Aquecimento
global causará ainda mais fenômenos climáticos extremos no planeta nos próximos
anos(foto: Saeed
Khan/AFP; Fred Tanneau/AFP; STR/AFP; Ted Aljibe/AFP)
ONU prevê
muitos fenômenos meteorológicos extremos a partir de 2020
Últimos anos tiveram as
temperaturas mais altas já registradas
AFP
postado em 15/01/2020 15:31
Os anos de 2010 a 2019 foram os mais
quentes já observados, alertou a ONU nesta
quarta-feira, confirmando o inexorável aquecimento global da Terra, caracterizado pelo aumento de eventos climáticos extremos.
"Infelizmente, esperamos ver
muitos eventos climáticos extremos em 2020 e nas próximas décadas, alimentados
por níveis
recordes de gases de efeito estufa que retêm
calor na atmosfera", disse o secretário-geral da Organização Meteorológica
Mundial (OMM), Petteri Taalas, em um comunicado.
(foto: Ted Aljibe/AFP)
A OMM acrescentou que suas
análises confirmam a informação fornecida pelo monitor climático da União Europeia na semana passada, que mostra que no ano passado
foi o segundo mais quente, depois de 2016.
Não há bons augúrios para 2020.
"O ano 2020 começou aí onde 2019 terminou,
com acontecimentos
meteorológicos e climáticos de forte impacto", como
na Austrália, que "experimentou em 2019 seu ano mais quente e mais seco já
registrado", acrescentou.
Este calor recorde "preparou o terreno a
imensos incêndios que foram muito devastadores" na grande ilha continente,
apontou.
(foto: Saeed Khan/AFP)
Segundo o balanço oficial, esses
incêndios provocaram a morte de 28
pessoas, destruíram mais de 2.000 casas e
queimaram uma zona de 100.000 quilômetros quadrados, maior do que a superfície
da Coreia do Sul, e perturbaram as classificações do Aberto da Austrália.
Globalmente, as temperaturas médias
desses cinco e dez últimos anos foram as mais elevadas já
registradas.
Desde os anos 1980, cada década foi mais quente do
que a anterior, segundo a OMM, que acredita que essa tendência continuará.
Segundo a agência especializada da ONU, a
temperatura mundial anual em 2019 superou em 1,1°C a média registrada na época
pré-industrial (1850-1900).
(foto: Fred Tanneau/AFP)
"Segundo a trajetória atual
das emissões de dióxido de carbono, nos dirigimos a um aumento da temperatura de 3 a 5 graus Celsius até o
final do século", advertiu Taalas.
O Acordo de Paris de 2015 busca limitar o
aquecimento a +2°C ou 1,5°C, mas mesmo que os cerca de 200 países signatários
respeitarem seus compromissos de redução de gás com efeito estufa, o aquecimento poderá superar os 3°C.
Os cientistas já demostraram que cada meio grau a mais
aumenta a intensidade e/ou a frequência de cânulas, tempestades, secas ou inundações.
Apesar dessa constatação, a conferência climática
da ONU (COP25), celebrada em dezembro em Madri, não esteve à altura da urgência climática, uma chance perdida segundo o secretário-geral da ONU António Guterres,
que pede mais ambição na luta contra o aquecimento.
(foto: STR/AFP)
O aquecimento climático preocupa a
ONU pois as temperaturas recorde não são o único problema enfrentado pela
comunidade internacional.
Derretimento de geleiras, níveis marítimos recorde, acidificação e aumento
do calor dos oceanos, condições meteorológicas extremas são
alguns dos fenômenos que caracterizaram a década passada, segundo a OMM.
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