NEUROCIÊNCIAS POR TRÁS DA LINGUAGEM

Neurociências por Trás da Linguagem


Pierre Paul Broca, um neurologista francês, foi o pioneiro a identificar áreas específicas do encéfalo relacionadas a linguagem. Broca foi influenciado pelo esforços de Gall (Franz Joseph Gall, neuro anatomista e criador da Frenologia, iniciou as tentativas de integrar conceitos biológicos e psicológicos do estudo do comportamento por volta de 1800) em mapear as funções superiores no encéfalo; contudo, em vez de relacionar comportamento com colombos no crânio, ele correlacionou evidências clínicas de afasias com lesões encefálicas descobertas após a morte. Em 1861 ele escreveu. “Eu acreditava que se houvesse uma ciências frenológica, seria frenologia das circunvoluções (no córtex), e não as frenologias dos colombos(na cabeça)”. Com base nessa percepção, Broca fundou a neuropsicologia, uma ciência dos processos mentais que ele diferencia da Frenologia de Gall.

A linguagem é unicamente humana e é possivelmente a maior habilidade conquistada pelos seres humanos. Apesar de sua complexidade, todas as crianças em desenvolvimento típico a dominam em torno dos 3 anos de idade. O que causa o fenômeno de desenvolvimento universal e por que as crianças são muito melhores que os adultos para adquirir uma linguagem?
Segundo estudos comportamentais e cerebrais acerca da aquisição da linguagem mostram que bebês aprendem a linguagem de maneira antes não imaginada. Bem antes das crianças produzirem as primeiras palavras, elas aprendem os padrões de sons das unidades fonéticas, as palavras e as estrutura das frases da língua que escutam. Ouvir a palavra altera o encéfalo do bebê precocemente. Essas novas descobertas conduziram a uma nova visão da linguagem que abrange seu desenvolvimento.
Não importa a cultura, todas as crianças inicialmente exibem padrões universais de percepção e produção da fala, independentemente do idioma especifico que escutam.
Ao final do primeiro ano, os bebês já aprenderam, pela exposição a um idioma especifico, quais unidades fonéticas transmitem significado naquele idioma, e reconhecem palavras prováveis, embora ainda não as entendam. Aos 12 meses de idade, as crianças compreendem cerca de 50 palavras e já começaram a produzir uma fala que se parece com o idioma nativo. Aos 3 anos, as crianças conhecem cerca de 1000 palavras (o adulto 70000), criam frases longas como os adultos e podem manter uma conversação.As crianças aprendem uma linguagem de maneira mais natural e eficiente que os adultos, o que é um paradoxo, já que as capacidades cognitivas dos adultos são superiores.

Comentários