NOS EUA,O CORONAVÍRUS CRIOU UMA CORRIDA ÀS ARMAS."É A MENTALIDADE" DOS NORTE-AMERICANOS,DIZ PORTUGUÊS

Resultado de imagem para Nos EUA, o coronavírus criou uma corrida às armas. “É a mentalidade” dos norte-americanos, diz português

Estados com maior número de casos de coronavírus registam vendas de armas REUTERS/JOSHUA ROBERTS


Nos EUA, o coronavírus criou uma corrida às armas. “É a mentalidade” dos norte-americanos, diz português


Compras têm sido registadas em vários estados, especialmente nos que estão a ser mais atingidos pela propagação da covid-19. Luso-americano Tony Lima diz que cidadãos não confiam na protecção do Governo.

A subida das vendas de armas e munições nos Estados Unidos, em paralelo às medidas restritivas relacionadas com a pandemia de covid-19, é “representativa” da mentalidade americana, disse à Lusa o português José da Veiga. Emigrado em Los Angeles (LA) há 22 anos, o empreendedor afirmou que o fenómeno, visível nas filas à porta de várias lojas de armamento na cidade, “reflecte o universo mental e cultural dentro da cabeça das pessoas do que é o país onde vivem e a sua sociedade”.

“Sempre que acontece alguma coisa nos Estados Unidos, isto é uma reacção das pessoas”, disse José da Veiga, contando que vários dos seus amigos foram abastecer-se de armas e munições nos últimos dias.A corrida às armas tem sido registada em vários estados, especialmente nos que estão a ser mais atingidos pela propagação da covid-19, sendo que em Los Angeles continua a estar presente na mente de muitos habitantes o que aconteceu nos motins de 1992, na altura motivados pela absolvição de quatro polícias acusados de uso excessivo de força e espancamento do afro-americano Rodney King.Geneva Solomon, dona da Redstone Firearms em Burbank, condado de LA, confirmou à Lusa que houve uma grande subida do número de clientes a comprar armas e munições na loja.Temos um problema de stock neste momento”, afirmou, referindo que está a trabalhar para repor os volumes de armamento e munições para venda. A loja funciona habitualmente por marcações, mas nos últimos dias tem tido filas à porta. É um cenário que se repete em várias outras lojas de armas em Los Angeles.Na Gun World, que costuma ter “dois ou três gatos pingados” de cada vez, o luso-americano Tony Lima encontrou filas para entrar quando tentou ir comprar munições.“A loja pela primeira vez tinha uma fila à porta, com pessoas lá dentro a comprar sete e oito pistolas”, disse à Lusa.“Se isto der para o torto, vão fazer barricadas”, opinou o empresário, que detém um negócio de transportes de luxo. Lima notou que “no supermercado havia discussões” e há um sentimento de incerteza que está a provocar este comportamento.

Comentários