPRE ROUPAS DE SEGUNDA-MÃO

Second hand is the new black e podemos provar: o mercado de revenda cresce 24x mais rápido do que o da venda tradicional e promete desbancar a fast fashion até 2029, segundo uma pesquisa da marca de thrift shop americana ThredUp. Reutilizar é o passo mais simples para adentrar nesse sistema. Está em dúvida sobre o estado que o look vai chegar até você? Fiorella Mattheis, atriz e agora CEO do e-commerce de revenda Gringa contou em entrevista que, antes da venda, todos os produtos da sua plataforma passam por um processo de autentificação, limpeza e restauração (se necessário) e chegam às clientes como se fossem novinhos em folha. Vintage shops de 2020 fazem assim!

2. VENDA SUAS ROUPAS PARA BRECHÓS

Sim, bb! Além de tudo ainda dá para lucrar. Ao colocar a sua peça à venda em um brechó, você incentiva a economia deste tipo de negócio e a rede cresce. "Peça parada no armário perde o valor" relembra Fiorella. Olha só que bom negócio!

O Estúdio Mamilo tem uma curadoria impecável de peças second hand (Foto: Reprodução Instagram @estudiomamilo)

O Estúdio Mamilo tem uma curadoria impecável de peças second hand (Foto: Reprodução Instagram @estudiomamilo)

3. AO COMPRAR DE UMA MARCA, CERTIFIQUE-SE DE QUE ELA PROMOVE AÇÕES SUSTENTÁVEIS

A moda circular não quer que você nunca mais compre uma roupa nova. Mas sim que você consuma com consciência. Já existem labels que se preocupam em aproveitar sobras de coleções passadas para se renovar e têm parcerias com empresas terceiras que compensam o impacto ambiental que a sua produção causa. A Gucci anunciou recentemente a sua primeira coleção de moda circular, a Gucci Circular Lines. Que tal pesquisar e dar prioridade para iniciativas como essas? É uma escolha entre investir seu dinheiro em labels que se preocupam com o planeta ou não.

4. PROMOVA O UPCYCLING

Upcycling é o nome bonito para ressiginifcar uma peça que estragou ou está parada por algum motivo. Costure, costumize, conserte antes de pensar em substituir por um produto novo. Se você não tem talentos manuais para isso, tem muita gente que tem e pode ajudar a restaurar uma peça, seja para você voltar a usá-la, seja para você recolocá-la no mercado. Entendeu o 'circular'?

Abaixo, confira a nossa live com a Fiorella Matheis, fundadora da Gringa, sobre o assunto:

Fonte:https://revistaglamour.globo.com/Moda/noticia/2020/07/moda-circular-4-passos-para-voce-fazer-parte-deste-movimento.html

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