ASTRÔNOMOS CONFIRMAM A EXISTÊNCIA DE PLANETAS ALGODÃO DOCE

Imagem/Nasa

Astrônomos confirmam a existência de planetas Algodão doce

Novas observações do Telescópio Espacial Hubble confirmaram que existem planetas que parecem "algodão doce". Trata-se de exoplanetas jovens inchados que possuem o tamanho de Júpiter, mas com menos de um centésimo da massa. Esses objetos são uma classe rara e única de planetas jovens.
Eles têm uma densidade muito baixa – daí o elo com o algodão doce. Uma nova pesquisa, que analisou três desses planetas ao redor da estrela Kepler 51, sugere que a baixa densidade pode ser uma fase temporária de certos planetas. O estudo está diponível no periódico científico ArXiv, e também será publicado no Astronomical Journal.
Tais planetas foram identificados pela primeira vez em 2014, e observações mais recentes conseguiram determinar a massa e o tamanho deles. Jessica Libby-Roberts, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, estima que os três planetas têm uma densidade menor que 0,1 gramas por centímetro cúbico de volume – quantidade quase idêntica ao do docinho feito de açúcar.
Ela e sua equipe também observaram os planetas Kepler-51b e Kepler-51d passando na frente da estrela Kepler 51, o que permitiu estudar suas atmosferas. Isso pode ajudar a distinguir componentes elementares ou moleculares específicos de suas atmosferas, feitas predominantemente de hidrogênio e hélio.
Mas não foi o caso desses dois planetas. "Isso foi completamente inesperado", disse Libby-Roberts em comunicado da Nasa. "Tínhamos planejado observar grandes recursos de absorção de água, mas eles simplesmente não estavam lá. Estavam nublados!"
A presença de nuvens impulsionou novas descobertas sobre os exoplanetas. Os astrônomos acreditam que os três se formaram mais longe de sua estrela e subsequentemente se moveram para dentro.
Segundo os pesquisadores, o sistema ainda está engatinhando e continuará mudando nos próximos bilhões de anos. O Kepler-51 b encolherá à medida que mais de sua atmosfera for corroída para o espaço pela luz da estrela. Ele se tornará uma versão um pouco menor e mais quente do Netuno. O Kepler-51 d também encolherá, mas, como está mais longe de sua estrela, é provável que permaneça um pouco inchado. "Este sistema oferece um laboratório único para testar teorias da evolução do planeta", disse Zach Berta-Thompson, co-autor do estudo.

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