OMS PREVÊ QUE PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS SERÁ 'MUITO LONGA',E QUE TALVEZ NUNCA EXISTA UMA "SOLUÇÃO MILAGROSA"
Funcionário de uma organização de assistência coleta amostra de uma mulher em um centro de
testagem para a COVID-19 recém-montado em Dortmund, Alemanha, 1º de agosto de 2020
OMS prevê que pandemia do novo coronavírus será 'muito longa'
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
alertou, neste sábado (1-08-2-20), que a pandemia do novo coronavírus será
provavelmente "muito longa", seis meses depois de declarar a
emergência internacional.
O comitê de emergência da OMS, que se reúne pela quarta vez
desde a sexta-feira, "destacou que espera que a duração da pandemia de
COVID-19 será certamente muito longa", informou a organização em um
comunicado.
A OMS também alertou para "o perigo de que se afrouxe a
resposta em um contexto de pressões socioeconômicas".
"O comitê de emergência continua avaliando como muito
elevado o nível de perigo global [provocado] pela COVID-19", informou a
entidade no comunicado.
"O comitê destacou que espera que a duração da pandemia de
COVID-19 será certamente muito longa e tomou nota da importância de se manter a
resposta e os esforços das comunidades nacionais, regionais e globais",
acrescentou.
A pandemia provocou a morte de pelo menos 680.000 pessoas no
mundo e infectou mais de 17,6 milhões, segundo contagem feita pela AFP com base
em fontes oficiais.
Além disso, o comitê pediu à OMS que apoie os países no desenvolvimento
de tratamentos e vacinas e também defendeu que haja maior transparência
"na forma como se transmite o vírus, após as potenciais mutações, a
imunidade e como se proteger".
O comitê, formado por 18 membros e 12 assessores, ratificou por
unanimidade, como era previsto, que o vírus continua representando uma urgência
sanitária internacional.
A OMS foi muito criticada por demorar em decretar o estado de
urgência depois de o coronavírus ter sido registrado pela primeira vez na
China.
Os Estados Unidos, que acusaram a organização de ser um
"fantoche" manipulado pela China, iniciou em julho sua retirada da
organização.
Está previsto que o comitê de emergência volte a se reunir em
três meses.
OMS prevê pandemia longa, que soma quase 200.000 mortos na América Latina
Por Robin Millard com María Isabel Sánchez em Paris e escritórios da AFP no
mundo
A pandemia do novo coronavírus será provavelmente "muito longa", advertiu neste sábado (1) a Organização Mundial da Saúde (OMS), em meio a uma intensa corrida em busca de uma vacina contra o vírus que castiga com força a América Latina, perto dos 200.000 mortos.
Seis meses depois de declarar a emergência internacional, a OMS destacou que se "continua avaliando em muito elevado o nível de perigo global pela COVID-19".
"A duração da pandemia da COVID-19 será certamente muito longa", advertiu o comitê de emergência da OMS, que se reúne desde a sexta-feira em Genebra.
O novo coronavírus matou mais de 680.000 pessoas no mundo e infectou mais de 17,6 milhões, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
A América Latina e o Caribe compõem a região com o maior número de casos de COVID-19 no mundo, com 4,8 milhões de contágios e mais de 197.000 mortes.
Os Estados Unidos são o país mais castigado pela pandemia do mundo, com mais de 153.000 falecidos e 4,5 milhões de casos.
O Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro acaba de se curar da COVID-19, beira os 92.500 óbitos e supera os 2,6 milhões de casos, é o segundo país mais afetado.
E o México tornou-se o terceiro, com 46.688 mortos (424.637 casos), superando o Reino Unido (46.100 mortos e 303.181 casos).
- O perigo de "afrouxar" medidas -
Enquanto a América Latina, os Estados Unidos, a Europa e outras regiões do mundo sofrem com recessões econômicas históricas, a OMS advertiu sobre "o risco de que se afrouxe a resposta em um contexto de pressões socieconômicas".
A fronteira dos Estados Unidos está fechada a viagens não essenciais desde 21 de março e permanecerá assim até 20 de agosto.
Medidas que também se aplicam a outros países, como o Canadá, que anunciou nova prorrogação no fechamento de suas fronteiras, exceto para os americanos, até 31 de agosto.
Em uma tentativa de frear a propagação da doença, a Bolívia decidiu estender uma quarentena flexível até 31 de agosto, o que implica em que suas fronteiras terrestres e aéreas permanecerão fechadas.
A Argentina também freou a flexibilização das medidas de confinamento por menos duas semanas devido ao aumento de contágios.
Em um momento em que a Guatemala está mergulhada na reabertura progressiva das atividades restritas há quatro meses, o país superou neste sábado os 50.000 contágios de COVID-19 e soma quase 2.000 mortos.
O vírus não se deteve em parte alguma. Na Noruega, pelo menos 36 membros da tripulação confinados em um navio da companhia norueguesa Hurtigruten, especializada em cruzeiros, testaram positivo para o novo coronavírus, anunciaram no sábado autoridades de Tromsø, cidade norueguesa onde a embarcação atracou.
No leste da Ásia, países que tinham controlado a epidemia também atravessam novos surtos preocupantes. A região japonesa de Okinawa declarou estado de emergência após constatar uma "propagação explosiva" da COVID-19 e Hong Kong abriu um hospital provisório, pois desde julho os casos na antiga colônia britânica têm aumentado.
Mas enquanto alguns governos estão retomando as restrições diante do temor de uma segunda onda, muitos resistem e protestam, alguns pelo impacto econômico e outros por considerar que restringem suas liberdades.
"Somos a segunda onda", "Resistência", diziam algumas das cerca de 20.000 pessoas que protestaram neste sábado em Berlim contra as medidas de prevenção. Para eles, o novo coronavírus é "uma grande teoria da conspiração".
- A batalha pela vacina -
Em plena busca por uma resposta para a pandemia, várias empresas chinesas lideram a corrida para desenvolver um imunizante para a doença e a Rússia fixou setembro como data-limite para lançar sua própria vacina.
Mas o especialista americano em doenças infecciosas, Anthony Fauci, disse ser pouco provável que seu país use alguma vacina desenvolvida por um destes países, onde os sistemas reguladores são menos transparentes do que no Ocidente.
"As afirmações de que têm uma vacina pronta para distribuir antes de fazer os testes são, no mínimo, problemáticas", disse na sexta-feira.
Como parte de seu projeto, "Operation Warp Speed", o governo americano pagará aos laboratórios Sanofi e GSK até 2,1 bilhões de dólares para desenvolver uma vacina contra a COVID-19, disseram as farmacêuticas.
Um dos países que participará dos testes em larga escala (a terceira e última fase de testes do imunizante) da Sanofi é o México.
Fonte:https://br.noticias.yahoo.com/oms-prev%C3%AA-pandemia-longa-soma-200-000-mortos-210315475.html
Coleta de amostras para analisar a COVID-19 em um centro de saúde de Barcelona, 3 de agosto de 2020
OMS adverte que pode não haver solução para COVID-19, que castiga
América Latina
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
advertiu nesta segunda-feira (3) que talvez nunca exista uma "solução
milagrosa" contra a pandemia de COVID-19, no momento em que a América
Latina e o Caribe superam a marca de 5 milhões de casos e o Peru, um dos países
mais afetados da região, sofre com um novo surto.
A propagação do novo coronavírus, responsável por 691.000 mortes
e 18,1 milhões de casos no mundo, segundo um balanço da AFP baseado em dados
oficiais, ganha velocidade, seis meses depois de a OMS declarar emergência
mundial.
"Não há solução milagrosa e talvez nunca exista",
indicou o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que lembrou que,
apesar da "esperança" gerada pelos testes clínicos, isto não
significa, "necessariamente, que teremos uma vacina eficaz".
Os números de contágios e óbitos seguem crescendo. Na América
Latina e no Caribe, os casos superam os 5 milhões, com mais de 220.000 óbitos.
-
Surto no Peru -
O Peru enfrenta um surto com um incremento de contágios e mortes
significativo, um mês depois de iniciar a fase de suspensão gradual do
confinamento para reativar a economia.
Cateriano pediu aos 33 milhões de peruanos que respeitem as
medidas básicas de segurança, no momento em que o Peru se aproxima dos 430 mil
infectados e 20 mil mortos pela pandemia.
Desde que o governo autorizou o a flexibilização do
confinamento, em 1º de julho, em 17 das 25 regiões do país e liberou o
transporte nacional aéreo e terrestre, o número de infectados quase dobrou,
passando de 3,3 mil a 6,3 mil, segundo cifras oficiais.
A situação também é complicada para os povos indígenas do
Brasil, país líder na América Latina em contaminações e mortes em números
absolutos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira um
julgamento-chave para proteger os indígenas do novo coronavírus, que continua
avançando nas aldeias, em meio a denúncias de omissão pelo governo de Jair
Bolsonaro.
Mais de 600 indígenas morreram e ao menos 21.000 foram
diagnosticados com COVID-19, de acordo com dados da Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (APIB), que denuncia um "genocídio" dos povos
originários pela "omissão do governo".
- Oásis -
Na América Central, o vírus também faz estragos. A Guatemala,
por exemplo, superou nesta segunda-feira a marca de 2.000 óbitos, após uma
semana de reabertura progressiva. Mesmo se o número de contaminações e mortos
não diminuir, a reabertura da atividade econômica no país será mantida.
Já a Costa Rica, que sofre com uma forte propagação do vírus,
anunciou a suspensão de todas as atividades com potencial de aglomeração em
massa até o fim de 2020, o que inclui as tradicionais comemorações de fim de
ano e a Maratona de San José.
A Argentina, que superou os 200.000 casos e se aproxima de 4.000
óbitos pela COVID-19, proibiu as reuniões sociais a partir desta segunda-feira
em todo o país. Também foi suspensa a flexibilização parcial do confinamento
que estava prevista para entrar em vigor nesta segunda-feira na região metropolitana
de Buenos Aires, diante do aumento do número de contágios e do temor de
saturação da capacidade hospitalar.
E, como um oásis no meio do deserto, o Uruguai, que já retomou grande parte de suas atividades, incluindo as aulas presenciais, também reabriu nesta segunda-feira teatros, cinemas e museus, fechados há cinco meses.
O pequeno país, de 3,4 milhões de habitantes, teve sucesso no
controle da pandemia sem a imposição de uma quarentena obrigatória,
registrando, até o momento, cerca de 1.300 casos e 36 óbitos por COVID-19.
-
'Propagação extraordinária' -
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump, furioso com o que
considera uma cobertura midiática negativa de sua gestão da pandemia, criticou
sua assessora na Casa Branca, Deborah Birx, "por ceder à pressão" e
afirmar que "o vírus se propagou de forma extraordinária" no país.
De fato, os Estados Unidos são o país mais atingido do mundo
pelo coronavírus em números absolutos, com 4,6 milhões de contágios e 155.000
óbitos.
"O que observamos agora é diferente do que acontecia em
março e abril", declarou Birx, que coordena o grupo de trabalho da
Presidência americana sobre o novo coronavírus.
"Deborah mordeu o anzol e nos atingiu. Patética!",
tuitou o presidente republicano.
Países que pareciam ter controlado a pandemia voltam a sofrer
com novos surtos preocupantes, como Espanha, França e Bélgica. "O vírus
circula intensamente em nosso território. Os números continuam crescendo",
lamentou Frédérique Jacobs, porta-voz do centro de crise da Bélgica.
OMS afirma que talvez nunca exista uma solução para o coronavírus
A Organização Mundial
da Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (3) que talvez nunca exista uma
"solução milagrosa" contra a pandemia do novo coronavírus, apesar da corrida contra o tempo de laboratórios e países
para obter uma vacina.
"Não há solução
milagrosa e talvez nunca exista", afirmou o diretor geral da OMS, Tedros
Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva virtual.
"Os ensaios clínicos nos dão
esperança. Mas isso não significa necessariamente que teremos uma vacina"
eficaz, principalmente no longo prazo, disse.
"Todos esperamos ter um número de vacinas eficazes que
possam evitar que as pessoas sejam infectadas", mas frear os focos depende
do respeito às medidas de saúde pública e do "compromisso político",
apontou.
O comitê de emergência da OMS que se reuniu na sexta-feira
"foi muito claro: quando os líderes trabalham de maneira muito estreita
com as populações, essa doença pode ser controlada", ressaltou.
"Devemos conter os surtos, testar, isolar e tratar
pacientes, procurar e colocar em quarentena seus contatos", mas também
"informar", afirmou o diretor, antes de pedir às populações a
continuar respeitando os gestos de barreira (distanciamento físico, uso de
máscara, boas práticas de higiene, etc.) para romper as cadeias de transmissão
do novo coronavírus.
"A mensagem para as pessoas e os governos é: façam tudo
isso. E continuem mesmo quando a doença estiver sob controle!", exclamou,
depois de apontar que "vários países que pareciam ter passado pior
registram agora novos surtos".
A pandemia matou pelo menos 689.758 pessoas em todo o mundo
desde o final de dezembro, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP nesta
segunda-feira às 8h00. Mais de 18 milhões de casos foram registrados
oficialmente, dos quais pelo menos 10,5 milhões foram curados.
Em 10 de julho, a OMS enviou um epidemiologista e um
especialista em saúde animal à China para uma missão exploratória antes do
início de uma investigação que a organização de saúde deseja realizar sobre a
origem do vírus, que apareceu na China no final de 2019.
O diretor geral da agência das Nações Unidas anunciou que essa
missão concluiu o trabalho preparatório para sua investigação sobre a origem da
pandemia de COVID-19.
"A equipe da OMS que viajou à China terminou sua missão que
consistia em estabelecer as bases dos esforços conjuntos para identificar as
origens do vírus", afirmou Adhanom Ghebreyesus.
"Estudos epidemiológicos começarão em Wuhan para
identificar a fonte potencial de infecção dos primeiros casos", completou.
A grande maioria dos pesquisadores concorda que o novo
coronavírus SARS-CoV-2 - a fonte da pandemia - pode ter se originado em
morcegos, mas os cientistas acreditam que ele passou por outra espécie antes de
ser transmitido aos seres humanos.
É essa peça do quebra-cabeça que a comunidade científica
internacional e a OMS esperam descobrir para entender melhor o que aconteceu,
direcionar melhor as práticas de risco e evitar uma nova pandemia.
Com
informações da AFP
Comentários
Postar um comentário