5 LIÇÕES QUE A INFLUÊNCIA DIGITAL PODE APRENDER COM A QUARENTENA

Vector illustration in flat simple style with characters - influencer marketing concept - blogger promotion services and goods for her followers online (Foto: Getty Images/iStockphoto)

5 lições que a influência digital pode aprender com a quarentena

  • POR PAULA JACOB (@PJAYCOB) | FOTOS GETTY IMAGES
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Os números de postagens, interações e seguidores aumentaram, mas como aproveitar o cenário de forma positiva e fidelizar o público? A professora da FAAP Karina Bousso dá as dicas

Lives, cards, memes, vídeos, textos, link na bio… Desde o começo da quarentena, as redes sociais viram um aumento de postagens e interações dos usuários. A quantidade de conteúdo produzido por influenciadores, celebridades e mídias jornalísticas já mostrou suas reverberações no relatório #MS360FAAP, produzido pelo Núcleo de Inovação em Mídia Digital (NiMD), da Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP), em parceria com a plataforma Socialbakers. 

O estudo, que, desde 2014, analisa trimestralmente o comportamento das 100 marcas e celebridades mais relevantes do Facebook e Instagram, ressalta um crescimento médio de 17,3% de seguidores no Instagram em relação ao mesmo período do ano passado. "As pessoas estão interessadas em buscar referências externas e na identificação com o conteúdo publicado pelos perfis. Elas querem se sentir mais próximas umas das outras", explica a professora Karina Bousso, pesquisadora da FAAP envolvida no estudo. Mas o que isso muda na influência digital daqui para frente? "Estamos ansiosos para o próximo relatório, que trará uma análise de abril, maio e junho. Mas, já é possível mapear as principais mudanças que o isolamento social trouxe para as redes sociais", diz. A seguir, ela nos conta as 5 lições que a influência digital pode aprender com a quarentena:

Cuidado com os excessos!

Se você está com medo de abrir a geladeira e ter uma live dentro, saiba que não está sozinhx. De acordo com Karina Bousso, o boom dos vídeos ao vivo se deu pela vontade das pessoas estarem mais próximas entre si, principalmente em tempos confusos como o cenário de uma pandemia global. Porém, é preciso ter cuidado daqui para frente. "No começo da quarentena, as lives tinham públicos que passavam de mil usuários assistindo ao mesmo tempo. Agora que a opção não é mais uma novidade, a audiência tende a cair. Vale ponderar sobre qualidade e excesso, para não banalizar, já que tudo nas redes sociais funciona dentro de um grande ciclo: as pessoas primeiro amam, mas depois se cansam – e com muita facilidade. A próxima etapa é fidelizar o público, usando outras ferramentas e conteúdos relevantes", explica a professora da FAAP.

Identidade visual

É impossível não notar o cuidado de marcas, influenciadores e perfis de mídia com a entrega do conteúdo aos seguidores. O cuidado visual com feed, stories, IGTV e até mesmo com as lives virou regra para muitos perfis – mesmo os de micro influencers. "Essa preocupação é decorrente do aumento de seguidores e da interação por publicação. Na pesquisa anterior, tínhamos uma média de curtida de 152 mil para posts com carrossel [galeria de fotos no Instagram]. Agora, o relatório já mostra uma média de 185 mil. A intensidade de postagem também fez com que cada perfil criasse ou se aprofundasse mais no apelo visual, criando uma identidade mesmo", diz Karina. É, portanto, um ótimo momento para explorar, de forma orgânica, todas as ferramentas que a rede social disponibiliza.

Busca por conteúdo de qualidade

Fugir das fake news é tarefa número um na hora de buscar informações – e para qualquer conteúdo, além da pandemia, combinado? A relação entre excesso de informação e veracidade fez com que o público, principalmente do Facebook, ficasse mais atento às páginas curtidas. "As pessoas não querem receber informações pipocadas, de fontes não confiáveis. O que transforma a função dos próprios influenciadores: os seguidores passaram a exigir apuração, informação de qualidade e até posicionamento político diante da pandemia", explica. Lembrando que até Anitta passou a usar suas redes para esclarecer sobre questões políticas básicas, como esquerda e direita, por meio de lives com especialistas como a comentarista Gabriela Prioli, da CNN. A alienação, portanto, não é mais uma opção. "Percebemos que o público pede aquilo que quer ver e não esconde quando não está gostando."

Olhar para o pequeno

Mesmo que a pesquisa proposta pela FAAP e Socialbakers esteja relacionada aos perfis mais bombados do Facebook e Instagram, os analistas não descartam um aumento positivo para os micro influenciadores e marcas locais. "Mais do que nunca, os seguidores estão buscando variedade de conteúdo e formatos. Apoiar os pequenos é, também, uma forma de se entender nas redes sociais e na sociedade; observar as diferentes possibilidades de se posicionar e disponibilizar para os seguidores o conteúdo e/ou produto oferecido", aponta a professora.

Proximidade com a realidade do público

Vlog and trendy video content creation for social networks. Vector flat cartoon illustration of lifestyle bloggers and influencers. Internet media modern digital technology concept. (Foto: Getty Images/iStockphoto)
A pesquisa aponta uma queda de 31% no número de fãs nas páginas no Facebook da categoria Marcas e Institucional. Segundo Karina Bousso, isso aconteceu decorrente da quantidade de informação que os usuários foram bombardeados no começo da pandemia e a falta de posicionamento ou de timing de posicionamento de algumas empresas. Ao passo que diversas outras viralizaram com campanhas publicitárias sobre cuidado, família e a importância de estarmos juntos. "As pessoas querem se identificar com o que estão consumindo. E, nesse quesito, o influenciador tem uma vantagem que está na linguagem, muito mais próxima do público. Ele escreve textos pessoais sobre os sentimentos durante a quarentena, por exemplo. As marcas, por sua vez, não conseguiram passar a mesma credibilidade."

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