O PATRIARCADO : NÃO É UMA IDEIA OU CONCEITO, É UM SISTEMA ESCLAVAGISTA DA MULHER.

O PATRIARCADO

O PATRIARCADO NÃO É UMA IDEIA OU CONCEITO, 
É UM SISTEMA ESCLAVAGISTA DA MULHER.

"Patriarcado é uma cultura, um sistema, uma civilização, um sistema econômico, um sistema político, um sistema legal, um sistema religioso, um sistema científico, e assim por diante. Mas acima de tudo, o patriarcado é um PODER. Um poder que se manifesta em todos os lugares, instituições, pessoas, hábitos, culturas, religiões, ideologias, mesmo entre mulheres. Isto porque o patriarcado socializa ...com os papéis e as hierarquias de gênero que existem entre homens e mulheres. O patriarcado existe há tanto tempo pois promove a sociabilidade entre homens, que se tratam como irmãos (fraternidade), atribuindo-lhes poder. Enquanto isso, obriga as mulheres a reproduzirem e sustentar materialmente os homens, socializadas entre si como inimigas, servindo aos interesses do desejo masculino." Texto adaptado de: “O que é feminismo” de Dra. Elida Aponte Sánchez

"O Patriarcado é uma invenção masculina (a própria definição, conceito e nome assim o é) que serve homens com vontade de Poder, Supremacia e em profunda Alienação do Princípio Feminino, bem como as mulheres que gostam destes homens, e que assim alimentam, pactuam e reforçam o sistema. Quem diz que o Patriarcado só serve os homens engana-se. Mas dizer que a situação é igualitária para ambos os géneros, ou que os homens sofrem mais, isso eu não posso aceitar e não admito! Só quem anda muito pouco informad@, quem viajou pouco ou passa muito tempo no Céu ou na Netflix poderá afirmar isto. As discrepâncias a todos os níveis de acesso ao poder são tão grotescas que é quase ridículo falar em “igualdade de direitos”. Ou igualdade de sofrimento, já agora. E sim, a mulher é a grande parte fraca. Ou forte, e por isso foi reduzida a menos de nada.
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Estão a ser feitos estudos muito interessantes sobre a diferença comportamental entre sociedades patriarcais e matrilineares (sociedades matriarcais no sentido directo oposto às patriarcais não há, veja-se este exemplo: https://wle.cgiar.org/.../setting-record-straight... ) que estão a acrescentar referências muito válidas ao que já era observado - sociedades com um número baixo ou praticamente inexistente de violência, roubo, violação e com elevados níveis de participação igualitária na distribuição de tarefas e ganhos, cooperação e elevados índices de satisfação/felicidade.
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Quando observamos tribos indígenas e matrilineares vemos que há um vínculo afectivo forte e profundamente corporal (de contacto físico carinhoso e empático entre as pessoas) derivado do vínculo materno - demonizado e erotizado pelas psis “modernas”, que na nossa sociedade é precocemente cortado para que o rapaz cresça e se faça um homem (com a dolorosa e profunda separação para ambas as partes). Nesta observação verifica-se que esse vínculo não é cortado mas sim transferido/ampliado para a tribo/comunidade com uma noção muito real (e a meu ver muito sábia) de um “Todo que cuido” ou uma “Teia que nos Liga”.

Assim, em oposição à versão psicanalítica da necessidade de separação do jovem macho da Mãe (Eros materno) - que pretensamente lhe dará a “maturidade emocional” - temos novas possibilidades teóricas que apontam exactamente para o oposto, que esse corte é a ferida primordial que formará jovens homens desconectados da Teia da Vida, muito conveniente à formação de mão de obra consumidora desconectada d@ outr@ e do planeta Terra, capaz de pegar em armas ao serviço de uma “missão” (mesmo que absurdamente desumana, cruel ou destrutiva) que o defina e lhe dê um propósito na sua desconexão com a Teia da Vida.
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Toda a criatura humana (homem, mulher) vem a este planeta, a esta existência através de uma nave-mãe corpo de mulher. Cada mulher vem equipada com um corpo-matriz que pulsa Vida, conectado aos ciclos da Terra e da Lua, Morte e Ressurreição. E isto não é metafórico nem poético.
A cada 28 dias sangramos, às vezes sofrendo, e desde as nossas entranhas íntimas somos ferozmente recordadas do Princípio Feminino que nos habita a tod@s, que sacraliza a existência e que CRIA - a Grande Senhora VIDA, essa Teia que a tod@s liga mas que nem tod@s sentem. Quando estamos grávidas e quando parimos, sentimos de forma crua e avassaladoramente bela esta Força. Sentimos como nunca o papel que temos na Teia e a responsabilidade do Princípio Masculino que CONSTRÓI. (e não estou interessada em debater isto, nunca ninguém em humilde e verdadeira auto análise e reflexão espiritual pode pretender chegar a verdades absolutas, esta é apenas a MINHA opinião).

Tod@s temos estes Princípios dentro - e fora também.

Qualquer homem que tenha tido um vislumbre consciente do Princípio Feminino e tenha conectado com a Teia de Vida no seu esplendor, não poderá nunca mais olhar à sua volta sem questionar o que está a fazer com a sua Vida, com os seus dons, com as suas valências e ferramentas. E a sua contribuição para o planeta Terra.

Qualquer mulher que tenha conhecido o Poder do Princípio Masculino e se tenha desconectado do Princípio Feminino tornar-se-á mais um instrumento ao serviço do Patriarcado. Há o trabalho de uma artista que gosto muito “Ana Suromai” de Amanda Sage, onde ela pintou uma “mulher-deusa” desconectada e a parir guerra e exércitos. https://www.amandasagecollection.com/.../ana-suromai-print
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Tenho imensa Fé no conceito de Gilania (Riane Eisler e Marina Gimbutas, O Cálice e a Espada), fruto de investigações históricas e conclusões sociais (Ilya Prigogine, Isabel Stengers, Edward Lorenz, Ralph Abraham, entre outr@s).

“Como termo mais preciso do que “patriarcado” para descrever um sistema social governado por homens através da força ou da ameaça de força, proponho o termo "androcracia". Já com algum uso, este termo deriva das raízes gregas "andros", ou “homem”, e "kratos" (como em democrático), ou “governado”. Para descrever a alternativa real a um sistema baseado na graduação de metade da humanidade acima da outra, proponho o termo "gilania". "Gi" deriva da raiz grega "gyne", ou “mulher”. "Na" deriva de "andros", ou “homem”. A letra"l" entre as duas tem um duplo sentido. Em inglês, representa a associação (no original inglês "linking") de ambas as metades da humanidade, em vez de, como na "androcracia", a sua graduação. Em grego, deriva do verbo "lyein" ou "lyo", que tem por sua vez um duplo sentido: "solver" ou "resolver" (como em "análise") e "dissolver" ou "libertar" (como em "catálise"). Neste sentido, a letra "l" representa a resolução dos nossos problemas através da libertação de ambas as metades da humanidade da rigidez estultificante e distorcedora das funções impostas pelas hierarquias de dominação inerentes aos sistemas androcráticos.”

Revejo-me ainda na Visão MotherWorld da Kathy Jones: http://goddessspiritrising.com/the-vision-of-the.../
É por aí que quero caminhar, num trilho de equilíbrio de género, de visões, de possibilidades de criação e construção conjunta. Ademais é necessário que o façamos já. Os tempos assim o pedem.

por Amala Oliveira 
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Recomendo estes trabalhos:
https://scholar.harvard.edu/.../matrilineal-competition
https://scholar.harvard.edu/.../matrilineal-spousal...
https://www.econstor.eu/.../10419/122980/1/840801335.pdf...
https://www.pnas.org/content/116/14/6713..."


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