QUEM SÃO SUAS MULHERES HEROÍNAS?
As imagens e os
personagens heroicos constroem muito dos nossos sonhos
Você tem heróis? Na sua lista
há mulheres heroínas?
Quantos de nós não temos pessoas, sejam reais ou fictícias, que nos inspiram a
sermos ou fazermos algo grandioso com as nossas vidas?
Os
heróis sempre estiveram por toda a parte. Nos livros que líamos na escola, nas
telas da televisão e do cinemas e, claro, em nossa imaginação.
As imagens e os personagens
heróicos construíram muito dos nossos sonhos e do imaginário das nossas
brincadeiras. O herói é nosso conhecido e podemos conhecê-lo por muitos nomes.
Fiz
uma busca no Google e a maioria dos nomes que aparecem são de heróis dos
quadrinhos, como Super Homem, Batman, Pantera Negra, Capitão América, entre
outros. Apenas uma mulher: a Mulher
Maravilha.
É
interessante perceber como ao longo da nossa história foram pouco destacadas as mulheres heroínas. Elas ficavam com
papéis secundários como interesse amoroso dos heróis ou dos protagonistas.
Isso
vem mudando com o crescimento do movimento feminista e o empoderamento feminino.
O lado bom é que muitas histórias de mulheres estão sendo contadas.
E
o que vamos encontrar nessas histórias de diferentes mulheres é que a forma de
percorrer a jornada da heroína, ou seja, do feminino em si, é bem diferente das
buscas do masculino. As duas buscas são únicas e singulares e se complementam
ao caminho.
JORNADA DAS MULHERES
A
jornada das mulheres é uma grande tapeçaria ou uma colcha de retalhos que é
completada ou confeccionada por múltiplas mãos. Uma jornada que nos leva a
buscar quem de fato somos, o que viemos fazer nesta vida e neste mundo.
Que
interessantemente se faz, quando encontramos e estamos com outras mulheres. Nós
nos referenciamos. Nós nos encontramos. Nós nos descobrimos umas nas outras.
É uma busca pela
nossa marca individual. A busca por sermos a heroína da nossa história, aquela
que protagoniza sua vida e responsabiliza-se por suas escolhas, na busca de
descobrir e tornar-se plenamente quem é e encontrar meios para compartilhar
seus dons e talentos.
Mas, e o que seria
a jornada das mulheres heroínas em si? Seria derrotar o mal ou
um vilão como vemos nas telas dos cinemas ou nos maiores épicos já escritos? Ou
tem muito mais por trás dessas histórias?
CONTE SUA HISTÓRIA
Maureen Murdock, autora,
educadora e psicoterapeuta, construiu uma jornada da heroína especialmente
focada nas necessidades dos caminhos que o feminino precisa percorrer, com base
na Jornada do herói, de Joseph Campbell. Ela levou em consideração que o
feminino precisa fazer um caminho bem específico para deixar limites,
restrições e construções patriarcais tão enraizados dentro de todas nós para,
novamente, voltar para casa – para o que se é.
A
autora diz que a forma como nós contamos nossa história é a forma como nós
começamos a viver nossas vidas. Vamos então, contá-las?
AS ETAPAS DA JORNADA DAS
MULHERES HEROÍNAS
1. HEROÍNA SE SEPARA DO FEMININO
Na
cultura patriarcal, é muito comum nos separarmos da figura do feminino como
parte do todo, exatamente pelo fato de se ter apenas a figura masculina como
suprema. Sendo assim, nos tornamos o que Maureen Murdock chama de Filhas do
Patriarcado.
Maureen
diz que, em uma sociedade patriarcal, a mulher se separa da sua natureza
feminina em um esforço para ser aceita.
O
feminino representado pela mãe é rebaixado, torna-se bode expiatório, e é
estereotipado ao ponto que a imagem arquetípica da Mãe perde sua alma, enquanto
a mãe individual é culpada pelos problemas psicológicos de todos. Ela é
meramente um alvo conveniente para se culpar sobre a confusão e baixa-estima
experimentada por muitas mulheres em uma cultura que glorifica o masculino.
2. IDENTIFICAÇÃO COM O MASCULINO E BUSCA POR ALIADOS
Buscamos
meios para nos adequar e adentrar a esfera do mundo masculino. Para a jornada
das mulheres heroínas,
muitas vezes, temos de deixar para trás, limitar ou excluir partes do nosso
feminino.
3. ESTRADA DE DESAFIOS E ENCONTROS COM OGROS E DRAGÕES
É
aquele momento na jornada das mulheres
heroínas em que encontramos pessoas ou situações que tentam nos
destruir. Pode ser desde alguém que humilhe, critique de forma não construtiva,
abuse ou violente, ou faça você pensar que não é capaz, inteligente.
4. EXPERIMENTANDO O BENEFÍCIO DO SUCESSO
A
jornada das mulheres
heroínas muitas vezes se limita a terminar por aqui. Ou seja, ela
supera esses ogros e dragões. Ela pode se contentar em ter chegado e simplesmente
ficar ali. Mas, será que a jornada do feminino é só isso? Será o sucesso o
suficiente?
5. O DESPERTAR PARA A ARIDEZ ESPIRITUAL E MORTE
O
sucesso pode ser algo apenas temporário. É nesse momento que, como já ouvi de
muitas mulheres, vão dizer que:
·
não sabem quem elas são.
·
não veem mais sentido no que fazem.
·
não se veem felizes.
Elas
percebem o quanto se feriram para se adequar e seguir a natureza e o ritmo
masculino. Por isso, é um momento rico.
Estão
se dando conta do vazio, da aridez, da falta de brilho e tesão, ou de uma morte
(que é simbólico em diversos níveis) que chama a acordar e perceber que esse
não era o caminho e que a jornada ainda não terminou.
6. INICIAÇÃO E DESCIDA À DEUSA
É
nessa hora que as mulheres precisam encarar a crise que estão vivendo. Entramos
em uma profunda depressão, temos crises de ansiedade recorrentes, ou chegamos
ao fim de nós mesmas com um burnout.
Pode ter também
acontecido algo externo que foi um choque, como uma separação ou morte de
alguém que amava. A questão principal que é trazida a sua atenção, é que a
forma que vivia era insuficiente e ela se desespera.
As estratégias
masculinas que vinham sido usadas até agora, como ser excessivamente mental e
lógica,não servem mais. A mulher se torna urgente. O feminino se torna urgente.
7. RECONEXÃO COM O FEMININO
É desse lugar, por
exemplo, que a maioria das mulheres me procura. E as frases são sempre as
mesmas:
·
eu preciso me conectar com esse sagrado feminino.
·
eu não sei o que é, mas sei que preciso.
Sem o feminino, morremos um pouco a cada dia, e adoecemos.
Nós não podemos
mais voltar para aquele lugar que estava limitando e restringindo o nosso
feminino. Não podemos mais viver assim, destituídas de nós mesmas.
8. HEROÍNA CURA A SEPARAÇÃO ENTRE MÃE E FILHA
Parte vital deste
caminho de reconexão é retomar aquilo que é nosso. Reivindicar valores,
qualidades, atributos, dons e habilidades do feminino. E vê-los e vivê-los de
uma nova perspectiva. Ao resgatarmos o feminino, resgatamos nossas mães.
9. HEROÍNA CURA A FERIDA DO MASCULINO INTERIOR
A jornada das mulheres heroínas não termina com a volta ao feminino, mas com
a revisão do masculino.
Como podemos
descobrir e trazer para dentro de nós uma experiência do masculino sagrado e
não tóxico e deturpado dos seus atributos reais e poderosos.
É hora de rever e
conhecer um masculino real dentro de nós, nas nossas relações e no mundo.
10. HEROÍNA INTEGRA O MASCULINO E FEMININO
A última etapa
dessa jornada é buscar a integração das polaridades interiores, que são o
masculino e feminino, com um novo entendimento. Ressignificá-los é emergencial!
Essa integração é
necessária se quisermos ser inteiras e não precisarmos abrir mão de quem somos
e nem do feminino para fazê-lo e sê-lo. Pelo contrário – juntos somos mais
fortes, dentro e fora.
Onde você se
encontra nesta grande Jornada da heroína? A forma como nós contamos nossa
história da vida é a forma como nós começamos a viver nossas vidas.
Quando uma mulher conta sua história
e é a heroína e protagonista dela, ela incentiva todas as outras a se
levantaram e terem coragem de fazer o mesmo.
Por
ANA PAULA
MALAGUETA*
*Utiliza diferentes formas, ferramentas e
caminhos como o Yoga, Astrologia, Tarot, Danças Circulares, BodyTalk e
movimentos em grupos de mulheres para acessar, desenvolver, resgatar e integrar
as energias dos Sagrados Feminino e Masculino em nossas vidas.
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