SEIS ATITUDES PARA ADERIR À BELEZA SUSTENTÁVEL JÁ

Seis atitudes para aderir à beleza sustentável já  (Foto: Getty Images)

Seis atitudes para aderir à beleza sustentável já (Foto: Getty Images)

Seis atitudes para aderir à beleza sustentável já


  • MARCELA RODRIGUES*
 ATUALIZADO EM 

Da rotina de higiene pessoal ao skincare moram muitos gatilhos que levam ao impacto ambiental. A nossa colunista Marcela Rodrigues, consultora em beleza natural e consumo consciente, compartilha um passo a passo para aderir à uma rotina de cuidados conscientes

Em uma sociedade onde a zona de conforto está ancorada na pressa, na agenda ocupadíssima e na mente acelerada, o ritmo mais lento da quarentena tem sido um portal para a revolução do consumo consciente.
Em casa, sem compromissos externos para justificar procedimentos estéticos de efeito instantâneo, compras por impulso auto permissivas só porque há desculpa de uma nova festaeunião\viagem, há uma janela para a prática do consumo consciente.  Há duas possibilidades: fingir que não percebemos (o impacto de cada escolha feita) ou encarar o desconforto das dúvidas.

No universo da beleza, do cuidado estético e do bem-estar, esta revolução que leva a um caminho mais sustentável começa bem aí no campo dos questionamentos. Precisamos mesmo de tantos produtos assim? Para quem eu me maquio, realmente? Quanta crueldade poder haver dentro do seu creminho facial favorito?
Falar de beleza sustentável não é uma utopia. Escolhi como minha causa dentro da sustentabilidade há mais de cinco anos justamente porque me deparei com os resultados do impacto da vaidade no meio ambiente e na nossa saúde (com o tempo, descobri que uma está ligada a outra). 
Mas calma: ninguém precisa ir contra ao hábito de cuidar da pele, do cabelo... ou deixar nosso estilo de lado. Basta fazer alguns ajustes. Compartilho aqui na minha estreia como colunista da Glamour 7 atitudes para praticar sustentabilidade na rotina de beleza - já aviso: é um caminho sem volta!

Menos é mais: repense seu consumo

Separe um tempinho e conte quantos itens de cuidado estético você tem.  Em um caderninho ou no bloco de notas do celular, liste e vá analisando: quais deles você realmente usa? Quais são realmente necessários? Nesta primeira fase do desapego, escolha aqueles que são muito necessários (pelo uso e pelo pego risos) e os que realmente não somam tanto assim no seu autocuidado. Que tal doá-los? Mas entre os queridinhos e aqueles de uso diário (shampoos, sabonetes…) forem de fórmulas com ingredientes tóxicos (ver a atitude número 2, abaixo), fique calma. Há quem queira jogar fora e comprar tudo novo e natural. Mas, como não existe fora, eu sempre indico ir substituindo conforme os produtos forem acabando.

Leia os rótulos e fique longe dos proibidões da beleza

A lista de letras minúsculas mais confunde do que informa. Sabe-se que os três primeiros ingredientes da lista são os que existem em maior quantidade. Mas e o resto? Nem todo nome difícil é tóxico, nem todo sintético é nocivo, nem todo vegano é natural. Pesquise, investigue e pergunte à marca (empresa sustentável sabe dialogar). O importante é ficar longe dos proibidões da beleza, aqueles ingredientes que estão na mira das pesquisas e estão cada vez mais associados a problemas de saúde e impacto ambiental. Parabenos, Phtalatos, Petrolatos, Triclosan e Chumbo são alguns deles.  Lá no Instagram (@anaturalissima)  eu até criei a série #listatoxicadabeleza, com a dermatologista Patricia Siveira, para falarmos sobre eles.

Não compre crueldade

Quais valores estão dentro do potinho de cosmético que você compra? Segundo a ONG Te Projeto, mais de quinhentos mil animais no mundo passam por testes de laboratório para fins cosméticos. Para te entusiasmar: um único item cruelty-free salva cento e cinquenta animais! No universo da beleza consciente, eu acredito que ser livre  de crueldade animal não é mais do que uma obrigação por parte das marcas. E, por parte de nós, consumidores conscientes, é um valor inegociável. Para ajudar, procure no rótulos a certificação de organizações internacionais, como o PETA e a Leaping Bunny.

Priorize marcas naturais, conscientes e orgânicas

A sustentabilidade precisa acontecer além da fórmula. As matérias-primas dos cosméticos naturais e orgânicos são consideradas biodegradáveis e pouco poluentes. E, em sua maioria, garantem o compromisso de não fazer testes em animais ou até usar espécies de frutas ou flores em extinção. Além disso, marcas certificadas como orgânicas e naturais cuidam para que todo o processo de produção é sustentável, praticando inclusão social e o comércio justo.

Seja responsável pelas embalagens que você compra

Há muitos motivos complexos para que até mesmo marcas orgânicas usem plástico nas embalagens. Muitas têm aderido à versão de plástico vegetal; enquanto outras educam o consumidor a utilizá-la e até criam pontos de recebimento para que elas mesmas sejam responsáveis nesta fase do pós-consumo. Em casa podemos fazer o básico: antes de jogar o potinho vazio em qualquer lixo, procure saber qual é o destino correto. Em geral, os de vidro podem ser higienizados e servir para guardar óleos e tonar-se vasinhos de flores.

Exerça a autonomia

A nossa cozinha é cheia de ingredientes que, embora não substituam os cosméticos cheios de inovação e testes, solucionam questões do dia a dia. Precisa hidratar as cutículas? Azeite! Os cabelos? Abacate, óleo de coco...Que tal um chá de camomila para melhorar a aparência dos poros e acalmar a pele? Fubá, café e açúcar, misturados a um óleo vegetal, podem render ótimos esfoliantes corporais. Um dos motivos pelos quais eu sou adepta do movimento ‘faça você mesmo’ é esta possibilidade de exercer a autonomia na beleza.
*Sobre Marcela Rodrigues
Jornalista especializada em consumo consciente e bem-estar, há mais de cinco anos pesquisa de forma independente o movimento slow beauty. Tem formação em Design Para Sustentabilidade pelo Gaia Education Brasil, em hatha yoga e yogaterapia pela Humaniversidade Holística (SP), além de certificações em aromaterapia e herbalismo. É autora de aNaturalíssima, plataforma sobre estilo de vida consciente e beleza natural. Também é palestrante e consultora para consumo consciente.

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